sábado, 31 de dezembro de 2011

02 de Janeiro

Acho que estou pronto. Me despi das vestes velhas e sujas, me lavei da água quente com sal grosso e arruda. Estou vestido de branco e abro meu peito como folha em branco para receber as felicidades e maldições cabíveis de cada dia de uma ano novo.
No dia 02 o ano já se fez corrente, mesmo no país que só se inicia depois do Carnaval. No dia segundo do ano novo, as novidade já se fizeram envelhecidas e só me restam as energias que como Fênix se renovam em minhas dores e mortes.
Eu morro e nasço todos os dias, assim como o ano, o mês, o próprio dia. Assim como o sol que me aquece e orienta o amor. O amor! Sim é do amor que quero me lambuzar nesta noite que já chove em minhas terras Poemas e poetizam lembranças e constrangimentos em meu peito. Não são dos champanhes que quero efervescer minha nobreza, quero algo mais simples que isto, quero a paz que traduz em meu branco imaculado, e renovam os votos de ser intenso e me entregar mais uma vez por mim mesmo. Neste Reveillon, quero brindar as lembranças de você, sim, levarei você como companhia em minha virada e retornarei a mesma página que me falava daquela história de amor e carinho. E lerei você como um livro predileto de cabeceira no dia 03, 04, nos trinta dias de um dos doze meses do ano 2012. Escreverei você em meus fogos e aquecerei o meu coração outra vez. Farei o belo de 2011 de novo e novo. Feliz todos os dias em minha memória!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sonhos que se repetem

Hoje eu acordei com um rio de lembranças represado em meu olhar sonolento.Já tinha me acostumado a te esquecer, mas veio o sonho com todos os recalques dos restos mais de 2010 emoções me lembrar que eu poderia fugir de tudo, menos de mim. E eu só queria fugir de você que tatuara em minha pele o cheiro mais profundo dentre todas as pétalas.
Me permitir chorar. Sentia irracionalmente que o meu rosto precisava ser regrado para que novas sentimentalidades pudessem de uma vez por todas, fluir. Ele necessitava ser acariciado. Minhas lágrimas substituíram tuas mãos.
Hoje eu acordei com o gosto de teu mau hálito vespertino. Tinha gosto de Lay's na minha boca e e minha língua produzia sucos que degustavam as tuas palavras, as que meu fio dental pescava entre os meus dentes. eu encontrava na ponta de minha língua, uma imensidão de olhares que eu digeri. Azedos e fétidos, eles alimentavam satisfatoriamente as cáries que destruíam meu riso e amarelavam meu céu.
Hoje eu amanheci com saudades de você. Com saudades de quem eu nunca tive ou fiz parte. Hoje amanheci cansado de muito sonhar e pouco acordar. Talvez hoje eu tenha amanhecido pra mim.

sábado, 24 de dezembro de 2011

24 de Dezembro

Era para comemorar o seu aniversário que ele nos chamou. Feliz e sorridente orquestrou um banquete com as mais deliciosas iguarias para receber os seus e houve festa.
Naquele mesmo dia 24 de dezembro de alguns anos atrás, vi o seu coração se regozijar na satisfação de ter sua família reunida em prol unicamente de seus nascimentos, sim, nascimentos. Ele nascia todos os anos na mesma data, nascia todos os dias no mesmo exato momento. Nascia e morria, morria e escrevia nos seus as suas paixões e entregas. Ele escrevia histórias, era autor de vidas e outra vez ensaiou belo enredo e foi a mim que convidou a celebrar. Ele quis ser história em meus subtextos, quis se inspirar de mim. Quis apenas ser Jesus em minhas tramas. Logo eu que havia se esquecido das poesias infantis e dos desenhos em rabiscos. Com seu calor e sua graça relembrei uma cançãozinha que por diversas vezes ouvi meus pais cantarem. E em sua festa timidamente arrisquei "um parabéns pra você". Jesus chorou de muita alegria.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Santo protetor

Me passam os tempos
Um momento cor de sobrenatural
E então os tormentos me escorrem
Em fantasias colorindo o real imaginário
Me cantam as chuvas
Alegrias de tuas curvas viver
E corro e desperto as luas
Finjo a noite e roubo o céu pra você
Ao tropeçar nas patas de deus
Digo que vim brincar de criança
Dançar na lambança
De ter esperança
De me perder
E ser achado por sua graça
Sem graça me trai a alegria
Vem o dia e te leva de mim
Num tom melancolia aguda
Sigo o rastro que deixou Arlequim
Nas bordas da praia
E canto um pranto pro santo que protege você de mim

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

The Mathematics problem

If I had stopped to think about those toddler feelings maybe nothing had happened. But I prefered to let my heart lead me. I forgot: do not follow your heart but lead it.
You were the person that got the power to change my stupid way to be myself. You confused me, constrained me, and I liked it. I didn't know how to live in this new way. By the way I tried to fly in your soft clouds. Insane? No, in love!
I could tell you my words, but I cannot, just so you know... I just know nothing! And now, it's perfect!
I don't need to understand my feelings right way because I already learned how to solve the Mathematics problem. I know to say what is one plus one. What I don't know is, how to live it. It's doens't not matter. Because I can fly. And with you I forget my huge fears. I can fall down and find the floor and don't find my reason, my sense, my floor. I can find you, losing my stupid way to be clever.
Do I need to get high? No, like a child, I just need to be free and fly once more time! Let your wings grow in your back and let our understanding back.
I know I know nothing. I know I like to discover, so let discover ourselves by ourselves. Free. Flying. Living!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Olhares cegos

Desabotoou 3 botões
da camisa
botou em 3 segundos
a camisa
de Vênus
e fomos
a Marte
desfazendo o caminho
de Saturno
saturamos os anéis
do Colosso
desossando a carne
tatuando na pele
as marcas
que demarcam latifúndios
enquanto latíamos
a flor da pele
ao movimento retardado
do botão
que se vestia
de olhares cegos

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Transação emotivo-comercial

Tentei esconder a raiva que ardia em minhas pupilas
Inventei para os meus rins os líquidos mais doce
Eu sabia que não disfarçaria minhas dores
Sabia que verias em mim o teu sorriso
Mas lutei contra mim
E contra nós desenhei meus contornos de mãos
E o meu travesseiro?
O coitado se inundou de minhas mágoas
E os seus sonhos sufoquei
Em pesadelos ferozes
Nosso amor foi troca de dólares
Nossa paixão foi depósitos de remunerações extraviadas
Um relação fictícia a curto prazo
Logo pra mim que não curto os limites
Menti pra mim, eu sei
Cantei sozinho músicas emotivas
Que venha o Espírito Santo me acolher
Que venham vitórias mentirem pra mim
Afff, como sou trouxa, como sou menino
Deveria ter enfrentado a imensa fila de segunda-feira
Assim, sei que não te surpreenderia,
Mas também não afastaria você que não esteve aqui
De mim

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pela Janela: Agradecimentos

Já passado as primeiras 24h, penso que já tem cognição real para comentar a explosão de alegria e honra que me tumultuou a mente e coração no último sábado, dia 10.
Que palavras encontrar para definir tamanha alegria e plenitude de espírito?
Pois PELA JANELA, não foi apenas um grande espetáculo de interpretação e público, mas um real nascimento de um filho lindo, o qual já ansiosamente esperamos ver andar e pronunciar nosso nome.
Bem, mas já tem gente falando nele, por exemplo, o Nilton Viana, que esteve em nossa platéia nos abrilhantando e não contendo-se expôs em teu Face:

"Pela Janela foi mais do que uma experiência visual, era predominantemente uma experiência sensorial. A proximidade do ator com a platéia era alta, basicamente era ausente a quarta parede do teatro, e essa platéia era eventualmente convidada a interagir em cena; eu por exemplo, diante da expressão verbo-visual de ódio dantesco de Valdemy, corri com meu cu pra fora do local. Era uma intimidação intensa que avermelhavam os olhos do público, principalmente na cena em que Valdemy fazia sua performance ao som de Glory Box, de Portishead, criando um clima perturbadoramente sensual... Despreocupada com qualquer conexão lógica do que dizia; diante de um non-sense percebido, poderia-se dizer que a semântica de Elizabeth era a mesma de uma poesia: confusa e introspecta. Elizabeth não se compreende, não se digere, apenas se sente. Elizabeth era um retrato da Id, que exibia ao público o ridículo que cada um de nós tenta esconder socialmente, nosso lado insano, e ironicamente expressava nossos desejos mais primitivos do ego. O objetivo da peça era realmente ser essa experiência emo-sensorial, e não racional."

Gente, me diz, já posso parar de chorar?

São Fidélis, digo que este foi apenas ocomeço. Estaremos sempre juntos, criando e co-criando arte. Seremos de fato "poema". Mas hoje venho aqui para agradecer, apenas agradecer...

Cristine Valença, Juan Fonseca, Bruno Bellieni... obg por compartilharem suas inspirações, sensibilidades e toda beleza que ministra no espírito de vocês;
Kamyli Sota, por batalhar pelo que tornaria o show possível, mas antes de tudo por incondicionalmente confiar em mim. Obg por chorar ao telefone, rs;
Gabriela Bonomo, por sabiamente me ajudar a desorganizadoramente, organizar minha mente-bomba criativa;
Rafael Bressan, você? Quero sempre em minha equipe! Um delicado artista;
Cada participante do workshop no mês passado, vocês me inspiraram tanto...;
Cada amigo que no Face trocou o avatar e divulgou o espetáculo;
A PUC, minha escola de vida e arte;
Sete Farma, sem vocês como venderíamos ingresso? Hahaha, sem Junior Santos, como eu teria casa cheia?
Claro que tenho que ressaltar o Jonas Sousa e Matheus Barcelos, os lindos gastaram foi papo pra atrair os amigos;
Karyni Sota, sem você eu não teria força;
Alice Lugão, se eu não tenho você ao meu lado, eu piro! Obg por me emprestar tua beleza;
Larissa Jasbick, Rhuan Barboza, Nelzimar de Lacerda, e Geraldo Evangelista, o nosso Chocolate (Sala de Ensaio), obg pela generosidade ímpar em divulgar;
E Daniel Azevedo e Renan Campos? Ele me fizeram chorar e aliviar o meu cansaço e medo. Os seus abraços me reanimaram;
E ainda tem o Vinícius que ficou com o carro hiper lotado de manequins;
Heitor Azevedo Abreu, você me dava a certeza, que pelo menos um na platéia eu teria além de minha mãe: você;
Secretaria de Cultura e Transporte da P.M. de São Fidélis;
Ao Cine Teatro Jayme Coelho, meu lar. Celson, você é único;
A todos os patrocinadores e apoiadores, vocês foram sustentáculos.
Aos meus amados fidelenses, vocês acreditam em mim;
Obg a vida que encontro em Deus. Obg, meus pais que estão no céu.

Mas este espetáculo eu dedico a ela que é minha musa inspiradora e encorajadora. Ele me deu luz, força, a melhor música de sua vida e sua poesia, que fala de si e trouxe verbos às dores de Elizabeth... Denise Gaudard, receba a honra que te é devida! Você é uma poesia!!!

E eu digo, Valdemy Braga, continua PELA JANELA! Em breve... aguardem!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Você

Pena que você se perde na ilusão do
espelho que reflete em debilidades a tua
divina graça e
rarifica tua real beleza
ofuscando as linhas das expressões que traduzem
risos de predicativos escondidos e
amarelados nas suas pinturas e aquarelas
menino, se você
ouvisse à você mesmo de fora pra dentro se
apaixonaria pela ímpar riqueza de detalhes
gerada pelo teu ser em cantos de
uníssonos e majestosos
zumbidos e musicalidades
zig-zag-adas em balé de melódicas poesias
oriundas de um mesmo olhar que vi em primeira vista.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um amor daqueles

Num primeiro instante eu fui tomada por um suspiro dilacerador e repentino, destes que arranham os pulmões, congestionam as vias e secam o paladar. Logo fui embalada por três sequentes fôlegos ritmados que a minha voz roubou, pupilas dilatou e denunciou que era ele que os meus olhos viam se aproximar lentamente em minha frágil direção. Tentei fingir, fugir, fazer de conta que nem conta havia dado de sua presença, mas os risos tímidos já se salientavam num dos cantos de minha boca, revelando uma constelação de estrelas no seu céu que iluminavam o sorriso que em instantes segundos seriam gargalhadas idiotas e sem sentido. O amor sempre me fazia rir descompensada, menina e infantil, no sinônimo de verdadeira, transparente, destemida de apenas ser e viver as cores desprovida das formas.
E ele veio se aproximando e chegou, encontou e sorriu. Desfaleceram os meus poucos sentidos e os meus olhares se bifurcaram na coreografia de contemplar o céu e o chão e assim fugir de seu olhar, mas delicado o seu brilho me atraía, me conduzia à mim mesma. Olhar para si era encontrar à mim. Encontrar o meu reflexo em suas pupilas nas cumplicidades das íris era me sucumbir às defraudações incestuosas que a sua alma me convidava. Eu me sentia como menina convidada pela primeira vez à bailar ,vestida de debutante, ornada com orquídeas e perfumada com jasmim. Eu me sentia retornar no tempo e o seu gosto doce me fazia recordar as águas turvas do Paraíba, colorida a caramelo ingênuo e que em sua profundidade resguardava imensidões de coloridos vivos, em variadas saliências, em distintos mitos ou gritos infames. Aquele era um amor diferente, não era de inverno, outono, tampouco de verão, era um colorido mais vívido que primavera, era um romance de estação confusa, nova, livre, era um romance que continha em nossas palavras as sua própria trilha de sonoridades musicais que nos conduziam à danças reais, nobres, danças de realidades imaginárias e figurativas, que me conduziam à poesia, ao canto simples de suspiros de amor.
Era um amor dos quais todos sonharam, homens , mulheres, araras e piriquitos, era um amor que me entorpecia e trazia à margem todas as minhas saliências e emoções. Era uma amor transbordante que nem mesmo a a palavra amor capitava o dom da essência revelar. Um amor daqueles que nos rompem, tange e tingi, era um amor do qual não sei o nome, gramática ou tom, ou havia de ser somente um amor que sonhei.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Carpe diem

De vez enquando eu espero o tempo correr
e estes momentos são o tempo que ele mais anda devagar
paralisa as rugas e
irrita o meu ânimo ancião
os sábios ou pseudo-conhecedores da filosofia vida
ruminam em meus olhos caracteres de
prescrição de medicamentos homeopáticos
como se minhas intenções pudessem ser domadas
por treinamentos baratos e estúpidos imaturos
não sou santo nem ando à procura de milagres preparados
não sou como bula de remédio que te administra doses
não sou como manual de eletrodoméstico
na realidade não sou domesticável
sou silvestre, selvagem, sou arisco
e arrisco acertar-me aos desencontros de meu próprio tempo
e lamento solto
não saber apreciar os créditos finais de tua trama
nem tampouco as notas clássicas das melodias que as desfilam
eu não escrevo músicas
eu canto solidão acompanhado
e em tempo e outro denuncio em minha irritabilidade taurina
as mais secretas insinuações incestuosas
como numa cena de filme sensacionalista
sem surpresas e com premeditações
tem tempos que perco o tempo
tentando entender
o que só o tempo apreciado caberá de revelar
dez e dez não completam zero hora e vinte cinco minutos
nem noventa minutos de bela trama
o desejo de tua companhia ser
o único tempo que eu queria saber degustar
desculpe-me, senhor
que meus contornos constrói à três pinceladas
mas a mente nem desenhando compreende
infantil
ainda sou gigante em minhas soberbas
ainda sou menino que nem pedalar sabe
desculpe-me, mas tenho andado sem tempo pra amanhã

sábado, 3 de dezembro de 2011

Direto, curto e educado

Serei direto
o que eu quero é chorar
quero deixar em fluxo livre
um barril de lágrimas rolar de meus olhos
sem poesias ou rimas
sem choramingo ou conta-gotas
quero cavacar minhas feridas
e deixar minhas veias pocarem
como bomba que desestruturam superfícies
o que espero
é não encontrar um alguém
que me paralise
ou bata em minhas costas
eu sei o quanto custa minha hidratação
e se o choro secar
tomarei outro gole de vodka
e além de chorar
vomitarei meu coração
serei direto
mesmo não sabendo
onde dói mais
se no peito
ou em minha razão

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Um cheiro italiano, um sentido português

Eu tenho tentado dormir esta noite, mas não encontro conforto no abraço de meu travesseiro.
Tenho tentado não fugir para as lembranças que me condenam maturação. Tenho tentado não rever os risos, mas agora a minha rua não tem roncos de carros pra me distrair e na minha cama o silêncio se faz. Nesta madrugada é o meu corpo que grita sussurrando o que nem sei se foi o fim. Há quem diga que eu poderia estar chorando e assim lavar minha alma, mas o espírito fugiu de mim e o que restou foram as carcaças em seu lugar. Tenho sentido que não sinto mais. Descobri que há algo morto em mim e esta putrefação cheira ao perfume importado que eu mais gosto. Tenho sentido que não faz mais sentido sentir estas notas de frescor italiano. Mas pra minha mente já nem adianta desenhar.
O meu corpo até ensaia suas dores, suas marcas, seus destino, e em meu leito carimbou sua dor. O meu corpo desfila a vagar. Devagar, caindo, sem andar.
Eu queria apenas dormir e perder as contas com os carneirinhos. Nesta noite eu queria sonhar e finalmente eu falaria português.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Bom morning, Sônia

The som que in Sônia ouvia era os turbulentos acasos de my conections.
Quando gritou quatro horas da manhã, senti meu motor movido à inoportunas indiscrições acionar minhas pain. Entre SNZ ao clássico de George Brenson, fui me testificando de que nothing's gonna change my love for you. I lost myself.
Vi o sol nascer, acordar, e intensificar os pássaros que cantavam desafinos de graves troubles in my mind. I cried!
Eu queria sentir meu coração holding me now... Touching my body.
O lençol aqueceu o peito quente congelado e a canção me fez sorrir. Por alguns segundos senti a magia daquelas sinfonia changing something in meu quarto escuro, agora iluminado pelas seis horas e dois minutos. Bom morning!

domingo, 27 de novembro de 2011

10 centímetros e muito desprazer

10 centímetros de puro desprazer
contagem até 10 para não me despedir
1 história de ironia, piedade
1 doação filantrópica do doador por dó
sem dor, nem espasmos
1 hora e 10 da madrugada
30 minutos de conversa tola
1 minuto de descontração
não, não houve contração
não precisou de uma só dramaticidade
8 centímetros de vazio frio
2 bolebas de brinde
míseros agrados de criança de 3 anos
1 1/2 sorriso de ingratidão
3 horas para um banho reanimador
1 noite inteira de frigidez
e uma vida pra parar de rir ou chorar

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Pela Janela


Em ensaios de resiliências ela descreve suas dores, canta seus medos e debocha de seus amores. Elizabeth, não é mulher comum, tampouco um mito ou exemplo a ser seguido. Não é uma heroína mitológica. Elizabeth é toda a complexidade que constitui o ser humano e te fará rir e chorar... de si mesmo.

Nesta narrativa-performática o ator e poeta fidelense, junto com a direção sensível de Christine Valença, conversa sobre a linda história da menina-mulher Elizabeth. Há quem logo pergunta se trata-se de uma comédia, linguagem característica do ator, mas ele imediatamente responte: "é uma história de vida, assim sendo, tem risos, gargalhadas, histerias, mas também choro, ódio, trama, e é claro, muitas surpresas..."

PELA JANELA: sábado, 10 de dezembro, às 20h no Cine Teatro Jayme Coelho, na cidade de São Fidélis. Ingressos antecipados e limitados na Sete Farma (Av 7 de setembro). Por apenas R$10,oo

Direção e Dramaturgia: Christine Valença e Valdemy Braga
Produção: Kamyli Sota e Juan Fonseca
Arte: Rafael Bressan
Administração teatro: Celson Sousa Santos
Colaboração: Gabriela Bonomo
Produção Executiva: Valdemy Braga

NÃO PERCAM!

APOIO: Sete Farma, Verros Kodak, Hotel Leican, QSP Fórmulas, CCAA, ENA- Escola Nuvem de Algodão, Odontomedicalcenter Clínica Especializada, Pizzaria Luan, Liquigás- Celsinho Dutra, Pizzaria Massa & Cia, Pipoca da Tia Ângela, Simião Vidraçaria e Supermercado Robertão.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Bons sonos

Ele chegou aqui em casa
tomou uns dois copos de cervejas
Fumou um cigarro mentolado
Se irritou com o cheiro do eucalipto no banheiro
Pediu que passasse um café, bem forte
forçou a barra
e deu um sorriso
quebrou a barreira
e gargalhou
voltou-se para si
e me deixou com um sorriso pela metade, mal dito
meteu uma pausa entre a falta de dialogo
e pôs três colheradas de açúcar no café
achou doce demais
e jogou fora
desistiu do café voltou para o fermentado gelado
gelou mais uma vez a comunicação solitária
soltou uns bocejos que estavam perdidos
quando pensei que ouviria outras palavras
estranhamente o vi dormi desajeitado, menino, criança
eu o tapei
com tapas em minha face chorei calada
me deitei em minha cama vazia
lotada de sentimentos insônios
esperei por bons sonos

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Açougue

Um amor de dentro pra fora
Este é o anseio descontrolado de meu peito
Que quando escuta tua voz eu tem vontade de se apaixonar
Tenho o ímpeto de escalar as nuvens gasosas
Um amor sem eira nem beira
Que canto no canto se sala de castigo
Eu queria percorrer as estradas que caminham pra ti
Sem habilitação, queria aprender de mim
Eu vou desconsertar as escadas que te emaculam
Quero qualquer coisa assim sobre você
Das espinhas, das costelas, das vértebras, dos ossos
Já que a carne tua vaidade já saboreou

domingo, 20 de novembro de 2011

Sorte

Só eu sei
O que não sei
O que não sou
O que não serei
Sem ter a sorte
De ser solto
Ser louco
Ser sido salvo
De teu sabor

sábado, 19 de novembro de 2011

História Insana: Se joga

Você não tem que saber da vida o mundo
Não tem que saber do mundo as visões
Deixa o fluxo fluir, o rio dançar, o vento enlouquecer
Você não tem que saber das cores as porções
Não tem que saber das porções os segredos
Deixa a história fluir, o riso desenhar, o tempo se escrever
Você não tem saber do futuro as certezas
Não tem que saber das certezas as dores
Deixa o grito sair, o medo se jogar, o invento surpreender
Você não tem que saber das paixões os amores
Não tem que saber dos amores os ciúmes
Deixa de deixar as gargalhadas
Enfim, deixa de deixar de viver
Se joga

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Eu dancei com Jesus

As palavras que ele foi pronunciando foram aos poucos acalmando aqueles espasmos que me entorpecia a mente. Ele tinha o dom das palavras doce e que em meu peito produziam vida. Era uma voz semelhante à muitos rios, uma avalanche de sentimentalidades de amor, diferente de todos os outros amores que já havia experimentado, ou que já me experimentaram.
Ele atraia pra junto de si, me seduzia com raios de sol e de repente um relâmpago escreveu meu nome no céu. Eu soube que era sonho, até que choveu e um banho de água fria aqueceu meu peito e eu cri novamente em mim, no instante que cria em si. Eu dancei. Eu dancei. Dancei com Jesus.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Trepadeiras

Trepo santo
Trepo o santo
Trepo e canto sem parar

Trepo sério
Trepo quieto
Trepo esperto sem pensar

Trepo a planta trepadeira
Trepo a tia e a vovó

Trepo e fujo
Trepo e mostro
E me estrepo sem tremor

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amores novos platônicos

Não era paixão, afinal ninguém pode se banhar no mesmo rio ao mesmo tempo, mas eu sabia que no fundo de meus olhos o que eu escondia era um fogo diferente revelado em desculpas profissionais.
O que o meu corpo desejava era ser escrevinhado por seu grafite 0,7 milímetro e então naquele A4 em branco debruçar minhas sombras pecaminosas.
Que vontade insaciável eu tinha de morder aqueles lábios vermelhos aveludados. Que vontade eu tinha de me inundar naquelas salivas gosto de laranja gelada, eu queria me refrescar naquelas minúsculas e sensíveis vitaminas e não ser curado deste vírus que me aquece centígrados mil. Que vontade eu tenho!
Eu via em seus olhos a mesma reciprocidade ardente, eu via através de suas lentes a cegueira que o mesmo tinha de suas insinuação. Eu me fazia de besta! Fingia não ler o óbvio, fingia não enxergar os risos. Fingia fugir de si. Fingia fingir pra mim e me preocupava com a próxima desculpa que sem desculpas criaria para trazer pra mim o mais novo platônico amor.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Teu coração como prato principal

Depois de generosas doses de caipirinha ela começou a desafogar suas mágoas e revelar sua dor.
Era uma mulher jovem, aparentemente uns trinta anos, desculpe-me a indelicadeza de revelá-la a idade, mas penso ser importante saber quantas primaveras antecederam aquele inverno frio que a perturbava mesmo num verão escaldante num país tropical.
A tudo eu avistava da mesa ao lado. Parecia inquieta, sufocada por seus próprios cachos que cobriam-lhe o rosto meigo, branco, salpicado com algumas sardas, sensuais sardas de sol. À princípio pensei que se tratava de uma espera, um compromisso que por alguns constrangedor motivo se encontrava atrasado, muito atrasado, mas seu corpo comunicava ao longo do tempo que sofria por na verdade não esperar alguém.
Deus dó de ver moça tão linda no abandono de uns goles de bebidas, mas logo me lembrei da filosofia de minha irmã mais nova: tem muito pouco homem no mercado, e homem, homem de verdade é um produto em quase extinção. Confesso que um enorme sentimento de lhe ser um gentil cavalheiro me roubou o sossego por alguns minutos, ela era linda, porém quando um palma a bunda da cadeira levantei para em sua direção dirigir toda minha parcela de participação nos quase extintos machos existente. Meu deus, falo como se criado em cativeiro eu fosse, se bem, que foi assim que me sentir nos minutos antecedentes, um grande bicho-homem enclausurado em seu ser e medo. Mais uma vez minha irmã acertou: homem tem medo de mulher.
Mas ela não se deteve, e num rompante só de coragem depositou nos ouvidos do garçom todas as suas lamúrias e descontentamento. Fora traída, enganada e abandonada por disse ter dedicado o seu amor e escutado juras de eterna paixão. Num dado momento gritou em voz estridente preferir a morte à possibilidade de escrever os seus dias sem tal infinito amor. Resmungou: eu o amei muito que um dia pensei que poderia amar à mim.
Eu apenas pude ouvir, calado, indefeso, sentia sua aflição tanto quanto sofria com os dias de final de campeonato de futebol. Imaginava que realmente deveria ser a maior dor do mundo, como em final de campeonato não ter uma cerveja gelada na geladeira. Eu podia sentir seu descontentamento. Mas quem mandou amar?
Depois de passados três minutos do início do choro, juro que já comecei a me irritar. Por que mulheres choram tanto. Levam uma vida para se maquiarem, mas se destroem em segundos por tão pouco. Deveriam fazer valer a minha espera.
Bem, como um bom e exume garçom, ele ficou com ouvidos servidos pra tanto derramar de lágrimas. Ela foi se acalmando e logo pediu que a servisse algo para comer. Pediu o melhor da casa. Estava faminta, bêbada, realmente precisava se recuperar. Ele foi ligeiro, doce e categórico, a serviu o seu próprio coração como prato principal. Ela não entendeu a analogia e audácia de lhe servir uma iguaria de qual era dona. E se enfureceu com o mesmo pobre homem que a sustentou carinho e cordialidades.
Gritou enfurecidamente: Se eu quisesse comer o meu coração eu o assaria em casa e o engolia inteiro. Era uma mulher fora de si em meio a tantos choros e ranger de dentes, e prosseguiu o malgrado: Se tivesse pelo menos me servido os rins daquele maldito que a este coração destruiu... Tenho vergonha de todo este amor que o compartilhei sozinha. É bem, sabido que nesta hora houve mais choro, muito mais choros. Mas, gentilmente ele sorriu e poucas palavras soletrou: coma com prazer e sabor inigualável, senhora, e sinta-o pulsar inocente dentro você. Coma e tenha amor por ti.
Bem, eu? Neste momento eu... quase chorei, mas não chorei.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Inevitável quando ha paixão

Jardim sem flores
Flores sem jasmim
Jasmim sem cores
Cores sem carmim

Sem tom, sem dom
sem calor ou paz
Jardim sem cores
São jardins reais

Pra mim são dores
Dores são sem mim
Sem mim não fores
Fores sem o afim

Sem som, sem com
Sem amor ou voz
Pra mim as dores
O amor em nós

domingo, 13 de novembro de 2011

Esquecer

Já não sei separar o que são apenas marcas ou que foi só ilusão
Não sei separar o que foi apenas fatos do que foi coração
Não sei separar o que foram fotos do que foi talvez
Não sei separar o que foi que não foi do que fiz você
Não sei separar você me mim
Teu cheiro de minha pele
Teu nome de meus papos mais descontraídos
Teu gosto de meu paladar
Tua toalha de meu guarda-roupa
Você em minha minha rima pobre
O blasé do foda-se
A raiva do descontentamento
Não sei separar o caos do universo
Não separar-me do chão, do ar
Não sei separar dez de ilusão
Não sei separar as sílabas que constituem: Esquecer

sábado, 12 de novembro de 2011

Valdemypolitano

Eu não vou ficar a mercê dos julgamentos que me qualificam como um pirralho imaturo que nem mesmo se limpar ainda sabe. Não vou permitir intrusos interpretarem meu mundo que apenas eu habito. Não será construído em mim nações predadoras e exploradoras. Não vou.
Hoje transitei entre a dor e a alegria de reencontrar a beleza que me desbota o riso. Hoje vi pássaros verdes colorirem meu céu de esperança que em sua tumba descansava enfraquecida. Hoje eu vi você, como um céu azulado escuro abraçado por brancas nuvens que te aquecem o peito. Vi em teus olhos um sol florescer em minhas entranhas e desabrochar antigos botões de sentimentalidades. Louvado seja o santo que em seu escapulário estendia pra mim o perfume de teu corpo, ele servia como em santa ceia o teu sangue perfumado por águas florais, aquáticas e frescas, me inspirando liberdade, juventude e desequilíbrio por amor pela vida. A fragrância que nunca me esqueci, nunca confundi, nunca abandonei. Teu cheiro era em minha solidão o Cristo que na curvatura de tua coluna vertebral eu vi sacrificar o seu amor. Apenas por amar você!
Eu poderia conferir aos astros ou magos o discernir de minhas dores, mas somente você num sorriso de repente me descobriria as flores. Posso jurar o ódio, mas reconheço no meu pavor e indiferença toda natureza que em meu peito rumina vida por você. Posso jurar em nome dos deuses ou dos anciões, mas quando eu falar em minha língua verá em ti o amor mais lindo ressoar outra vez.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Um amor proporcional aos músculos I

Um rapaz jovem, de menos que vinte anos, alto, loiro, olhos claros, musculoso e másculo. O tipo homem nobre da Zona Sul carioca. Típico desejado por muitas mulheres. Um real cafajeste e canalha, um romântico enrustido em pele de lobo.
Nossa conversa começou como uma simples troca de vantagens sobre o universo feminino, conquistas, defraudações e seduções, conduzidas num jogo desigual e subumano, terminando em grandes confidências de fraqueza, medo e paixões.
Por detrás de todo grande homem, existe um enorme amor enclausurado. Seja pela sociedade, sexualidade ou gênero, ou pelo ego que se infra em bombeamentos sanguíneos em cilindros sociais. O homem pensa com a cabeça que conduz o seu prazer. Verdade?
Me senti maravilhado vendo que em seus olhos as mais bem-estabelecidas normas de condutas masculinas estavam sendo destruídas em cada rompante de curiosidade e desvendar de seus medos. Ele era velho de mais pra despojar de seus preconceitos, ou mesmo conceitos sobre o mundo,já era homem o menino demais para chorar ou ensaiar radicais mudanças, o jeito era se afinar com o medo e dançar conforme a dança.
Chegou ser engraçado quando ele me disse que o que procurava era qualquer coisa além de um jogo, eu ri. Sim, eu ri, pois bem sabíamos que todos vivíamos um jogo social de sedução e investidas, neste jogo ganha quem joga melhor e ele sabia que arma usar e fazia propaganda de ser craque no manuseio, sem pudor, sem vergonha e com prazer. Minhas bochechas rosaram. Imaginem, eu fiquei acanhado de ouvir sórdidos comentários, mas prossegui perguntando: Onde quer chegar? Mas uma vez ele foi direto: O que ela quer de mim? Eu franzi a testa, já que não consigo levantar uma sobrancelha e abaixar a outra e indaguei: Ela quem?
Tive que voltar um pouco no procedimento da conversa, ele já havia mencionado uma garota que havia ficado semanas passadas e que segundo ele, saqueou o seu coração. Verdade, este homenzarrão estava de quatro, apaixonado...
Querem saber como procedeu a história? Esperem pelo nosso próximo café de segunda-feira...

[CONTINUA]

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ah, manda você via sedex

Ela é aquela moleca que usa chá de erva doce pra curar dor de amor
Faz frase meia-dita e já desenha a sua história
Usa sorrisos educados em estampados blasé
Só ama quem conhece a nobreza de ter estilo de se conhecer
Soletrar o seu nome me faz roubá-la pra onde estou
Ah, manda aquele beijinho pra mim molhado de gloss
Ah, manda aquele abraço gostoso que só pra nós
O mundo parou pra ouvir valer loucuras sem demora
Vem, só eu e você em nós
Risadas, tonteiras e contos furados deslaça sempre
Camisa, par de meias, um terno antigo aperta e rejuvenesce
Não importam a costura ou a marca fina para si, tem sua própria grife
Se veste de finos declínios de ousadias sem fim
Roupa velha de brechó pra alinhar o esqueleto fashion
Moda sem modos nas ruas afrontando o perfeito
Guarda-roura sem reservas revirando o seu viver desarrumado
É linda, louca, é tudo nela e só
Ah, manda estes risos entre os ombros tomar no cu
Ah, manda este rio vazio ficar mais perto de Bauru
Ou vem pra cá pro teu preto, eu
Chá e biscoito com carinho e então o céu pra nós
Ah, manda você via sedex pra mim
Ah, manda você o que quer de mim

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pedidos perdidos

Eu não te pedi pra ser eu
Tampouco pra viver de mim
Na verdade te pedi apenas você
De começo, meio e fim
Não fala nada, silêncio
Dê-me um tempo pra digerir o caos
Por favor, a paz
Afaste-se, mas ainda não se vá
Eu quero você, você
Mas onde você se perdeu de mim
Deixa tudo assim como está
Sem maquiagens, sem as tinturas de cabelos
Sem o esmalte nas unhas curtas
Deixa o seu cheiro te perfumar
Por mim
Eu não me importo com as rugas
Sei que são por elas que escorrem suas lágrimas
São por elas que escorrem teu excesso de amor
Por mim
Eu confio em teu amor
Confio no meu peito
Apenas desconfio do mar que apaga o teu nome nas areias finas
Não, não diga nada, meu amor
Apenas ouça o que nunca te direi em palavras
Leia os meus olhos nos clichés das rimas
Leia as minhas saudades, minhas mentiras, meus motivos
Veja, meu bem, o sol saiu para nós dois
Veio trazer às minhas juras um brilho real
Pois na realidade minha realeza são sonhos
Que em noite e dia se completam à sós
Mentiras e juras se formulam em nosso corpo sem descanso
Eu não te clamei por verdades
Nem clavei mentiras em teu peito
Despeitado menti os sentimentos
Racionalizei os risos
Rabisquei os calafrios meninos
Na verdade nem sei o que pedi pra mim
Na mentira de mim te perdi no sei
Por mim

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ela e o seu namorado ela

Ela sabia que tinha um certo estranho dom nas escolhas de seus namorados, tinha a dádiva do dedo podre. Não sabia escolher e desta vez fez diferente escolha, optou por ter ao seu lado uma gazela saltitante, ou melhor, uma quase mulher. Se é que pode-se dizer assim, pois ele aos meus olhos parecia ser tão quanto ou mais mulher que ela.

Sem tempo pra tempo perder

Você tem em mim o mesmo valor de teu desprezo e indiferença.
Você tem em mim a vida que sacrificou pela liberdade de viver e ser você em suas ingênuas práticas de egoísmo.
E quem nunca na vida parou para se perguntar o por que de apaixonado de estar por quem nem calor nos olhos tem por si? Muitas vezes critiquei e impliquei o meu amor em minhas indagações, mas hoje ensaio saliente e orgânico a pauta de saber que paixão, ao até mesmo amor é um artifício a mercê do tempo que urge e ruge ao seu tempo de masturbação. O tempo não pára para ouvir minha voz e clamor em prantos de choros, o tempo não avança para amenizar minha dor, o tempo não dá tempo pra nós. O tempo nos rouba em seu tempo, sem tempo para perder. É nesse tempo que vivemos solitários.
É sempre assim, somos traídos por nós mesmos e nossas expectativas e culpamos o outro por defraudado nos ter, mas espere um momento, quem é o próximo para ordenar as minhas emoções? Não posso crer que viverei algumas poucas dezenas de ano na diretriz de uma sensação ou outra. E ainda há os que dizem: Foi Deus quem mandou ou te sonhou pra mim.
Não, este último comentário chega até ser engraçado! Deus está tão recalcado por sua paixão por nós que se refaz em prazer sexual nas madrugadas de seu sonho conosco, meros mortais. Deus e o Diabo, realmente não devem ter nada de interessante para farem. O ser humano e seu umbigo são os seus maiores gozos e satisfações.
Pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus por ele mesmo. Muita audácia em pensar que as duas maiores forças do universo não tenha mais nada pra fazer e criar que não gire em torno de nosso baricentro. Será que não há no céu uma anja linda ou no inferno uma quenga fogosa para os distrair? Se bem, que acho que Deus preferiria a quenga, ele tem cara de gostar de diversões maiores. (Risos)
Mas voltando ao eixo da questão, eu sei que jurei que você seria o grande amor de minha vida, e foi. Até o dia que descobri que ainda podia respirar e se eu respiro, sempre um grande amor pode acontecer e me surpreender. Sem menosprezos ou recalques, na mente eu até carrego um cemitério de emoções, mas no corpo nem minhas paixões são tatuadas e digamos que você tenha sido uma marca que cicatrizou sem graves rememorar. O que passou passou em e seu tempo e se me der um tempo, preciso ir, não tempo pra tempo perder.

domingo, 6 de novembro de 2011

História Insana: Em meu peito. Em meu túmulo.

Eu escrevo isso numa língua que sei que você não sabe ler. Escrevo numa língua que domino. Escrevo assim porque sei que também que você nunca irá ler isto. Escrevo porque sinto que você não vai mais voltar. Escrevo porque nos perdemos. Por que te perdi. Por que você se perdeu de mim. Não sei mais onde você está no mundo. Te procuro, com vergonha, e não te acho. Dou meu jeito para que você saiba de mim. Mas eu não sei de você. Não era assim que eu sentia antes. Será que sempre foi assim e eu não vi? Será que minhas prioridades mudaram na vida? Eu te amo. Eu amo aquela pessoa que eu conheci e que perdi. Eu amo quem eu voltei a ver e não tive. Eu amo e por isto não insisti para que você permanecesse aqui, em mim. Não sei se voltarei, a vê-lo, não importa agora. Não tenho mais esperança nisto, corro longe de te encontrar. Corro para onde acho que você não está. Tenho tanto medo do que vou sentir se te ver de novo . Tenho medo de te encontrar com outra pessoa, outro amor, outro eu e então ter que em mim admitir que você ainda é em mim você. O tempo passa, a vida anda, mas o coração anda mais lento que o mundo que o cerca em multidões vazias. O coração é analógico, ancestral e gosta de reviver os momentos de épocas de ouro sentimentais. É um distúrbio dessincronizado em mim. No meu corpo já tem tempo que não te tenho, pode ser que o meu coração seja vencido por ele. Pode ser que o meu coração se descompasse e se atrapalhe em seu ritmo natural e só cante teu nome em afinações chorosas. Mas ainda não. Não consigo deixar ser tocada. Ainda dói. O toque, qualquer toque, qualquer suspiro profundo ou olhar impetuoso faz o meu coração chorar. Ah, na verdade, já nem choro. As lágrimas secaram em minha dor que brota como manancial de oceanos vivos. Eu choro com dor fina e contínua, é falta de você. Fina e aguda, que está se acabando. Eu sei disso. Sei que logo vou te esquecer no corpo e relembrar em lapsos no coração. A dor de não te ter será substituída por lembranças e só. Só. Não quero as dores do desejo de sair de casa à procura de teu cheiro e voltar cabisbaixa e queixo enterrado no peito. Quero você, enterrado em mim e te procurar em minhas dores que relembram cores. Sairei de mim mesma e em meu peito depositarei flores pra você.

Igreja de Cristo? Um amor que morre e não ressuscita

Com sobriedade e tristeza que esboço no negro destes caracteres a dor que povoa o meu peito e mente nesta manhã de domingo. Isto, neste domingo, o dia em que, como cristãos, comemoramos a ressurreição de Cristo Jesus. Lembrança remota de amor!
Não quero fazer do INSANIDADES DE VALDEMY uma válvula de escape de meus refluxos, mas quero me apresentar aos meus Insanos e Insanas sem a máscara da proteção da arte e magia cênica e expor minha humano-frustração com o rumo que tem tomado a Igreja de Cristo em nosso cotidiano.
Me sinto, sim, na tranquilidade em falar sobre isto, eu vivi, vivo e minha escolha constante é por Cristo, mas afirmo meu repúdio, abominação e discrepâncias por religiosidades! O que creio é num cristianismo revelado no amor de Cristo de vir ao mundo e viver como homem, apenas para me ensinar e motivar a ser capaz.
Como muitos sabem, cresci num lar evangélico e neste universo religioso me dediquei ao ponto de dedicar aproximados três anos de minha vida para viver integralmente no exercício deste ministério, mas eventualidade aconteceram e novos rumos a vida traçou, mas os mesmos não rabiscaram a imagem que tenho de Deus, tampouco minha conduta em relação ao meu credo, mas confesso que me vi liberto da cosmovisão e paradigma que fui como cavalo adestrado ensinado por lideranças, das quais até me orgulho e expresso gratidão, por bem ou por mal elas contribuíram para eu ser quem sou hoje, e como eu já disse certa vez, me deram alguns limões azedos na vida, mas minha escolha seria de as mesmas oferecer uma deliciosa e gelada limonada em dias quentes e infernais. Eu aprendi com a vida e com minhas perdas, dentre elas a perda de meu pai, a conhecer à Deus por mim mesmo. Foi ele quem absorveu, absorve e carrega minha dores e medos. É a Deus que presto culto e louvor, na prática de uma adoraçao como estilo de vida, meu pessoal e fashion estilho de vida que só comporta à mim como Valdemy. Vocês não poderiam, ou ao menos conseguiria viver minha vida em meu lugar. No palco da vida a arte é diferente. Não tomo seus paradigmas e moldes como estatutos de auto-julgamento, nem para julgar o meu próximo, pois a eles devo amor.
Eu sei que não preciso me auto-afirmar em minhas escolhas de vida, mas me doe saber que em pleno século XXI, com todas suas dores e abusos, fome, corrupção, existam pessoas que se importam com um par de taças de vinho ou risos entre amigos que não professem minha fé. Eu me embriago do vinho. E não me embriago do sangue dos sonhos e vida de meus irmãos. Quem nunca cometeu pecado que atire a primeira pedra. Quem?
A Bíblia Sagrada no livro de Jó, capítulo 9 verso 14, nos diz que há esperança para árvore que ainda cortada, seca, morta, aos cheiros das águas brotará, como planta nova florescerá em ramos novos e frutos que vivem e multiplicam-se. Ainda á esperança e vida pra mim e para o Cristianismo. Louvado seja teu nome, Deus!
Não entendo, a Bíblia também denomina como bom pastor aquele que dá a sua vida por suas ovelhas, mas o que vejo é pastor ordenando ovelhas numa ligação via celular oferecer a outra perdida no aprisco a exclusão da própria vida. E ninguém tem mais amor do que dar sua própria vida por seus amigos. E eles oferecem a morte e ruptura. Brasa separada consegue sustentar o fogo? Não. Melhor sermos dois a sermos um?
Eu não julgo, apenas não entendo, como criança inocente que precisa do colo do pai. Acho que estamos trocando o coração pelo egocentrismo do umbigo. Talvez eu deveria neste instante, dar um foda-se, mas seria mais um pecado à me importar, o falar de palavras torpes. As palavras torpes são, de fato, mais ásperas e pecaminosas que as palavras que semeiam morte, julgamento e condenação.
O seus preconceitos e julgamentos não me trazem vida, mas confesso que as águas de tuas lágrimas em oração honesta por minha vida me tangeriam o coração e no meu espírito produziria vida.
E eu ainda me culpo, por ver em mim a morte de um amor que outrora senti e escolhi por vocês, meus irmãos. Irmãos? Sonoridade estranha. Eu já não sei orar por eles, Deus. Perdoe-me.
Perdoe-no, Pai, eles ainda não aprenderam, não sabem o que fazem.

Carta vermelha

Um amor quando se é simples em si mesmo é necessário ter muito mais que belas mágoas para riscar suas cores. Na realidade um amor quando é simples em si mesmo se faz desnecessário das cores que colorem o brilho ou enfeitam os ais. Amor quando é amor verdadeiro se refaz das dores, nos choros e lástimas.
Claro que não ensaio masoquismos em minhas declarações, apenas trago os eixos que suplantaram minhas foto-realidades por ti. Eu que te amei no inverno e verão, no rancor e na paixão, no amor e nas saudades. Eu que simplesmente fui estúpido.
Seria estúpido, sim, negar os sangues que derramei por você, seria estúpido dizer que não foi por estas mesmas sentimentalidades que me fariam sangrar mais uma vez, que chorei flores. Afff, pois como uma vez eu disse: te amo com um amor incondicional, um amor unilateral, um amor que simplesmente amo viver. Por que tanto amor para uma única pessoa?
Eu queria uma dose a menos deste amor que me embriaga, queria uma dose a menos de teu ópio que me desnorteia, queria teu sul, meu chão, pois neste jogo já risquei e rabisquei minha carta branca, ficou-me então a vermelha e não era vermelho de paixão.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Segredos das coisas

Eu poderia jurar que acreditava que aquela camisa era vermelha, mas aos meus olhos era mais azul que tingimento do céu. Eu não queria contrariedades.Não daquela vez. O meu desejo era apenas por curtir aquela companhia agradável que a presença física dele gratificava à ausência que sua presença diariamente me trazia. Queria apenas ser grato e não desperdiçar alegrias, queria recordar vida e risos. Eu sei que não poderia fingir de mim aqueles tantos sentimentos que iludiam os meus olhos. Como eu ansiava por paz! Eu sabia que os meses que se passaram sentenciaram as decisões que temia fazer e sem fazer fiz. Como eu queria ver vida! Eu sabia que a tranquilidade de meu azul já era tingida por um vermelho cor de sangue, cor de perda, cor de morte. Eu sabia que um dia realmente havíamos existido, mas as coisas na vida têm o seu começo, meio e muitas tais o seu fim, no neste caso o fim foi meu e eu nem compreendi, mas o colori com toda a imensidão e segredos que só o mar não sabe contar.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Lá não existe mais

Eu suspirei três vezes três antes de responder a cada uma de suas farpas. Eu precisava me salientar se estava de fato ouvindo aquelas palavras ou eram as minhas cognições desconexas que as fantasiam submergidas pelo caos incongruente que suplantava hoje o meu dia os fonemas que de seus dedos ressoavam tons agridoces a la amargo. Mas eram verdadeiras as tuas acusações. Verídicas no sentido que eu as ouvia bem. Originais por que eram sua sentimentalidade que as produziam inocente e egoísta. Eu as respeitei como se fossem nobres que visitavam o meu reino simples. Eram bem vindas as suas indagações, tão como foi bem vindo o seu adeus.
Quando eu pensei ter perdido o meu pai eu chorei muito. Copiosamente. Como nunca houvera imaginado que um dia haveria de chorar. Naveguei em mim mares em turbulências, agitos, gritos, desespero, naufrágio, vazio. Hoje eu ainda choro por minhas dores, mas na experiência ter "sobre-vivido" a dores maiores. Hoje eu ainda amo, e muito, mas no gosto de não crer nas mortes.Celebro a eternidade das lembranças, esperanças e crianças em mim. Minha vida tem sabor de juventude, tem paladar de renascer. E é por isto que deixo os meus ais irem e os meus risos voltarem! Deixo o vento os levar pra lá longe e de lá trazer os brilhos das belas cores. É do que vem de lá que me alimento. É do que vem de lá que não deixo sair. E quando chega aqui é todinho meu.
Sei que me julgas por suas diretrizes de padrão de lealdade, mas nem a hierofania me roubaria o dom de crer e viver como o vento que traz o teu cheiro e me leva pra lá e pra cá, mesmo quando engatinhando aprendo a crer que lá não existe mais.

domingo, 16 de outubro de 2011

Ponto final

Eu não queria ferir você
Eu não queria querer você assim
Mas tente me entender
Sou porra louca
Eu sou mesmo assim
Estranha, distante, sem mim

Eu não queria beber você
O que eu queria era fujir de ti
E as palavras conter
Finjir ser bela, ser legal enfim
Estranha, distante, em ti

Se bebo perco o juízo
E as palavras refluxam o ar
Então me olhe. Insisto
Melhor que me ouça
Ou então vou gritar
Estranha, e fora de mim

Se bebo perco a cabeça
E os beijos se sujam no ar
Antes que você me esqueça
E o inferno te toma o lugar
aquecendo a fúria em mim
Distante, mais longe de ti

Se bebo perco a fineza
E as putas que te fazem gozar
Maquiada finjo a beleza
Da dor de teus lábios afastar
Estranha, distante de nós
Eu conto e afasto os lençóis
E um ponto remarca o à sós
Hoje de manhã o sol surgiu e os seus raios me fizeram lembrar você. Já tinha tanto tempo que não me recordava de seu nome, lembro-me da última vez que aconteceu. Foi na noite de ontem quando o vento dos movimentos do balanço soprou o teu nome por entre suas correntes, mas logo me esqueci. E eu balanguei a noite inteira.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Se não existe o presente, que agora mesmo já se presencia no passado, por que você me presenteia hoje este sentimento que não passa com os dias?
Acordo todas as manhãs com a presença de tua ausência que mesmo embora que eu queira que se vá, não quero que vá embora. Esta dor fina e profundo escreve em meus minutos o teu nome como um mantra. Compõe um poema de saudades que imperam em meu peito diretamente proporcional ao sentimento do que nunca nada existiu. Eu, sempre pego pela nostalgia do que nunca foi. E se foi sem despedida nem palavras de conforto.
Nesta hora o que maquia minha face tristonha, são os carinhos que minhas palavras produzem em meus amigos ao lerem meus textos, sacramentando-os como mero frutos de minha imaginação. Mas árvore morta não produz frutos. É morta! Mas em uma parte eu ainda vivo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Orgânico amor

Um amor de dentro pra fora
Este é o anseio descontrolado de meu peito
Que quando escuta tua voz tem vontade de se apaixonar
Que tem o ímpeto de escalar as nuvens
E roubar o seu azul que colori o mar,
Seu sopro que agita as ondas
Sua liberdade em ser paz aquecida pelo sol
Um amor sem eira nem beira
É o que queria meu sangue se entorpecer
E viver na procura aflita de teu cheiro reter e viver em tua bebida
Ser tua água, teu pão, teu alimento
E por apenas um momento ser o tempo que você desejou
Eu queria percorrer as estradas que caminham pra ti
Desconsertar as escadas que te afastam de mim
Queria por inteiro você
Com as flores, com as dores
Com os mitos, com os gritos
Com o credo, com o medo
Quero qualquer coisa assim sobre você
As espinhas, costelas, vértebras
Rins, fígado, veias, músculos
Quero o teu coração bombeando meu nome
Quero teu pulmão respirando meu ar
Tua mente decorando minhas sílabas
Teu nome, sobrenome, apelido
Quero tua morte e tua vida em mim

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Eutanásia

Confesso que uma lágrima rolou em meu rosto nesta tarde. Ela não era salgada, era amarga e fria, carregada por sentimentalidades do mais íntimo de minha paz.
Eu senti alegria e dor. Felicidades e tristezas trançaram em meu peito suas tramas e sem dramas, sem mais nem menos vi romper o vento entre nós e nos despedimos no blasé do ignorar. Suicidamos-nos um ao outro, assassinamos o beijo, o abraço, respeito e todas as mais sublimes afetividades simples. Você prosseguiu, sorriu prum João alguém. E eu?
Ah, eu sepultei-me em mim e fiz flor em couve para alegrar o meu ar. Comi seco o meu doce predileto, no reclamar de está horrível, mas eram os meus lábios que amargavam fel.
Te mandei embora, embora não quisesse que fosse.
Te deixei deixar as mágoas, mas eram os sorrisos que esperava.
Te fiquei sorrindo, mas eram medos que em meu peito ardia feroz.
Te permiti voar.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Passarinho livre em si

Eu não te quis pesado
Te quis livre em teus vôos
Entre os sóis congelados
Entre os versos de amor

Não te prendi em meus versos
Te escrevi para viver em mim
Sem o Cristo nos terços
Sem começo, meio e fim

Eu não te cri imaculado
Te fiz inocente em teus sous
Dentre o nós enforcado
Dentre espinhos e flor

Não te prendi em meus gostos
Te escrevi pra morrer em mim
Sem Cristo nos santos postos
Sem remorço, freio e mim

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Coisas que nunca encontrei respostas

A minha longa vida sempre foi marcada por questionamentos e dúvidas em relação aos mais variados assuntos. Já cheguei à graça do entendimento de saber que somos como seres humanos, pessoas sugestionadas à mutação, mudança de mente e hábitos, mas ainda sim, me encontro por horas no lugar de Zequinha, aquela criança-adolescente do seriado brasileiro, Castelo Rá-tim-bum, que entre muitos por quês desenhava as assimetrias que produziam lacunas em sua cognição, mas por que? Por que? E sempre um adulto sábio e experiente retrucava impaciente -Por que sim.- Mas por que sim, não é resposta.
Estou rindo sozinho aqui, só pensando no mundo de perguntas que já fiz ao meu pai, rs! A mais comum, aquela que todas as crianças fazem foi: Mas como eu fui feito? Como eu nasci? A resposta veio com toda maior tranquilidade e sutileza: Ah, para te fazer papai teve que se deitar com a tua mãe... Resultado, nunca mais permitir uma pessoa se deitar ao meu lado. Não sou normal, eu cresci também pensando que beijo na boca engravidava, sim, é estúpido, eu sei, mas naquela época eu não sabia, embora discrepantemente nunca tenha acreditado no Papai Noel.
Tantas coisas que nos ensinam e nos modelam de acordo à valores e pretensões que somente à estes mesmos paradigmas competem interesse. Mas então vem a vida e suas experiências e nos permite um pingo em alguns "i's" desenhar e um leve sentimento de liberdade nos ocorrer, mas o conhecimento nos aprisiona em nós mesmos, nos antissociabiliza e nem sempre podemos voltar à trás.
Religião? Eis um assunto do qual nunca encontrarei respostas. Francamente me remete o entendimento de ser a maior estupidez criada pela espécie humana. O que nos religa a religião? Ela só nos segrega e afasta. E eu não falo apenas em relação ao próximo, mas tomo como partida de meu próprio eu. Como posso amar ao meu próximo como à mim mesmo se o meu eu deve ser morto a cada dia como princípio de efetivamente seguir um credo? Credo em cruz! Estaria ai uma boa justificativa para uma chacina, eu mato você assim como eu mato à mim mesmo. Não acompanho!
Há uns anos atrás um adolescente me procurou pra conversar. Tinha completado suas quinze primaveras e sentia desesperadamente os seus hormônios pulsarem salientes em seu sangue. Um abraço era suficiente para sentir um Everest rugir em meio seus sustentáculos de locomoção, ou em metáfora mais adequada, sentia um Mauna Loa cuspir feroz e descontrolado suas lavas por entre sua cueca apertada.
E era exatamente sobre os vulcões que ele queria conversar. Como controlá-los? Em que pensar? O coitado havia sido orientado por uma pessoal liderança religiosa à correr, isto correr, running, jogging, cada vez que sentisse o tremor de suas placas tectônicas se chocarem, mas chocado fiquei eu ao saber que em pleno século XXI provocar e descobrir minhas erupções solitárias era pecado. -Deus criou o sexo para o homem e para a mulher e não para o prazer solitário.- Meu Deus, mas se eu não conhecer o meu prazer, como permitirei o meu próximo se encontrar comigo em momentos de prazer e volúpias? Não deveria ser aplicado ai o ao próximo como a si mesmo? Está na hora de deixarmos de abraçar o cadáver de uma cultura de fé e cultivá-la numa nova perspectiva.A de diálogo.
Este menino cresceu e hoje aos seus dezessete anos e em vida vulcânica ativa se condena amargurado por macular suas mãos perante deus. Na verdade ele ainda não desbravou suas matas virgens, mas por diversas vezes matou sua vontade de ver o corpo de sua namoradinha despido das convenções culturais e sociais e em toques delicados e curiosos, como de um historiador foi descobrindo nele o seu sexo in maturação. Nunca entendi o por que posso tocar a face de alguém, posso ver seus olhos, mas o nu ser proibido como pecado, sujeira e despudor. Me sinto um lixo, às vezes.
Este rapaz me disse em nossa última conversa que está apaixonado, como se isto mudasse todo o curso de sua história. Estupidez! O que seria a paixão senão um derramar de dejetos em substâncias orgânicas-hormonais em nosso sangue? Assim como a adrenalina, endorfina ou ocitocina. Orgânicamente falando uma hora o nosso cérebro deixa de nosso sangue poluir, por isso deixamos de apaixonado estar assim como uma roupa mudamos? Não. A paixão não se explica em palavras, mas se vive. Se joga, amigo! Seriam estas palavras que eu ouviria sem um pingo esforço de pensar. Cliché por demais. O que ele na verdade quer é descobrir o seu vulcão e isto não é mau, é de humano pra humano, de animal pra animal. É de vida, porra!
Mas eu disse: O que você quer é comer esta garota. Mas então fiquei a imaginar: Por que é o homem que come a mulher,na prática sexual se visivelmente é a vagina que engole, come o pênis e ainda é submersa por líquidos, fluídos, salivas?
Quase que eu não escrevi isto. Ou escrevi de uma forma mais rebuscada, polida, poética, mas pensei, por que não posso falar abertamente sobre sexo se somos todos com excessão de Adão e Eva provenientes de uma ato sexual? É, o meu, o teu, o nosso pai e mamãe transaram para que pudéssemos ser concebidos. Até teus pais fizeram sexo um dia na vida.
O sexo deve ter uma importância imensa pra deus e eu fico a me imaginar: Será que deus já transou um dia na vida? Sim, eu sei que os deuses mitológicos adoravam, melhor gostavam, por que adorar só a deus. Enfim, os deuses mitológicos curtiam uma boa transa. Zeus que o diga! Este como curtiu... um deus Facebook com uma lista de muitas amigas e amigos, diga-se de passagem! Mas e o deus Judaico-Cristão? Nunca li em seu livro um comentário que ele tenha dado uma fugidinha, rapidinha, ou pego em uma das esquinas das nuvens ou nas cozinhas de seu tabernáculo. Mas eu vou perguntar isto a ele quando eu chegar no céu, por que pelo menos para o meu julgamento final eu passarei por lá. Mas se for pra ficar só cantando eu vou preferir descer ao Hades, mais quentinho, sempre tem festa, bons vinhos e muitas mulheres e homens disponíveis. Eu não nasci pra viver só cantando pra toda eternidade, né?
Será que estou sendo muito pós-moderno ou pós-contemporâneo?
Temos o livre arbítrio, mas se não fizermos em exatidão o que de nós deus espera, sofreremos amargamente a consequência do castigo dos céus. Onde entra liberdade nisto? Desenha, por favor.
Gente, uma vida saudável e ponderada é estressante por demais. Por isto amo as mulheres, nunca estão satisfeitas com nada, sempre tem uma gordurinha, pneuzinho, estrias, celulites, sempre em volta a acessórios plásticos que as travestem em perfeições. São os travestis as mulheres perfeitas, sinceramente. Quem nunca viu um traveco na rua e comentou: Perfeita, até parece mulher!
Um amigo recém casado estava estes dias comentando de seus desencontros com sua mulher. Sempre a elogia, mas nunca estão perfeitas e quando ele diz ensandecidamente que tem algum erro em sua produção ela se transforma num grande monstro e ele jura que a teme. Estas eram suas palavras: Eu nunca entendo minha mulher. Quando é sim é não e quando é não é talvez!
Eu sentenciei que no dia em que ele a compreender poderá se definir publicamente gay, é, apenas um gay pode entender uma mulher, o gay ele transita entre os dois universos, ele é homem e é mulher, está no meio do caminho e não no meio do muro. Uma questão de sensibilidade e perspicácia natural de gênero e sexo.
Eu também já me perguntei o por que me permito ser bombardeado por tantas perguntas, mas isto eu também não sei e nem encontrei respostas. Alguém se habilita avaliar?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Adeus numa nota só

Com eira e beira eu vi as suas raízes serem desarraigadas de minhas terras. Com razão e por que eu vi suas lembranças serem esquecidas em minhas conversas. Sem dor nem calafrios eu vivi o seu amor se extinguir em mim. Neste dia eu cantei aquela nossa canção, aquela trilha de nossos passeios e ela tinha som, tinha melodia, tinha poesia, tem emoção, mas sem percussão orgânica era apenas tino vazio pelo ar, era música sem ar, era poesia sem você. Enfim, eu pude deixar de amar ou me perguntar se um dia amei.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Papo sério

De papo sério eu vim de lá
Pra te esperar chegar, amor
Por que você não veio?

Vestida em rosas brancas
Ruas a perfumar de amor
Teci meu corpo inteiro

Pra te encantar cheguei
Os olhos adornei
Desenhei nas íris teu beijar

Pra te beijar, meu bem
Os lábios adocei
Lambuzei das ervas do pomar

Vem então
Não fuja do coral
Nem sai na lateral
O papo é reto, é sério e sem caô

Se joga então
Nos braços infernal
Sem pompa social
Não fale. Cale-me a boca com amor

E eu vou ao céu infernizar teu deus
Coloro o céu de rubro sangue e meus amores
Em fogo incendental

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Era um marco

Nunca o vi gargalhar como daquela forma. Não sei se conseguiria me entender, mas era como se estivessem chacoalhando as ondas nas pedras do mirante. O seu riso era som de muitas águas e isto me contagiava. Eu sentia me encharcar pelas gotículas e suas maresias me corroíam os ossos desfazendo minhas estruturas emocionais. Enquanto ríamos, Marco chorava suas dores. Sentia suas flores florescerem em despedidas repentinas e afiadas. O coitado havia rido um corcovado semanas anteriores, estava sentido-se como rei. Valente menino na comemoração de um primeiro coração ter conquistado. Mas eram mais quisto o umbigos ao coração sincero, amigo, carinho. Duraram pouco seus risos e logo se estabeleceram os cisos no desapaixonar.
Eu não sabia se me banhava nos sais daqueles sorrisos ou contemplava o juízo que se construía menino em Marco. Eu poderia rir, festejar e fazer de conta que o sofrimento era apenas uma ponta de meu prezar, mas poderia escolher pesar a consciência e sentir que o meu mundo também não era assim tão jardim em risos de flores. Nesta hora eu senti um feixe de águas salgadas deslizarem em meu rosto e ele marcou minha emoção e sentir ser feliz.
Era um marco. Era um mar. Era um amor. Era um menino. Era um menino que voltaria a sorrir amanhã e isto me marcaria outra vez o amor.

Quando Cândida amou

Foram cinco cigarros, duas tequilas, uma taça de vinho e algumas cervejas. Se embriagou do álcool e das nicotinas, mas não sentiu o vazio de seu peito ser preenchido. Chorou sozinha.
O seu mundo girou, perambulou e ela caiu na sarjeta das ruas da cidade de cima. Esta mais perto de deus, mas ele não tinha os seus ouvidos atentos aos seus gritos estridentes.
O sol escondeu os seus filhos dela. A lua ocultou de seu dragão o fogo. Até as nuvens dissiparam suas sombras. Eram dias de chuvas e ventos, seca e frio. Eram dias de estações fora de estação.
Cândida tinha o dom da solidão, do grito, do medo, das dores. Cândida tinha o dom nobre de amar. E Cândida amou.

domingo, 4 de setembro de 2011

Um macular de um belo poema

"Salve terra fidelense jóia rica do Brasil"... deste verso se inspirou o meu coração na tentativa de entender o acontecido nesta madrugada em minha bela Igreja Matriz.
Queria fazer deste hino uma prece, um pedido pra que Deus salve a jóia rica de São Fidélis... que não são os poemas, as belas montanhas e cachoeiras, tampouco a própria Matriz, mas os próprios fidelenses que a esta beleza e encanto traz vida, sangue e riqueza. Clamo hoje pra que Deus nos ensine como cidadãos do reino e do município, honrarmos nossa raíz, nossa essência, aquilo que de belo temos e por Ele mesmo foi dado.
Não sou católico, mas sou homem, humano, fidelense e cristão. O acontecido faz o meu coração sangrar, mas não por um partidarismo religioso, mas por uma dor de se entender numa estrutura desrespeitosa, vandalista, e medíocre.
Juramos São Fidélis como cidade de cabeça de porco enterrada, mas nos portamos às vezes como cabeça de porco enterrada no centro do próprio ego, vazio e estupidez, umbigo. Me desculpem, mas tenho anseio por um vômito de emoções e indignação. Inaceitável!
Moramos na cidade poema e nossas construções poéticas são injúrias, falta de fé num futuro próspero, preconceito, maledicências e agora a volta do vandalismo.
Estou até agora tentando digerir o acontecido. Podem sim quebrar as imagens, sujar as portas do templo, ridicularizarem com baixos risos este credo, mas não podem calar a boca de Deus, tampouco cegar os seus olhos. Ali se encontram pessoas que clamam por amor e paz e ainda sim, quando eles se calarem, clamarão as pedras. Lamentável desrespeito. Mas para os vândalos fica o meu último post no Fabebook... Lei da semeadura... E que Deus faça-se transbordar em sol e chuva em suas vidas, fazendo as sementes de suas atitude brotar e florescer.... E então quero ver vocês clamarem por misericórdia. Quando isto acontecer, podem bater a porta pixada da Matriz e os amados que lá congregam com amor e caridade os receberão........ "Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos aqueles que nos tem ofendido... amém."

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cavalgadas do cavalo do príncipe desencantado (continuação I)

Mas não poderia ser eterno o silêncio de Brigitte e em treze minutos e meio passados as lágrimas começaram a cair. Eram chacoalhadas pelos gemidos que ela incontrolavelmente produzia em compasso ritmado ao seu coração. Era um choro de raiva, arrependimento, de fúria. Um choro de vinte e cinco segundos. Brigitte parou pra ouvir sua razão e esta clamava por um cessar de dor. Mas aquela noite não poderia ser de silêncio e então suas entranhas o grito produziu.
Conrad não fora apenas um grande amor, foi o único amor que tivera. - Na vida só há espaço para um único amor... - Assim sempre gritou Brigitte aos quatros ventos. – e Conrad será o meu eterno. Mesmo que não me ame com o tempo, será à ele que prestarei o meu coração.
Ela sabia que ele não veria perder as suavidade da juventude. Conrad era bom homem, mas não tinha o dom de contemplar a alma e estas coisas não se ensina ou aprendem, são dons dos deuses. E o seu dom era de apenas ser belo.
Brigitte viveu para chorar sua dor. Choro brotou de seus olhos até secarem o sangue. Conta-se no arraiá que são suas lágrimas que dão nascente ao rio da Dor. É por tua causa que ele leva este nome. Mas também mamãe conta que são por conta de muitas pessoas que já morreram ali, causando muita dor e sofrimento para a família e para as noivas, pois geralemente são rapazas belos, fortes e noivos à espera do casamento.
Brigitte morreu descunjurando deus. Culpava-o de sua moléstia. Se gabava de ter sidoentreas virgens a mais nobre mulher. E conta-se realmente que foi uma grande dona-do-lar, mas nunca a mulher que atraíra Conrad, este tinha entre tuas bases o fogo do inferno que consome sem parar a vida. Tinha o orgulho de ser guapo e a arrogância de ser o mais forte entre todos homens no campo. Era o melhor jóquei da região, era cavalo de raça, de procriação, era pra ser de todas e não ser de ninguém. Brigitte sabia disto, mas confiou no que chamava orgulhosa de amor.
Em sua morte foram estas as suas palavras – à ti, deus, eu amaldiçoo o nome. Maldito seja o teu nome entre a terra. Fui dentre as mulheres a mais doce e foi de fel que pincelasse os meus lábios. Maldito seja o teu nome.
As mulheres mais velhas do vale contam que foi neste dia que ela secou até os ossos se dissolverem em pó e então uma turva água começou a fluir de sua casa, dando origem ao que hoje chamamos de rio da Dor.
Brigitte morreu por amor, mas foi de amor que viveu sua vida, e de dor que restaram sua herança.
Brigitte não chorou, mas quando o fez rio de água de morte fluiram de si.

(CONTINUA)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cavalgadas do cavalo do príncipe desencantado

Quando a porta bateu por treze minutos nem um ruído de manifez na sala. Nenhum gemido ou dor e nos treze minutos e trinta e cinco segundos uma veia de lágrima sonorizou os batimentos cardíacos que ritmava solidão e ódio no peito. Parecia uma escola de samba ardonada em luto. Ela chorou.
Brigitte aos quatorze minutos do estrondo da porta ao encontrando com o caixonete já não chorava mais, relembrava as palavras ditas minutos anterior.
- Não precisa se desculpar das mentiras. Não contarei pros teus amigos as tuas manias.
Ele precipitou interrompê-la, mas ela foi enfática e sincera.
- Raiva eu até tenho de você. Sei que qualquer outra mulher desejaria a tua morte, mas eu te amo demais para te desejar morto. Queria ver você se estrupiar no chão em sofrimento dentro de duas semanas, me implorando para voltar pra você. Queria te ver sofrendo amargurado ao me ver desfilar na sorveteria com o outro, que eu levaria aqui pra casa e daria pra ele sim. Em cada cômodo desta casa que construimos juntos e degustaria o meu primeiro gozo deitada na mesa de madeira que você construiu para arquitetar o teus projetos de trabalho...
Nestas últimas palavras ele avançou dois passos na direção dela e pegou-a pelo colarinho da blusa branca de renda inglesa que usava. E disse com tom de assaltantes que invadem nossas casas nas madrugadas.
- Ao contrário de você, eu te quero morta ao ver-te com outro homem. Eu te mato.
Brigitte sentia a fúria que antecipadamente ansiara. Era mais agradável ouvir essas ameaças ao não provocar em Conrad sentimento algum. Ela sentia uma alegria infinda no peito que inundado em dor se satisfaria de tão pouco mentir. Ela sentia a honra respeitada pela agressão dele, mas ele não parou com os vômitos de agressões. Então ela como um valente gigante tripudiou.
- Tire tuas mãos de meu corpo.
- Não fale comigo como se fosse um homem.
- Não fale comigo como se ainda eu fosse tua mulher.
- Se não for minha não será mais de nenhum outro homem.
- Te prometo que não. Serei apenas minha. O meu corpo será apenas meu, mas eu o servirei a qualquer um outro que me desejar. É meu.
Conrad sentindo o orgulho ferido não exitou e a mesma palma da mão que horas anteriores acariciou Brigitte ele lançou em seu belo rosto tão branco como as nuvens em dias de calor, mas que agora se rubrescia como tardes de trovoadas de inverno. Brigitte não chorou, não gritou, apenas gemeu ao ouvir as cavalgadas que o cavalo de seu prínpipe ameaçava ao encontro de suas maças. Patas com ferraduras de morte violentava o silêncio dos sonhos e então imperava a dor, não encantada, mas cortada a frio. Mas quando a porta bateu ela gritou muda - Boa sorte. A noite é uma criança e ela brincou de travessuras, mascarou de tinta guache rosa as palavras duras que ouvira, mas ela silenciou sua dor.

(CONTINUA...)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

I loved talking in English

-Okay. So you translate me.
Foram entre predicativos piegas que se decifraram os embrulhos que festejavam velha idade no meu estômago.
Como chuva fina tímida minha lágrima...
-But what's my name?
_It's Kevin.
-And what's his name?
... foi rolando entre as pedras de meu orgulho bruto e estúpido. Foi fluindo como nascente de rio que toma forma, volume e força em seu percurso ansioso pelo mar azul-profundo e então temperou minhas palavras de toda saudade não dita, de todo amor acanhado, de todo amor salgado, de todo não quero você.
Como criança...
-You're so handsome! Do you know it?
...cansado das lições reprovadoras da vida pedi recreio ao meu padroeiro São Fidélis. Pedi fuga, refúgio entre seus braços...
-What's going on?
... conforto e ele me concedeu você mais uma vez. Nas lembranças de meu sonho atraiu a tua imagem à mim, ao trair minhas pretensões de fingir ser seguro e amadurecido. Eu encontrei com você. Encontrei com o primeiro sorriso que meus músculos já nem lembravam que caminho traçava pra desenhar...
-Are you drunk?
... A minha face sorriu. Minha voz cantou muda em seus dialetos, mas sabia que não era só ela quem sabia seus tons e dons.
Destilados de arroz, fermentados de cevada, tampouco de uvas finas não destilaram o teu veneno em mim, apenas fermentaram a dor que eu...
-No. I promess you. I won't go back home without you.
-Please. I'm totally drunk.
-I cannot let you here. Have a nice party and when you wanna go, just call me. But it's not going to be necessary. I'm taking care you.
-I love you!
... escondia brincando de mentir ser só amigo. E assim assinei como inimigo dos mais traiçoeiro as piores inflamações que você não merecia ouvir, muito menos eu falar...
-Go. Go. Now... I don't wanna talk to you. Go.
... mas foram delas que gritei ingenuamente te amo em signos Anglo-Saxão.
-I loved talking to you. But my view isn't okay. I'm not okay, but the night was very cool!
-I cannot stay with you. I cannot forget you. I really love You and it hurts me. I cannot bear with this situation. So sorry I'm not strong.
Eu queria ter a força pra te roubar de mim ou ainda a ingenuidade de ouvir dos sábios os conceitos que pré-estabelecem de você...
-No. You're strong.
-Sorry.
-It's okay, of course.
...mas a minha criança é ainda menina e não se desvirginou da sensibilidade de ouvir os sons que não precisam ser ditos ou provados, apenas calados entre os pulmões que não filtram tuas intenções. E se inspiram de tabaco e nicotina camuflados por canela calejada, mas que preenchem com seus passos o vazio de meu peito.
-"I heard that your dreams came true.Guess she gave you things I didn't give to you."
Se deus não estivesse tão ocupado com os tornados que assustam os estados unidos, eu clamaria por ele. Pediria que não silenciasse o furação de meu humilde lote desamparado. Eu pediria a deus pra fazer chover em minhas terras. Pediria deus pra germinar em mim a semente que teu olhar plantou e então fazer crescer árvore de você em meu peito.
Talvez se deus tivesse um pouquinho mais de tempo...
-I tried forget you.
... eu pediria delicado pra que ele trocasse no corpo de meu nome o Y por mais um X e talvez assim ele mesmo resolveria o X da questão que nos desqualifica o amor. Eu pediria deus pra cuidar dos pobres e me alforriar pra ser feliz.
-I love you too!
Feliz! Sorri ao ouvir esta palavra gritar nas pontas de meus dedos que escrevem pra você já que não podem os meus lábios pronunciar você e nem sentir outra vez o gosto de tuas palavras ditas entre os dentes e molhadas de salivas misturadas às minhas. Eu sorri ao me oxigenar de você. De você que se carboniza de si ao sorri de mim.
Com eu queria acreditar em algumas forças...
-"Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead"
...mas agora o meu rio extingue-se nas poluições de suas dores...
-"I had hoped you'd see my face and that you'd be reminded that for me it isn't over."
... e o que eu realmente quero?
-Someone like you!

domingo, 28 de agosto de 2011

Black and black

I feel my art empty and dead in the silence of the words that I've been saying instead the one I really would like to share. I have the best of the words that everybody in the world would like to hear. I have the most sincere feeling and thoughts, but I'm just a guy with black skin, black eyes and black hair. Now everybody on tv and Internet is talking about the tornado that's is destroying The States. I'm not a rude person but this new isn't saying anything to me, because right way I'm just thinking about the tornado that's is destroying me inside my heart. I have a storm in me. By the way I should be thankful because there's no one there. You are safe far from me and my empty love speech. I should be thankful case I'm not a blond strong man with a blue eyes.

domingo, 21 de agosto de 2011

Without love to love

I've tried to Understand You but it's not easy to interpret the fear.
I left home last night and I drank all the beer from the bar and also the hot ones at the stock just to cool my pain. There was a fire in unspoken words in my chest. There was a storm of suffering in the lung no longer know your grace filter cutoff.
Tears welled up in my face dry, signing my pain on my makeup.
I don't care about your friends' looks. They only can machine-gunned themselves.
I grew up not caring about the rumors nor with the truths.They Don't embrace me when you were absent.
I feel so stupid and childish, anyway, I'm in love without love to love

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lá ri-se um monte

Na presença dela criam-se formiguinhas em meu estômago, fazendo-me rir ingênuo das faltas das coisas mais nobres. Eu pareço uma criança retardada que brinca todos os dias com o seu brinquedo novo que não envelhece com o passar das trocas das numerações de calçados.
Ela mora num mundo nobre e belo que só de fios de ouro são costurado os cabelos das bonecas, tão brancas quanto as nuvens em dias de sol, que só aquece a si mesmo. Não há dia, nem noite em teu reino, há vida que independe o tempo. É temperada, com um temporal de cristais de açúcar que caem do céu de algodão doce.
Lá ri saliente o cavalheiro encantado por tua beleza de donzela.
Lá ri satisfeita a flor do bosque em seu tom de aquarela em tinta óleo.
Lá ri sabiamente o trouxa que por último rir melhor. Ri-se de tristeza, de alegria, de verdade ou mentirinha. Ri de pétalas de flores. E dani-se os espinhos.
No mundo dela todos riem, até mesmo quando choram. No mundo dela se sonha e os sonhos costumam ser engraçados. Pelo menos os que se tem ela dançando. Lá se sonha em todas as línguas.
Ela é como um fogo que me aquece o inverno que às vezes o meu medo ou pequenez sopra congelando-me em pleno dia de verão, ela me lembra de viver até nos dias que viver é quase morto, ela me lembra de procurar os caminhos traçados pelo riso na minha face envelhecida e sorri. Ela me lembra da vida e das cores e quando eu erro é ela que o novo papel em branco põe à minha frente. Ela me escreve as histórias suas e são suas histórias que me riem ao me olhar, num amor racionalmente irracional.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ler

Ler-te seria o maior anseio de minha alma analfabeta. Ler-te seria encontrar o inteiro de mim, mas continuará a minha alma à sonhar por um outro amor, que talvez não venha em julho, nem em dias de desgosto, mas me encontrá amanha!
Ler-te seria não saber ler e apenas imaginar a emoção ingênua que perpetua em meu peito.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Um novo amor

Depois de tantos desencontros e cruzados pontos cegos
Desisto do conto e entrego o ponto que você passou
E não viu a mim sorrir em discreto sol
Eu quero a cor de minha pele restaurada em mim
E ver o desbotar em ti as cicatrizes que criei
Quero a paz e enfim colorir-me por amor de mim
Juro que de tantos sei e nunca saberei
Cobrei de mim as histórias que mamãe contou
E cantei pra mim mesma as suas poesias pobres
e me enriqueci de novas rimas íntimas
Eu quero a flor seca no meu livro de cabeceira perfumada
Quero sua marca em minhas páginas revividas
Quero o mesmo raio de sol aquecendo o meu rosto
E enfim chuva pra cicatrizar as feridas
E vida cheia para um novo amor

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Caminhando só

Eu ingenuamente te maculei com todas as minhas promessas de um presente futuro juntos, mas não foi levianamente que eu te jurei todas os meus dias, nem inconsequente me vi, quando te chamei para ser pra sempre. Eu jurei ao meu eu a minha vida e a minha vida eu perdi pelo meu eu. E agora como encontrar-me em mim mesmo? Como afastar de mim os desejos? Como reconquistar o seu amor? Quando encontrei-me na promessa de uma novo amor, encontrei nas possibilidades da dor, eles caminham junto, mas infelizmente eu não soube caminhar com você.

domingo, 7 de agosto de 2011

Sei lá

Sei lá
O que me dá
O que não sei
Se há
Sei lá
Se lá está
O que não tem de ser
Se é
Talvez
Sei lá
Será
Se foi
Se encerrou
Ou o selo
Se secou
E serrou
O serrador que se foi
Selando a dor
Sei lá
Talvez
A serra se serrou
Sem mais
O serralheiro
Se sentiu
Sem si
Sem til
Sei lá
Se partiu em dois
Ou seis
Sei lá
Se está sem sentido
O se
Talvez
Se sentiu sem si
E se situou no sempre
Sem se ser
Sinônimo de sei lá
Sei lá
Sei ser
Sei sem amor

Somente por ela

Por ela
Eu diria todas as palavras que ninguém nunca disse numa poesia
Eu cantaria todas respirações que ninguém nunca suspirou
Por somente ela eu calaria todas as métricas de uma doce melodia
E só por ela eu guardaria último o sopro de meu frágil amor

Por ela até mesmo o sol eu congelaria
Até mesmo da lua eu roubaria o véu
Sambaria no carnaval sem fantasia
E arremessaria laços no carrossel

Por ela
Eu tingiria cada nuvem que no céu desenha infantil alegria
Eu rabiscaria no jardim o seu nome em cada flor
Por somente ela eu tatuaria as emoções infames de minha euforia
E só por ela eu doaria o primeiro fôlego de meu nobre amor

Por ela até mesmo o Papa eu encantaria
Até mesmo da igreja eu roubaria o céu
Rezaria dois terços da Ave Maria
E adoçaria o inferno com favos de mel

Pela pele

Talvez se você o olhasse simplesmente pela aparência da pele que o encobre o corpo você diria que ele é bonito, interessante, ou mesmo que nem interesse algum suplanta em você. Talvez os seus olhos, cabelos, ou ainda as torneadas pantorrilhas não te levem à algum lugar de excitação ou espasmos, mas se teus olhos se abrissem ou recobrassem o sentido dos preconceitos e preceito, nem sei por quem estabelecidos, você se depararia com uma mente brilhante, uma sensibilidade de sábios, um menino matuto e ingênuo na procura simples de viver sua vida sem incomodar as formigas, nem tirar de alguns encontros vocais o trema. Sim, sua ambição era mais nobre, era como as de crianças que não conseguem abrir os potinhos de massa de modelar e grita pela mãe suplicando delicadamente por ajuda e atenção. Atenção é o sentido que ele me rouba quando mesmo ciberneticamente nos encontramos, fico como quem brinca com onça com vara curta, provocando suas respostas e cognição por temas polêmicos ou ainda mais simples, temas que tematizam as respostas que ninguém nunca deu, embora já pensou porém temeu falar. Como somos patéticos no julgar sermos grandes e soberanos. Chega farto-me de risos internos e envergonhados, ao reparar na arrogância de ser bicho-animal social, de não ser sutilmente tangido pelas verdades que nem verdades são, mas são vidas. Talvez se você o olhasse simplesmente pela aparência da pele que o encobre o espírito e coração você viria tudo aquilo que um dia em insanidade queria ter sido, mas o bicho homem te maculou.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Entre inverno e verão

No rio frio
eu pio um fio
de solidão

Um arrepio
um fino cio
calefação

Vou voltar pro sertão
aquecer o coração
ensolarar

Tingir o coração
De vermelho paixão
fantasiar

No rio quente
a gente mente
de solidão

Um de repente
ente impotente
sublimação

Vou sambar a poesia mais linda
desfilar os seus versos de mel
desenhar uma flor na ferida
enfeitar o inferno, sorrir meu céu

Vou fazer o meu mundo gigante
e pequena chorar minha dor
borboletas serão minh'as amantes
sua dança será minha cor

terça-feira, 28 de junho de 2011

Menti ao meu cérebro

Não tenho como não escrever o poema indecifrável que em meu peito chora. E desta vez não falo como poeta, como artista, ou observador, falo como pessoa Valdemy, no desconforto tímido das emoções que já o observa eufórica e inconveniente.
Já são quase duas da madrugada e o meu miocárdio acelera e paralisa seu canto, desorquestrando toda cognição que por horas à fio ensaiei comigo mesmo na maestria de tudo ao meu respeito conhecer, deter e ponderar. Malhei em séries de doze cada tecido dos músculos de meu cérebro, na imaginação de como contraio minha face na negação de um sorriso o mesmo poderia à mim mesmo defraudar, mas tolo enrubeci diante de seus imperdoáveis neurônios, axônios que gargalharam de minha ignorante infantilidade.
Ao menos se eu tivesse o exercitado com os pensamentos que de mim fugi, ou das leituras que eram tão óbvias, mas encarando a realidade do impossível eu teimei em brincar de imaginar o que nem a minha pele fazia transpirar.
Eu não sei, não sei o que meu corpo sentiu, nem menos os que sentiram muito por mim, apenas sei que enganei-me em minhas intelectualidades e não vi mais os mesmos sons sorrirem pra mim.
Sinto frio que algo mudou, sinto aquecido o medo deste sentir. Sinto muito por não mais viver a sorrir.

(...)

domingo, 19 de junho de 2011

Jogo das flores

Me cobri de rosas e avelãs e por ai dancei de maneira delicada aquele música que sei que tu te agradas, mas o que eu queria era embalar você.
Nem se me transportasse ao meu melhor avesso verias tu em mim a beleza que insacia os teus olhos por consumir.
Queria despedir-me de você frustado, com ódio, raiva, todavia encontro-me em você com carinhos subentendidos e claros, não encontrando a mim você, no teu riso, teu brilho, teu calor.
Queria te dizer todo o meu sentimento, meu momento que não é teu e poderia ser de nós, nós dois, nós e sós.
Tudo o que meus olhos te falam e tua polidez rejeita em analfabetar e eu revelo hoje em minhas palavras escritas e que nunca serão ditas, ou quisá apenas não compreendidas.
Eu não tinha a beleza das rosas, mas sentia os seu perfume em mim, eu sentia essência do que era belo, era nobre, sublime, mas o universo deveria criar muitas outras cores pra que você pudesse ver.
Talvez você espere que a esperança me acabe. Até mesmo considere que a força se esvai, como suor.
Talvez você apenas sorria ao se despedir, eu fui mais um jogo que te fez feliz. Fui mais uma jogo que você roubou, burlou, fui um jogo precipitado, sem perigos, jogo honesto, jogo amigo, fui um jogo sem excitação, um jogo sem riscos que sair riscado e sem emoção.

domingo, 29 de maio de 2011

Icy way

How cold I feel myself today
And you know how make me better
But how was yesterday
Today you're just with your pain
Just with your luck
Sometimes I think do not remember you
Perhaps I could do it
But how could I know it if I do not remember you?
At least I die
But I'd like to fly away up to you
And get you to the earth that could be cool
Forever the day would go slowly
Forever the smiles would come softly
Sometimes I think in you
All the time I forget me
Sometimes I catch you
At this time I figure out
It just a dream that won't be come true
And I feel my skin get icy
My mouth start to shake
The heart throbs in its beat
Suddenly practices its good bye
And I go away, on a way of an icy beat

terça-feira, 24 de maio de 2011

Desaprendendo com as cores

Eu escrevi para ele não os poemas mais belos que em minha vida suspirei, para ele escrevi o silêncio,escrevi o que minhas palavras não se preenchiam pra falar.
Pra ele não foram escrito poesias em papel marché, ou ainda em tatuagens pelo corpo, foram piscar de olhos ingênuos dançando no desvencilhar de seus olhares mais constrangedores, pra ele escrevi na língua de coração na tradução literária de coração.
Ele estava certo das emoções que o coloriam o peito, mas chorou ao experimentar a lógica de que homem não pode dizer "eu te amo". O amor para si era mais que um nobre sentimento, era amor, e o amor por si só se basta. E bastou o seu mal.
Pelo medo que o circundava ou pela vaidade que o habitava eu fui aos poucos deixando de amar, de querer, de esperar e neste momento aprendi à escrever na linguagem da qual falam os homens, da qual fala de corpo, de rosto, de bocas, pernas, dos olhos, não do brilho e sim das cores, aprendi a desvendar as cores e desprendi a colorir meu coração.

domingo, 22 de maio de 2011

Pé de amor, pé de vida

naturalmente o pé cresceu e virou uma enorme árvore de bons frutos que em breve estaria por vir no momento em que sua natureza se rendesse às surpresas inevitáveis que a vida graciosamente o reservara como declaração de puro zelo na expectativa de vê-lo romper com seus próprios parâmetros de ser nato ser natural ser notável e se permitir deixar de ser apenas uma plantinha no diminutivo pejorativo e ambíguo da expressão coloquial o ambiente ansiava por ver seu outono chegar e o despir de todas aquelas velhas e secas folhas os quais já o cegava a respiração queria o ambiente vê-lo remexer em busca do aquecimento de seu caule e galhos como resposta pragmática ao frio que como uma navalha afiada o podava sentimentos e emoções outrora tão essenciais e necessárias distanciando-o de seu habitat natural seu terreno fértil seu solo frutífero sua zona seu conforto seu chão mas no convite de tangir as alturas as nuvens o ar não rarefeito a natureza o convidava à ser tocado pelos primeiros raios do sol às primeiras forças da vida ao calor ao brilho à luz que revelaria-o os mistérios secrenciados por ele mesmo expirando dor os botões romperiam seu caule e logo belas flores apareceriam convidando abelhas, beija-flores, pássaros variados à virem dançar em sua presença. A dança dos pássaros seria um colar de preciosidades, as flores seriam como brincos, o pé estaria lindo, fixo ao solo, mas com extensão infinita. Seria poesia, seria descanso, seria alimento, seria mel. Ao passar da estaçao os seus brincos seriam cores que coloririam o chão ao seu redor, um tapete ou um buquê para outras declarações de amor e mesmo assim ele não seria menos belo, pois então haveriam frutos, haveria sombra, haveria muitas cores, haveria, de fato, o amor

sábado, 21 de maio de 2011

Que fique em mim o amor

Me sinto hoje como uma criança abandonada
Não sinto hoje o odor do suor da estrada
Grito hoje todo o silêncio oprimido
Oprimo hoje todo o ontem vivido

Destruo a estrada que me conduz à você
Construo a faixa por onde per passa o querer
Desfaço o brilho que seduziu meu olhar
Cego os olhos e vejo tua face ofuscar

Relembro o nome, e canto solidão
Invento o canto e abandono o perdão
Perdoo a lembrança e nomeio a dor
Eu firo o canto e deixo ficar o amor

O pescador Humaitá

Humaitá era nada mais que um pescador. Saía todas as manhãs de seu casebre em direção a grande lagoa no sacerdócio de coletar de seus seres viventes as emoções mais naturalistas em confronto com os dionisíacos singelos olhares.
Humaitá tinha não a incumbência de coletar sonhos, tinha a missão de fazer parar de sonhar e então tornar real o viver sonho que aos seres moviam a vida em inércia movimentada.
Naquela manhã de quinta Humaitá encontrou e encantou com a beleza de um novo ser que respirava desesperado, respirava aflito, ansioso e desajeitado. Sucumbiu com a beleza de uma linda pedra. Não era lapidada, mas já refletia brilho, o dia estava nublado, era dias de fim de maio, dias de frio e chuva, mas naquela pedra surgia brilho, força e calor. Um energia latente e ofegante. Energia bruta, viril, progenitora, era um pedro.
Humaitá festejava em gozos o ganho de todo um dia de trabalho. A pedra vinha para completar o conjunto de outras duas que ele encontrara, belezas que se mesclavam, somavam e discrepavam. Seria necessária a escolha de uma apenas e então a pedra seria encontros de construção, lapidada, moldada, esculpida, em malhação de propósitos, metas, sonhos na responsabilidade de sua revelação. A pedra seria flor, seria jardim um dia e foi Humaitá que a pescou, quem nela viu beleza, bruta, crua, mas nua à quem fosse sensível e simples. O pedro seria ramo à suspirar perfumes delicados e novos, seria gozo!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sem sentidos

Chove no Rio, as árvores dançam na alegria da chuva, o morro se esconde entre as cortinas das nuvens e eu escondo dos sentidos de não senti você.
Neste frio arisco de maio refugio-me em minha cama na procura do que encontro em teu cheiro em meu travesseiro, sinto o frescor quente da força de teu abraço. Sinto o fel das mentiras que contei como verdade que eu mesmo acreditara.
Às vezes "adeus" é a minha maneira mais bela maneira de dizer "eu te amo", ainda assim o meu coração dói, seria talvez como exteriorização da pureza deste amor. Vulnerabilizo minhas pupilas na procura de declarar o meu interior, abaixo minha guarda, sinto-me refém de mim, sinto sem sentir à mim, sinto muito por sentir você.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Basquetebol

Eu me sentia como bola arremessada na cesta. Sentia-me como se não soubesse onde ir, ou ainda como ir lá. Um mundo de gigantes me estripulava, quicava-me ao chão, eu voltava ao seu encontro, teimoso, arteiro, menino.
Fumaça saindo de minhas narinas com cheiro de menta desenhava as emoções de minha mente penetrada de descobertas em meio à escuridão. Minha mente vagava em alfa, sem rumo intencional a não ser te encontrar aqueles mesmas desculpas esfarrapadas e adolescentes. Minha mente fluía e eu queria que o meu corpo a acompanhasse, mas o acaso das naturalidades o puniu.
Engraçado pensar no colorido de toda esta imaginação, minhas convicções se perderam em suas próprias verdades e eu me vi como um menino-adolescente de 2 metros e poucos de comprimento, gigante, viril, satisfeito. Foi uma das poucas vezes que senti-me assim: Incrível!

sábado, 26 de março de 2011

Dona Neblina

De manhã ela chegou
Toda de branco e me tocou
Pro meu espanto recobriu minha solidão

Fez-se companhia, fez-se à mim
Fez melodia da flor de jasmim
Foi perfumando o travesseiro e coração

Dona neblina com sua calmaria cor branco nuvem
Veio dançando ao som do vento que vai e vem
Fez o meu bom dia em café forte e sem açucar
Adoçou o meu riso fino em beleza que a vida ofusca

quinta-feira, 17 de março de 2011

Sem reservas ou em stand-by

O que havia à minha frente era uma mapa político da Europa. Ao meu lado direito a Gabi e ao esquerdo o Pedro. Atrás simplesmente uma parede fria e de cor morta, não havia multidão, apenas um público que pseudo –intelectualmente se interessava pelo assunto de descaradamente eu resistia em conversar, mas no exato lugar onde me encontrava sentado, um mundo chamado pelo meu nome íntimo, um mundo quente e frenético me convidava gentilmente ao deleite de todasas minhas emoções e razões que não me emocionava num âmbito racional. Havia em mim um continente não delimitado pelas fronteiras de conquistas de guerras sociais. Havia em mim o meu eu desconhecido e inabitado por meus próprios pés. Havia em mim um complexo de simplicidades de idiomas, gramáticas, normas e paradigmas, folcks e culturas. Eu era um novo país, uma nova galáxia, um novo universo, era um mundo todo em torno do mundo imundo que me inundava minha pele negra, linda e fina.
Sem reservas prévias me permiti o sucumbir desta aventura, um cidadão estrangeiro à passeio turístico de meu próprio mundo.
Num momento imprevisto indaguei-me do que faria para aquela remota aula voltar e então, inconscientemente constatei pela dúvida que de maneira tímida, já esta ali.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Um mais um

Ele desta vez não jurou que iria embora. Ele subiu para o quarto calado, calmo,na certeza de que seria a última afronta que os seus olhares impetuosos os atravessaria. Ela, porém calada encharcada por suor frio sabia que não era apenas um fim, mas um começo do que nunca imaginou viver, a perda.
A sua consciência também calada a sussurrava palavras de acusação e medo, mas ela permitiu dar voz as razões do coração e ao vê-lo descer o último degrau da escada vindo do com uma mochila, uma simples mochila de camping, olhando nos olhos pediu pra que ficasse junto à si e mais uma vez, porém com verdade disse a única palavra que não cabia naquele momento, ela disse o tal eu te amo. Ele francamente retrucou para que ela este amor guardasse consigo, pois seria a única companhia que teria como conforto na solidão. Ela gritou, gritou de amor em fúrias de ódio. Ela esperniou, esperniou com maturidade em engatinhares infantis. Ele, porém educamente pediu licença e deixando a chave de casa, partiu.
Assim que a porta delicadamente executou sua participação na cena, as lágrimas secaram em seu olhar, ela sofreu o tempo da despedida, mas ele não, nunca vi um homem adulto ser fazer criança sem parecer infantil, ele foi sincero, sou franco, foi honesto consigo mesmo, com suas emoções, suas razões, ele soube viver. Viveu o amor, viveu a dor, viveu a saída.
Naquela noite ele não dormiu, apenas fumou parte dos cigarros que comprou e em cada engasgo que tinha um atlântico fluia das janelas de sua alma. Naquela noite ela dormiu, e só nesta hora lembrou uma criança, seus Lexotan pusseram suas rebeldias e mal-criações de castigo, mas elas acordariam ao amanhecer ou ao tardar do entardecer. Assim foi, mas quando foi era a vida que havia ido, na certeza de perder o mais belo dos dois, a unidade no um mais um.

terça-feira, 8 de março de 2011

À cenografia do Carnaval

De repente toda aquele tão presente arrogância deu lugar à dois belos olhos frágeis e melindrosos. Sua boca trêmula, quente, fria, adocicada pelo doce adistringente de um belo Cabernet Sauvignon clamava por salgado mar de suor que em segundos sabia que a inundaria, entorpeceria, irrigaria.
Ao som de Amy Winehouse, à cenografia do Carnaval, ao sucumbir de sua própria vontade se descobriu da hipócrita beleza de santidade e pureza e pela primeira vez se sentiu humana, na maior revelação que esta simples palavra pudesse sibilar. Se viu arisca, animal, anjo, social, se viu se olhar pelos mesmos olhos que por ano a embassou a comtemplação se sua própria face, se viu inocente, e se viu feliz.

domingo, 6 de março de 2011

Gostos

Gosto de você
Digo nas entrelinhas,
Digo nas fantasias
Nego na consciência de andar

Gosto de você
Não em todos instantes
Só em temas relevantes
Gosto de gostar gostar

Como o pão de açucar que eu como pela manhã
Como a vitamina que preparo, leite e maça
Como ar que respiro ou sol que me aquece
Como pensar que respiro ou calor que intorpece
Como o acordar depois de um sonho
E não despertar...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Aos 26 novamente criança

A impressão que eu tinha era que um intruso invadira o meu mundo, o meu porto, o meu seguro.
Um branco em meio ao meu universo negro se convidando à intimidade, mas nem amigo eu interessava ser, nem colega, conhecido, vizinho. Ele não era bem-vindo nem como fulano, cicrano ou beltrano em meu ciclo de relacionamentos, justo por que o destruía. Sim, sorrateiramente ele ocupava espaço, e eu silenciava minha voz tumultuada, mas eu meu íntimo eu jurava que faria de sua investida a mais difícil, no semblante de caráter impossível, seria como um diabo, demônio ou simplesmente uma pedra em seu sapato. Seria o seu calo e ele o meu tormento.
Escolhi não ser simpático, escolhi não sorrir, tampouco estender a mão. Escolhi escolher não escolher, mas sabia que o posicionamento me seria inevitável. Seria-me cobrado, julgado, mas só me senti novamente criança aos 26 anos de maturidade e esta não foi uma boa sensação e então eu quis o meu pai, porém ele não pode se fazer presente, e também não me preparou para esta ausência, afinal, a vida nunca nos prepara, nos tara e castra.
Pensei então em procurar por Deus, mas a sua justiça o impediria de me compreender, eu sei, no fundo tudo quando o assunto é divindade se acaba no resumo de amor, uma maneira criativa de se fazer pizza, mas a fome que eu tinha não se satisfaria em migalhas e então escolhi abster da situação, somente eu, sem Cláudia, sem Hugo, sem mim, sem o meu meu.