quarta-feira, 31 de julho de 2013

De homem e criatura

Sempre fui o cara que confiou em deus
Meus medos e vãs memórias escrevi pelos rastros seus
Mas deixei de brincar
Conheci o teu corpo, o teu cheiro, os teus ais
Tais evidências quem me testemunharam deuses
Fecho os meus olhos na esperança que você se aproxime
Me exibe o teu pecado
Estou pronto para banhar o meu corpo no enxofre
E escrever nos tropeços meus vôos
Estou voando em encontro teus beijos
Ao encontro de teu sexo ao meu
Te devoro, te oro, devoto
De vez em quando te sacrifico em pequenas mortes
Te assassino em roubos de respirações
Te prendo em meus braços num ritual humano
Num culto que encurta minhas dores
Num canto que atrai tua emoção
E sangra os teus olhos de gozo e paz
Em consagração de homem e criatura
E então deus é quem confia em nós

sábado, 20 de julho de 2013

Renan de Mônica de Renan

Nos INsanidades de Valdemy, amor é algo concreto, real e tangível que de fato acontece e transforma o que conhecemos sobre a vida... Não é que até o Renan se casou, rs!!! E de início eu já digo: foi de longe, em milhares de quilômetros, a cerimônia de casamento mais linda e emocionante que já fui em toda minha vida. Mônica, a noiva, estava tão radiante quanto o sol, tão delicada quanto as flores de seu buquê, tão linda quanto a beleza de cada olhar apaixonadamente contemplava este momento único. Vocês me emocionaram, afilhados!!!

Mas onde está o tal texto que o INsano Val deveria ler na cerimônia? Eis aqui a minha emoção...



A escolha foi pra que eu fosse teu
A espera foi para que eu fosse tua
Um corpo
Um ser
Uma carne
Em espírito, voz, coração
Já não seríamos mais eu e ele
Já não existiria ela e eu
Seríamos nós
Nós atados entre pétalas de rosas
Não seríamos sós
Sorriríamos juntos
Família
Laços que envolvem o coração
E nos lembra que há metade
Há inteiro
Há encontro
Cantos de paixões que pulsam no peito
E atrai Renan de Mônica
Pra Mônica de Renan
Já não era poesia
Era o próprio som do coração que orquestrava o olhar
Era o próprio olhar que diria sim
E ele gritou pra ti
E o mundo se calou pra nós
Até as árvores pararam de dançar
Não é todo dia que corações orquestram a natureza
Mas seria hoje que a natureza selaria em doce voz
O amor
Com amor
Pelo amor, 
Meu amor


                     


             


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Amemos no yesterday

Não é a tua boca que quero
quero mais
ao veneno me entrego
não quero paz, amor
quero o fim

Se é despedida
te peço yesterday
Tua fome despida
consumirei, amor
até o fim

Arrasta o meu peito
entre as calçadas
fere a mim
perturba o meu leito
vem sonhar por mim
diz que sim

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Não estou com cara de pessoa feliz

O meu corpo respondeu ao que minha mente calou
Nem os meus longos fios de cabelo esculpiram minha alegria
Hoje não estou com cara de pessoa feliz
E ontem eu já desconhecia a felicidade
Tem dias que sou tomada pela sensação de nada sentir
E eu até rio
Eu até roo
Mas minhas cordas me prendem pelas esquinas
Tenho uma certa quina, sina em me acordar
Eu rua
Eu fora
E engulo o desaforo das gulas de tua emoção
Persisto o infinito e me quebro nas dobras das avenidas
Ave Maria,compartilhe-me tua graça
Embora eu nem partilhe destas engraçadas canções
Sou do tipo que só canto a solidão
Este é o manto com que revisto o meu humor
Elas me compadecem da falta de você
Pois sempre tem um você no sempre que não me seduz
Hoje acordei com cara de pessoa que não chorou de madrugada
E chorou pela pessoa que não mais dormiu de cara
Hoje acordei com as costas de você
E mentindo sorri

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Se eu me apaixonar outra vez, eu esquecerei o pensar

Eu sai... Sem ao menos ter entrado em relação, sai. Despir-me das armaduras que atavam o meu peito de toda insegurança que a própria paixão reserva às cócegas das emoções. Me vi nua ao me ver descoberta por mim mesma. 
De repente as náuseas de tanto girar nos trezentos e sessenta graus da roda gigante se desenhou nos cento e oitenta graus de refluxos de intenções que sabia que sentia, mas ressentia pressentir. Mentir pra mim? 
Como construir as paixões se nego-me aos compromissos de sustentar a casa? Fique mudo. Fique na tua. Fique com ela. Ela, as tuas também seguranças.
Eu nem sei o que quero ou o que esperava das coisas que sabia. Queria apenas deixar ser, o rio correr e o álcool me inventar estabilidades, mas me esqueci que a vida tem sina em ser traiçoeira. E hoje ela gargalha de mim. Tira sarro dos olhares maduros que pra ela ensaiei. Ah, se tivesse sido pelo menos um sarro, mas foi o que nunca chegou a ser. 
Puta que pariu, já são oito horas da manhã e ainda não se desfez em minha memória as sensações desta madrugada. AH, se eu pudesse inventar carochinhas para o meu coração e disfarçar suas fantasias. Este besta músculo pensa que já está malhado e definido à me enganar. Ele está. Quem nunca esteve foi você e minha consciência que me cobriu de mim.
Mas acalme-se, menino. Não turbe o teu cabeça com o gozo que sufocará tuas vias. Deixe o teu prazer fluir e e viva mais esta noite. E viva outras mais e outras além das outras. O combinado foi feito e o trato aceito. Te tratei e nos tratamos. Nos movimentamos e nos atropelamos. Nos. Nós. Nunca nus. Sempre revestidos dos pensamentos. Todavia a paixão é como um mítico deus. E quando quer nos toma todo o pensamento, assim só nos resta o poderoso sentimento. Que mesmo sem poder nos ser, se é. Se faz. Se eu me apaixonar outra vez, eu esquecerei o pensar...