segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um finito adeus

Poderia eu falar palavras pequenas,daquelas preenchidas com toda a real emoção ou ainda comunicar neologismos em expressão de meu carinho e gostar. Ainda poderia caminhar em pautas singelas e interpretar os mais clássicos dos clássicos romances. Eu poderia ser galão na novela do horário nobre da tevê, ainda assim seria como um sapo do qual o pé não lava que você me veria.
O nosso desencontro não se dá na superfície estética, mas nas incompreensões de sua altivez. O melhor que nem te julgo por isto, isto é normal e aceitável. Não há na infinitude do universo lei que nos condene a faltado amor responder, podemos ser julgados por não amar,mas nunca por não corresponder. Mais uma vez adeus, espero ser este na finitude da vida.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Resto

Ele cagou e andou e andou mais uma pouco cagando montes. A contemplação de seu umbigo era muito maior e mais interessante até, aos seus olhos. Uma real masturbação de ego, ego tão inflado que se explodisse muita merda lançaria ao redor. É incrível o dom que algumas pessoas tem de serem tão vazias, ou preenchidas por volúveis pensamentos.
Mas absurdamente é o dom que muitas outras tem de reverenciar estas absurdas mentes. Ele ainda cagou, ainda expôs a merda que tinha dentro e ela?
Ela mesmo em repúdias se permitiu atrair por aquele cheiro, nada agradável e consumiu o que de pior ele tinha para dá-la, o resto que o próprio organismo físico excretava.
Se fisicamente nunca houve um algo de primícias, quimicamente seriam só as transformações do que era ingerido e emocional o que digerido fosse.

Poderia ter sido

Eliane não poderia nunca entender o que se passava na mente do Antônio. Ela o amava de coração, de sentimento, de alma, de espírito, ele pois a concebia de mente, de raciocínio, de pele, de equilíbrio.
Era difícil para ela compreender que fins de relacionamentos não se davam apenas por falta de amor, mas muitas vezes por incompatibilidade de gêneros de paixões. Eles se amavam, se queriam, se desejavam, mas ainda sim, desejavam muito mais à si mesmos para sucumbir aos deleites de uma história de amor à dois. Escreveram suas histórias sozinhas, ou na companhia coadjuvante de seus egos.
Era difícil entender o raciocínio lógico da mente de Antônio. Amava por razão ao mesmo tempo que não amava por medo. Eliane já por sua vez, amava por fogo, por volúpia e este mesmo a secava dos rios de muitas felicidades.
Sorrisos vieram assim também muitos silêncios, murmúrios e reclamações, mas o que ficou foram lembranças, muitas recordações do que poderia ter sido e por serem simplesmente Antônio e Eliane não foi...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Excitação Cognitiva

De repente um pouco de excitação cognitiva me domina, como um encosto e então julgo à mim mesma na estupidez de ver em tamanha pequenez como a tua um pingo como éter de beleza.
Tua arrogância de humano prepotente e mesquinho agora recordado do juízo me amargam os lábios, os mesmo que já te disseram e escreveram palavras doces.
O que eu vi em você? Será que algo vi? Ou como filosofam, fui cegado do intelecto ao me encantar?
Não terei respostas,mas nas próximas vezes que assim me encontrar só me entregarei à possível vivência, na capacidade de somar um mais um e encontrar três.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Me li em você

Eu li o teu texto
e encontrei um pretexto
pra pensar em você

Me vi em desleixo
Entendi sub-textos
que nunca ousou dizer

Eu me li nas entrelinhas de sua imaginação

Até que o casamento nos separe

O nosso casamento foi o início de nosso fim. Antônio não podia entender que eu, de fato, não estava preparada para aquela eternidade proposta. Eu não estava preparada para ser pra sempre, ser todos os dias e também noites, tardes e madrugadas. Eu estava apenas. Estava totalmente disposta à ser companheira, namorada, amiga. Mas depois dos trinta todo homem precisa encontrar refúgio, na leitura de estabilidade, em uma mulher. E uma mulher à esta idade, o que anseia num homem? Amor? Sexo? Proteção? Ou a oportuna liberdade de ser simplesmente mulher ao subjugo de seu prazer e tesão. Aos trinta eu deveria ter começado à viver, mas vivi começando o que disseram que deveria.
Antônio não foi o primeiro homem ou amor de minha vida. Passaram muitos “Josés” por minha cama e poucos “Joãos” pelo coração, mas foi em Antônio que vi a emoção de passear junto, como nômades, hippie ou integrante de um movimento social, melhor, emocional qualquer e então pecorrer avenidas, ruas e brincar de dobraduras com as esquinas que teimavam em nos distanciar os caminhos. O Antônio não foi o único, mas um dos poucos de quem eu quis e me permitir trilhar trajetórias, mas ele implicava em fixar moradias, construir um futuro, uma vida. No tempo em que vida não nos faltava ele quis paralisar o presente e me presentear com incertezas e se’s que no futuro poderíam nunca existir. O Antônio teve o dom de precipitar o nosso precipício e caímos um de cada vez, em seu tempo, em seu peso, em sua dor.
Nunca fui uma menina de sonhar com príncipes encantados montados imponentes em cavalo branco, sempre me encantei com os pé-rapados que circulavam minhas ruas à pé, literalmente uma mulher de malandro. Sim, eu gostava da sensação de incertezas e inseguranças que eles me cercavam. Me faziam depender deles, confiar, era um medo que me produzia emoção. No amor, na paixão, temos que ter emoção, insegurança, medo. No amor, na paixão temos que sentir a adrenalina nos aquecer o interior, e a endorfina rasgar o nosso rosto com risos seguidos de gargalhadas sem um mínimo motivo. Não tem que fazer sentido para ser amor, paixão. Também não tem que ter não ter. Só tem que estar dentro e eu não estava já há muito tempo.
Não acredito nos dizeres de que o amor nos idiotiza, não, definitivamente não. O amor também não alfabetiza, por que o amor não tem grau, ou é ou nunca foi. O amor pode vir a ser e quando é falamos em uma outra língua e se há amor no amo, somos diretamente compreendidos, ao ponto de nós mesmo não nos entender. O amor é como um idioma, como uma disciplina, mas esta não se apresenta coerente nas grades curriculares das escolas da vida. Não precisa viver para ter amor, só precisa amar, mesmo depois da morte.
Certa vez cheguei à casa e encontrei o Antônio ansioso à minha espera. Parecia um cão que ouvira a voz do dono se aproximar e ruivava arranhando as patas na porta, mas como nos cães, em Antônio não havia feicão de alegria, era mais uma habitual cobrança e naquele fim de tarde o questionamento era o tão longo tempo que não ouvia de minha boca um eu te amo. Sim, ele contou da última vez em que disse até o dado momento. Até eu mesma me assustei, poderia contar em meia mão quantas foram após o casamento. Isto não era reflexo de falta de amor, não, eu sei que ainda o amava. Eu apenas não mais amava amar, não tinha prazer neste gosto, me enjoava só em sentir o cheiro. Era a mesma sensação que sentia quando uma amiga tomava ou apenas comentava numa caipirinha preparada com cachaça. O primeiro grande porre de minha vida foi com cachaça e desde então o meu estômago fez revoltas institivas cada vez o que o tal nome fosse pronunciado. O nosso casamento poderia ter sido como um degustar de um bom vinho, mas foi um porre fenomenal e permaneço em ressaca até os dias de hoje. Em coma de um amor que se ainda fosse alcóolico me produziria imaginações de sentir estar tudo bem.
Alguém poderia me trazer um pouco d’água, por favor? Ah, sem gelo e natural. Obrigada!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ópera do desamor

Hoje descobri a singela diferença de não mais apaixonado estar. Não vi nos poros de minha pele o transbordar quente do suor que desenhava em meu corpo a tensão que se estabelecia em meus orgãos mais íntimos ao te ver chegar.
Senti o teu perfume, o mesmo, o de sempre me permeiar as narinas, mas ainda sim, em quase três horas de empolgante espetáculo ele não se tornou comum, não se compactuou à mim, não se tornou íntimo de meu corpo, não se fez cheiro meu. O meu corpo físico te desconhecia, você que outrora desestruturou os meus sentimentos, não mais teve a graça de constrangir o meu físico. Entre químicas e físicas reprovamos na matemática de um português claro e objetivo.
Desencantar de uma paixão é ver os olhos cegarem o seu brilho à luz de tua companhia.
Desencantar de uma paixão é sentir a boca secar o som dos pronunciar as sílabas de antes doce nome.
Desencantar de uma paixão é, por costume, querer querer você, mas sentir o coração em pulsos sincronizados e delicados rejeitar o teu sangue.
Tenho uma ópera engarrafada nas musculaturas de minhas cordas vocais e elas só queriam cantar o seu nome seguindo a melodia de meu coração à procura do teu. Não sei se cantaria amor, paixão ou fúria, em samba, rock ou tumultos de baladas, mas te cantariam, na ausência do prazer de te atraiar, cantar e encantar. Em cantos de intelectualidades e revoltas críticas os meus pulmões se inflariam de ar frio para não te aquecer o sentido da defraudação.
Nas dietas vegetarianas, no saber do água e sal, e na doçura artificial de uma gelada Pepsi light encontrei a profundidade do beijo que procurei encontrar em você e encontrei em milhas de distantes entrosamentos. Em milhas de distantes sentimentos me encontrei estacionado solitário e à espera de mim e inevitávelmente me apaixonei, nas simplicidades de minha companhia encontrei o que me perdi em você. Re-apaixonei, ou pela primeira vez apaixonei por mim, isto não foi bom nem ruim, foi simplesmente recíproco e então coube aos pássaros o cantar de minha emoção.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Mais um vez sobre você

Lembrar de você é escrever a mais linda poesia
Entre versos e reversos das letras tua real sinfonia
Pensar em você é voar muito além do firmamento
E encontrar-me na pureza de um olhar, um doce momento

Esperar por você é embriagar de minhas memórias
Sorrir, rir e chorar no desenhar das trajetórias
Estar com você é sabor dos finos vinhos
Beber de você eu desfruto sozinho

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Você em mim

Pensei em te contar segredos de meu coração e me inspirei em pequenas palavras em escrita de um poema de amor. Escrevi apenas algo no papel reciclado que tinha, um pequena mancha, um gota de lágrima que rolou saliente de meu olho e assinou todo o amor que me habitava sufocado. Doeu o meu peito ao viver o muito amor nunca vivido por você. Doe sufocante ter você em mim.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Saudades

Me lembro você pelas ruas onde passo, mas nem mais o meu gosto predileto tem o mesmo sabor. Desconheço o meu amor, que se mensiona em falta de quilometragens.
Habito em mim, em meu corpo franzino e me busco em ti, em tua ausência obesa. Atraído sou pelo teu corpo e me prendo ao teu espírito que tua beleza exorcisa de mim. Saudades!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Ano de sorrisos amigos


Se hoje a tarde tivesse chovido e sol logo assaltado as gotículas de chuva, com certeza apareceria um arco-íris, e eu percorreria o teu fim para o pote de ouro encontrar. Queria ter o que de mais precioso para compartilhar com os meus amigos nesta noite e com cada porção do ouro compartilhada cada um deles cuidaria de seu pessoal pedido realizar e encantar a sim mesmo.
Eu sei que encontraria a magia do ouro, pois vejo em minha face juvenil os sinais do rejuvenescer. Os rios, os tinos, as simplicidades de suas companhia me formosearam e rejuvenesceram a face. Como criança o meu coração seria atraído pelo o que de mais precioso pudesse existir.
O meu ano começou belo, simples, com cheiro de chão molhado e coração irrigado a muitas belas emoções. O meu ano iniciou grato, menino, maroto, garoto. O meu ano começou amigo e eu... Ah, eu começarei sorrindo como agradecimento!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Distância III

Você sentiu o meu toque, sentiu a minha voz, senti meu olhar e não sentiu a mesma familiar presença que muito te adocicava o espírito.
Eu não te toquei com calor. Não te falei o nome com fogo. Não te olhei com chamas.
Você recorreu ao São Jorge, mas ele te recusou o dragão.
Mitificou Hefesto, porém ele se distraia com as traições de Afrodite.
Fez prece a Jesus, mas o Espírito Santo pairava por outros ares.
Você chorou ao não ver tua beleza se refletir em meus olhos. Não chorou por mim, não chorou por você, chorou por tua incomparável beleza que se perdia num olhar.
Teu espírito amargou o mesmo fel que eu bebi, mas não foi proposital que o servi. Ainda queria te encontrar nos meus jardins e permitir aos beija-flores roubar das delicadas flores o que de mais doce havia, o que de mais belo continham, mas eles também voaram para um outro lugar.
A natureza se afastou de nos. Não tinha mais prazer em nossa companhia. Não queria embelezar o nosso encontro. O natural nos concebia, e nossa natureza nos abortava o amor.
Um silêncio se instaurou e tua boca clamou por saudades. Como resposta os meus lábios batucaram intenções antigas, e a distância se re-instaurou em nós.
Enfim entendemos que estamos mais próximos quando nosso coração se faz longe.

Distância II

E então educadamente do despedimos. Usando palavras como querido, amigo, lindo, e beijinhos selamos o permanecer de nossa distância, nada mais que 300 quilômetros, mas aqui, bem próximo de mim, uma lágrima caiu, como um lago em sertão nordestino.
No meu intimo era clara a razão de que não eram estas milhas que nos roubavam a proximidade, era a própria intimidade que nos roubava as possibilidades. Enfim sós e nos tornamos amigos.
Isto não era ruim, era preciosa a nossa recíproca cumplicidade, torcíamos um pelo outro, ouvíamos um ao outro, brincávamos juntos e ate brigávamos, mas não nos queríamos da mesma forma e foi difícil entender que desta vez, assim em como outra, eu deveria ceder e me adaptar. E eu queria com toda a minha covardia motivar-me a buscar por teu olhar, mas então me convenci que o melhor de nós dois era sermos dois e não apenas um.
Então me distanciei de mim para encontrar com o brilho fraternal que teus olhos ofuscavam o meu real prazer.

Distância

Nada me presenteou tão soberanamente como a possibilidade de encontrar você por estes próximos dias. Eu senti o meu rosto corar, minhas pupilas se dilatarem, os meus poros produzirem oceano e meu coração a mais sublime sensação. A sensação de que poderia ser lindo o nosso reencontro.
Já eram umas duas horas da madrugada quando disse que viria ao meu encontro. Tuas palavras chegaram e meu sono se foi, correu, fugiu e nem o tão presente Cabernet para me acalmar o espírito. Minha ansiedade me roubava a lucidez e eu já não sabia o que falar. Tinha muito que gostaria de permitir você saber, os dias longe estavam sendo ótimos, mas era de tua falta que queria cantar, era de você que queria saber, era de você que falavam meus dias, pois foi de você que se encheram os meus pensamentos nesta distância de muitos dias.

Cantei de teu amor

Procurei o teu perfume em meus guardados
Encontrei-me com você em meus retratos
Então chorei de amor

Enxuguei as lagrimas com cuidado
E guardei o lenço como um recado
Suas marcas falariam amor

Falavam de você e do amor que vivemos
Lembravam você e história que escrevemos
Falavam de você
Falavam de nós dois
Gritavam nosso silêncio

Memorizei a poesia que te encanta
Decorei-a com rosas como a santa
Devotei meu amor

Cantei tua voz como um mantra
E exultei-me na graça que te canta
Eu cantei o teu amor

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Flores

E esta é a mais linda flor que restou de meu buquê
A mais linda cor que restou de meu ver
A mais linda dor que restou de meus por quês
O mais lindo amor que restou de meu viver
Estes são os meus olhos

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Coisas que me disseram

Já me disseram que eu arraso,
Mas eu nunca destruí um coração
Disseram-me que sou fera,
Mas nunca arranhei um rosto
Disseram então que eu sou o cara,
Mas eu sempre quebro a minha
Disseram-me que sou o há de melhor,
Mas nunca melhorei o que há em mim
Disseram que sou um fenômeno,
Mas nada de sobrenatural me acontece
Disseram que sou um filho da puta,
Mas minha mãe nunca se prostituiu
Já me disseram pra ir tomar no cu,
Mas nunca me ensinaram o caminho
Disseram-me pra ir ver se estavam na esquina,
Mas incrivelmente nunca estavam lá
Já me disseram se conselhos fosse bons, os venderiam,
Mas sempre impetuosamente davam pitacos
Já me disseram que paixão é passageira,
Mas as minhas sempre demoram uma vida
Disseram que sou bem resolvido,
Mas apenas decorei o Teorema de Pitágoras
Disseram que sou muito cabeça
Talvez por isto a minha esta sempre vazia
Também disseram que eu me acho
Mentira, ainda estou a procura de meu mim

Na ignorância da paixão

Eu quero você analfabeta, ignorante e estúpida ou abestada.
Eu te quero sem as alfabetizações que nos roubam as leituras imparciais de nossas emoções, intenções e noções.
Eu te quero mulher, moça, menina. Te quero frágil e te quero guerra. Eu te quero.
Eu pensei, sonhei em você chegando vestida de branco, simbolizando pureza, imácula, virgindade, mas com você vestida de bege que te encontro e tua beleza não se faz menos brilhante, menos verdadeira, menos bela. A pureza de teu coração me convida.
Quem sou eu para te esperar a minha espera?
Como toda menina deve ter ansiado a minha espera montado a cavalo branco, mas cheguei adiantado calçado a Havaianas em trilhos de meus tímidos passos.
Te quero pelo íntimo que desconheço. Te quero pela aparência que me confunde em me conhecer.
Te quero me querendo sempre no nosso hoje. Te quero atordoada na ignorância da paixão.

Transo

Eu te transaria nua
Ou só olhando teu vestido verde floral
Eu te comeria crua
Bem mal-passada em almoço dominical
Ou de segunda a sexta após o trabalhar
E nos restaria o sábado como deixa
Pro fogo, o desejo atordoar
E te fazer querer a mim e não pensar
Eu te transaria vestida de ti
Costurada sem linhas ou composturas
Eu te comeria revestida de mim
Estruturada por andaimes e sem ruas

Juro que fico

Juro que fiquei ficar ficando só com você
Ficar ficando sem te ver
Ficar ficando sem ficar
Mas a fila anda e corre
E corre pra filar a bóia
E ficar boiando não é o meu prezar

Fico até ficar jurando amor por você
Amando as juras de viver
Você ficando sem jurar
Mas quem jura mente
E sem querer o amor escapa sem viver
E ficam as jurar por ficar

Amo amar gostando de não ter
Teu amor bandido me deter
Eu cansei de ter você gostar
Mas a vida e pouca pra viver
Vivo hoje as juras de correr
Na frente e me amar

Coração desta canção

A gente era feliz e não sabia
O mundo que eu sempre quis
Não cabia no coração

No nada era o meu tudo
Que alegria
É o ar que eu respiro
É balé no meu pulmão

É a graça que enlaça meu peito
É o encanto real o teu jeito
De me amar

Cheira-me assim contra o tempo
Avance o sinal do momento
Me ama

A gente era nós dois e não sabia
História de antes e o depois
Não existia nesta canção

Na terra era o meu Deus
E no céu minha Maria
Razão do meu sorriso
Coração desta canção

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Menino

O teu sorriso me seduz
Teu olhar me reluz
O intimo

Tua palavra satisfaz
Tua presença me apraz
O espírito

Só vou se você for lá
Lá estou se você ficar
Comigo

Dance, cante, se invente pra mim
Levante e tente um sorriso assim, menino

Dance, cante, se descubra em mim
Levante e tente um destino assim, menino

A companhia dela

Ela me fez companhia todos estes dias
Foi meu café, meu almoço e janta
Fez-se cobertor humano nas noites frias
Foi frescor no coração que inflama
Fez do desafino bela melodia
Fez das palavras poesia que canta
Fez paz nas insistentes intrigas
Refrescou o furor da raiva que inflama
Mais que mulher, foi fiel amiga
Mais que ombro, foi pequena cama
Foi minha sorte, benção, minha figa
Foi minha comédia, romance, drama
Fez-se continente, oceano, ilha
Fez-se bordado, cloché, trama
Foi a saudade minha companhia amiga
Fez-se em saudade meu coração que te chama

Choros de frias tristezas

Rasurei de minhas parades as tuas fotografias
Pus na boca do sapo o nome de tuas atrações
Desenhei no meu corpo minhas fantasias
Satisfiz-me sozinha de volúveis paixões

Mostrei-te secreta perfeitos caminhos
Decifrei para ti o meu coração
Alimentou-se de meu sangue sozinho
Consumiu os reflexos de minha ação

Dancei menina-virgem para ti
Saciei tua fome por pureza
Escreveu piadas toscas e sorri
Sorri choros de frias tristezas

Agridoce amor - parte I

Uma gota. Apenas uma gota de lágrima caiu de seus olhos. Apenas um esforço fizeram os músculos de sua visão para exprimir a dor visível que os transpassavam a compreensão. Um suor. Apenas um suor salgado escorreu pela cavidade das marcas de sua expressão, que como erosão em terra seca fora esculpida das mesmas emoções que hoje provocam dor.
Ela muitas vezes foi vista a chorar de alegria e satisfação, mas aquele último choro era choro de dor, era pranto, era desespero, era sem som, sem cor, cena gravada em câmera lenta, em close, sem closed caption para definir a ambientação.Silencioso gritava seu íntimo.
Aquela mesma lágrima agora temperava seus lábios com o salgado de seu suco. Assim como no encontro do rio com o mar, o seu choro de mesclou com o doce de suas palavras, mas o amargo do fel de seu pensamento tratou de cuidar de sua receita de paixão. Agridoce amor.
Era notória, sua dor apunhalava a multidão que a assistia. Todos sabiam que ela apenas ansiava respostas doces e delicadas em correspondência de amor, mas de fato, não foi como esperado. E ela sofreu amargurada e sozinha.
Por um momento parecia que a multidão não resistiria ao sentido de bom senso e em sucumbir à vontade de envolvimento algo faria, mas não, todos ficaram estatelados e nada aconteceu. Alguns choravam, outros gritavam, ainda outros riam, e ela vasculhava o coração, vomitava suas historias como um alimento azedo e estragado. Havia um abraço embrulhado em seu estômago. Refluxo de emoções.


CONTINUA...