terça-feira, 22 de outubro de 2013

Ofícios de coração

Não foi todo aquele amor o suficiente para que os olhos voltassem a sorrir. Senhorita Lane nada disse, apenas com todo gesto de delicadeza e generosidade observou as articulações de dentes, língua e salivas que orquestradas pela intenção de justiça lançavam no ar gotículas que verminoses que em sua pele doce e tão alva quanto à neve não violentou. Desta vez ele mentiu pra si. A única vez que não mentiu pra ela.
Assim como é comum nos cinemas, choveu também naquela noite e as movimentações das árvores que não saiam do lugar construíram a trilha sonora da amarga despedida. Quando Sir. Toddlers bateu a porta do quarto as lágrimas desceram escada abaixo da fortalece dela. Durante dias ela nada disse, não me recordo de tê-la visto muitas vezes caminhando pela casa. Quando o amor não acaba e desfalece o amar é preciso luto para o coração pedalar suas emoções. 

domingo, 6 de outubro de 2013

Simples assim

Eu teria te amado para sempre se não tivesse o amor acabado pra nós. Juro que cada uma de minhas juras não foram em vão. Cruzei o meu coração com as promessas de meu corpo e o corpo se cansou de se sentir em nós. Ansiou os meus poros outros suores, outros amargos, doces ou agridoces. Ele quis outras temperaturas e temperos. Outros corpos. E minha emoção precisa de corpo para habitar o seu sofrer, ou como gosta de chamar, amar.
Eu te quero livre. Te quero sem o compromisso de te fazer pensar que penso em ti. Quero apenas pensar. Sem pensar ou pensando. Quero pensar sem pesar. Livre. Simples assim.
Naquela última noite briguei com você, pois queria me despedir numa transa mais que sublime. Queria te despertar o melhor sexo, o melhor fazer amor. O melhor amor que já se cansara de ter sido feito. Quando brigamos sempre transamos melhor. Sempre é melhor depois das brigas e pratos quebrados, mensagens no celular apagadas, palavrões pelos corredores do prédio. Sempre é melhor amar depois do ódio. Sempre é melhor construir, fazer amor, depois da destruição.
Eu teria te amado pra sempre, eu juro. Eu sei. Ou acho que sei. Mas preferistes o pra sempre ao invés do amor. Do dia após as rugas. Que lástima!
Procuro agora nas paisagens que esboçam você em minha memória as lembranças de quando fomos felizes. De quando sorrimos. De quando tínhamos prazer no amargo dos chopps.
Os nossos gritos e insultos aprisionam os átomos do ar de meu apê. Eles pesam o meu ambiente solipsista. Deixo de procurar por você e esqueço dos sentidos das louças sujas sobre a pia, o par de taças manchadas do rubro das uvas fermentadas próximo ao fogão. O fogo apagou? Contemplo as taças e sorrio, mas não aprendi ler as marcas de seu sangue sobre o cristal. E minhas taças nem eram finas, eram de vidro mesmo. De cristal tornou o nosso antigo sangue quente. Cristal. Mais firme que as juras que jurei.
Pode amar alguém fazer bem? 



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Quando forçamos ser amados

Carne 
Osso
Músculos
E artérias
Onde você respirou procuro meu pulmão
Em teus pensamentos não ditos
Esboçam as minhas memórias de felicidade
Passo
Traço
Marcas
Músicas de Maria beijam meus lábios
O sabor de teu mau hálito adoça minha madrugada
Meus braços em torno o travesseiro
O cheiro de teu colarinho sujo
Sinais que dormistes em minha cama
Pretérito mais-que-perfeito
Bem feito pro músculo 
Ao pensar saber malhar o amor rarefeito
Onde você respirou procuro meu nome
Onde me desconjurou lapido as juras do amor

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Pessoas

Pessoas chegam
Pessoas passam
Pessoas soam
Pessoas pesam
Pessoas são e esquecem
Outras lembram
E somem
Pessoas eu
Pessoas tais
Insossas 
Breus
Funda
Mentais
Embora há as que não pensam
Pendem
Pedem
Podem
Podam
Fodem
Pressas
Soam
Aparentes
Aparências
De mal paridas
Pessoas



domingo, 15 de setembro de 2013

Bolo integral de aveia e maça

Como sempre digo, nem só de INsanidades vive o Valdeco... pois "saco vazio não para em pé." Não é, senhor Neguinho do Gás???? Então, me pus a loucura de encarar a cozinha junto da Adriana. Gente, preciso confessar algo: eu não sei fazer bolo. Tento todas as receitas, sigo à risca, porém todos solam. Meus bolos de cenoura, mais parecem, pudins de cenoura. Mas o gordo aqui come. E como come...
A Adri, resolveu encarar o desafio de me ensinar a fazer bolo. E não é que deu certo... Se joguem, INsanos!!!!



Em uma tigela grande, bata:
* 1 tablete de margarina com 1 xícara (chá) de açúcar refinado ou mascavo, até obter um creme. A Adri disse que o segredo é bater bem, pois quanto mais você bate, mais fofinha fica a massa. Mas o louco do porto-riquenho Gerardinho, está dizendo aqui: O Segredo é o amor! Também.
E junte:
* 3 ovos inteiros, 4 maçãs médias, descascadas e cortadas em cubinhos. Misture bem.                                                                Adicione:
* 1 e ½ xícara (chá) de Aveia inteira em flocos finos e 1 e 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo. Continue a misturar bem até obter uma massa expessa. Acrescente 1 colher (chá) de canela em pó e 1 colher (sopa) de fermento em pó, finalizando a massa. Só isto, queridinhos!!! E uma bancada da cozinha suja. Mas lavar as louças não é comigo não. Nem venham!

Vamos para a montagem, então?

Unte com margarina uma fôrma redonda de 24 cm de diâmetro, com orifício central e açúcar. Coloque a massa.
Misture 1/2 xícara (chá) de açúcar refinado ou mascavo com 1 colher (chá) de canela em pó e polvilhe sobre a massa do bolo ainda crua. Não fizemos isto. Ou comemos bolo ou melado, né?
Leve ao forno preaquecido, a temperatura média (180 graus) para assar e formar uma bonita crosta de açúcar. Se você colocou o tal do açúcar, gordo.
Depois de assado, tire o bolo da fôrma e, se preferir, enfeite-o com cerejas antes de servir. Maior viadada!!!


Gente, é isto, está pronto. Eu coloquei umas castanhas ao lado e comi. Comi. Comi. E reticências.
Ah, se vocês optarem pela farinha integral e açúcar mascavo mesmo, correm o pequeno risco do bolo parecer seco aoi sair do forno, mas depois as maças liberam um caldinho e tudo fica suavemente gostoso. Beijooos do Val!

*e me chamem para comer.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Isto

É por vontade de Deus
Não saber o sabor do amor
E desconhecer o que valeu 
Sem vale refeição
Sem feição ao teu rosto
O amor é assim e não é
Saber sem saber
Sabor sem gostos
Desconhecimentos do que se acaba de conhecer
E ser inevitável
Dor
Dormecidas do intelecto
Que bestializa
O homem 
Que amou
E esperou ser feliz 
De novo
Valeu-me, Deus
Destinado estou
A morrer por viver o amor
Condenado a prisão perpétua
Nos caminhos de liberdade
Por assassinar a saudade

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Salgada saudade

Para minha irmã Gabi e minha princesa Alicinha!!!

Sai
Saudades
Do meu peito
Chega deste aperto
Que me rouba
O ar
Preenche o meu jeito
De ais
Fadiga o corpo
E distrai o coração
Sai
Salgada água 
Que no rosto rola
Rola
Pirambeiras
Piras
Sem demoras
Não voltas
Volta a face daqueles
Olhos
Pra mim
Enrola o tempo
Sem ter tempo
Pra lembrar
De mim
De minhas lembranças
Vem me florescer
Retorna 
Contornos de sobreviver
Adoça as palavras
Que irei olhar
Não iras os teus olhos
Deixes a saudade
Ter saudade de ti
Se deixes
Saudades
E
Vá também 
Amar

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Amor que não enche barriga

Perdoe os meus perdões
Os "nunca mais se repetirá"
Que são rotinas e repetem as séries
Desculpas que malham o músculo do miocárdio
Culpas que finjo esquecer
E te lembram dos ossos duros que roeu no jantar
À velas
Entre sepultamentos de nossas paixões
Perdoe-me
Não quero crescer
Tampouco descer das circunferências de minhas luas
Te amei ontem e antes também
Me fartei das borboletas 
Arranhei em cócegas meu estômago
Mas nunca me satisfiz do amor
Perdoe-me por encher a boca
E nunca a barriga desta paixão

domingo, 25 de agosto de 2013

Eu transei domingo de manhã

Uma xícara grande de café. Sem açúcar, por favor.
Não. Apenas isto mesmo, obrigado!
Por acaso vocês teriam mel?
Sim mel. Mel de abelha. Para adoçar o café. Não gosto de café amargo e também não consumo açúcar. 
Não? Como não tem mel? E sal? Vocês teriam sal?
Poderia ter um pouco de sal?
Não é para o café, mas para aumentar a minha pressão arterial. Apenas uma pitada debaixo da língua e já me sentirei como se tivesse os meus polos dilatados, transpirarei frio, congelado, mas o meu corpo suspirará o calor que responde ao tráfego do sangue em minhas veias. As minhas pupilas mudarão de cor e delataram o cão que ladra entre minhas pernas. Por que me olhas tão espantada? Por acaso nunca sentiu sensações como estas? Tão humanas e corriqueiras! 
Experimente! Mas tome com cuidado. Sem euforia para que não engasgue. Isto! Toque os teus lábios com delicadeza na borda da xícara. Permite-a também tocar os teus lábios e levemente penetrar tua boca com o negro deste café quente. Isto! Sente os teus lábios encharcados? Com calma. Com prazer em degustar. Isto! Calma, não é pra engolir tudo numa única golada. Aprecie. Sem pressa. Coloque um pouco mais de sal sob a língua e a deixa dormecer, deixe-a ser moldada ao corpo do café que a envolve, sinta os arrepios que se revelam em pequenos vulcões sobre tua língua e engasgue. Isto! Engasgue ao encontrar o negro com o negro. Profundo. Fundo. Funda o teu gosto entre o sal, o amargo e o doce que em breve cuspirá sinalizando as revelações da plenitude de teu gosto ao corpo desta xícara grande de café preto passado no saco. Gostou?
Agora respira. Inspira as decomposições de tuas descobertas. Relaxa. Não estás enfartando, apenas se fartando do delicioso gosto do negro café.
Bom dia!

sábado, 24 de agosto de 2013

Sabores das nectarinas

Leve na lembrança o leve gosto de mim
Não se esqueça de meus dedos sobre os picos de teus montes
Lembre-se de mim nas terras frias e distantes
Não se esqueça das palavras que nem sei dizer
Dos sons que desconheço
Ou dos verbetes que te ensinei
Perdoe os meus perdões
Desculpas as minhas desculpas esfarrapadas
Tenho sob o corpo as farpas dos antigos meus
Os convites pra amar
E eu nunca amei
Transei
Trepei
Tracei
Em tratos sem acordos
E acordes tropicais versus versos de Bonaparte
O teu corpo tem lembranças das colchas de vovó
Retalhos que retalham meus espermatozóides
Teu cheiro tem sabor de minhas fugas
Teu sorriso me lembra as nectarinas
Ou os pêssegos?
Teus dentes
Teus olhos, assim como o mar, me convidam
E eu vou
Não volto
Me deixo
Me jogo
Sem jogos nem playgrounds
Suave veneno teu odor e timidez
Me lembrarei dos roubos que cometi por ti
Me meti em meios aos esquecis
Me esquecerei das promessas sociais
Não serei quem ensina
Serei quem se deixa viver
Em bela melodia
Você me melou


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Reasons

I will take you out of my thoughts
And put you in my bed
And have sex above the spots
There´s all reason to be mad

Some people we just love
Another one we try
Sometimes go to the cove
You make me cry

I will take you out of my heart
And make you my lad
And have sex with all hurts
There´s all reason to be bad

´Cause some people we just love
Another one we try
Sometimes go to the cove
You make me cry

Desculpas por não sorrar

I´m so sorry
Today I woke up black
Melhor, não sorra
My polite doens´t matter of fact
O nego aqui também pode ser ouro não polido
Who told você I should ser clean?
Claro que um dia chegaria o mau humor
And he cames to remind me about me
Quantas vezes sorri de tuas bobagens
How many time troquei meu time por você
Torci pela vitória de meus inimigos
Contorci-me nas derrotas de minha paz
Today I do not have time to laugh
Ontem eu ri as amarguras de your jokes
Hoje vou chorar na alegria do teus jaz
Sem tom de jazz
With no som de pain
With no descupas e sais
Doce
Seco
So sorri, but I will sorrar

domingo, 18 de agosto de 2013

Perhaps we were in love

I can´t remember my name, dear. So how could you take my attention for you? It was over. There´s nothing we can do for that dream to be forever. So sorry.
Don´t worry about me. My mom hasn´t taught me to cry, but the life told me how to do it to my heart. By the way my mind is always busy, thinking in you.
I have some question to do. How many time do I have to think in you to know I´m in love? How many time can I say your name and no one gets my stupid feeling? I don´t know how to lie, you know. I´m so sorry.
The life is so weird. Yesterday we were talking about love, passion, and now these things are the all the things I cannot believe or wait. The beats of my heart were the soul of your attitutes. But you moved your play and now they are something like a old doll. I ain´t a dirty shirt. Why are you so rude?
I cannot remember my name to tell to my heart that it should start to figure out its situation. I forgot my name. I forgot the secret of my heart. You didn´t play to it. I put it on sale. Don´t you remember? I told you: You do not need to be faithful.
Perhaps we walked on black. Perhaps we walked on white. The case is I´ve been walking on rainbow dream. In my head there are all of the colors, for me and for you, but I cannot paint your mind. Just you, babe.
I looked for your body in my bed this morning. Your body is all I had from you. I should hold me closer last night and let a deep tatoo in my skin. And even said goodbye. 
Please, is there someone who can remind me to breathe?

Trago Tay e fumo Ellis

Um amor INsano para Taynara Barcelos e Ellis Schmidt...


Te trago canudos mordidos
Te trago pedrinhas largadas no chão
Retratos e cartas de amigos
E em papel de bala o meu coração

Te trago as rosas e os rios
Te trago o perfume que o amor usou
Pedaços dos risos vividos
Os tons coloridos que não desbotou

Te trago em tal
Te trago em Tay
Te trago em lis

Te trago as danças das folhas
Te trago as notas daquela canção
Bobagens, besteiras, as bolhas
E em papel de bala o meu coração

Te trago os chicles mascados
Te trago o céu que New York não usou
Os laços de meus pés descalços
Os tons coloridos que não desbotou

Te fumo em giz
Te fumo Ellis
Te fumo Tay

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A porra é doce

Saudade
Salga o meu coração
Cor vermelha
Cora a minha emoção
Cora a dor
Cora o peito
Não tenho peito 
Para encarar
O tão caro
Tornou a ação 
De viver o são
E era apenas é
Ou nem foi
Quem fui
Foi eu
Cheio de primeira pessoa no plural
E singularizei
O peito
Que tive
Retive
Salgou
Com doce de açúcar da porra
Porrou o meu coração
Que de cor não conservou
Se fez servo da saudade
Que o sangrou de ais  
Sai saudade
Ainda tenho idade 
Para salvar o peito

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Até a tristeza já foi

Eu poderia dar a luz à um filho com toda esta força que faço para chorar. Sinto-me tão seco e solitário que nem as lágrimas me acompanham a presença hoje. Eu também não estou triste, a tristeza também já foi embora.
A gente se faz de tão forte e capaz, não é? Todavia somos frágeis, pequenos, pobres corpos cheios de seus eus. E o apego nunca vai embora.
Aparentemente somos apenas paixões pela beleza que contemplamos no espelho. Mas espelho mente. Se quebrar corta os pés e espalha o meu sangue. No fundo somos todos líquido vermelho. Uns A, outros B, O, negativados ou positivados por natureza. Eu queria ser apenas ar. E flutuar pelo ar. Atrair o meu semelhante.
Parem tudo. Silêncio. Um momento para esta penugem de lágrima que ameaça deslizar sobre minha pele negra e espessa. Os meus olhos esticam os seus braços para tocar o meu peito, pois no meu interior há tantas sentimentalidades não vividas que por entre suas pupilas e íris não conseguiu atravessar o sol.
Traga pra cá tudo, olhos. Derrame um rio sobre mim. Deixe-me chorar de mim e por mim. Desentupa o meu rancor e prepotência. Deixe-me fluir e fruir. Deixe-me ir, sem ter que voltar pra mim.

Foda-se! Dê o seu jeito, palhaço.

Era fim-de-tarde, ou era noite já? Nem sei... Estávamos à uma mesa amarela, destas típicas da Praia de Ipanema no Rio de Janeiro. Ríamos, conversávamos, conhecíamos a liberdade de cada um e de cada um (segundo ao pedido de Thales Rios) eis que surge mais uma INsanidade de Valdemy!!!


Com ignorante timidez eu ia deslizando os meus dedos na pele amarela da mesa que sustentava em  quatro patas o líquido que hidratava as palavras que dizíamos um aos outros com sedução fingida, piadas sem graça, por este motivo mesmo, engraçadas e fumos. Fomos. 
A fumaça dos cigarros diluia os pensamentos que flutuam os pudores. E ela escolheu pizza de quatro queijos. Pecado! O pecado era a brincadeira da justiça libriana, mas as minhas intenções eram ideias de casamento duplo. Alguém tem algo contra? Me mama. Ama. Trama os teus jeitos que trejeito o teu gozo. Deixemos o pensar em pensar para o tomorrow. O real, o céu, o medo são filhos da terra do amanhã e a mesma mesa amarela tinha urgências para o ontem. No agora e pra sempre.
A areia da garota da praia famosa foi se misturando a maresia incômoda. A maresia não lubrificava os movimentos de seus contorcionismos entre areia e ar. E do ar eu fiquei sem. Pesadelos por confiar no amigo que me comeu dormindo. Branco, Negro. sono. E eu nem me lembrei. O que fazer?
Foda-se e dê o seu jeito, palhaço. E gargalhe sem álcool, sem vinho ou cerveja. Transe e se alguém tiver algo contra pra te falar, violente sua boca para que esta se cale pra sempre. Amém! Vá! Sem descabelar o palhaço. Maduro e real. Não mereço beijo partido e sim particular. Gozo é pequena morte e o meu mar é grande demais pra ficar no salivar. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Amor de mosca em feridas de chagas

Sem explicação
Sem cor, sem dejavú
Antecipação
O arroz ainda está cru

Sem sobreviver
Sem cor e sem corar
Jantei
Comi você
Pra rever vou vomitar

Saborearei again teu gosto
Sóbrio ruminarei teu gosto
Gosto tanto de você

Sem o menor pudor
Sem dor, sem compromisso
Sem reler Artaud
Exposto ao sinistro

Sem distanciar
Sem véu
Com crueldade
Sem jurar amar
Atropelo em um quarto de idade

Saborearei again teu gosto
Sóbrio ruminarei teu gosto
Gosto tanto de você
Gosto tanto de você
De você tanto gosto
Tanto você desgosto

Amor de mosca em feridas de chagas


domingo, 11 de agosto de 2013

Tudo que tem vida é sagrado. Até o pecado

Eu misturei alhos com bugalhos
Triturei as notas de cem sem guardar os zeros
Eu pequei por zerar minhas vidas
Sete ou nove
Resguardei-me das paixões
E rasquei os tons de mim
Pequei
Não por transar em divórcio
Condenei-me por não gozar de mim
Tudo o que move vida é sagrado
Pois em vida não há pecado
Profano é negar a vida que tange em si
Amor não o que criei pra que fosse
Amor é sagrado
Não cabe aos constrangimentos do homem
Queria sentir outra vez o sabor do mento na boca na mente
Todo amor é sagrado
Todo amor sangra
E de dor em dor se purifica
Na natureza
No vento que não toco e me leva
No gozo que não masturbo e sangra de madrugada
No pau que levanta em minhas naus
No pão que encanta os meus nãos
Todo amor é saudade
Todo amor é você que se distancia
Eu misturei quilômetros aos metros
Como misto rei de muitos reinos
E sem nenhum real
Apenas fantasias 
E ânsias em ser as penas pelo ar
Saudades de voar outra vez
Em laterais de triângulos somadas
Às dezenas de meia suja 
E cinco pés descalços que fogem pra longe de mim
Misturei mentiras às verdades
Em tiras de ver ciso
Mas não chorei do pecado que cometi

Pai dos dias dos pais

A gente se perpetua no sangue
Na cor da pele
Nos riscos das íris
Nas dobraduras em torno das mãos
No andar reto e torto
No ritmo do peito
Nos decibéis da gargalhada
Na dureza da cabeça
Na fluidez do coração
No sentido de vida e não de morte
No norte que nos aponta ao coração de pai
Tipo de pai pra filho
Tipo pra ontem
Tipo pra ontem
Tipo pra sempre
Tipo pra sempre
Sempre de tipo pai

sábado, 10 de agosto de 2013

Eu também serei velho um dia

Minha vó sorriu pra mim
Meu pai gargalhou seu escândalos
Os anjos correram para derramar as chuvas 
Sinalizando que o céu regozijava a alma azul
Ao tocar minha pele a chuva fria foi me aquecendo
A minha infância recobrindo cores
Eu cantei a cantiga que me ensinaram
Falei na língua que me descreveram amor
Dancei no tom da alegria 
Feliz é quem chora por saudades e amor
Ao perceber minha euforia eles foram se descolorindo
Perdendo o tom da tinta no papel
A chuva lentamente se mesclando ao sol matutino
Eles já plantavam caramelos nas árvores do céu
Aqui na terra fomos nos aproximando dos dias
Fomos tarde
Fomos noite
Fomos e partimos
Partimos e encontramos o inteiro
Lembramos o cheiro, o tempero, a voz,
O tom dos sapatos no chão vermelho
Neto cresceu e ficou velhinho
Nos sustos da fala inscreveu o hino
E também foi pai
Foi avô
Voltou ser filho
Deitado na cama cantou pra o seu sono sorrir
Cantou pra papai, vovó e Papai do céu


domingo, 4 de agosto de 2013

C-Oração de neto

As lágrimas que rolam apenas escrevem em minha face as poesias que tua simplicidade me compartilhou.
A solidão aparente se confronta e enfraquece diante à beleza de seus meigos sorrisos que ainda lembro claramente as marcas que os músculos de tua face desenhavam para o inscrever. Em suas rugas eu naveguei rios de emoção. Como eu ri contigo, de ti...!
Impossível não continuar sorrindo. Mas hoje me deixe chorar, gritar, deixe-me ser desesperado em minha dor.
Véia, não se pode conter um Paraíba que corre em direção ao mar. Não se pode conter o meu coração que caminha pro teu agora gelado, parado. Coração malvado que parou para te presentear com o calor e graça do coração de Deus. Hoje Ele deve está sambando de alegria e os anjos na ansiedade de primeira vez ouvir tuas histórias. Conta aquela do lobisomem nas capoeiras de Muzungum. Até Deus vai acreditar que lobo-mau existe.
E Véia, quando se encontrar com o meu pai, apenas sorria para ele. O meu riso é igualzinho ao teu. Ele ficará feliz em me ver através de ti, pois no céu também há saudades.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

De homem e criatura

Sempre fui o cara que confiou em deus
Meus medos e vãs memórias escrevi pelos rastros seus
Mas deixei de brincar
Conheci o teu corpo, o teu cheiro, os teus ais
Tais evidências quem me testemunharam deuses
Fecho os meus olhos na esperança que você se aproxime
Me exibe o teu pecado
Estou pronto para banhar o meu corpo no enxofre
E escrever nos tropeços meus vôos
Estou voando em encontro teus beijos
Ao encontro de teu sexo ao meu
Te devoro, te oro, devoto
De vez em quando te sacrifico em pequenas mortes
Te assassino em roubos de respirações
Te prendo em meus braços num ritual humano
Num culto que encurta minhas dores
Num canto que atrai tua emoção
E sangra os teus olhos de gozo e paz
Em consagração de homem e criatura
E então deus é quem confia em nós

sábado, 20 de julho de 2013

Renan de Mônica de Renan

Nos INsanidades de Valdemy, amor é algo concreto, real e tangível que de fato acontece e transforma o que conhecemos sobre a vida... Não é que até o Renan se casou, rs!!! E de início eu já digo: foi de longe, em milhares de quilômetros, a cerimônia de casamento mais linda e emocionante que já fui em toda minha vida. Mônica, a noiva, estava tão radiante quanto o sol, tão delicada quanto as flores de seu buquê, tão linda quanto a beleza de cada olhar apaixonadamente contemplava este momento único. Vocês me emocionaram, afilhados!!!

Mas onde está o tal texto que o INsano Val deveria ler na cerimônia? Eis aqui a minha emoção...



A escolha foi pra que eu fosse teu
A espera foi para que eu fosse tua
Um corpo
Um ser
Uma carne
Em espírito, voz, coração
Já não seríamos mais eu e ele
Já não existiria ela e eu
Seríamos nós
Nós atados entre pétalas de rosas
Não seríamos sós
Sorriríamos juntos
Família
Laços que envolvem o coração
E nos lembra que há metade
Há inteiro
Há encontro
Cantos de paixões que pulsam no peito
E atrai Renan de Mônica
Pra Mônica de Renan
Já não era poesia
Era o próprio som do coração que orquestrava o olhar
Era o próprio olhar que diria sim
E ele gritou pra ti
E o mundo se calou pra nós
Até as árvores pararam de dançar
Não é todo dia que corações orquestram a natureza
Mas seria hoje que a natureza selaria em doce voz
O amor
Com amor
Pelo amor, 
Meu amor


                     


             


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Amemos no yesterday

Não é a tua boca que quero
quero mais
ao veneno me entrego
não quero paz, amor
quero o fim

Se é despedida
te peço yesterday
Tua fome despida
consumirei, amor
até o fim

Arrasta o meu peito
entre as calçadas
fere a mim
perturba o meu leito
vem sonhar por mim
diz que sim

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Não estou com cara de pessoa feliz

O meu corpo respondeu ao que minha mente calou
Nem os meus longos fios de cabelo esculpiram minha alegria
Hoje não estou com cara de pessoa feliz
E ontem eu já desconhecia a felicidade
Tem dias que sou tomada pela sensação de nada sentir
E eu até rio
Eu até roo
Mas minhas cordas me prendem pelas esquinas
Tenho uma certa quina, sina em me acordar
Eu rua
Eu fora
E engulo o desaforo das gulas de tua emoção
Persisto o infinito e me quebro nas dobras das avenidas
Ave Maria,compartilhe-me tua graça
Embora eu nem partilhe destas engraçadas canções
Sou do tipo que só canto a solidão
Este é o manto com que revisto o meu humor
Elas me compadecem da falta de você
Pois sempre tem um você no sempre que não me seduz
Hoje acordei com cara de pessoa que não chorou de madrugada
E chorou pela pessoa que não mais dormiu de cara
Hoje acordei com as costas de você
E mentindo sorri

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Se eu me apaixonar outra vez, eu esquecerei o pensar

Eu sai... Sem ao menos ter entrado em relação, sai. Despir-me das armaduras que atavam o meu peito de toda insegurança que a própria paixão reserva às cócegas das emoções. Me vi nua ao me ver descoberta por mim mesma. 
De repente as náuseas de tanto girar nos trezentos e sessenta graus da roda gigante se desenhou nos cento e oitenta graus de refluxos de intenções que sabia que sentia, mas ressentia pressentir. Mentir pra mim? 
Como construir as paixões se nego-me aos compromissos de sustentar a casa? Fique mudo. Fique na tua. Fique com ela. Ela, as tuas também seguranças.
Eu nem sei o que quero ou o que esperava das coisas que sabia. Queria apenas deixar ser, o rio correr e o álcool me inventar estabilidades, mas me esqueci que a vida tem sina em ser traiçoeira. E hoje ela gargalha de mim. Tira sarro dos olhares maduros que pra ela ensaiei. Ah, se tivesse sido pelo menos um sarro, mas foi o que nunca chegou a ser. 
Puta que pariu, já são oito horas da manhã e ainda não se desfez em minha memória as sensações desta madrugada. AH, se eu pudesse inventar carochinhas para o meu coração e disfarçar suas fantasias. Este besta músculo pensa que já está malhado e definido à me enganar. Ele está. Quem nunca esteve foi você e minha consciência que me cobriu de mim.
Mas acalme-se, menino. Não turbe o teu cabeça com o gozo que sufocará tuas vias. Deixe o teu prazer fluir e e viva mais esta noite. E viva outras mais e outras além das outras. O combinado foi feito e o trato aceito. Te tratei e nos tratamos. Nos movimentamos e nos atropelamos. Nos. Nós. Nunca nus. Sempre revestidos dos pensamentos. Todavia a paixão é como um mítico deus. E quando quer nos toma todo o pensamento, assim só nos resta o poderoso sentimento. Que mesmo sem poder nos ser, se é. Se faz. Se eu me apaixonar outra vez, eu esquecerei o pensar...

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dois bigo

Sonho
Acordo
E dou corda
Pra o enforcar
Forca
Sem força
Palavras
Que nem sei falar
Falo
O calo
Que caleja
Meu pedalar
Peço
Não pido
Repito
O pesadelar
Duelo comigo
Com os dois bigo
Me esqueço
Aqueço
Esfrio
Frito a emoção
Queimo as massas
Acordo pra vida
Retornar
Sem vivo
Sem morto
Morno
Tem dias que sou real frustração.


domingo, 23 de junho de 2013

Lágrimas

- Eu me rendo. Não precisa atirar. Calma!
Estas foram as minhas últimas palavras antes de ser atingido pelo lapso de entendimento que todas as minhas possibilidades já haviam fugido de minhas mãos, como areia finas entre os dedos. Eu chorei. Chorei muito. Mas isto também foi na plenitude de minha solidão. O silêncio compartilhou de minhas frustrações, eu corei a face, disfarcei o bom humor com realidades de frio. Desistir talvez possa significar recomeço e eu estava disposto a recomeçar de onde sai, do nada, sem tudo.
Ana sorriu, compreendeu que nada estava acontecendo. Quis por teimosia dizer pra si que nadar seria o mais correto e produtivo. Mas o rio já havia secado. Ninguém ria ali.
Elizabeth não fez diferente, começou recitar um mantra. Perfurou os meus tímpanos com ladainhas que apenas me causavam enjôo. Cão que ladra não morde, mas ela não compreendeu que o seu pai estava ocupado com outros serviços reais. Os meus eram apenas imaginários.
Da Carla eu não quero falar, nem do Roberto. Do Paulo talvez falaria, mas desta vez o Paulo não disse estupidez. Ele preferiu selar o meu tumulto com um silêncio que cortava o meu peito. Será que fui eu quem não soube ouvir?
Quando eu tomava o último gole de ar para preencher o adeus, o Joaquim chegou. Antes não tivera vindo. Ele riu do meu drama. Construiu cócegas de meus choros. Zombou de mim. Aplaudiu minha queda. Sambou na minha face, sem cerimônias me declarou casado com a derrota e eu nem força para ignorar tinha. Eu gargalhei com o desamor.
 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Lançamento do livro "A vida, morte e as paixões no mundo antigo"

INsanos e INsanas... 
Eis aqui um imperdível convite: lançamento do livro "A vida, morte e as paixões no mundo antigo: novas perspectivas", organizado por Flávia Schlee Euler e minha querida professora Isabela Fernandes, que tem muita influência em meu trabalho como artista.
Bem, o livro contem artigos de variados professores, sobre mitos e outros temas afins na Grécia, Roma e Egito... Já estou ansioso pra iniciar a leitura!


domingo, 9 de junho de 2013

Quando a amizade acaba

Ela estava acostumada às mudanças de outras estações. Conhecia o sabor do sal do verão nos olhos e os arrepios do vento frio do inverno. Ela sabia falar das folhas que caiam no outono ou dos espirros constantes que as flores da primavera a provocavam. Ela só não sabia falar da solidão que agora se desenhava como a única e fiel companheira. Quando morre um irmão a gente chora como se perdesse parte do peito. Quando vive um amigo distante de nós o choro é quem conforta o peito. 

- O que estou sentindo é alguma coisa com sabor de morte. Sinto-me confusa diante das sentimentalidades estúpidas que arquiteto para justificar o fim. É tão engraçado o nosso comportamento diante à morte. Somos projetados pra vida? Não. Somos projetados para atrapalhar os projetos que nos afastam de nós mesmos. Trocamos os pés pelas mãos e gozamos alegria de ter caminhado conquistas e na realidade nada conquistamos senão o nada. Agora minhas lágrimas produzem rios. Eu não sei nadar. Pelo menos não sozinha. Eu me satisfazia na companhia dela que me abria os mares pra que eu caminhasse em terra seca. Ela sempre enxugou minhas lamas com os mesmos guardanapos que eu jogava fora. Mas não foi por isto que a amei. Eu a amei pela fidelidade que eu também respondia. Eu a amei por escolha, mesmo não correndo o mesmo sangue em nossas vias. Nosso percurso foi traçado por... Não sei dizer. Nunca racionei o nosso compromisso. Apenas nos comprometemos, sabendo que fazia, mas sentindo o fazer e fizemos. Quando foi que deixamos de fazer? Sigamos sem resposta. O riso deixou de ser o mesmo. O abraço deixou de ser um laço. A conversa ganhou tonalidades objetivas e séria. Bate papo parou de bater. O silêncio o papou. Este engordou dez quilos. Silêncio gordo, obeso e não mórbido. Vívido. A amizade morreu e com ela foram os sorvetes, pipocas, miojos e vodcas. Eu não senti nem frio, nem calor. Segui morna. Segui em círculos. Parei de seguir. E então o choro voltou fluir em mim. E em suas lágrimas depositou o meu peito as lembranças de quando eterno jurou o amor.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Àquela Ge Cortes

Val e Ge Cortes

Hoje o que eu queria era voar até a Cidade Poema e encher aquela que mesmo longe faz minha vida transbordar de paz, clamaria, alegria e amor por viver.
Aquela que você vê passear e se enche de orgulho por que na tua vida ela não passeia. Faz morada, casa, família... Aquela que chora com você e também ri das mais estúpidas piadas. E realmente não sou bom com estas coisas de fazer rir. Mas gargalho. Sim gargalho. Gargalho no som da gratidão que ela me ensina ter. Ela sempre diz que tudo vai dá certo e dá. E eu me dou por inteiro. Por amor. Por graça. Por ternura...
Hoje queria me dar por saudades. Mas vou deixar todo o meu intenso e insano, Val, simplesmente falar de gratidão pra Deus. E Orar pra que sempre quando eu não puder estar perto, que ele ministre o milagre de minha presença no coração dela. Assim como faz no meu. E então ela prossiga em paz e alegria.
Deus, que neste dia você pegue a Mazinha no colo e me empreste o teu coração pra ela sentir o meu pulsando por ela. Amém!

Feliz aniversário, Má!

Muralha da China

A tua voz já não ouço
Tua mão
Meu pescoço
Minha idas e os meus ais
Tuas voltas e vendavais

O meu riso
O desgosto
Arame liso
Muito esforço
Minhas tinas e os meus tais
Despedidas e temporais

Mudou
Secou
Mudei
Molhei
Meu rosto

A tua paz já não torço
Tua face 
Meu desgosto
Minhas piras e meus reais
Tuas tiras irracionais

Mudou 
Secou
Mudei 
Murei
Meu coração

terça-feira, 28 de maio de 2013

Quando me lembro dos antigos amores

Carta amarela
Fotografia amassada na gaveta
Papéis de balas, bombons e figurinhas
De repente o desamor me aplacou
Roubou o meu ar como engasgos nas veias
Bambiei os pés no chão
Bombiei oxigênios pra antigos suspirar
Gambiei minhas sinapses de tranquilidade
Nada ficou no lugar
Tudo deu lugar ao que em alguns segundos não era nada
Nadei feito peixe fora d'água em meu mar
Marejei os meus olhos e olhei sua sombra
Ela sorriu pra mim
Assim como sorriam os teus dedos quando me tocavam
Mas são outros esqueletos hoje o seu piano
Fomos transformados pelos círculos de não-intercessão
Choramos por amor
Choramos por dor
Choro hoje por inodora lembrança
Passou o teu cheiro
Ficaram as fezes das traças
E delas se alimentam as tintas de tuas cartas
Só pra não descartar de minhas gavetas 
Você


domingo, 26 de maio de 2013

Outros anos e Ana

O ano passa... O ano fica... O ano inscreve simplicidades em meu coração. Como Ana...





     Não era novidade pra ninguém. Todos sabiam o quanto ele era impulsivo e teimoso. Não há melhor forma de descrevê-lo do que a inevitável comparação com aquelas mulas desembestadas que empacam fronte aos morros onde sua força mais se faz necessária. Ele já havia entendido que não podia adentar aquela sala, mas ele precisava trocar umas palavras com deus. Assim justificava sua arrogância.

Ele falou umas palavras ao guardião da chave da Sala do Trono. Ele corou as maças do rosto. Sua mão dançou como serpente dócil, humanizada e sensível. Destravou a porta de ouro maciço e no fundo do grande salão pode-se ver um lindo branco reluzente, mesclado pelos tímidos lapsos de brilho que esculpiam o rio de águas cristalinas que descia por detrás de um magistral trono. Sentado sob o mármore que desenhava aquele poder, encontrava-se ele, deus, o Criador, O Todo-Poderoso... Ele O Rei dos Reis... Ele que não encontro predicativo para definir a soberania. Este batia o seu pé direito no chão. Nunca imaginava que deus sofresse de ansiedade. O pó de suas batidas desenhava nuvens que desciam ao firmamento. O som destas batidas orquestrava o ruído do nascimento da vida. Era tudo sublime. Era tudo colossal. Era tudo tudo. Mas uma vez me perdi nas predicações.

O nosso tão destemido jovem, foi alçando em alternar de passos, o encontro com o que poderia ser o seu fim. O menino que enfrentou a vida, venceu a morte e desprotegeu os anjos que guardavam o palácio e destemidamente desafinou os que cantavam hinos de exultação ao pai, se encontrou com o soberano deus e como menino, criança, uma simples criatura diante ao criador desenhou em sonoridades de simplicidade o que no criador produziu a mais bela sinfonia: OBRIGADO POR ESCULPIR ANA LAURA MEIRELLES. Esta não foi a primeira vez que deus chorou, mas foi uma das poucas que em milênios, que ele sorriu.

FELIZ ANIVERSÁRIO ESPOSA!!!