Eu teria te amado para sempre se não tivesse o amor acabado pra nós. Juro que cada uma de minhas juras não foram em vão. Cruzei o meu coração com as promessas de meu corpo e o corpo se cansou de se sentir em nós. Ansiou os meus poros outros suores, outros amargos, doces ou agridoces. Ele quis outras temperaturas e temperos. Outros corpos. E minha emoção precisa de corpo para habitar o seu sofrer, ou como gosta de chamar, amar.
Eu te quero livre. Te quero sem o compromisso de te fazer pensar que penso em ti. Quero apenas pensar. Sem pensar ou pensando. Quero pensar sem pesar. Livre. Simples assim.
Naquela última noite briguei com você, pois queria me despedir numa transa mais que sublime. Queria te despertar o melhor sexo, o melhor fazer amor. O melhor amor que já se cansara de ter sido feito. Quando brigamos sempre transamos melhor. Sempre é melhor depois das brigas e pratos quebrados, mensagens no celular apagadas, palavrões pelos corredores do prédio. Sempre é melhor amar depois do ódio. Sempre é melhor construir, fazer amor, depois da destruição.
Eu teria te amado pra sempre, eu juro. Eu sei. Ou acho que sei. Mas preferistes o pra sempre ao invés do amor. Do dia após as rugas. Que lástima!
Procuro agora nas paisagens que esboçam você em minha memória as lembranças de quando fomos felizes. De quando sorrimos. De quando tínhamos prazer no amargo dos chopps.
Os nossos gritos e insultos aprisionam os átomos do ar de meu apê. Eles pesam o meu ambiente solipsista. Deixo de procurar por você e esqueço dos sentidos das louças sujas sobre a pia, o par de taças manchadas do rubro das uvas fermentadas próximo ao fogão. O fogo apagou? Contemplo as taças e sorrio, mas não aprendi ler as marcas de seu sangue sobre o cristal. E minhas taças nem eram finas, eram de vidro mesmo. De cristal tornou o nosso antigo sangue quente. Cristal. Mais firme que as juras que jurei.
Os nossos gritos e insultos aprisionam os átomos do ar de meu apê. Eles pesam o meu ambiente solipsista. Deixo de procurar por você e esqueço dos sentidos das louças sujas sobre a pia, o par de taças manchadas do rubro das uvas fermentadas próximo ao fogão. O fogo apagou? Contemplo as taças e sorrio, mas não aprendi ler as marcas de seu sangue sobre o cristal. E minhas taças nem eram finas, eram de vidro mesmo. De cristal tornou o nosso antigo sangue quente. Cristal. Mais firme que as juras que jurei.
Pode amar alguém fazer bem?
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