sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Café forte e sem açucar

O amor não se acha assim
Distante ou distraído
O amor sem começo e fim
É o instante sempre traído
Contrariado pelo humor

Gargalhadas é o tens pra mim
Não me importo, amo sozinho
De migalhas não se faz o fim
Nem filhotes voam do ninho
Arremessados pelo pavor

Entra em minha casa com os pés calçados
Escreva no tapete as poeiras de tuas estradas
Desarrume os meus livros mal educados
Bem-vindo ao mundo que te espera deitado

Perturbe os meus vizinhos com tuas canções
Aprisione em teu quarto este coração bandido
Subversa o meu estômago com poucos padrões
E então te coo um café forte neste peito fudido

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A la Julianna Assumpção



A la Julianna Assumpção

Eu sei que seria pra beleza dela que você olharia 
Eu sei que seria para o oblíquo destes olhos de índia que sorririam tuas maças, 
Sei que esta beleza brasileira te desconcentraria a razão
Não poderia ser diferente
Ela tem o dom de ser bela,
Tem o presente de ser colecionadora de olhares
E é meiga, e é simples, é serena
Quando fala transmite outras tais belezas
Tão quanto significativas
Se a boca fala do que está cheio ao coração
O ar que preenche os seus pulmões está cheio de borboletas
Essas voam das formas mais variadas
Se vestem das cores mais inusitadas.
São ousadas
Ele não seria de outra natureza
Natureza de menina que impõe respeito
Assim como toalha de renda que cai delicada sobre a mesa
Ela nos serve de ternura, de carinho, de aconchego
É aquele abraço que esconde os apertos
Ela afrouxa o coração e faz o peito sorrir
À mim ela faz gargalhar
E no eco deste som o que ressoa é: eu te amo

Ju, obrigado por ser simples pra mim! Obrigado por sempre acolher e compartilhar o teu melhor. Ter você por perto tem sido um nobre presente e eu sou grato. FELIZ NIVER!!! Estou gargalhando de alegria por hoje ser o teu dia. Ouviu o "te amo"? 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Eternidades

Uma especial amiga me liga altas horas da madruga, simplesmente com a bela notícia: Val, você será titio... Eu que sempre disse que a próxima amiga que me ligasse pra dizer que estava grávida ou me convidar para ser padrinho do casamento eu mandaria ^&BI(*^(&^%$, a única coisa que soube fazer foi escrever, pois assim expresso o meu amor... Seja bem-vindo, meu bebê! 


Eternidades

Oh, venha filhinho, filhinha, menino, ou menina
Venha sorrindo, esbanjando alegria
Vem pro colo. Vem pro coração
Venha vida e fantasias de contos de fadas
Venha Júnior, venha Antônio, ou José
Venha Rita, Venha Maria, como quiser
Venha em paz e fique à vontade
Pois já estou sorrindo com teus olhos que nem vi
Já sinto o cheiro de teus choros e nem toquei
Já bebo o doce de tuas palavras e nem ouvi Gabriel
Meus braços estão estendidos para teus sorrisos
E os meus cansaços esperando o teu abraçar
Pegue na minha mão e veja nossa história
Me guia, filho meu, às novas memórias
Regue o meu coração com teu ensinar
E colore nosso preto e branco de gargalhadas
É cria criando laços de amanhã inteiro
É vida caçoando dos planos feitos
É chuva em dia lindo de luar da tarde
São sentidos de crianças 
Sentimentos de infância, simplicidades
São traços que escrevem continuidades
São laços que me descrevem infinitudes
É criança e vida que vêm chegando
É amanhecer grávida, grávidos
É esperar por eternidades
São tons de poesias de bem-vindo 

domingo, 18 de novembro de 2012

Feriado, recesso e domingos


As bandeirinhas juninas ainda continuam a balançar,
Mas não se esqueça que agora já é verão
O lustre e as plantas da sacada também dançam suas coreografias
Mas não são estas elaboradas por suas emoções primárias
É o vento que vem, move, invade o ar e o tempo
O vento estupra a calmaria
O vento que não sopra em mim


"I've got a crush on you, sweetie pie
All the day and night-time
Hear me sigh
I never had the least notion
That I could fall with so much emotion"
Mas o que significa isto para o vento que mil paixões traz e leva?
Por que não acelera o vento também o tempo?
Se as bandeirinhas balançam por que elas não simbolizam paz?
"You had such persistence,
You wore down my resistence
I fell, and it's was swell"
And now é só um vento que passou e calor Sandy
E quem restruturará Júnior?
Borboletas, maritacas e outros voantes que não sei quem cantam
Eles zombam de meu silêncio
Pa de deuxam na companhia do vento
E eu solitário fall in love
Caio de ódio de mim e do mundo
Do descanso do feriado, recesso e muitos domingos

domingo, 11 de novembro de 2012

Amor num copo de requeijão

Dispenso as entradas
Eu fico à vontade sem cerimônias e pompas
Me faço de casa e caso com suas almofadas coloridas
Eu coo um café fraco e doce para nós
Repenso o cardápio, gosto de improvisos e desastres
Invento um prato novo
E sirvo de bandeja as insinuações
Não acanhe os teus paladares
Redesenhe os traços de batom de meus lábios em meu queixo
Desfigure o meu modelito
E Aprecie o meu couro
Esquente a frigideira, precisamos refogar a paz
E temperar as estribeiras sem perder o sal
Deixe o gosto apurar no céu
Da boca jorra água e desejos
Misturemos as ervas nas manteigas
Trituremos os odores aos paladares
Cozinhemos o tempo
E sirvamos o amor
Em doses extravagantes
Sem luzes de velas, sem guardanapos ou jogos americanos
Comamos com as mãos
Com fome, vontade
Em copos de requeijão

sábado, 10 de novembro de 2012

Dias chuvosos me inspiram

DJ Allan Mesquita
Hoje o meu-nosso blog tem uma ilustre participação... Amigo, irmão, Dj e agora apaixonado por poesias, Allan Mesquita. Diretamente de Macaé para o nosso INsano Mundo.
A participação do Allan no blog se deu à partir do que chamo de Roubo INsano, onde capturo frases e trechos originais de amigos em redes sociais e então esboço um continuidade no mesmo esquema INsano que caracteriza o nosso mundo aqui. Vale muito à pena conferir. Uma mistura de meus pensamentos em fluxo livre com a mente criativa e sensível deste meu grande irmão. 
Outra contribuição neste post é da bela e polêmica Tay Barcelos, que já passeou por aqui em outras postagens e agora me inspira em alguns pensamentos e do mestre que dita a trilha sonora desta tarde de sábado chuvosa, diretamente de São Fidélis, o Toninho Brandão. Super bom gosto, né GaGatona, Laisa Muniz? >>> Hacker!
Sem mais demora, vamos direto ao papo, ou melhor, ao texto... Se joguem, INsanos e INsanas!!!


Dias chuvosos me inspiram

Não vejo mais aquela beleza em teu olhar. As sombras dos cílios cerrados de São Pedro, escondem de mim o brilho e o calor dos sóis de tua pele. Corpo outrora coberto por minhas mãos famintas e intrometidas. A cada dia que passa, passam as nuances das lembranças de teu cheiro em meu cavanhaque. Sinto você mais longe e mais distante. Na verdade, não te sinto. E ressentir o não sentir do sentimento que em mim pressente abandono me aniquila curvaturas das maças do rosto. Hoje vai chover, e o meu jardim, o mesmo que foi o nosso, não deixará de ficar seco em caatingas.
Não vejo mais você salpicar estrelas em meu céu. Tua despedida, que nem aconteceu oficialmente, estabelece constante inverno em meus dias. Do Rio à São Fidélis.
Não era para comemorarmos primaveras? 
Chego à conclusão de que você está saindo gradativamente de mim, diferente de partos que sentenciam vida. Mesmo seguido de dores e choros. Foges de mim feito menino em embriaguez por vinho, vodcas e tequilas. E o meu corpo racionalmente te vomita. Rejeita. Mas o meu coração ainda te prende em vísceras. Quem ficará em teu lugar? O meu câncer afetivo? Ou minha cólera emocional? Onde estará o meu amor?
Oh, chuva que cai, não silencia o seu grito! Molhe-a e com tuas lágrimas esculpes a silhueta de seu corpo para que possamos dançar em tuas águas. Deixe o rio fluir outra vez e outra vez mais eu fruir de sensações de pequenas mortes. Desenha novamente a face dela pra mim. Irriga-me outra vez e então chorarei para que tuas reservas possam ser reabastecidas, simplesmente para que possa voltar a chover e tocar o corpo de teu amor. Eu sei que também ama, chuva.
E a chuva silenciou. Deixou de me ouvir e desaprendeu a produzir som. Em dias de chuva costumo de inspirar de solidão. O restos são apenas lembranças de dias de felicidades, fogo que se apagou na chuva. Lembranças boas de um dia qualquer. Lembranças de quando o sol veio e o frio da solidão se foi.
Por que hoje só chove? Chove e as muitas lágrimas que correm do céu encharcam e intimidam nas laringes de deus os algodões doce que ele costumava soprar nos dias em que você vinha... pra mim.
Chove e minha mente se perde dentro de tudo aquilo que o meu corpo desmente.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Rio zero graus

"O Rio de Janeiro continua lindo..." e o azul das águas do Leblon ainda refrescam o vermelho sangue de meus olhos. Ou não, rs! 

Nestas sextas de novembro o meu-nosso blog INsanidades de Valdemy, resolveu fazer algo de diferente: se jogar na poética da fotografia!
Creio que as imagens fotográficas libertam e como sugere o também poeta e fotógrafo do estúdio Sam Imagens, Jonathan Bongestab, as fotografias escrevem saudades!!! 

Neste pequeno ensaio fotográfico, eu e Alberta Barros dialogamos sobre o "capturar da alma" do artista e fotógrafo brasileiro, Sebastião Salgado, conhecido como autor de crônicas sobre a vida dos excluídos. Esta brincadeira surgiu nas leituras de teóricos da fotografia Roland Barthes e Susan Sontag para o preparo de um seminário do curso Teoria da Imagem, na PUC-Rio. E então com as escolhas de captura das lentes da também aluna do curso, a Christine Valença, surgiu: 


RIO ZERO GRAUS






FICHA TÉCNICA:
Idealização: INsanidades de Valdemy
Pesquisa: Alberta Barros e Valdemy Braga
Foto e Manipulação de imagens: Christine Valença
Modelo: Valdemy Braga
Produção: Alberta Barros

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A saudade tem saudades também, Laisa


Vc tem vontade de conversar o dia todo, pq não pode estar com a pessoa! Mas se pudesse escolher...
 estando ou nao estando com a pessoa sinto-a pessoalmente aqui........... =/

Três, dois, um
Avanço os ponteiros do relógio ao contrário
Só pra contrariar a deselegância do tempo
Rio dos oceanos que ele enxarca em nossas despedidas
E despeço de minha paz
Que me despedaça como porcelana que beija o chão
E multiplica os traços da memória
Em cacos que aos dedos ferem e sangram 
Conto de trás pra frente outra vez
E acelero os batimentos desta máquina que em meu pulso pulsa você
Mas o tempo me distrai e ganha tempo para tua malícia produzir
O que se tem é a vontade de um dia todo paralisado
De conversas soltas e olhares presos no paradoxo da liberdade
Se pudesse escolher conversaria com a saudade
E educadamente a convidaria ao amor
A libertaria de nós dois
Mas a saudades tem saudades também
E o tempo não tem tempo para a ensinar o depois

domingo, 4 de novembro de 2012

Parei de beber

Seria mais uma enganosa promessa se não fossem estes reais traços de sobriedade que me colorem em preto e branco as sinapses mentais. Seria mais uma enganosa promessa se não fossem as horas já corridas de meu relógio que desenhavam o meu real.
Sou daquele tipo de criança que não gosta de comemorar o aniversário, pois teme não ter o risco de ter sua atenção roubada. Sou do tipo adulto que fantasia amigos em rodadas de cervejas.
É doloroso admitir minha inclinação ao sufocar das lágrimas que afrontam os meus olhos e teimam em querer desenhar em minha pele negra a saudade de um aperto de mão ou caloroso abraço. Nasci para viver sozinho ou ainda não aprendi sobre amor e liberdade? Não sei.
Vejo diante deste retângulo luminoso, as suas conversas que em mim também partilham intimidade, mas não me convidam para o convite. 
Construo ódio dentro de meu peito e vomito juras de vingança. E amo odiar. Com gosto de fel e amargura. Gosto de sentir o veneno que o seu desprezo e esquecimento dilui em minha corrente sanguínea. Amo me proteger no desamor do ódio.
Estúpidos e traiçoeiros são os meus sentimentos que me fazem rir nos dias que voltas depositando sobre o meu lombo fraco todo o peso de sua pessoal covardia. E eu partilho de ti e teus pesares. Hoje quem está aqui para aliviar o cisco do meu?
Parei com a orgia afetiva, com o prostituir de meu pobre violentado coração amigo. Parei de me alimentar de minhas defraudadoras fantasias. Parei de beber de sonhos, risos, e alegrias. Parei de me sustentar do que nem eu acredito, embora conte pra mim. E isto me custa mais que dois contos. 
Quanto mais conheço o ser humano, mais eu amo o meu smartphone que estragou. Ele também secou os ruídos agradáveis por beber de tuas cervejas geladas, tequilas ou vodcas. Parei de parar, agora eu parei mesmo. Parei de beber e me vi sozinho. E o filme nem acabou.

sábado, 3 de novembro de 2012

Pecado prato principal

Boca carnuda, rosada, penso que macia
Pele que tonaliza cafajestices 
Olhos que incendeiam tentações
Cheiro que sinalizam pecado
A tua presença é fogo em mim
Tua brincadeira é jogo sério e perigoso
E o teu toque calafrios que derretem gelo no fogo
Olho o teu corpo e vejo o suor percorrer minha nuca
Sinto gigantes se guerrearem em mim
Sinto o teu desejo de não ser
Minto uns risos maduros
Pinto um quadro de entendimentos
E dispenso paixão
Escolho como prato principal a carne
Que sangra cevada pura
E alimento o meu platônico prazer