domingo, 11 de novembro de 2012

Amor num copo de requeijão

Dispenso as entradas
Eu fico à vontade sem cerimônias e pompas
Me faço de casa e caso com suas almofadas coloridas
Eu coo um café fraco e doce para nós
Repenso o cardápio, gosto de improvisos e desastres
Invento um prato novo
E sirvo de bandeja as insinuações
Não acanhe os teus paladares
Redesenhe os traços de batom de meus lábios em meu queixo
Desfigure o meu modelito
E Aprecie o meu couro
Esquente a frigideira, precisamos refogar a paz
E temperar as estribeiras sem perder o sal
Deixe o gosto apurar no céu
Da boca jorra água e desejos
Misturemos as ervas nas manteigas
Trituremos os odores aos paladares
Cozinhemos o tempo
E sirvamos o amor
Em doses extravagantes
Sem luzes de velas, sem guardanapos ou jogos americanos
Comamos com as mãos
Com fome, vontade
Em copos de requeijão

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