sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Alice Lugão

Eu queria ter o dom de escrever sobre belezas, assim sendo eu saberia descrever esta que é a mais linda bela sublime de todas mulheres de minha vida. Deus deve ser realmente muito apaixonado por mim, pois os presentes que ganho são os mais preciosos. Obrigado, Pai, por mais um ano de vida de minha diva-amiga Alice Lugão. E eu não agradeço apenas por tua beleza, esta que vemos esculpida em seus olhos e face, mas ela é além disto, é delicada, sincera, amiga, companheira e diva.  Sim, esta sabe ser diva e dengosa. Mas que fique claro, estou escrevendo este post apenas por educação, rs! Brincadeira. Escrevo por que amo e diferente não poderia ser. Beijos e feliz aniversário!!!


ALICE LUGÃO 

Ali se encontraria o amor
Ali se encantaria o sol
Ali se abriria a flor
Alice e só

Beleza assalta o olhar
Carinho dedilha a voz
A paz guerreia no ar
Alice e só

Ali se esconderia o som
Ali se gritaria o nós
Ali se falaria do dom
Alice e só

Somente você e tua graça
Que assaltam o ser e disfarça
Somente você que abraça meu coração

Somente você e tua graça
Que ilustram meu ser e o realça
Sorrio menino e sem graça, que emoção

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal sano

Nata
Natal
Nada o presente
E ausente afunda
Em raros sentidos não sentidos 
Ou pensados
Pesados leves fardos de parabéns
E de quem é a festa?
Nata a ceia
E mata a teia destes envelhecidos jingles
Afogue-os neste álcool de teus vinhos
Ou na gula de teus banquetes
Nata 
Natal
Em fatal comemoração
Que não com memora
Esquece
Deixa pra lá
Sem ata
Bata o ponto na lata
E finge amar
Afinal é início de Natal

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A pequena morte da borboleta negra

A borboleta que veio trazer as boas novas pra mim já alçou o seu voo
Com tempo tudo naturalmente torna a sua fórmula
E os desencontros formulam as preces
A borboleta que veio espanar as minhas poeiras se perpetuou de despedidas
Borboleta negra
Inseto incestuoso
Sensações de derrota
Você pode beijar cem bocas num amanhecer
Pode transar dez corpos numa tarde
E sequer ter o coração fragilizado
O teu coração pode nunca beijar as mesmas mãos que o prende
A borboleta vem e vai quebrando o silêncio deste quarto
Onde apenas a melodia dos roncos dos carros na avenida comparece
A borboleta faz aparecer as minhas folhas secas
Tão necessitadas de água como a minha saliva amarga
Minhas hortelãs não disfarçam meu hálito
E eu transo com o mundo para preenche a minha multidão
Assim como a sávia, lichia ou manjericão também me equilibro em busca do sol
Mas eu caio, vacilo e não me vacinaram meus pais
A borboleta se fantasia de lagarta num carnaval que dura o ano inteiro
Mas minha fantasia está dura demais para mim
E de repente a borboleta cai
O pó se espalha sobre meu ombro
E eu saboreio o gosto de gozar sem querer
Nem sempre o sexo é à dois ou à três

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Vazio capital

O vazio preenche-me
Silencioso, grita as minhas vozes roucas, trêmulas sufocadas
O estranho revela a minha face conhecida
Os meus trejeitos arquitetados em niemeyeres conjunções
O que minha boca produz são apenas cacos de hipocrisia
Quem mente em meu corpo é o coração
Na malícia de enganar a mente e defraudar o teu
Que ainda não saiu das fraudas
O meu jeito de ser te encanta, atrai e trai
O meu jeito de ver te constrói capitais, mas não pecados
E o que é a vida sem pecados?
O que é a marca sem história?
Não me convences com esta pureza provinciana
Tampouco com estes arrepios contidos
Esqueceu que já toquei tuas partes
E nelas apartei de ti o parto interrompido?
E te continuei o coito
Coitado de você
Ainda não se esvaziou de si
Há um rio espumoso e esbranquiçado em teus sustentáculos
Ande, deixe tuas pernas tremerem
O desestruturado constrói eixos de brasis
E do nada se faz desordem com progresso e retrocesso
E outros vai e vem até que de teu útero se ouça as margens plácidas de seu gozo 

domingo, 9 de dezembro de 2012

E feito maconha

Não dita tua regra no certeza que regarei teus caprichos
Tampouco fale comigo como se estivéssemos trocando as cuecas
Eu não gosto de cuecas
Eu não admiro castrações, nem suportes
Eu deixo as minhas partes à parte 
Eu não negocio o meu prazer
Mas quanto você pagaria pelo meu peito?
Se é sofrer o amar, me proporcione risos
Me instigue segurar a barriga com minha respiração
Faça cócegas no lugar de onde deus te arrancou violentamente de mim
Excita o meu peito em movimentos circulares, apenas o bico
E feche o bico de tua arrogância
Cale-te
Não diga mais nada ou estragará o silêncio
Ele em instantes gritará as intenções que te negam
Eu sei
Não conheço tua mente, mas leio as rubricas que elas indicam em braile em tua pele
Pele branca, pele fina, pele doce, pele loira
Que em segundos não seguidos pela multidão atraca o meu couro negro
E eu gosto, eu sucumbo
Permito o teu corpo fundir ao meu
Admito teu cheiro entorpecer minha boca feito maconha
Intensa, meiga, delicada
Em belezas que se tangem e separam
Em esculturas que se desmoronam em fumaça liquefeitas de nós dois
Em uma única tragada de naturalidade seca




Suicídios noturnos diários

O encontro é com o que me perco
O que me interessa
É o que não tenho pressa
Deixo ser, fluir sem fruir dos arrependimentos
Tenho as visões que me mostram o que não quero ver
Assim como tua voz que me explicam as perguntas que não fiz
Teus te amos amortecem o impacto de meus suicídios diários
E escrevem com líquido estranho que rola de meus olhos meus diários noturnos
Eu morto e vivo, vivo e morro nos morros que escala pra longe de mim
No árido deserto que festejam nossos entes
Entrego a paz que nunca assassinei
Ali me alimentos de areias e sucos de meu corpo
Meu suor tão doce quanto as lembranças que perdi
No hálito que deserdo os nossos bens 
Calei minha respiração
Perdi a minha voz
E ainda levei você sobre meu corpo, donzela solidão

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Flores secas

Eu entrei pela porta
de entrada
principal
mas foi pelos fundos que você se acomodou em meu
coração
o teu corpo
tão quente como o sol nas noites de verão no Rio de Janeiro
cai como patinho feio em tuas águas traiçoeiras
a tua rede está aqui 
pendurada na parede como enfeite de natal
cheia de flores estampadas
celebrando meu descanso fúnebre
flores
eu poderia ser tua e festejar como tua
primavera
e amanhã secar e cair sobre o solo frio
todavia o meu perfume
te faria contemplar a mim em lembranças
como é triste se sentir
vazia
do corpo de você

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ar-ma de fogo

Não sou apenas uma bu-
ceta
so-ou muitos outras entradas
sou boca, ou-
vidos
narinas, olhos e mil po-ro-si-da-des
você poderia ter explorado este uni-
verso
de po-e-sias que con-fundem
e se-pa-ram sílabas de meu dis-
curso
eu cai e não der-rubei
roubei os meus passos
e continuou a canção
descanse esta ar-ma de fogo
arma o peito e ateie o teu in-cêndio
em minhas pupilas
me me-tra-tra-tra-tra-tra-lha com palavras
mas elas são amantes do ventoooooooo
este ladrão que me rouba a embriaguez
o vento é veloz
não separa sílabas
ca-val-ga sem espaços
e o meu peito é l-e-e-e-e-e-e-e-ento
quase
sempre
nunca
talvez
se 
pa-ran-do

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A pessoa errada certa

Cansei de esperar que teu coração expresse falas em rugas
Estou colocando o meu pra dormir e ele acordará esquecido das birras de hoje
Eu poderia esperar que a queda te abatesse o nariz arrebitado
Mas não tenho mais a vocação para maternidade
Sua infantilidade secou em mim a graça por babies
Ela não é a pessoa certa pra você
E não serei eu que te engatinharei isto
Não vou jogar "mamãe da-dá" com cueca plástica
Você já deveria ter levantado para golfar
Ah, ela é a pessoa certa pra você
E o amor é feito de soma de matemática perfeita
Papai Noel também existe e logo chega o Natal, ho ho ho
Você dá vozes às pessoas que não falam no idioma de teu pulso
E elas só falam do que sempre falam
Já decoraram as ladainhas e nem dão ouvidos às vozes
E tua atitude fria comigo dá eco às suas estupidez
Você está certo que quer ela?
Ela nem chega aos joelhos de meus saltos
Essa eu quero ver
Você correndo atrás de mim
Mas não sou hospital de bonecas

Poderia o céu stop de respirar? Hoje até o vento bothers me

Cale de atacar os my ears with your feminina voice
Minhas conchas acústicas are already calejadas de educações
You've got away from me e agora eu já can believe
That's not meu ending, sem happy end
Você and I
I de mim que esperei por tua hope
Você ensinou meu coração corar a pele de constrangimentos
You e eu
Teus kisses are like the vento que toca minha pele
Ele apenas toca, num exercício de sem why
É verdade que primavera é fim de solidão?
Where is Clarice Lispector right now?
Por mim hoje já poderia o vento calar sua voz
E você já decorou minha reação
E me sou como old novidades
Poderia o céu stop de respirar?
Hoje até o vento bothers me

domingo, 2 de dezembro de 2012

Simples assim

Eu espero que com paciência você me ensine não ver a hora passar
Quero ficar amarrotada com minhas experiências de simplicidades
E não me importar com as roupas que deixei de lavar e seguem sujas
As marcas que as tatuam escrevem as doses de vida que levei no corpo
E o meu corpo fala de minha alma menina e intrepidez
Grita de meu desespero e fome por vida
Não tenho o dom de ser esquelética, franzina, ser meio
Tenho a sina de ser intensa e insaciável de dia pós dias
Eu sou simples
Não complique os meus sons
Falo em sinfonias de gente, de carne, coração
Sou como terra seca e preciso de chuva
Mas as chuvas que me encharcam são chuvas tempestuosas
Eu gosto de tudo com intensidade
Gosto de vida que tenha vida e amo viver
Amo colorir os risos com gargalhadas
E os silêncios com rompimentos de euforia
Eu quero morrer cheia de tudo aquilo
De todos os sins e nãos reservados para minhas perguntas
Até as que eu não fiz e respondo
Sabe aquela pessoa que tem a constância de amar?
Esta sou eu, que corre louca pelas areias das praias
Sabe aquela pessoa que tem o tudo no sincero do nada?
Esta sou eu, que gargalha do simples pão dormido com margarina
E nem gosto de margarina
Apenas gosto do gosto de ser
Gosto de enlaço o tempo com as unhas
Sem administrá-lo controles
Espero que você tenha a urgência de me ensinar ver a hora passar
Por que senão, que me desculpe o tempo
Mas ele se cansará de minha infância que grita por mais tempo de ser feliz
Sou assim, simples assim

Coisas de dezembro

Dezembro finalmente chegou
Sorrateiro e malandro subscreve o fim
As hortelãs secaram hoje ao sol
E na outra janela a flor laranja apareceu
O boldo está amargo, assim como deve ser
E o meu peito?
As chuvas de verão já ensaiam os alagamentos
O calor do mar esquece o planos de disciplina
As coisas se despedem e introduzem
Tiro férias das normas que criei pra mim
E o meu peito?
Não me prenda em teu laços
Não amarre tuas intenções em mim
Desgostos destas sinas de amanha e depois
Eu atraso e me desencanto outra vez
Assim como vem dezembro depois de novembro
Outra vez
Psiu, não descreva os batimentos
Sou daquelas que deixam o som que há de ser, ser ouvido
Mas às vezes ele é boca
E sorri pra ti,
Mas quem vê sorrisos não tange coração