quinta-feira, 31 de maio de 2012

Soldier

Sou de lua
de momentos
de veneta
de mudanças
Sou de casos
de atrasos
de rebelião
Sou da vida
de passado
de instantes
de fugas
Sou tempos
Sou de verão
Sou de quente
de de repente
de sequências
Sou de processos
Sou de intrigas
Sou de figas
de ontem
de sempre
de nunca mais
Sou destas pessoas
Sou deste tipo
Sou de eu

Psico-somatizando você

Esperar você ligar pra mim e dispersar os pensamentos que me acompanham deitados no sofá, assim desprendem os meus minutos de meu relógio que não acelera o curso para me acalmar a pulsação no pulso. Pressão arterial inflamando minhas veias.
Entre caos e desatinos figura a minha mente de que não vens me socorrer e reter o meu calor. Corro pra cama e carimbo o peso de minha cabeça no travesseiro, o mesmo que abraço para fantasiadamente  te reter em meu peito, mas vazio me recobre o sabor de se alimentar de remédios psicoterápicos. Receitas de médicos cardiologistas que não conhecem o coração.
Me finjo leigo. Me finjo morto e corro para cadeira da sala onde defronte um buquê de flores quase murchas que minha irmã de seu namorado ganhou sepultam as minhas lembranças neste texto fúnebre que escrevo para constituir você em proximidades e enterro nos cemitérios da cabeça vazia, oca, em ecos que musicalizam o seu nome em desafinos afinamentos de solidão.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

"Mensagem", o novo CD de Vicente de Paula

INsanos e INsanas, eu já disse: nem só de INsanidades vive este meu-nosso mundo, mas de toda manifestação artística e poética, ou loucuras do gênero, rs.
Aqui nos INsanidades pintamos e bordamos na tarefa de comunicar as mais simples e verdadeiras leituras que fazemos do comportamento humano. Aqui honramos a essência da vida, o amor, a paixão e isto, este nobre artista fidelense chamado pelo mesmo nome que orgulhosamente de seu bairro carrega, sabe fazer magistralmente como ninguém... Como fidelense, apaixonado e poeta, orgulhosamente apresento a vocês o mais novo trabalho deste grande artista de nossa terra, Vicente de Paula!
No meu último INsaniversário tive o privilégio de ser presenteado por ele com um exemplar deste novo trabalho e como tiete número um, fiz questão de exigir o autógrafo endereçado. E estou achando pouco!
Gente, o CD que ganhei já está fazendo buraco de tanto que ouço e pra completar ainda vem logo na faixa 2 o clássico da história da música fidelense: Pedir socorro, música em parceria com um dos maiores expoentes da Artes Cênicas e poesia local, Geraldo Evangelista. Caros, amigos, eu piro nesta música. Quem nunca ouviu, cantou, dançou, ou mesmo chorou ao som de "hoje amanheci de novo com os meus olhos molhados... Se isto não der certo, eu vou pedir socorro, vou matar este amor ou sou eu quem morro."
Este trabalho traz a assinatura da parceria do Vicente com Tiquinho e Ney Velloso na produção musical, do inteligentíssimo e criativo Rei Guida na arte e do tão conhecido meu amigo Mané, o  Marcos Vinícius, na fotografia.
Meu povo INsano,eu estou falando de música e poesia de qualidade. Este cd "Mensagem" não pode faltar no left e right de teu fone de ouvido, no carro, nos churrascos... na vida!
Vicente, meu nobre, parabéns pelo belo trabalho e sensibilidade em trazer trilha sonora às nossas vidas! Se joguem!!!

CONTATOS: (22) 9934 0480 ou (22) 9934 0423

terça-feira, 29 de maio de 2012

Coisas de paixão que não entendo

por que as mulheres, fêmeas e delicadas
gostam de flores
se flores tem cheiro de morte?
por que não vivem simples os amores
sem palpitações de cores
pra que assim sobrevivam a sorte?
por que esconder da vida os odores, o real
se já tem a paixão a ilusão?
por que sepultar o vivo
se ainda não morremos em declaração?

Corpo nu no corpo vestido

Corpo nu
no corpo meu vestido de você
veste de tecido cru
sem tinta ou cortes
no meu corpo, sim, há cortes
dos estilhaços de palavras que você proferiu
ao se calar diante o meu corpo
que megafoneava impulsos de cores variadas
mas que não variam os pulsos de teu peito
nem peitam o teu corpo que só vive solitário para si
sem si solidarizar com as dores que pulam no meu peito
que desfilo abraçado à você
e definho os braços que se secam
cegos em te envolver
corpo nu
corpo no espaço em passos ligeiros
para o copo sem água
mas encorporado da sensação da lembrança de ti
mesmo não sentindo
o corpo
as pernas
o tato no corpo nu

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Operação amor-matemática

Me somo
E não somos
Me subtraio
E subjugo ao teu amor que te falta
Em mim
Adiciono o meu peito ao teu
E adoço tua rejeição que me vomita
Intragável
Sem tragar o beijo que espero que traga em meus lábios
Em refeição sem feição de delícia
Sem malícia ou sucos
Sim, as minhas células não te enxarcam em sucos gástricos
Eles te secam o humor e ardor
Elas se dividem em fagocitoses
que absorvem as esperanças
que em ânsia e refluxos esperaram por mim
Num um mais um que não são dois

domingo, 27 de maio de 2012

Minha vida não é um livro aberto

Sinto você tão longe
Sinto o sentir tão perto de mim
No coração a presença da dor é  constante
E os meus pensamentos tumultuam meu riso
Se deito na cama ela me engole
Os meus travesseiros me vomitam, me cospem no chão
Porém o chão não se abre pra me acolher
Choro e demarco rio com minhas lágrimas
Lágrimas é salgada, não adoçam o peito
Nem matam minha sede de você
Vazia em cheia de sentimentos
Me encho de você que só tem mim
Na parte que escondi de ti

sábado, 26 de maio de 2012

Ana Laura Meirelles


Sem dúvida ela roubou o meu coração deste o primeiro instante em que a conheci. Tornou-se amiga, companhia, confidente, leitora especializada de minha mente INsana que se traduz em comportamentos livres, loucos e apaixonados.
Incrível é o dom que só ela tem de ser meiga, doce, atraente e menina...
Não teria eu, o INsano-mor, outra forma mais nobre e original de expressar o meu carinho... o meu amor. 
E eu "estou bem de boa!" (Risos). Feliz todos os dias de vida, minha bela esposa, Ana Laura!



Ela 
É uma menina morena que  me olha nos olhos
E desnuda singelezas que nunca contei
Tipicamente feminina que nos rouba os olhos
Perturba as belezas que calado sonhei
E até mesmo as que ainda não inventaram
Sua graça, de graça, constrange a pureza
E eu fico sem graça
E até mesmo Deus sorri pra si
Isto vejo
Nos raios de sol que escampam de seus olhos cerrados
Em carisma com tons delicadeza
Nem mesmo a lua cheia se detém
E tímida se esconde de seu sabor
Detalhes de beleza em palavras sinceras
Colore pupilas e penumbra emoção
Nos sons de erres que remontam sua terra
Rabisca no peito sorrisos e canção
Um desfile de graça, de sim's e talvez
Atrai os delírios de certos e será's
E encontros consigo eu espero a vez
De em vez todo instante do mundo a roubar
E então a pinto em cor de aquarela
esquadrinhando poesias com nome de Ana



sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ressaca

Me sinto ontem
Sinto o cinto em minha cintura suturar nostalgia
Minhas banhas se atropelam sobre minha calça
Banham o meu humor em ardor de sobriedade
Insanamente meu estômago vomita o álcool
E eu só bebi pra atrair a sensação de te ter aqui
Permanecesse em minha mente
No exato instante que de minha vida saiu
Vejo minha cabeça girar, girar
Mas em nenhum destes graus que circundo encontro você
Você está em mim
Presa em minhas sinapses
No entanto sou eu presa fácil de ti
Tira de mim este enjoo e mal-estar
E permita-me bem estar comigo
E então me senti liberto da solidão de sexta à noite

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A primeira vez que dormi de conchinha

E então dormi com você e você agarrada em meu esqueleto dormiu comigo. Umbigo em umbigo trançados em nós e afinidades, colados, grudados, transados mais embaixo, unidos.
Sentíamos o calor e umidade proveniente do nosso respirar que se fundia num mesmo percurso de respiração ofegante e outra tão calma como brisas que desnudam pétalas das flores que pela manhã se abriram pro sol.
Eu dormi com você e você aquecida por todo o meu corpo que te transou, dormiu comigo, mas foi acordados e vívidos que nosso sonho aconteceu. Você dormiu e acordou comigo. Nós dormimos e acordamos pra nós.
Encontrei nos recôncavos de tuas silhuetas o abrigo que procurava o meu gozo internalizado em tímidos e corados constrangimentos de negar não ansiar em seu íntimo se sucumbir. Eu encontrava em tuas palavras, nas poucas palavras que ensaiamos, o discurso perfeito para refutar o meu planejamento de oratória prolixas. Depois de tantos desenganos, tantos anos escapados por entre o castelo que inutilmente construí para receber alguém que nem era você foi em conchinhas espalhadas pelo mar que nos abateu que encontrei o eco em sussurros e grunhidos de espasmos que sempre ressoaram silenciosos ao mundo, mas em mim gritaram inundação. Construí um castelo pra nós e nele vivi à sós. Construí a partitura da música que os arranjadores executariam pra nós, mas foi apenas o nosso som de humano refletido em carne e carne que rompeu o silenciar da solidão e em conchinhas me encontrei em proteção de entrega. Enfim, dormimos, acordamos, sonhamos, vivemos e aconchegamos outra vez e outras conchas mais.

Jantar à um

Me senti só
Me senti sozinho
Estava sem você

Na garganta um nó
No corpo nostalgia
Estava sem você

Chocolates, doces ou balas de hortelã
Não irão preencher
O desejo, minha vontade
De em você prazer

Não tem palavras, Cacique ou Tupã
Pra minha saliva conter
Tenho fogo, tenho alma
De em você prazer

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Le sexe

Le sexe
Me beije me
Beba me a bo ca
Me bo ca me
Le tece me
Toke me mui lo ca
Le tete me
Le sexe
Levante la tu cami sa
Me came me
Le penetre
Enxarke me la duo pernes
Une me a tu

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sólido, líquido e gasoso

Chove
Chove
Chuva
Chuá
Chuá
Sujou
Chuá
Chuá
Chi-i-i-i-i
Paz

Chove
Chove
Enxuga
Chip
Chip
Cessou
Chip
Chip
Chu-u-u-u
Paz

Chove
Chove
Ducha
Chop
Chop
Encheu
Chop
Chop
Cha-a-a-a
Guerra

domingo, 20 de maio de 2012

Estranho conhecido amor

Milimetricamente eu conhecia em cor e salteado as nuances tímidas de teu corpo
Eu me sentia um deus demoníaco de braços cerrados em teu corcovado
Eu tinha e ainda me lembro vago, a temperatura que expelia o teu hálito matutino
Eu conhecia as dobras de tuas vísceras e as porosidades de teu útero frio
As minhas mãos germinavam o teu calor
Eu te dei o meu melhor
Entreguei o meu puro
E o que ganhei foi um coração duro, tão distante quanto o a do z
É estranho desconhecer quem antes conhecia e hoje é estranho
Isto sim me entristece, empalidece
Se eu pudesse
Se eu pudesse te roubar o medo e trazer pra mim
Seria mais fácil sete de setembro se tornar vinte e quatro de abril
As minhas insinuações e expectativas remotas se morrem em seu desprezo
Mas eu prezo pra que te marquem a memória
E te refaz prum outro qualquer amor
Não tenhas pena de mim
Dó e piedade despenam a minha honra de sentimentalidades
Quando sentir o teu coração tão pequeno como uma azeitona
Ao se lembrar de mim
Relaxe e mergulhe-o num Dry Martini
Embriague-se e se lembrará de nós
Mas não suscite em ti as promessas que te fiz
O meu amor é nobre e não ressuscita lembranças
Ele se esquece para sobreviver
Carente, só ou num outro grande maior amor de minha vida

sábado, 19 de maio de 2012

Enfim a primeira vez

Toca o escuro desejo
e o véu de teu beijo descobre o temor
Desliza na pele o ensejo
construindo o trecho de paixão e tremor

Desdobra meu corpo aflito
e em tons de apito perfuma canção
Me conta verdades que minto
Destrói o meu mito de antiga oração

Acasale os peitos ao peito
me toca sem jeito e desnuda o olhar
Nos banhe em champanhe no leito
Adoce o cheiro e exale o seu ar

Arrepia-me a pele e a nuca
me torna biruta me entorna o prazer
Invada-me o corpo e a cuca
E desconserte em nós os sentido viver

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Valdemy Braga Júnior por Raquel Aráujo Braga

No último dia 12 de maio, o meu INsaniversário, ela me presenteou com este lindo e emocionante texto. O guardei pra mim. Mas então pensei, os meus INsanos e INsanas precisam conhecer um pouco mais de meu mundo, o só meu como Valdemy, o irmão mais velho e lindo, de Raquel Braga...

Meu irmão, meu “pai”, meu ídolo

Queria eu poder transmitir em simples palavras tudo aquilo que sinto ao lembrar de você, mas como não sou poeta e nem escritora, falarei o que grita em meu coração!

Meu irmão, não me lembro de muitas histórias com ele, pois enquanto eu e Teteu estávamos sempre aprontando, ele estava atrás de um livro ou de um teclado, piano, mas algo que me lembro bem são as brigas,quantas vezes ele levou uns tapas, arranhadas por entrar nas brigas minhas e de Teteu... e que não eram poucas (Risos). E como sempre gritava “larga minha irmã”. Mas de uma principalmente, a última, onde até a porta foi arrombada. Lembra?

E as bagunças, que ele faz quando chega, meu Deus, é roupa e sapato para todos os lados, vocês não têm noção! Ele parece um guarda-roupa, uma centopeia ambulante. É chato como todos os irmãos mais velhos!

Meu “pai”,quando a dor invadiu o nosso peito me lembro até hoje o que ele disse “eu serei o seu pai agora” e ele levou isso a sério e como, há todos os instantes ele fala “vai estudar”, ”vai ler um livro”, ”faz isso, faz aquilo”... É um saco! Ele é o “pai” que repreende que ensina que briga, que educa, que brinca e que dar amor!

Meu ídolo, não porque ele é famoso, mas por ser meu maior exemplo de determinação, de coragem, dedicação e amor naquilo que faz... Como meu peito transborda de alegria ao vê-lo em cima de um palco, a cada palavra dita de uma obra sua! Vai me dizer que ele não é gênio?
Maninho, me orgulho a cada dia mais de ti, não somente pelo seu talento, mas também do homem que no qual você se tornou e hoje se nosso querido pai estivesse aqui ele estaria honrado de ser seu pai. Continue sempre assim, pois você está no caminho certo, e nunca, nunca deixe ninguém acabar com a alegria que há em ti. Nem mesmo...(Risos).
Um ser iluminado por Deus. Uma pessoa talentosa, onde em somente em olhar em seus olhos se ver a bondade! Agradeço a Deus por você existir, e por ter me feito sua irmã!
Para muito o Valdemy Braga, o Val, Valdeco, mas para mim é simplesmente Nie!
Parabéns e que Papai do Céu possa estar sempre te protegendo!
Te amo, te amo e te amarei eternamente!


Texto de minha irmã caçula, Raquel Araújo Braga

Sim, INsanos, podem chorar! Por que eu estou como um manancial de Paraíba do Sul!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ponto G e reticências

Gostei de meus dedos
em teus cabelos que já foi enrolados
encaracolados
e que pelo trabalho de manutenção que sugeria
você cortou
Gostei de tocar o teu pensamento
e excitar o seu fluxo livre
Gostei de você
Gostei de gostar disto
me lembrei o dia inteiro
de nos ver inteiro
entrelaçados pelas mãos dadas
costuradas como vestimenta que nos cobria a descoberta
Gostei de ser simples, natural e transparente
sem forças
sem tramas ou mentiras
livres e meninos brincando de viver
e reticencializar pontos finais




De zero à muitos graus centígrados

Neste frio
eu quero o teu hálito quente
baforando gotículas de saliva em minha nuca
ser acariciado pelo teu polegar
quando tua mão me abraça
e os teus dedos costuram tramas aos meus
quero o teu corpo
unido no meu corpo
em corpo de um corpo só
em nó
em dó
maior
em menor escala de preocupação
com o relógio que dança bolero pra nós
quero o teu ai
o teu ui
o teu suor adocicado por minhas lágrimas
de prazer
em prazer
neste frio
eu quero o teu calor
gargalhando o meu calor
temperado de pele, cheiro, cor
neste frio
quero deixar de querer
eu quero um corpo encorporado ao meu corpo
e encontrar o calor de ser e estar quente

terça-feira, 8 de maio de 2012

Num bolero de trilhas anti musicais

Pra que servem as sonoridades desta poesia que amanhã se faz música nos teus pés?
Sim, a minha melodia embalará os teus passos
Assim como trilho em trilhas sonoras
O brilho dos metais ao ressoar te mostrarão o caminho pra mim
Só no tom de mim
E te prenderei nas cordas de meu violão
Te abraçarei como quando envolvo-o ao peito
Percursionado aos batimentos cardíacos
Estes descompassarão o meu ritmo tímido
Perdi minha voz de taquara só em pensar
Teu nome doce nos meus lábios
E o nosso amor tosco na boca de todos
Canção que não sai da cabeça
Boleros que não cai do coração

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Quem tem fé remove maquiagem da face

Nesta noite eu conversei com Deus e confesso, ouvir a tua maciez em voz por alguns instantes acalmou o meu turbulento coração. Eu quase sorri pra Deus.
Nesta noite quase fui eu quem dei colo à Deus, que se emocionara ao ver minha face olhar em seus olhos. Ele chorou. Na terra isto se revelou em chuva. Enchente. Vendaval. Ele sempre exagerado e desajeitado em dizer "eu te amo". E este "eu te amo" não tinha os comuns sons de "bom dia". Mas o meu coração estava ocupado demais com o movimento de seus batimentos para dar ouvidos ao coração de Deus.
Fotos, fatos, feixes de luz entre escuridão submergia a minha mente nas lembranças das escolhas e construções que se desmoronavam em si. Eu culpava Deus. Ele tem o dom e é dono da vida, a mesma que sentia fugir de meus dedos como areias, e eu não sabia contá-las os grãos. Analfabeto! Na vida a gente também destrói para construir. Naturalidades! Era necessário retornar, recomeçar os primeiros vigésimos quartos passos para se rir outra vez. Mas as musculaturas de meu rosto estavam cerradas para o bom viver.
Nesta noite eu desconfiava do amor e fingia não crer ser ele possível à mim. Seria mais fácil? Nesta noite eu me deparava com o sepulcro caiado que me tornei e via o perfume das próprias mortes que em viviam me contornar a aura. Era preciso deixar o cadáver e sepultar não somente na mente e coração as mentiras que me projetei defraudador. E então corri pra janela dos fundos do apartamento que dá para o Corcovado e ordenei que o mesmo se movesse, mas a montanha não respondeu a pergunta que não fiz. O Cristo não se aproximou para que eu me entregasse em teus braços. 
Esta noite demorou amanhecer. E quando se fez manhã o sol tardou a chegar. Dia nublado e frio, mas não retornou a chover.

All ou or

Um baile de carnaval
Sem máscaras de meu pudor
Em braile toques carnal
Teu corpo, cheiro e dor
Um traje de tom formal
Sua pele em plena flor
Amantes etc e tal
Nuances que talvez amor

Continuo rindo há mais de trinta horas

Eu já te declarei todas minhas intenções afetivas
Já esclareci todo o mal entendido rumor
Deixei claro o que tua obscuridade tangia não interpretar
Interpretei o meu olhar em teu corpo como em braile
Desenhei nos teus polos o teu arrepio
E assinei minha obra com mordidas em teu ombro
Eu te esculpi pra mim
Claro e honestamente no escuro
É claro que sei que as penumbras nos assistia
Eu disse o tom que escondi de mim
Escondi o meu medo
Respondi ao meu ermo
Trouxe luz às minhas frações de infâncias
Por fim, continuo rindo há mais de trinta horas

Luz, cama e ação

Me chame pra ver um filme
Comedie o nosso timbre
Vou colocar o vinho branco na temperatura ideal
E irrigar os nossos futuros beijos molhados do seco sabor da uva branca
Serei franca e pura
Vou roubar o teu relógio e esconde de ti o tempo
Não te darei tempo pra fugir de mim
Entre luz, cama e ação interpretarei o nosso caso
Sem fazer caso para o acaso das inconveniências
És convenientemente o caso que esperava assistir
És a trilha que musicaliza os meus pensamentos torpes
Sim, cheia de má intenção estou
E não escondo de mim as verdades que tuas mentiras me contam
O som que produz teus olhos quando piscam denuncia o teu real desejo
De ser real no reino que pinto e bordo pra você
Com chocolates e pimenta-do-reino moída sobre o queijo que tira-gosto dos etílicos
Pausa
Respiração
E retoma a cena que toma de mim a ré
E eu vou desprendida ladeira abaixo, acima, de lado
Em giros de películas e fotogramas preto e branco
Vermelho apenas as tuas cútis que constrangem em ti o meu gosto
Que perpetua em ti sem ponto final
Sem final feliz
Com feliz recomeço de continuações
Em saga, trilogia
Tri orgias
Eu, você e finalmente nós
Luz, cama e ação

domingo, 6 de maio de 2012

Amor que se que faz amor sem amor

Eu queria definir os princípios e sentimentos que ministram minha vida numa cartilha simples de beabá. Seria mais simples a tua compreensão de meu universo e eu seria apenas uma renda, um crochê, um filó, sem os segredos dos pontos. No ponto, você se fartaria de meu avesso revelado nas linhas deste manual, e como numa arte manual desenharíamos o nosso tempo. Sem medo, sem pressa, como crianças.
A nossa estupidez nos apetece a tranquilidade que se esconde na temperatura de um abraço. As provas e exames que consagramos para nós nos encarcera a doçura de saber o que é ou o que somos. E eu sou muito mais que os caracteres dos preconceitos e preceitos podem traduzir. Eu sou como brisa, sou como paz, mesmo quando me revelo como vendaval. Quando sou agressivo e arrogante, são apenas os acúmulos de brisas que costuram minhas tempestades gritando sua libertação. Ainda fraco, mediano ou forte, sou eu na tentação idiota e orgulhosa de tocar tua roupa que encobre o corpo nu e orientar as tuas velas. Só pra te conduzir pra mim, no recôncavo da intimidade.
Quando falo que amo, não é na cama que penso figurado em códigos estabelecidos em minha mente. Quando juro o amor é simplesmente no amor que penso. No tudo. No nada. Eu não sei se é claro pra você, mas o meu amor não se esconde em minhas palavras ou poesias, ele apenas se manifesta nelas. E elas às vezes falam de você, mas muitas vezes não.
Quando falo de amor não cravo ao teu derredor estacas de prisão. Quando vivo o amor, eu me liberto das dominações de posse e alforrio quem este amor dirijo. Quando eu amo , quando me abro ao amor, eu me liberto do direito de também amado ser. Quando eu amo eu não sinto, eu escolho a vida. Aquilo que muitos chamam de paixão corriqueira, temporã ou serôdia, eu chamo de estar aberto pra vida e chamo a vida pra nós. Livremente! Em livre mente. Que às vezes livre mente pra gente outras livre nos livra da mente. E então perco a cabeça e entrelaço os meus dedos aos teus, com a outra mão me perco os dedos em tua nuca e cabelos como crianças abandonadas em florestas e em teus olhos procuro aquilo que se esconde de nós. E então fazemos do amor simplesmente um fazer amor, que nem amor tem. Mas tem tesão, paixão, e tantos muitos não.


Códigos

Beijos
Abraços
Enlaçam os corpo
Jeito
E traços
Nos lançam entrepostos
Fugas
Desejos
Afagam o peito
Cores
Sinais
Desmontam trejeitos
Pele
E carinho
Dispensam os toques
Olhos
E dedos
Descobrem os jovens

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Desestrutura em teu nome

Olinda Martins
Advogada, Professora e Cantora Fidelense
Ela tem me feito companhia nestas noites frias, INsanamente solitárias e de estudos nesta cidade Maravilhosa, embora na distância de 300 km nos separe. E ainda há quem critique o Facebook. Controvérsias à parte... vamos falar do que não há discrepância. Ela torna a minha noite maravilhosa. Me inspira a produzir e poetizar a vida. Tenho a sensação de tê-la cantando aos meus ouvidos. Seria um dom? Penso que sim... Não sei. Só sei que tudo sei que és Olinda!  Olinda Martins!



Ela é uma das poucas mulheres que são mulheres
Guerreira, doce, fiel, delicada, nobre
Uma das poucas mulheres que tem linda no nome
Que desestrutura alicerces dos canto que canto pra si ao chamá-la
Tem beleza no olhar 
Sublime dos traços meigos e suaves
Ela é abraço que esfria o frio e medo
É como um vulcão em erupção constante
Placas tectônicas que confrontam comodismos e fraquezas
Ela é mulher
Fogo, Vênus, Marte
Ela é mãe da fênix
Abrigo para o seu rejuvenescer
Ela é uma das poucas mulheres que se encanta em menina
É jovem, sábia, colossal
É voz costurada à tramas de seis cordas 
É eco, silêncio do som
Ela é tom
Ela é paz
Descoberta aberta e nua
Ela simples e voraz
É tônus majestais
Ela é...
Ó, minha
Ó, linda

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pedro

Para findar a semana dos desamores, os INsanidades precisava falar de algo mais inusitado, embora tão quanto humano e poético...

Havia uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho eu via umas pedras
Muitas pedras
Haviam pedras em todo lugar
Em toda rua
Em torno nua e crua
Havia uma pedra no meio do peito
Em um peito e meio sorria discreto
Haveria de haver gesto que assovia verdade
Ou mesmo protesto que denuncia maldades
Haveria de ver menos idade
Nova idade
Novidades
De quem muito amou
E pouco muito tinha pra dar
Haviam sim, muitas pedras
Muita brita que em concreto constrói defraudação em concreto eu
Discreto em casamento de areia e cimento
Ciumento
Mentor
Havia muito eu, muito meu, pouco nós
Havia do verbo haver e não houve mais
Havia prato
Havia preto, prego
Havia vôo que não avua
Haviam avuadas palavras em erros de Português
E havia discussões em Inglês
Havia Portugual
Havia o mundo em pedras que não constrói
Destrói
Herói
Havia uma beleza
Que não se põe em mesa
Havia pedregulhos em entulhos sentimentais
Havia um vazio rompido pelas pedras 
Lançadas no vidro da janela
Duvido que não haviam pedras nos sapatos
Dois patos na lagoa
Que codificava minha razão
De não saber ser 
Podre
Pobre
Odre novo
Havia eu que nunca full de você
Havia eu que nunca fui de você
Havia você que nunca
Pedra de mim
Havia pedra em masculino
Paixão em desalinho
Menino sem paixão

*baseado numa historia real 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Minhas 28 primaveras

Não poderia ser menos INsano o convite para o meu aniversário.
Meu Deus, eu realmente fiquei louco. Alguém, por favor, me denuncia na cúpula da sociedade Protetora dos INsanos do Brasil, pois se piorar... 
Bem, este ano como de costume comemorarei meu aniversário em dois simples encontros, porém aquecido pelo colo e amor de meus amigos. Um no Rio de Janeiro e um outro na minha amada Cidade Poema. Mas este ano ela, Marilac resolveu fazer algo de diferente e me surpreender. (Risos). 

E ainda teve boatos que eu, Valdemy Braga, o seu INsano-mor, estava numa pior!



Se isto é estar numa pior... Feliz aniversário! O que é estar bem, né?

* Convide estendido a todos, sem restrição, mediante a confirmação pelo Blog. 
* Cada um é responsável por sua consumação

Obrigado. E se joguem!!!

Tiffany

Ainda falando nos amores que foram flores e murchou... Mas este amor, foi recebido e não respondido. Talvez a única vez que me senti querido e apaixonante. Este amor ficou para a história, para os xotes e forrós...

You are the only person in the world that looked at me
In the way that made me feel weird
You confused my mind
Your eyes
My tears
Our dance, forró
For all the people that watched us
Just dreaming
Daydreaming
You told me yes
Told me always
Shew me the way
Just the way to be simple, alive
Arrived quickly, smooth
Shew me the way
To be strong
To live man
To discover the love
To make love
Oh my fucking God
How could I go back to that moment?
How could I go back to us?
How could I take her back to me?
Today the rain is coming down
My tears are dancing on my face
And I dance alone
By myself
There's no one looking at me
There's no her
There's just a half of me
There's a mute song

*Baseado numa história real e pessoal

terça-feira, 1 de maio de 2012

Caldo de batatas à Bonomo

Como vocês já sabem o meu mundo é plenamente INsano, da cabeça aos pés. Passando também pela cozinha! Afinal, muito da vida começa pelo cheiro, paladar, boca, incluindo nossas poesias!
Hoje já não é o primeiro, segundo, tampouco o terceiro dia que estou sozinho em casa. Abandonado... Esquecido... Brincadeira, sem melancolias. A Gabi (www.gabrielabonomo.blogspot.com) está em outras terras e a nossa pequena passeia com a vó. Eu? Me perco em meu mundo INsano. E me deparo com as saudades. Sim, mas uma nostalgia gostosa, leve, e que me aquece estes dias frios e de chuva. Resolvi: vou cozinhar! Prepararei um delicioso caldo e nomearei de Caldo de Batatas à Bonomo, em homenagem a minha irmã Gabi e a Adriana, sua mãe, que durante estes dias me fará gargalhadas-companhia. Fiz o caldo e ele ficou uma delícia! Incrível! Modéstias à parte. Talvez a idéia nem seja assim tão inovadora e original, mas aposto que os meus sentimentos sim. Tenho que compartilhar com vocês... Quem se habilita? Se joguem, INsanos!

Caldo de Batatas à Bonomo
foto: Valdemy Braga
4 batatas grandes
1 peito de frango pequeno
4 linguiças de frango escaldadas e picadas em rodelas
1 cebola
100g de queijo parmesão cortado em cubos
1 cálice de vinho branco seco
Azeite de oliva extra virgem
Azeite balsâmico
Ervas finas, salsinha, cebolinha verde, noz-moscada, sal e pimenta à gosto
Pão fresco ou torradas


Bem, eu comecei a minha façanha cortando as batatas, já descascadas, em rodelas e pondo-as para cozinhar em água levemente temperada com sal e ervas finas, muitas ervas finas. Mas se você gostar, pode colocar um tablete de caldo de galinha. É que particularmente estou me libertando dos condimentos artificiais e também do sal, quero encontrar a natural poesia do gosto de cada alimento. É particular!
Enquanto as batatas cozinham, até quase se desmancharem, eu coloco o frango para descansar a beleza numa solução de vinho branco, azeite balsâmico, noz-moscada e pimenta-do-reino, moídas na hora. Que cheiro! Olha, o frango pode receber um pouquinho de sal nesta hora, mas eu sempre gosto de usar o sal grosso, assim já afasta toda a urucubaca! Sai de ré, coisa ruim! Gente, é importante fechar bem o frango nesta mistura e deixar descansar por uns 30 minutos e depois refogá-lo normalmente na cebola picada e frita no azeite de oliva. Vocês sabem o que é refogar? Tenso! Logo insisto!
Outra coisa, enquanto o frango estava cozinhando eu já fui desfiando-o. É só ir mexendo com a colher-de-pau que tudo fica tranquilo. Eu coloquei um pouco de água apenas para não agarrar ou queimar. Loucos, um pouco! Não estamos fazendo uma canja. Bem, pronto o frango, é só reservar e na mesma panela ainda quente, jogar as linguiças picadas e dar uma leve fritadinha. Nesta hora, foi muito engraçado, eu esqueci as linguiças no fogo. Me perdi no chat do Facebook com o Rafael (www.rafaelbressan.tumblr.com), que não foi comprar os meus pães. Só por que estava chovendo. Até parece que é feito de açúcar! Pronto falei! Gente, eu sou um perigo colossal na cozinha, mas graças a Deus ainda consegui salvá-las.
Agora, meu povo, é só bater as batatas que já estão cozidas e frias no liquidificador. Escrevi certo? Esta palavra é pior que paralelepípedo! Bata e jogue numa panela maior, por que o negócio rende. As batatas se proliferam que nem Gremlis! Então refogue-as nesta panela grande com cebolas fritas no azeite. Podem colocar alho, mas como uso sempre eu preferi aposentá-lo por hora.
Agora é só ir misturando tudo. O frango, as linguiças e acrescentar o queijo parmesão, a salsinha e as cebolinhas cortadinhas, bem bonitinhas. E pronto!
Gente, presta a atenção, esta foi  a minha primeira receita sem creme de leite e milho verde. Eu consegui. Mas INsanos e INsanas, pelo amor do INsano-mor, esta é uma receita para ser degustada, palavra bonita, à dois. Não vão fazer que nem o louco aqui e comer sozinho. Este prato é para aquecer, esquentar o paladar, o afeto, a alma e por que não o corpo? 
Ah, sirvam com uns pães frescos, embora seja de costume comer caldos com torradas. Este eu recomendo os pães e um delicioso vinho branco. Beijos e bom apetite! E depois me compartilhem a História INsana resultante...

Luíza

Ainda no mesmo espírito de falar dos amores que não vivi, mas viveram em mim... Ainda desromantizando a vida e as paixões que se enterram no peito.

Não foi amor
À primeira vista
À primeira costa te vi
Se foi paixão
Que ficam as pistas
Olhar sem resposta que escrevi
Se foi pra sempre
Que param os relógios
E calam os lógicos. Eu sorri
Se foi pra ontem
Que ficam os remórcios
O sim sem divórcio. Assim prometi
Já teve carta branca
Todo livre acesso ao coração
Hoje tens meu regresso
Normativos processos
E eu recordação
Dia de amante
De rainha, esposa, mulher
Diamante precioso
Hoje esculpe em meu peito
Sentimento do qual nem sei
O que é
E não me importa
Minhas portas estão cerradas
E os risos contidos
Em tuas mãos pulsou o meu músculo
Hoje ele se contrai para si
Dias passados se sentiu minúsculo
E suas mãos não tocaram a mim
À mim
Aqui
No peito

*Baseado numa história real e pessoal