domingo, 6 de maio de 2012

Amor que se que faz amor sem amor

Eu queria definir os princípios e sentimentos que ministram minha vida numa cartilha simples de beabá. Seria mais simples a tua compreensão de meu universo e eu seria apenas uma renda, um crochê, um filó, sem os segredos dos pontos. No ponto, você se fartaria de meu avesso revelado nas linhas deste manual, e como numa arte manual desenharíamos o nosso tempo. Sem medo, sem pressa, como crianças.
A nossa estupidez nos apetece a tranquilidade que se esconde na temperatura de um abraço. As provas e exames que consagramos para nós nos encarcera a doçura de saber o que é ou o que somos. E eu sou muito mais que os caracteres dos preconceitos e preceitos podem traduzir. Eu sou como brisa, sou como paz, mesmo quando me revelo como vendaval. Quando sou agressivo e arrogante, são apenas os acúmulos de brisas que costuram minhas tempestades gritando sua libertação. Ainda fraco, mediano ou forte, sou eu na tentação idiota e orgulhosa de tocar tua roupa que encobre o corpo nu e orientar as tuas velas. Só pra te conduzir pra mim, no recôncavo da intimidade.
Quando falo que amo, não é na cama que penso figurado em códigos estabelecidos em minha mente. Quando juro o amor é simplesmente no amor que penso. No tudo. No nada. Eu não sei se é claro pra você, mas o meu amor não se esconde em minhas palavras ou poesias, ele apenas se manifesta nelas. E elas às vezes falam de você, mas muitas vezes não.
Quando falo de amor não cravo ao teu derredor estacas de prisão. Quando vivo o amor, eu me liberto das dominações de posse e alforrio quem este amor dirijo. Quando eu amo , quando me abro ao amor, eu me liberto do direito de também amado ser. Quando eu amo eu não sinto, eu escolho a vida. Aquilo que muitos chamam de paixão corriqueira, temporã ou serôdia, eu chamo de estar aberto pra vida e chamo a vida pra nós. Livremente! Em livre mente. Que às vezes livre mente pra gente outras livre nos livra da mente. E então perco a cabeça e entrelaço os meus dedos aos teus, com a outra mão me perco os dedos em tua nuca e cabelos como crianças abandonadas em florestas e em teus olhos procuro aquilo que se esconde de nós. E então fazemos do amor simplesmente um fazer amor, que nem amor tem. Mas tem tesão, paixão, e tantos muitos não.


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