Corpo nu
no corpo meu vestido de você
veste de tecido cru
sem tinta ou cortes
no meu corpo, sim, há cortes
dos estilhaços de palavras que você proferiu
ao se calar diante o meu corpo
que megafoneava impulsos de cores variadas
mas que não variam os pulsos de teu peito
nem peitam o teu corpo que só vive solitário para si
sem si solidarizar com as dores que pulam no meu peito
que desfilo abraçado à você
e definho os braços que se secam
cegos em te envolver
corpo nu
corpo no espaço em passos ligeiros
para o copo sem água
mas encorporado da sensação da lembrança de ti
mesmo não sentindo
o corpo
as pernas
o tato no corpo nu
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