quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Fu

Eu quero é fu
Com democracia
Sem mocracia 
Põe o r
E erre de rua
Erre de rota
De rosto
De regras
E seja risco de gozo
Repetições de gozos
De risos
Outros gozos
De resto
Gozado
Imaginar
Que pode ser simples assim
Quando se quer
Fu
De verdade

Meu teu não mais teu meu

Nada parecia lhe cair bem
Minhas mãos não eram mais cobertores
Que lhe desnudavam o sexo
Meus beijos não eram bicas
Que lhe hidratavam o gozo
Minhas palavras não lhe eram novidade
Nem o meu cheiro desejo
Tampouco o meu gozar sua conquista ou mérito
Outrora fora parceria e encontro
Nada lhe parecia bem
Nem mesmo o levantar de meu mal

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Teu nu riso

Fio e cru foi o meu olhar
Nu foi o teu riso
De tão forma transparente revelou os meus nós
Sem muito fazer desatou o nó de minha armadura
Tal que repicou no chão
Estrondo tamanho que despertou antigos ais
Trouxe luz as intimidades que eu escondia
Trouxe calor a minha rigidez 
Trouxe a minha face o que eu mesmo desconhecia
Um sorriso refletindo o teu


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Paixões não habitam meu aquário

A tua sequidão produziu
Um mar em meus olhos
E peixes não habitam nesse aquário
Era recente
Mas já se ressente o sabor do cheiro
Acesso o quarto que deixei aceso
Nao havia um quarto de real lá
Quem disse que ficaria no passado
O que não passado foi?
Revisito, revisto o visto que te dei
Você já se mudou de lá
Mesmo querendo não te direi adeus
À deus vou reclamar minhas chaves
E clamar pelo nome teu
A tua sequidão reproduziu
Um mar em meus olhos
E paixões não habitam nesse aquário
Infeliz

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

To namorando uma mina que escuta Sarah Vaughan

Ela curte jazz
Eu só penso no sexo
Pra ela tanto faz
Pra mim abajur aceso
Ela fala inglês 
Eu beijo na boca
Ela manga de vez
Eu...
Ah, eu porra louca

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Simplificar

Ando pensando em você 
Louco pelas ruas
Eu quero te ver
Tô tentando me envolver
Avanço meus limites
Preciso viver
Uma história de amor
Que de simplicidade fala
Abraçar, sentir teu calor
Dançar juntos pela sala
Tô tentando simplificar 
Falar do que tenho medo
Se você tua mão me dar
Meu próprio eu eu enfrento
Porque "meu excesso de liberdade
Me traz solidão"*
Eu que casei com a saudade
Devoro o coração 
Meu comportamento maduro
Beijos me roubou
E coração não ponho em apuros
Por isso só estou ou ou...

*frase certa vez dita por PÂMELA LOPES


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Aquele rapaz que em me transe

Hoje o sol não sairá 
A chuva não virá trazer teu lixo 
Para o meu portão 
Não me importo em ficar sozinho
Outra vez
As goteiras no assoalho desenham teu adeus
Frio e seco
É que a tempestade que caiu ontem
Inundou o teto da casa
E eu não tinha forças para me lavrar
Um amor que tem o calor do inferno 
E a luminosidade do pavor
Não me aqueceu 
Petrificou meu peito por meio flocos de gelo
Eu contemplava os cristais
E neles refletia as memórias tuas
Ainda havia o teu suor na fronha que não troquei
Ainda subsistiam suas marcas em meu corpo
Ainda sangrava as vias por onde
Trafegou o teu egoísmo 
E eu ali parada, calada, tímida e conturbada
Dançando com a masturbação
Sem música para acompanhar 
Os teus olhos já não posavam nos meus
Neles hoje repousa o transe da solidão 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Se você flor

Ele chegou
Sorrateiro chegou
Insaciado estou
Te quero

Me dar teu amor
Me faça um favor
Diz sim pro amor
Sem medo

Ele surgiu
De fininho fluiu
O meu peito abriu
Sem medo

O riso coloriu
Em paixão caiu
A fuga traiu
Te quero

É que ando pensando em teus beijos
Nego
Eu disfarço o canto
Mas me entrego
É que tenho vontade do teu corpo
Juro que digo a verdade
Eu me rendo

Se você flor
Eu beijo

domingo, 17 de janeiro de 2016

Fuga

Os teus olhos se desviam de mim
Se desvencilham dos anseios teus
Os meus mastigam tua boca
Desvendam as fendas de teus lábios
Os meus olhos chamam a hidratação de tua frieza
E você se inunda
Os teus poros se dilatam e expelem teus espasmos
Vejo tua respiração trêmula
Vejo o teu membro firme e grande
Vejo a timidez colorindo de verdade tua face
Eu vejo você que não foge de mim
E a gente ri
A gente se desarma e atira gargalhadas pro medo
Quando a gente se encontra no olhar
Tudo é belo
Tudo é feito criança
E não existe pecado
Não há espaço pro certo nem errado
Quando a gente se encontra no olhar
Até de deus não me lembro
A gente é o próprio deus 
Só porque a gente só fala de amor
Mas a gente não fala
A gente é silêncio impetuoso
Totalmente preenchido de olhar
E quando duas almas se olham
E reconhecem o amor
Ah, quando duas almas se fundem num olhar
Não há fuga para condenar

sábado, 16 de janeiro de 2016

Porque sempre se apaga a paixão

Antes de tudo quero que saibas
Que esse todo fogo se apagará
Quando a chuva chegar
O que ficará serão as cinzas de nossas emoções
Nestas descansarão o meu corpo nu
E minha alma vagará 
A minha alma oferecerá vagas para outros calafrios povoarem
Não será eterno esse amor
Não será pra sempre a minha dor
Não será para amanhã o que te prometi
Ah, se no nosso relógio os ponteiros acertassem o suspirar!
Do que me resta hoje te ofereço
Eu escreveria mil poesias
Para te falar do que nem sei amar
Se você deixasse
Eu esculpiria tuas risadas em minha rima
Se você deixasse 
Eu aqueceria tuas pernas frias com a palma de minha mão
Eu te trataria como um beija-flor
Que coroa a sutileza duma flor
E dela desvenda a doçura que só o beijo sabe falar
Se você deixasse eu não te deixaria
Eu te apertaria contra o meu corpo
Eu seria rio que refresca a pele
Eu seria até pra sempre
E todos os dias eu cantaria com você
Sim, eu abraçaria a vergonha sem vergonha
E revelaria o quão ridículo é o amor
E deixaria os sábios rirem de mim
Mas antes que me deixes
Quero que saibas que por acaso 
Em ti acender alguma fagulha de paixão
Será com calmaria que conservarei o incêndio
Que me provoca o teu sorrir
Isto, meu bem, sorria pra mim
Enrosque a tua perna na minha
Encaixe os meus dedos entre os teus
Não esconda o calor que tempera em suor tuas mãos
Simples assim
Sorria e me desminta do tudo que falei do amor
Faça me sentir novo e infantil
Desenhe timidez em meu rosto
Mude a minha aparência
E cale também meu coração
Mas não se esqueça
Que antes de mais nada o incêndio se apagará
E a gente vai se queimar outra vez

Com quantos graus de febre já se sabe se é paixão?

Calado estou
Sorrindo
Me faça um favor
Vem vindo pra mim
Me traz teu amor
Estou pedindo
Assanhe o calor
Deixa eu te sentir

Vem cá
Distraia a razão
E dance comigo
Vem cá 
Desfaça a proteção 
Se transe comigo

Dispenso o saber 
Dos medos
Deixa eu pertencer
Ao teu corpo e fim
É tenso morrer
Por zelo
Amar? Vai entender
Se deixa sentir

Vem cá
Sim, traia a razão
E dane-se comigo
Vem cá
Se faça em paixão
Se queime comigo



sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Boca

Let me see your boca
Deixa-me encontrar em seus contornos
The words that it already said sobre me
Deixe-me ser ministrado by the echo of its eterninty
Let me and do not leave
Be leve
And leve me 
Leve no taste of your palavras
Leve me hidratado pelo suco de tua saliva
Umidifique the words I do not digo
Inunda meu corpo com os teus olhares que fogem de mim
Que escapem os fears
Que rolem as tears
Que eu kiss você
Yeah, I always quis