sábado, 16 de janeiro de 2016

Porque sempre se apaga a paixão

Antes de tudo quero que saibas
Que esse todo fogo se apagará
Quando a chuva chegar
O que ficará serão as cinzas de nossas emoções
Nestas descansarão o meu corpo nu
E minha alma vagará 
A minha alma oferecerá vagas para outros calafrios povoarem
Não será eterno esse amor
Não será pra sempre a minha dor
Não será para amanhã o que te prometi
Ah, se no nosso relógio os ponteiros acertassem o suspirar!
Do que me resta hoje te ofereço
Eu escreveria mil poesias
Para te falar do que nem sei amar
Se você deixasse
Eu esculpiria tuas risadas em minha rima
Se você deixasse 
Eu aqueceria tuas pernas frias com a palma de minha mão
Eu te trataria como um beija-flor
Que coroa a sutileza duma flor
E dela desvenda a doçura que só o beijo sabe falar
Se você deixasse eu não te deixaria
Eu te apertaria contra o meu corpo
Eu seria rio que refresca a pele
Eu seria até pra sempre
E todos os dias eu cantaria com você
Sim, eu abraçaria a vergonha sem vergonha
E revelaria o quão ridículo é o amor
E deixaria os sábios rirem de mim
Mas antes que me deixes
Quero que saibas que por acaso 
Em ti acender alguma fagulha de paixão
Será com calmaria que conservarei o incêndio
Que me provoca o teu sorrir
Isto, meu bem, sorria pra mim
Enrosque a tua perna na minha
Encaixe os meus dedos entre os teus
Não esconda o calor que tempera em suor tuas mãos
Simples assim
Sorria e me desminta do tudo que falei do amor
Faça me sentir novo e infantil
Desenhe timidez em meu rosto
Mude a minha aparência
E cale também meu coração
Mas não se esqueça
Que antes de mais nada o incêndio se apagará
E a gente vai se queimar outra vez

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