sábado, 31 de dezembro de 2011

02 de Janeiro

Acho que estou pronto. Me despi das vestes velhas e sujas, me lavei da água quente com sal grosso e arruda. Estou vestido de branco e abro meu peito como folha em branco para receber as felicidades e maldições cabíveis de cada dia de uma ano novo.
No dia 02 o ano já se fez corrente, mesmo no país que só se inicia depois do Carnaval. No dia segundo do ano novo, as novidade já se fizeram envelhecidas e só me restam as energias que como Fênix se renovam em minhas dores e mortes.
Eu morro e nasço todos os dias, assim como o ano, o mês, o próprio dia. Assim como o sol que me aquece e orienta o amor. O amor! Sim é do amor que quero me lambuzar nesta noite que já chove em minhas terras Poemas e poetizam lembranças e constrangimentos em meu peito. Não são dos champanhes que quero efervescer minha nobreza, quero algo mais simples que isto, quero a paz que traduz em meu branco imaculado, e renovam os votos de ser intenso e me entregar mais uma vez por mim mesmo. Neste Reveillon, quero brindar as lembranças de você, sim, levarei você como companhia em minha virada e retornarei a mesma página que me falava daquela história de amor e carinho. E lerei você como um livro predileto de cabeceira no dia 03, 04, nos trinta dias de um dos doze meses do ano 2012. Escreverei você em meus fogos e aquecerei o meu coração outra vez. Farei o belo de 2011 de novo e novo. Feliz todos os dias em minha memória!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sonhos que se repetem

Hoje eu acordei com um rio de lembranças represado em meu olhar sonolento.Já tinha me acostumado a te esquecer, mas veio o sonho com todos os recalques dos restos mais de 2010 emoções me lembrar que eu poderia fugir de tudo, menos de mim. E eu só queria fugir de você que tatuara em minha pele o cheiro mais profundo dentre todas as pétalas.
Me permitir chorar. Sentia irracionalmente que o meu rosto precisava ser regrado para que novas sentimentalidades pudessem de uma vez por todas, fluir. Ele necessitava ser acariciado. Minhas lágrimas substituíram tuas mãos.
Hoje eu acordei com o gosto de teu mau hálito vespertino. Tinha gosto de Lay's na minha boca e e minha língua produzia sucos que degustavam as tuas palavras, as que meu fio dental pescava entre os meus dentes. eu encontrava na ponta de minha língua, uma imensidão de olhares que eu digeri. Azedos e fétidos, eles alimentavam satisfatoriamente as cáries que destruíam meu riso e amarelavam meu céu.
Hoje eu amanheci com saudades de você. Com saudades de quem eu nunca tive ou fiz parte. Hoje amanheci cansado de muito sonhar e pouco acordar. Talvez hoje eu tenha amanhecido pra mim.

sábado, 24 de dezembro de 2011

24 de Dezembro

Era para comemorar o seu aniversário que ele nos chamou. Feliz e sorridente orquestrou um banquete com as mais deliciosas iguarias para receber os seus e houve festa.
Naquele mesmo dia 24 de dezembro de alguns anos atrás, vi o seu coração se regozijar na satisfação de ter sua família reunida em prol unicamente de seus nascimentos, sim, nascimentos. Ele nascia todos os anos na mesma data, nascia todos os dias no mesmo exato momento. Nascia e morria, morria e escrevia nos seus as suas paixões e entregas. Ele escrevia histórias, era autor de vidas e outra vez ensaiou belo enredo e foi a mim que convidou a celebrar. Ele quis ser história em meus subtextos, quis se inspirar de mim. Quis apenas ser Jesus em minhas tramas. Logo eu que havia se esquecido das poesias infantis e dos desenhos em rabiscos. Com seu calor e sua graça relembrei uma cançãozinha que por diversas vezes ouvi meus pais cantarem. E em sua festa timidamente arrisquei "um parabéns pra você". Jesus chorou de muita alegria.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Santo protetor

Me passam os tempos
Um momento cor de sobrenatural
E então os tormentos me escorrem
Em fantasias colorindo o real imaginário
Me cantam as chuvas
Alegrias de tuas curvas viver
E corro e desperto as luas
Finjo a noite e roubo o céu pra você
Ao tropeçar nas patas de deus
Digo que vim brincar de criança
Dançar na lambança
De ter esperança
De me perder
E ser achado por sua graça
Sem graça me trai a alegria
Vem o dia e te leva de mim
Num tom melancolia aguda
Sigo o rastro que deixou Arlequim
Nas bordas da praia
E canto um pranto pro santo que protege você de mim

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

The Mathematics problem

If I had stopped to think about those toddler feelings maybe nothing had happened. But I prefered to let my heart lead me. I forgot: do not follow your heart but lead it.
You were the person that got the power to change my stupid way to be myself. You confused me, constrained me, and I liked it. I didn't know how to live in this new way. By the way I tried to fly in your soft clouds. Insane? No, in love!
I could tell you my words, but I cannot, just so you know... I just know nothing! And now, it's perfect!
I don't need to understand my feelings right way because I already learned how to solve the Mathematics problem. I know to say what is one plus one. What I don't know is, how to live it. It's doens't not matter. Because I can fly. And with you I forget my huge fears. I can fall down and find the floor and don't find my reason, my sense, my floor. I can find you, losing my stupid way to be clever.
Do I need to get high? No, like a child, I just need to be free and fly once more time! Let your wings grow in your back and let our understanding back.
I know I know nothing. I know I like to discover, so let discover ourselves by ourselves. Free. Flying. Living!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Olhares cegos

Desabotoou 3 botões
da camisa
botou em 3 segundos
a camisa
de Vênus
e fomos
a Marte
desfazendo o caminho
de Saturno
saturamos os anéis
do Colosso
desossando a carne
tatuando na pele
as marcas
que demarcam latifúndios
enquanto latíamos
a flor da pele
ao movimento retardado
do botão
que se vestia
de olhares cegos

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Transação emotivo-comercial

Tentei esconder a raiva que ardia em minhas pupilas
Inventei para os meus rins os líquidos mais doce
Eu sabia que não disfarçaria minhas dores
Sabia que verias em mim o teu sorriso
Mas lutei contra mim
E contra nós desenhei meus contornos de mãos
E o meu travesseiro?
O coitado se inundou de minhas mágoas
E os seus sonhos sufoquei
Em pesadelos ferozes
Nosso amor foi troca de dólares
Nossa paixão foi depósitos de remunerações extraviadas
Um relação fictícia a curto prazo
Logo pra mim que não curto os limites
Menti pra mim, eu sei
Cantei sozinho músicas emotivas
Que venha o Espírito Santo me acolher
Que venham vitórias mentirem pra mim
Afff, como sou trouxa, como sou menino
Deveria ter enfrentado a imensa fila de segunda-feira
Assim, sei que não te surpreenderia,
Mas também não afastaria você que não esteve aqui
De mim

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pela Janela: Agradecimentos

Já passado as primeiras 24h, penso que já tem cognição real para comentar a explosão de alegria e honra que me tumultuou a mente e coração no último sábado, dia 10.
Que palavras encontrar para definir tamanha alegria e plenitude de espírito?
Pois PELA JANELA, não foi apenas um grande espetáculo de interpretação e público, mas um real nascimento de um filho lindo, o qual já ansiosamente esperamos ver andar e pronunciar nosso nome.
Bem, mas já tem gente falando nele, por exemplo, o Nilton Viana, que esteve em nossa platéia nos abrilhantando e não contendo-se expôs em teu Face:

"Pela Janela foi mais do que uma experiência visual, era predominantemente uma experiência sensorial. A proximidade do ator com a platéia era alta, basicamente era ausente a quarta parede do teatro, e essa platéia era eventualmente convidada a interagir em cena; eu por exemplo, diante da expressão verbo-visual de ódio dantesco de Valdemy, corri com meu cu pra fora do local. Era uma intimidação intensa que avermelhavam os olhos do público, principalmente na cena em que Valdemy fazia sua performance ao som de Glory Box, de Portishead, criando um clima perturbadoramente sensual... Despreocupada com qualquer conexão lógica do que dizia; diante de um non-sense percebido, poderia-se dizer que a semântica de Elizabeth era a mesma de uma poesia: confusa e introspecta. Elizabeth não se compreende, não se digere, apenas se sente. Elizabeth era um retrato da Id, que exibia ao público o ridículo que cada um de nós tenta esconder socialmente, nosso lado insano, e ironicamente expressava nossos desejos mais primitivos do ego. O objetivo da peça era realmente ser essa experiência emo-sensorial, e não racional."

Gente, me diz, já posso parar de chorar?

São Fidélis, digo que este foi apenas ocomeço. Estaremos sempre juntos, criando e co-criando arte. Seremos de fato "poema". Mas hoje venho aqui para agradecer, apenas agradecer...

Cristine Valença, Juan Fonseca, Bruno Bellieni... obg por compartilharem suas inspirações, sensibilidades e toda beleza que ministra no espírito de vocês;
Kamyli Sota, por batalhar pelo que tornaria o show possível, mas antes de tudo por incondicionalmente confiar em mim. Obg por chorar ao telefone, rs;
Gabriela Bonomo, por sabiamente me ajudar a desorganizadoramente, organizar minha mente-bomba criativa;
Rafael Bressan, você? Quero sempre em minha equipe! Um delicado artista;
Cada participante do workshop no mês passado, vocês me inspiraram tanto...;
Cada amigo que no Face trocou o avatar e divulgou o espetáculo;
A PUC, minha escola de vida e arte;
Sete Farma, sem vocês como venderíamos ingresso? Hahaha, sem Junior Santos, como eu teria casa cheia?
Claro que tenho que ressaltar o Jonas Sousa e Matheus Barcelos, os lindos gastaram foi papo pra atrair os amigos;
Karyni Sota, sem você eu não teria força;
Alice Lugão, se eu não tenho você ao meu lado, eu piro! Obg por me emprestar tua beleza;
Larissa Jasbick, Rhuan Barboza, Nelzimar de Lacerda, e Geraldo Evangelista, o nosso Chocolate (Sala de Ensaio), obg pela generosidade ímpar em divulgar;
E Daniel Azevedo e Renan Campos? Ele me fizeram chorar e aliviar o meu cansaço e medo. Os seus abraços me reanimaram;
E ainda tem o Vinícius que ficou com o carro hiper lotado de manequins;
Heitor Azevedo Abreu, você me dava a certeza, que pelo menos um na platéia eu teria além de minha mãe: você;
Secretaria de Cultura e Transporte da P.M. de São Fidélis;
Ao Cine Teatro Jayme Coelho, meu lar. Celson, você é único;
A todos os patrocinadores e apoiadores, vocês foram sustentáculos.
Aos meus amados fidelenses, vocês acreditam em mim;
Obg a vida que encontro em Deus. Obg, meus pais que estão no céu.

Mas este espetáculo eu dedico a ela que é minha musa inspiradora e encorajadora. Ele me deu luz, força, a melhor música de sua vida e sua poesia, que fala de si e trouxe verbos às dores de Elizabeth... Denise Gaudard, receba a honra que te é devida! Você é uma poesia!!!

E eu digo, Valdemy Braga, continua PELA JANELA! Em breve... aguardem!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Você

Pena que você se perde na ilusão do
espelho que reflete em debilidades a tua
divina graça e
rarifica tua real beleza
ofuscando as linhas das expressões que traduzem
risos de predicativos escondidos e
amarelados nas suas pinturas e aquarelas
menino, se você
ouvisse à você mesmo de fora pra dentro se
apaixonaria pela ímpar riqueza de detalhes
gerada pelo teu ser em cantos de
uníssonos e majestosos
zumbidos e musicalidades
zig-zag-adas em balé de melódicas poesias
oriundas de um mesmo olhar que vi em primeira vista.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um amor daqueles

Num primeiro instante eu fui tomada por um suspiro dilacerador e repentino, destes que arranham os pulmões, congestionam as vias e secam o paladar. Logo fui embalada por três sequentes fôlegos ritmados que a minha voz roubou, pupilas dilatou e denunciou que era ele que os meus olhos viam se aproximar lentamente em minha frágil direção. Tentei fingir, fugir, fazer de conta que nem conta havia dado de sua presença, mas os risos tímidos já se salientavam num dos cantos de minha boca, revelando uma constelação de estrelas no seu céu que iluminavam o sorriso que em instantes segundos seriam gargalhadas idiotas e sem sentido. O amor sempre me fazia rir descompensada, menina e infantil, no sinônimo de verdadeira, transparente, destemida de apenas ser e viver as cores desprovida das formas.
E ele veio se aproximando e chegou, encontou e sorriu. Desfaleceram os meus poucos sentidos e os meus olhares se bifurcaram na coreografia de contemplar o céu e o chão e assim fugir de seu olhar, mas delicado o seu brilho me atraía, me conduzia à mim mesma. Olhar para si era encontrar à mim. Encontrar o meu reflexo em suas pupilas nas cumplicidades das íris era me sucumbir às defraudações incestuosas que a sua alma me convidava. Eu me sentia como menina convidada pela primeira vez à bailar ,vestida de debutante, ornada com orquídeas e perfumada com jasmim. Eu me sentia retornar no tempo e o seu gosto doce me fazia recordar as águas turvas do Paraíba, colorida a caramelo ingênuo e que em sua profundidade resguardava imensidões de coloridos vivos, em variadas saliências, em distintos mitos ou gritos infames. Aquele era um amor diferente, não era de inverno, outono, tampouco de verão, era um colorido mais vívido que primavera, era um romance de estação confusa, nova, livre, era um romance que continha em nossas palavras as sua própria trilha de sonoridades musicais que nos conduziam à danças reais, nobres, danças de realidades imaginárias e figurativas, que me conduziam à poesia, ao canto simples de suspiros de amor.
Era um amor dos quais todos sonharam, homens , mulheres, araras e piriquitos, era um amor que me entorpecia e trazia à margem todas as minhas saliências e emoções. Era uma amor transbordante que nem mesmo a a palavra amor capitava o dom da essência revelar. Um amor daqueles que nos rompem, tange e tingi, era um amor do qual não sei o nome, gramática ou tom, ou havia de ser somente um amor que sonhei.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Carpe diem

De vez enquando eu espero o tempo correr
e estes momentos são o tempo que ele mais anda devagar
paralisa as rugas e
irrita o meu ânimo ancião
os sábios ou pseudo-conhecedores da filosofia vida
ruminam em meus olhos caracteres de
prescrição de medicamentos homeopáticos
como se minhas intenções pudessem ser domadas
por treinamentos baratos e estúpidos imaturos
não sou santo nem ando à procura de milagres preparados
não sou como bula de remédio que te administra doses
não sou como manual de eletrodoméstico
na realidade não sou domesticável
sou silvestre, selvagem, sou arisco
e arrisco acertar-me aos desencontros de meu próprio tempo
e lamento solto
não saber apreciar os créditos finais de tua trama
nem tampouco as notas clássicas das melodias que as desfilam
eu não escrevo músicas
eu canto solidão acompanhado
e em tempo e outro denuncio em minha irritabilidade taurina
as mais secretas insinuações incestuosas
como numa cena de filme sensacionalista
sem surpresas e com premeditações
tem tempos que perco o tempo
tentando entender
o que só o tempo apreciado caberá de revelar
dez e dez não completam zero hora e vinte cinco minutos
nem noventa minutos de bela trama
o desejo de tua companhia ser
o único tempo que eu queria saber degustar
desculpe-me, senhor
que meus contornos constrói à três pinceladas
mas a mente nem desenhando compreende
infantil
ainda sou gigante em minhas soberbas
ainda sou menino que nem pedalar sabe
desculpe-me, mas tenho andado sem tempo pra amanhã

sábado, 3 de dezembro de 2011

Direto, curto e educado

Serei direto
o que eu quero é chorar
quero deixar em fluxo livre
um barril de lágrimas rolar de meus olhos
sem poesias ou rimas
sem choramingo ou conta-gotas
quero cavacar minhas feridas
e deixar minhas veias pocarem
como bomba que desestruturam superfícies
o que espero
é não encontrar um alguém
que me paralise
ou bata em minhas costas
eu sei o quanto custa minha hidratação
e se o choro secar
tomarei outro gole de vodka
e além de chorar
vomitarei meu coração
serei direto
mesmo não sabendo
onde dói mais
se no peito
ou em minha razão

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Um cheiro italiano, um sentido português

Eu tenho tentado dormir esta noite, mas não encontro conforto no abraço de meu travesseiro.
Tenho tentado não fugir para as lembranças que me condenam maturação. Tenho tentado não rever os risos, mas agora a minha rua não tem roncos de carros pra me distrair e na minha cama o silêncio se faz. Nesta madrugada é o meu corpo que grita sussurrando o que nem sei se foi o fim. Há quem diga que eu poderia estar chorando e assim lavar minha alma, mas o espírito fugiu de mim e o que restou foram as carcaças em seu lugar. Tenho sentido que não sinto mais. Descobri que há algo morto em mim e esta putrefação cheira ao perfume importado que eu mais gosto. Tenho sentido que não faz mais sentido sentir estas notas de frescor italiano. Mas pra minha mente já nem adianta desenhar.
O meu corpo até ensaia suas dores, suas marcas, seus destino, e em meu leito carimbou sua dor. O meu corpo desfila a vagar. Devagar, caindo, sem andar.
Eu queria apenas dormir e perder as contas com os carneirinhos. Nesta noite eu queria sonhar e finalmente eu falaria português.