sábado, 31 de março de 2012

Eduardo e João: Segundo Final

Uma orquesta cantando no lugar que deveriam trilhar cordas vocais. É o teu nome que elas cantam. Gritam. Cada palavras que pronuncio soam como notas agudas e graves falando o teu nome. Você está em minhas palavras. Você é o meu verbo na música que Ray Charles canta em I can't stop loving you.
Eis outra coisa que me assombra, será que realmente suportaria ver-te por alguns instantes sem as maquilagem que escondem as imperfeições? Só te tenho agora frio em meus braços e quente em meu peito. Te tenho atrelado às minhas auto-acusações. Procuramos na vida estabilidades, ou eternidades, mas preferimos descer ao inferno à subir no altar selando assim votos de amores eternos, cumplicidade e companhia. Mas por você eu iria ao mais profundo de meu ser e encontraria nas minhas essências o nosso lar.
- Você não tem que se culpar pelo o que quis fazer. Você não me deve a tua vida. Sempre te quis livre, João.
- Eu não podia ter negado o nosso amor. Eu tinha que ter escolhido não quer. - A minha dor se concentrava no seu silêncio que arranhava a minha íris. E os seus olhos ainda mantinham o mesmo brilho por mim. Ele já não era mais estranho. Era comum como todos os demais. Eu já era comum. Juro que preferia vê-lo gritar suas raivas por mim e assim como um cão que outrora preso se liberta das correntes, avancei minha mão em cinco dedos em sua bela face marrom cor de jambo e colori com o vermelho de minhas cinco declarações de medo.
- Por que tua mão está trêmula e fria? – Estúpida pergunta que ele me fazia. Não poderia minhas mãos que tocaram outro corpo estar de outra forma. Sem forma. Deformada. – Eu nunca te cobrei perfeição, João. Apenas te excitei a vida. Você caiu no buraco que você mesmo pra si cavou, o buraco de superpotência. Eu te quero homem e menino. Te quero humano. Sem esta amargura que entorpece suas declarações de amor por mim.
- O que isto significa? Eu não entendo.
- Eu te amo, responde? – Belisquem-me se eu estiver ouvindo errado? Estas últimas palavras de Eduardo, se apossou de meu espírito como bálsamo e me fez ver à mim como seu. Da forma que nunca senti. Ele sorriu e agrediu o meu corpo como um rio que rompe a repressa e destrói a paisagem de naturalidades e belezas que o circunda. Ele me apresentava um nova beleza pra contar. Suas águas vinham de encontro as pedras que estruturavam minha angústia e esculpiam minha paz. Água é mole, pedra é dura, tanto bate até que fura. E foi a minhas descrença de ser amor que Eduardo quebrou com sutileza e simplicidade.
Ele sorrindo e maroto, pegou o seu típico copo de Whisky que por dias, dias e 3/4 de dia me olhavan em ternura, sedução e pronunciou as palavras que sempre esperei ouvir orquestrar aos meus ouvidos.- Eu te amei desde sempre.- Eu o abracei pela última sublime vez e o seu corpo se esfriou em meus braços que o suportou com firmeza de amor e arrependimentos. Era como se ele igualasse-se a minha dor pra me aquecer com sua paz e assim o fez. Eu me sentia como na primeira vez que nos vimos. Neste momento eu sintia o seu grave bumbo acelerar o compasso e cada vez mais e mais o rio que enrijecia o meu prazer se tumultuar em seu peito. Eu o beijei com todo amor que eu poderia inspirar em meus pulmões, nunca quis tanto ser a mesma fumaça que o percorria, queria inflá-lo e esvaziá-lo do vazio de mim. Eu queria penetrar o seu céu, construir suas estrelas e em sua boca desconheci o gosto do fel da desilusão. Fomos pra sempre. E pra sempre nos fomos em nós dois.
Todo o amor que tínhamos um pelo outro acabou naquela sexta-feira do dia 30 de março. O nosso amor morreu em seu egoísmo e mediocridade e nos encontramos em corpo e verdade de espírito. O nosso lar se desfez em ruínas, nas lembrabças dos castelos construídos de areia a beira mar, o que eu via era a farsa que construi pra mim se desdobrar entre uma nova proposta de vida colorida em cumplicidade e juventude. A nossa história com o tempo deixou de ser contada entre os grupinhos pelas ruas. Caímos no esquecimento de todos. Naquela espécie de buraco negro onde todas as memórias se escondem com o tempo, e com tempo pra perder ou ganhar. Sem a pressa do horário do almoço! É incrível como as pessoas se frustam em seus próprios preconceitos e vazios. Maquinam o nosso mal e nos roubam a integridade e liberdade de ser simplesmente nós e felizes. Ainda assim, foi a mais bela história de amor que eu vivi em toda minha vida. E vivo! Ou posso arriscar dizer que foi a única vez que amei. Talvez não por que tenha sido o maior amor o que o torna especial, mas foi o último. O eternopra sempre todos os dias em segundos escritos em olhares, toques e silêncios rompido por gritos de ternura e paixão. O amor que nos coloriu a face se refletia nas minhas lembranças que vejo refletida neste copo d’água em temperatura ambiente com gosto de fel nos perfumes de elixir paregórico das soluções das diarréias da infância. Fico a pensar no quanto somos volúveis e mesquinho com as marcas que o tempo vai escrevendo em nossa pele. As lembranças povoam em minha mente como varejeiras em torno de corpos necrosados, fétidos, numa decomposição que me funde ao solo e não me permiti locomover minhas pernas no espaço. Sinto-me fundir neste cemitério de sentimentalidades de minha cabeça insana. Sinto que minha orquestra de medo e acusação encerra o seu espetáculo, mas Ray continua a cantar melodias-jazz em suas teclas alvi-negras em notas que adocicam o meu paladar. Sinto-me fundir ao corpo do Eduardo numa sentimentalidades de alma que se incendeia em chamas de amor e paixão. Os meus olhos vão se perdendo em branco e preto e meus braços ensaia o seu próximo abraço, mas o amor é quem aquece nosso peito que se derrama em delicadez e doçura neste copo, agora vazio, o quem depositei com fidelidade o coração que deveria ter estado sempre no meu peito, aquecendo nós dois. Cresci ouvindo que a mim seria possível ser feliz e precisei morrer em mim e me redescobrir.
- E juro que nunca cri que seria inteiro teu.
- Eu sempre acreditei em nós dois, João. E não foi escolhendo todo dia estar contigo que descrevi o meu amor por você. E não me arrependo. – Ele cantava estas palavras pra mim, enquanto enchia o meu copo com a nobreza do vinho. E o vinho nos adoçva a alma e nós adoçávamos a vida. E assim foi, ontem, hoje e todos os dias, Eduardo e João!

FIM. RECOMEÇO. FIM. COMEÇO. PAUSA. FIM. FIM...VIDA!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Eduardo e João: Fim

O copo vazio

Ray Charles canta I can't stop loving you. Eu tennho uma orquesta cantando no lugar que deveriam trilhar cordas vocais. É o teu nome que elas cantam. Gritam. Cada palavras que pronuncio soam como notas agudas e graves falando o teu nome. Você está em minhas palavras. Você é o meu verbo.
Eis outra coisa que me assombra, será que realmente suportaria ver-te por alguns instantes sem as maquilagem que escondem as imperfeições? Só te tenho agora frio em meus braços e quente em meu peito.
Procuramos na vida estabilidades, ou eternidades, mas preferimos descer ao inferno à subir no altar selando assim votos de amores eternos, cumplicidade e companhia. Amamos com intensidade na velocidade da luz, assim tal como deixamos de conjugar o mesmo verbo. Amar! Na matemática da vida minha incógnita se revela com uma simples resolução de Pitágoras, e na gramática os predicativos me fogem tornando-me não analfabeto, mas impossibilitado de falar, talvez por já não ouvir, não saiba exprimir mais som. Morte, sepultamento, lápide, epitáfio, ou coisas do tipo, confesso não ter sido o que sonhei pra nós dois.
- Você não tem que se culpar pelo o que quis fazer. Você não me deve a tua vida. Sempre te quis livre, passarinho.
- O que mais me dói não é o fato de ter te traído, mas a incapacidade que tenho de ferir quem eu amo.- A minha dor se concentrava no orgulho de ver em seus olhos o mesmo brilho por mim. Ele já não era mais estranho. Era comum como todos os demais. Eu já era comum. Juro que preferia vê-lo gritar suas raivas por mim e assim como um cão que outrora preso se liberta das correntes, avancei minha mão em cinco dedos em sua bela face marrom cor de jambo e colori com o vermelho de minhas cinco acusações.
- Quando você quiser porrar um homem, o dê pelo menos a honra de ser com um soco de punho bem amarrado, como lança. E não com uma mão aberta e efeminada.- Estas foram as últimas palavras de Eduardo, que se apossou de seu típico copo de Whisky por dias, dias e 3/4 de dia onde olhou-me cm ternura e pronunciou as palavras que sempre esperei ouvir orquestrar aos meus ouvidos.- Eu te amei desde sempre.- Eu o abracei pela última sublime vez e o seu corpo se esfriou em meus braços que o suportou com firmeza de amor e arrependimentos. Neste momento eu sinta o seu grave bumbo desacelerar o compasso e cada vez mais o rio que enrijecia o meu prazer se tranquilizar em seu leito. Eu o beijei com todo amor que eu poderia inspirar em meus pulmões, nunca quis tanto ser a mesma fumaça que o percorria, queria inflá-lo e esvaziá-lo do vazio de mim. Eu queria penetrar o seu céu, mas eu sua boca experimentei do mesmo fel da desilusão. Fomos pra sempre. E pra sempre nos fomos.
Todo o amor que tínhamos um pelo outro se iniciou numa outra conotação naquela sexta-feira do dia 30 de março. O nosso amor morreu em sua morte e respirou a nossa eternidade. O nosso lar se refez das ruínas, nas lembrabças dos castelos construídos de pedra sobre nossos morros. A nossa história com o tempo deixou de ser contada entre os grupinhos pelas ruas, como simplesmente dois homens que viveram um pra si, normal, natural, humano. Tombamos o esquecimento de todos. Naquela espécie de buraco negro onde todas as memórias se escondem com o tempo, e com tempo pra perder ou ganhar. Sem a pressa do horário do almoço! Neste lugar aceleramos todos os relógios para o horário nobre da primavera. A mais bela história de amor que eu vivi em toda minha morte. Ou posso arriscar dizer que foi a única vez que amei. Talvez não por que tenha sido o maior amor o que o torna especial, mas foi o último.
O que ainda tenho em minhas lembranças vejo refletido neste copo d’água em temperatura ambiente com gosto de fel nos perfumes de elixir paregórico das soluções das diarréias da infância. Fico a pensar no quanto somos volúveis e mesquinho com as marcas que o tempo vai escrevendo em nossa pele e que não tatuam o coração. As lembranças povoam em minha mente como varejeiras em torno de corpos necrosados, fétidos, numa decomposição que me funde ao solo e não me permiti locomover minhas pernas no espaço. Sinto que minha orquestra encerra o seu espetáculo, mas Ray continua a cantar melodias jazz em suas teclas alvi-negras em notas que adocicam o meu paladar. Sinto-me fundir neste cemitério de sentimentalidades de minha cabeça em chamas de amor e paixão. Os meus olhos vão se perdendo em branco e preto e meus braços ensaia o seu último abraço, mas o a...


FIM.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Eduardo e João: Parte 4

As flores

Hoje o céu amanheceu cor de púrpura em respingos roxos. Um sentimento turvo tornava o meu humor ainda mais amargo que o gosto que exauria em meu paladar. Eduardo dormia como um anjo que repousasse em minha cama. Dormia um anjo comigo, mas eu não me via em proteção. Estava vulnerável, aflito, tal como um boi que sofre a dor do abate. E quem beberia de meu sangue? Quem comeria de minha carne? Ou seria eu o meu Judas?
O Eduardo quando dorme se entrega fielmente ao aconchego do colchão como uma corsa ao encontro das águas e eu me vejo como terra seca em carência d’água. Somos diferentes, somos iguais, somos mistos. Somos quem?
Tem dias que me sinto como uma esponja a sugar toda vitalidade de sua juventude. Quero sempre mais. Sou insaciável e inseguro. Vejo nos traços de seu corpo o cobiçar de cada mulher que a um mundo trairia para percorrer, mesmo que uma única vez, os seus vales e montes. Elas trilham seus desejos de aventura nesta trilha que eu percorro nas manhãs e madrugadas e às vezes me perco entre árvores e cipós, pedras e descidas, picos que se desfazem ao fim. E eu sei que isto o afaga e envaidesse.
Hoje acordei com o peso da culpa. Ontem fui fiel à mim. Ontem traí Eduardo.
- Eu te amo!
- O que o senhor disse, João?
- É isto mesmo que ouviu. Não tenho por que esconder o que se vê estampado em meus gestos. Eu te amo!
Quando eu disse estas estúpidas palavras pela primeira vez, o que espera no mínimo ouvir era o mesmo, mesmo que tímido, mas ele apenas soube rir, rir, rir e retornar o riso. Não entendo o que de engraçado tinha. E ele gargalhou outra vez. Dudu, era uma daquelas pessoas que cria num amor revelado em atutudes e práticas apenas. Não poderia ser mais cliché. Mas seus gestos e escolhas meticulosas e certeiras, em naturalidades não deixavam sombras de dúvidas sequer de seu sentimento fundamentado em escolha de envelhecer comigo, mas eu sabia que os anos chegariam mais cedo pra mim. Sei que apenas sete primaveras não fazem verão, mas recobriam a minha paz de inverno. E foi no calor de seu melhor amigo, se é que posso chamar aquele demônio oportuno e sedutor, de amigo fidedigno, mas em seus braços que encontrei o meu outono. Ele fazia as estações retrocederem em minha ambientação, para que quando chegasse a primavera, fossem flores para o meu próprio velório que eu colhesse. Eu sentia a morte se aproximar de mim e amargurar o meu gosto. Como eu iria trafegar pelo corpo que me traduzia paz se o meu juízo se transcrevia de culpas e condenações? Foi a única vez na vida que sabia que merecia ser condenado de fato pelo céu. Foi a única vez que não me justificaria o amor. Eu estava sujo em trapos e farrapos e Eduardo só soube sorrir pra mim.
O que fazer se nossas lembranças são levadas pelo vento assim como folhas picotadas de papel que se espalham pela sala? Eu tinha as lembranças de teu amor nunca pronunciado, mas sempre dito. Isto me estrangulava a consciência. Talvez por que foi a primeira vez? Não. Não foi. Era a terceira, mas eu pensava que com mulher não contava. Ou sempre contou? Estupidez de relacionamento aberto. Procurávamos a liberdade e nos abrimos pro engano e auto-traição. Nós velamos nossos finados embriagados pelas lembranças do convívio, aventuras, histórias e até mesmo na falta dela e à caminho do cemitério nos desprendemos de todo o sentimento, e ficamos na beira do esquecimento. Eu não quero um corpo, uma lembrança encarnada ao meu lado para me recobrar a memória do amor. Eu só queria mais que nunca sentir o amor. Talvez ele até estivesse ali, mas minha poeira impedia de contemplar. Ah, se cruzássemos novamente a alma ao coração! Os olhos à boca! Contradizemos-nos em nosso próprio entendimento de amor. Minha mente se embaralha entre os nódulos cerebrais que transam indecentemente justificativas para minhas intenções e questionamentos. Não encontro respostas ou procuro descansos e confortos? Enigmas de traição.
Por não cumprir um mandamento do amor sou excluso do céu, e tenho moradia garantida no inferno. Isto não é todo mal, pois entre os rejeitados e excluídos há certificação de que há uma verdade, somos todos iguais e desprovidos de amor, carinho e respeito. No inferno já não há necessidade de máscaras. Talvez seja esta a pela primeira vez que sentirei um gosto diferente deste fel.


CONTINUA...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Eduardo e João: Parte 3

O alfabeto

Quem foi que disse que amor é uma soma de A + B? O amor pode ser todo o alfabeto e suas mais dissonantes combinações. Quem foi que disse que opostos se atraem? Quem foi que disse que haveria de ser desta forma o meu conto? Não era desta forma que eu suspirava contar as minhas alegrias. Eu queria poder gritar o meu romance. Como sou louco! Como posso falar em romances se não o conheço nem em vinte quatro horas? Mas são quase onze da manhã e minha mente pronuncia Eduardo. São duas da tarde e minha mão escreve Eduardo sem que minhas sinapses comandem. São seis da tarde e já está tarde para convidar para um outro café. Mas minhas conexões vinculam o seu nome sob mim. E se eu ligasse? Melhor não, poderia parecer estúpido. Mas estúpido por que? Somo adultos. Bem resolvidos. Sabemos o que queremos. Mas não, é melhor deixá-lo pensar em mim e quem sabe sentir saudades. Mas eu teria algum lugar já em sua vida pra construir saudades?
O telefone não tocou e eu me senti como uma mulher esquecida nas plenitudes do gozo. Juro que nunca mais faria isto com elas. Mas será que eu ainda sairia com outra mulher? Mas eu nunca estive com uma. Foram só beijos, apertos, amassos e nada mais. E então houve a primeira, a segunda, terceira, depois da quarta, da Vanessa, Alice e Carla e eu perdi as contas de quantas. E enxergava em mim o mesmo homem cretino e cafajeste que os demais. Eu era homem. E nunca nenhuma delas se queixou, ao contrário, elas conheciam o gozo em mim. Seria a minha sensibilidade? Ou mesmo a mulher que havia em mim? Mas eu não tenho nenhuma mulher dentro de mim. Eu sou homem. Eu sou homem. Na terceira vez gritei e toda repartição ouviu. Me desculpem, gente, estou ensaiando a apresentação da pauta do novo lançamento. Um produto exclusivo para homens.
Isto! Ser homem é um produto! Eu poderia comprar o manual no mercado. O que é ser homem? Eu sou homem? Esta última pergunta eu fiz durante os quatro meses consecutivos e no quarto mês e treze dias o Eduardo reapareceu. E como se nada houvesse acontecido sorriu pra mim. Era aquele mesmo sorriso cor de jambo e gosto de baunilha entre notas de nicotina. Eu gelei e tremi. Estufei o peito e eu voz grave perguntei: Por que sumiu?
- Pensei que primeiro ouviria um bom dia.
- Ah, sim, claro, eu me prescipitei e de repente esta pergunta surgiu em minhas palavras. Mas – Sim, eu estou gago novamente e falando coisa por coisa, sem sentido. Um verdadeiro estúpido idiota. Esperto como só ele poderia ser em sete primaveras a menos que eu, sorria de meus constrangimento. Eu tentei ser rude as suas graças, mas isto fluia como lenhas nas labaredas do fogo de sua ironia. Eu o convidei para se sentar comigo, mas era mais prático me ajuntar a ele e eu fui, sem revidar recusas. Entre silêncios, olhares e outras tais estupidez tomei meu café expresso e sem açúcar. No entanto nada tirava de meu paladar este gosto de amargo fel que me apetece. E ele me convidou para assistir um filme no sábado a noite. Que homem convida outro homem para ir ao cinema? Quem? Eu fui. Nós fomos. E os finalmente se iniciou outra vez, mas não foi como naquela noite. Não tinha sabor de descoberta. De liberdade! Eu estava sóbrio! E naquela lucidez o entreguei a chave de meu apartamento. E durante onze anos ela foi a chave de sua casa.
- É incrível o prazer que nós temos em estar juntos, né? A gente é muito amigo um do outro! A gente gosta de estar junto e se olhar, se ver.
- Dudu, você quer que seja pra sempre assim?
- Não tem que ser pra sempre. Tem é que estar na memória, no corpo, na vida. Eu acho que é pequeno pensar a vida nos contornos dos relógios que se limitam em seu traçado pré-planejado, sabe? O que eu gosto de nós dois é este lugar do livre, do belo...
- Eu sempre penso que não morreremos juntos.
- Eu tenho certeza. – Disse ele sorrindo e cheio de luz nos olhos. – A nossa história é de vida e não de morte. E...
Eu precisava interrompê-lo. Era difícil viver em acordo com as filosofias baratas do Eduardo. Eram sonhos e utopias demais para uma única pessoa. Ele tinha muita vida em mim, mas os anos se passavam aos nossos olhos e ele era sempre criança, jovem, menino. Eduardo não tinha medo da morte, nem da vida. Eu tenho. Temo os julgamentos que ainda vejo nas delicadezas das pessoas com a gente. É um tal de dizer que somos lindos juntos. Santa hipocrisia e desnecessidades. Temo a Deus e ao inferno. Na verdade, Eduardo sempre foi muito mais homem que eu.
- Por que você fala como se Deus não visse amor no que construimos? Por que você se priva ainda da felicidade? – Ele sabia calar as minhas conexões de consoantes e vogais. Sabia roubar-me os conectivos e só ficavam as interjeições, mas não calava a minha dor.- Deus não está preocupado com a gente, João. Deus tem muita gente que ainda não aprendeu a amar pra ensinar. E Ele não tem tempo pra perder, por que o amor não espera de braços cruzados e de repente com o tempo o coração se foi. Pára de bater. E então começa os aplausos mesquinhos e vazios que você tanto espera.


CONTINUA...

terça-feira, 27 de março de 2012

Eduardo e João: Parte 2

A toalha bordada

Caminhamos juntos depois o banho que tomamos separados no aperto de meu imenso apartamento. Permiti que tomasse o seu banho primeiro e me arrependi por não me oferecer como a companhia. Vai que algo a acontecesse e precisasse de minha proteção. Porém preferi fazer as hospitalidades da casa e deixei recobrar os seus sentidos e tempo na paz de um banho quente e calmo. Não sei que mundo se apresentava do outro lado daquela porta branca de madeira um pouco mais alta que eu, mas na minha mente havia um guerra e paz interior que se revelava nos vulcões que rompiam em minha pele frio. As horas pareciam terem se calado e o relógio paralisava o tempo para que minha consciência analisasse com calma a escolha que havia feito por mim, mas as lembranças das últimas horas escondidas naquela noite eram muito mais aprazível e sedutora, eu não tinha como resisti, sucumbi a mim e Eduardo gritou: “Eu preciso de uma toalha. Posso usar a tua?” Gago e infantil eu respondi que poderia trazê-lhe uma nova. Ele abriu a porta do banheiro, me revelando outra vez o seu corpo nu e molhado entre a fumaça do vapor da água quente que o cobria por inteiro. Eu me vi como naqueles filmes de super-herói com poderes de congelar os inimigos, me vi com as pernas travadas ao chão mais uma vez e um frio repentino subir por entre as mesmas em encontros de fluxos frios e quentes de líquidos rubros, espessos, sanguíneos que me transitavam em congestionamentos as veias. Havia uma certa confusão no meu corpo. Eu não tinha mais álcool em minha mente e tinha a oportunidade de olhar em seu corpo nu a nudez de minha vontade e desejo. Eu me via nos reflexos das gotículas em seu corpo. Conheci a mim naquele instante e trocamos as palavras que construíram o nosso maior diálogo até então.
- Que cor de toalhas você prefere?
- Até pano de chão serve – sorriu.
- O pano de chão está muito sujo – eu disse em dose cavalar de estupidez . Uma branca?
-Entre no banho. E então nos enxuguemos com a tua. É bom que economiza e eu não te dou trabalho.
Não preciso dizer o que aconteceu. Mas eu preciso. Não para que me entendas, mas para que eu possa compreender os meus símbolos linguísticos. E sua língua tinha gosto agora de minha pasta de dente. Vocês obviamente já imaginam que tudo recomeçou, mas desta vez tinha gosto de primeira vez. Tinha gosto de ser de verdade, de ser eu, de ser ela, como pessoa. De sermos de fato nós dois e agora me faltam as palavras certas para descrever o que se acumulava em minha mente. De uma noite pra outro dia eu deixara de ser um simples virgem na inocência da selvageria das minhas tentações e me via homem ao encontro das curvas e saliências que não eram distintas ao meu próprio corpo. E naquela mesma toalha que nos secou eu bordei em dias depois o nosso nome, Eduardo e João.
Ele era a pessoa mais estranha que havia cruzado a minha vida. Depois do banho tivemos que esperar uns trinta minutos para que os cabelos dele pudessem secar e recompor os belos cachos. Só não o comparo com um anjo, por que anjos não têm sexo. E era só sexo que tínhamos até então. De repente o ouvi pronunciar as palavras correspondentes às leituras que via em seus olhos. Não imaginava tamanha coragem. Via sua vontade interior desestruturar o seu corpo físico que tremia ao produzir aquelas sonoridades. Foi inevitável! Eu sabia que era diferente o que aquilo provocava em mim. E ouvi Lucy In The Sky With Diamonds dos The Beatles cantar em meus ouvidos. Tive medo de me permitir ser feliz. Digo felicidade pois seria a única resultante de meu entregar. Tem certas horas na vida que temos que ser honesto com nós mesmo e definir o traço de nosso riso, assim como delinear o curso de um rio. E eu sabia que estava preste a gargalhar, mas ainda eram nove horas da manhã. O meu mau humor não permitia. E demos um pausa pro café.
Ele usou uma camisa, calça e também cueca minha. Distribuiu alguns pingos do meu perfume em seu corpo e fomos saciar a fome que já se alimentava em nosso estômago. Eu sentei na mesma mesa de costume e via os olhares dos garçons em minha direção. Mas não entendia o que eles poderiam estar lendo em meu comportmento ou era a minha mente que maquinava todos os olhares para mim, como uma perseguição. Tinha a imprensão de que era o típico cafézinho preto de todas as mesas. Você já se sentiu assim? Não sei, mas todo mundo me via naquele dia e o garçon perguntou: “Feliz hoje, João?” Finji que não entendi a sua pergunta. O que ele tinha com minha vida? A preocupação dele deveria estar única e exclusivamente no meu café expresso e sem açucar e não no que acompanharia a minha bolacha. Tive vontade de levantar, pegar naquele colarinho e estrangular aquele pescoço mais fino que minhas canelas e romper a sua cabeça com tantos encontros que promoveria com a parede amarelo-ovo que se tangeria de vermelho sangue talhado com os meus murros, mas então Eduardo sorriu e replicou dizendo que era inegável a minha alegria, hoje era de fato um dia de mudanças. E eu queria mudar o curso de todas elas. Me vi pela primeira vez na vida em vida e nunca tive curso pra isto. Um guardanapo, por favor.


CONTINUA...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Eduardo e João: Parte I

O copo cheio

Todo o amor que tínhamos um pelo outro acabou naquela sexta-feira do dia 30 de março. O nosso amor morreu. O nosso lar se desfez em ruínas, nas lembrabças dos castelos construídos de areia a beira mar. A nossa história com o tempo deixou de ser contada entre os grupinhos pelas ruas. Caímos no esquecimento de todos. Naquela espécie de buraco negro onde todas as memórias se escondem com o tempo, e com tempo pra perder ou ganhar. Sem a pressa do horário do almoço! E já faz tempo que tudo isto aconteceu. Ainda assim, foi a mais bela história de amor que eu vivi em toda minha vida. Ou posso arriscar dizer que foi a única vez que amei. Talvez não por que tenha sido o maior amor o que o torna especial, mas foi o último. O que ainda tenho em minhas lembranças vejo refletido neste copo d’água em temperatura ambiente com gosto de fel nos perfumes de elixir paregórico das soluções das diarréias da infância. Fico a pensar no quanto somos volúveis e mesquinho com as marcas que o tempo vai escrevendo em nossa pele. As lembranças povoam em minha mente como varejeiras em torno de corpos necrosados, fétidos, numa decomposição que me funde ao solo e não me permiti locomover minhas pernas no espaço. Sinto-me fundir neste cemitério de sentimentalidades de minha cabeça insana.
O que você prefere, cerveja ou vodca? Por mais estranho que pareça foi com esta frase que começou toda esta história. Eu estava num bar com um grupo de amigos quando a conheci. Era jovem, delicada, bonita, recém chegada à cidade e ainda encantada com a boa recepção de todos. Normal, sempre somos muito simpáticos e hospitaleiros a primeiro instante no interior. E com esta pessoa não poderia ser diferente, era extrovertida, inteligente, enfim, uma companhia formidável. Em resposta a minha pergunta foi imediata e convicta: “Por mim pode ser até gasolina.” Me respondeu já desenhando risos e logo gargalhadas no rosto. Eu já sabia que não saberia lidar muito bem com o que via acontecer entre os nossos olhares. Eu tinha medo do que via, pavor do que sentia, mas algo no mais íntimo me fazia prosseguir. E eu prossegui. Até que chegou o amanhã e no nosso amanhecer erámos muito mais que íntimos. Éramos corpos entrelaçados entre pernas, braços, suor seco e cabelos. Tramas de tricô tecida de lã que desnuda ovelhas encobria nossa natureza. Éramos nós dois. E um momento.
Era claro que o constrangimento se instaurou entre os nossos gostos de hálito contaminado em cigarros e cervejas. Como fumamos. Tragávamos os cigarros como famintos que buscavam trazer a satisfação pra dentro de si e prendê-la entre os pulmões e traquéia, numa sensação estranha de que todo o vazio que existia em meu mundo dava lugar à plenitude.
Havia de ter maior criatividade a culpa para nos roubar a alegria da fantasia que tivemos na noite que mal dormimos. Havia uma beleza nobre nas cores de nossa timidez. Eu não sei muito bem como explicar, mas sentia que os calafrios das acusações dos pudores e desamor se desmanchavam entre os toques e retoques que se reiniciavam em nosso lençol e eu convidei para um café da manhã. Queria roubar de sua pessoa o tempo que corria como ladrão em fuga flagrante de nós dois e foi no sim, não menos inevitável e imediato que vi a paz de desentender que pela primeira vez na vida poderia me apaixonar e desconstruir todo o forte que torturou o meu pesadelo. Ele em seus olhos verdes de contraste a pele amarronzada sorriu pra mim.


CONTINUA...

Cores e sons de Júlia

Pra mim ela é personificação mais exata da prima que eu desenhei ter quando criança. Não aquela pessoa que você sabe que sempre deixará escapulir o riso mais gentil e verdadeiro quando te ver chegar? É ela, e este lugar pode até ser um velório. Ela vai sorrir pra mim! Ela vai me cobrar um mundo de visitas, carinhos, abraços e telefonemas, mas vai me abraçar com toda generosidade do calor e presença de quem ama e admira. Ela um dia esmagará os meus ossos. É incapaz de entender que sou feito de 3/4 de líquidos e o resto todo é quase totalidade de ossos que se escondem timidamente entre um músculo e outro, mas o meu músculo maior, o meu coração pula em contrações de alegria e paz, apenas por sentir no seu abraço o seu peito sorrir pra mim.
Ele é meiga. É grande. É uma menina que tem o carisma de ser diferente de todos as outras. É, ela não é chata e fresquinha. É agradável, doce, mas tipo aqueles doces sem muito açúcar. É feito sobe medida de pura beleza revelada em pele branca, tão branca quanto a transparência que tem os nossos olhares em encontro. A gente brinca de ser honesto. A gente gosta de ser transparente e verdadeiro sendo simples e insanos. Somos mais que amigos, somos família!
Eu sempre digo que tem certas pessoas no mundo que Deus escolhe pra serem nossas e trazerem sentido e beleza à nossas vidas e penso, como seria a minha vida sem ela? Não teria os mesmos gritos pela rua. Seriam apenas caminhadas os meus círculos pelas avenidas. Seriam passeios sem cores nas flores, sem sol ou lua, seriam solidão. Mas da vida eu recebi a graça de tê-la em minha estrada e juntos colorimos a vida com brilhos de nossos risos e sons de gargalhas. Da vida eu recebi vida em Júlia.

domingo, 25 de março de 2012

Eu sei fazer arroz

Foram quatro dentes médios de alho que descasquei como quem despe o corpo carregado dos pesos das horas do dia e se entrega abatido ao tempero da água quente que bate no lombo o frescor. Entre sais e óleos de canola seu corpo ia se corando tímido entre os constrangimentos de um primeiro encontro, mas o enlace era inevitável. Havia cheiro de entrega no ar e ele se espalhava feroz por todos os cômodos da casa.
Dizem os sabedores culinaristas que os opostos se atraem e culminam afrodicidades, mas era engano pensar que não havia um mundo de semelhanças entre as cinco xícaras de arroz que despejei sobre o tremor da panela que salpicava saliente no fogo, produzindo o dobro de água fria, agora em ebulição que em minha boca virgem despertava fome e saliva. E eu tinha que esperar o momento oportuno acontecer e se instaurar entre reboleios discretos e ousados. Entre números distintos e unidos entre seis e nove. Eu via fugas e retornos acontecerem. Ouvia as horas passarem sem passar, sem tocar, sem gemer. A hora se perdia entre o lençol branco de um arroz soltinho e saboroso que se torneava entre os grãos encharcados de delícias e sabor. Fogo alto se avolumava e então se abaixava sem som, pois a canção já avançara os meus ouvidos entre a tampa que permitia o seus pulos e vapor escorrer entre as bordas.
Pus o prato sobre a mesa e me deliciei entre arroz e feijão preto em minha cama. Comi. Me satisfiz e em poucos segundos era arroz puro e solado que eu queria outra vez, com dose tripla de feijão.

Negativo

Ele tinha os cabelos pretos. Os olhos escuros e a pele clara. Clara, nova, vívida. Tinha a pela que eu queria ser e então poder envolve-lo com toda ternura e calor que teriam os meus braços sobre o seu corpo, como fios que tecem nós e trama a costura os contos, e sacramentar, uni-lo à mim.
Ele tinha o dom de ser belo. Ele tinha o dom de ser a única pessoa que me roubava o dom de descrever belezas e produzir sonoridades que revelam segredos de predicativos e mistérios. Ele tinha o dom de ter os mais nobres dons. Ele sim, era filho de Deus! Ele tinha em medidas recalcadas, sacudidas e transbordante a dádiva de ter e ser o que eu queria, almejava e não tinha. Ele tinha a mim e a si próprio, mas eu era apenas um ópio que o entorpecia a vaidade. Ele tinha a beleza idade. Era jovem e criança. Era flor que se abre para luz ao amanhecer, era a aurora.
Quando olho para ele, não diretamente, mas através da fotografia que tenho na estante de minha casa ou na que carrego como ¾ em minha carteira denunciando minha identidade, o sentimento que tenho é que ele simplesmemte nasceu para ser belo. Se o homem é, de fato, feito a imagem e semelhança de deus. Deus é um deus grego. E eu? Seria filho de quem? Não, deus também criou o satanás. E dizem que ele era um dos anjos mais lindos e sublimos do céu. Ele é o próprio demônio em minha vida e paz. Meu tormento e desespero. Vício e adrenalinas. Era paixão. Sem estar apaixonado!
E a sua boca quando fala. E sua voz quando respira. E seu hálito seco quando me convidas. Ele é tentação. É a ação de tudo o que sempre quis e se escondeu insanamente em mim. E é ele e eu quem sou seu o ele em mim?
Ele é belo preto e branco. Ele é belo barba e bigode. Ele é superman. E eu? O que sou em suas fragilidades? O que sou em seus negativos?

sábado, 24 de março de 2012

Um café quente e um amor

e eu sentei na mesma mesa que sempre sentávamos naquela cafeteria da rua do ipê lilás e não fiz o nehum pedido o garçom sabia de cor e salteado o que sempre tomávamos mas via em meus olhos que naquele dia eram outros sabores que eu gostaria de experimentar saltavam dos meus olhos o desejo que tinha de ter a tua companhia naquela mesma mesa redonda pintada de verde desbotado clássico com os pés em ferro pintados de marrom com tinta que os davam impressão de cresposidade delicada na mesma mesinha que muitos risos uns salgados outros doces e até picantes costuramos entre os nossos olhares e goladas de um bom café forte para reanimarmos o corpo de uma noite não dormidae outros desatinos nosso serviu como cúmplice fiel e discreta era engraçado ver que o garçom qual era mesmo o nome dele ah sim antônio antônio carlos e que que você sempre chamava por roberto carlos e cantarolava uma canção se referindo ao roberto carlos conhecido ele sabia que algo de errado tinha na companhia de tua ausência naquela manhã mas discreto e polido nada perguntou além de gostaria de algo mais senhora e eu disse sim um café bem forte e quente como já disse e sem açucar e uma pitada extra e sacudida de um amor como sobremesa obrigado

quinta-feira, 22 de março de 2012

Um chá de erva cidreira e uma colher de lágrima

Eu sabia que havia um refluxo em fluxo descontínuo em meu diafragma.
Eu sabia que tinha uma solidão acompanhando o meu peito.
Eu sabia que tinha um saber que eu desconhecia pré-maturo.
Eu sabia que tinha um querer que meus órgãos detestavam. Havia desprezo.
Eu sabia que sabia correr, mas me faltavam as pernas. Estas dançavam distraídas pela trilha sonora de minha vida. Minha trilha interna. Aquela que pulsa só pra nós, os egoístas.
Eu sabia que o sabiá cantaria amanhã outra vez, mas queria ouvi-lo naquele exato momento. Que tormento!
Eu sabia sair das coisas que me atravessavam com maestria e sobriedade, mas aquele mundo se apresentava extra-terreno.
Eu sabia preparar meus calmantes, mas a agilidade da hora não contribuía tempo. Sabia me perder.
Eu sabia que naquela noite eu não tinha eu, pois o meu único eu se perdeu na procura de mim. E tomei um copo de chá de erva cidreira gelado e com muitas pedras de gelo que se cristalizavam ainda mais no inverno de minhas mãos sobre o copo. Elas trincavam e musicalizavam o balé clássico da lágrima que imponente dançou sobre o meu rosto, aliviando o meu nobre coração que não sabia saber.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Sanidades de Valdemy dos Santos Braga, meu Pai

Por mais que clamasse o meu raciocínio para não expor em minhas INsanidades o calor de sentimento que povoa o meu peito neste dia vinte e um de março, eu não poderia sucumbir e fraquejar em minha transparência e honestidade. Sim, hoje o meu peito dói e esta dor é bem diferente de todas as outras que eu já senti. Esta é a única dor em toda minha vida que em mim produz força e alegria. Eu sei que este meu discurso parece por demais paradoxal, mas esta dor me lembra a falta de meu amado pai e profunda raiz que em meu peito o seu amor sustenta sua pessoa in memorian.


Mas então, paro e penso: se sobrevivo com constante dor e companhia da ausência de meu Neguinho de Gás, o que mais não suportaria na vida? Tudo! Até a morte!
Ele é a única pessoa que os anos não me permitiriam esquecer, o levo literalmente em meu nome em poesia, me chamo Valdemy, aquele que por seus amigos a vida daria. E o mais cômico foi que assim que ele se foi. Roubado a força e vitalidade por aqueles que ele muito amou. Meu pai não foi mártir, tampouco santo, foi homem e construiu sua trajetória calçado no amor!
Ele é o único homem que eu tatuaria na pele. Eu assinaria a sua rubrica em meu pulso esquerdo, e aqueceria o seu nome no calor de meu sangue que pulsa ao caminho do coração. Eu declararia o meu amor em arte, de corpo, alma e espírito!
Me recordo sorrindo a última vez que o vi. Deitado naquele leito frio do hospital, parecia criança que esperava ansioso pela chegada do pai, mas cheguei como filho e o prometi amor eterno. Prometi a minha vida. Eu morreria ali por ele. Mas ele preferiu viver em mim e repercutiu a sua escandalosa gargalhada nos risos tímidos que eu almejava traçar e colorir as minhas feições comas lembranças de seus gostos, carinhos e atitudes. Ele passou a viver em mim de forma natural e permitida. Vivo não como se fosse o meu pai, mas como se o meu pai não morresse em mim.
Morte, que palavra fria e inóspita para falar de um homem de tanto vigor e jovialidade! O que é a morte se não a vida em mim? Meu Deus, o que digo! Deus? Desculpe-me o riso irônico, mas foi a tua paternidade que esperei cego e sedento naquele mesmo dia vinte e um. Não sei se você não veio, ou me recuso a acreditar que não. Apenas sei que me levou o que mais me fazia ver você em sutilezas de verdades! Perdoe-me a arrogância de ser menino, mas que o meu pai me segure ou olhe com aquele olhar repressor quando estivermos cara a cara. Não sei se teria estômago o suficiente para travar o refluxo de desorientações que ainda povoam em mim, mas de qualquer forma, assim como o meu pai me ensinou, a ti mesmo rebelde darei toda glória. Ele te amou muito, Deus. Foi por isto que o levou pra si? Tudo bem, não precisa falar nada. O silêncio fala muitas coisas e eu terei toda uma eternidade para te ouvir.
É pai, não sei se ainda reconhece minha voz. Ela mudou, né? Os anos já tem passado pra mim e eu estou com barba, rugas, barriguinha e precisando de óculos, mas aproveite o silêncio que provocou Deus por sua falta de palavras e ouça o meu coração pulsar, ele chama o teu nome: Valdemy. E é ele que me permite em ti viver! Te amo!

PALAVRA INSANO: Negócio Mundial da Fé

Hoje Os INsanidades conta a participação de um grande amigo, não menos INsano que eu... Vai Vinição Costa, se joga!



Hoje me deparei com cenas que me causaram espanto. Ao ligar a TV, vejo uma reportagem sobre um Pastor Evangélico, fundador de uma denominação neopentencostal, onde este era acusado de enriquecimento ilícito a custas de seus fiéis. Fiquei pasmo! Fala sério, amigo! E você ainda fica?
Segundo a Justiça, apesar dos altos valores arrecadados pelo “apóstolo”, a sua congregação tem dezenas de templos ameaçados de fechar por ordens de despejo.
Espera aí, apóstolo??? Não me lembro de estar no séc I, nem de ser contemporâneo de Pedro, Tiago, Paulo, Judas Tadeu.... que eu saiba esses eram apóstolos. E nem me lembro de algum dia ter lido passagens bíblicas onde estes, cobrassem bênçãos ou graças, dadas gratuitamente pelo Senhor Deus. É que ele esqueceu que era pra ser de graça! E então se permitiu tirar uma graça dos fiéis. Oh, God! Mas prossiga... Bem, também não me lembro de estar no séc. XVI onde alguns homens de má fé (sacerdortes ou não) usavam o nome da Igreja a fim de adquirir dinheiro a partir do temor que as pessoas tinham à Deus. Estaria eu, ficando louco??? Oi? Louco? INsano? Sim, somos. E isto é bíblico. Deus usa coisas loucas para confundir os sábios. Estaria eu como o personagem de Owen Wilson no filme “Meia Noite em Paris” (2011), pegando uma carona num carro antigo ou uma carruagem e voltando ao passado? Não! Definitivamente não! Estou eu, no mês 3, ano de 2012, séc. XXI.
O erro que tanto pregaram e ainda pregam contra a Igreja Cristã Medieval, erro que justificou e culminou na evasão de centenas de milhares de fiéis, sendo repetido por pessoas que seguem tal idéias de seus reformadores. Seria isso aceitável? Acho que não.. pelo menos não é nada coerente. Mas tendo em vista que um erro não justifica outro, a mentalidade das pessoas na Idade Média era outra. Podemos até dizer, que era do tempo do atrasado, afinal, não havia tecnologia, as informações não andavam velozmente pelos cabos de fibras óticas. Entao, será que esse ser, que se auto-intitulou de apóstolo, que dizia operar milagres em nome Daquele que é imaculado, achou que por isso ele estaria livre de suspeitas?
E ainda por cima ir para a televisão dizer que as autoridades estão loucas, que fizeram tudo errado, que não sabem investigar e não tem nada a descobrir sobre ele. É um pouco demais!!! O pior de tudo que ainda buscará na bíblia, textos que justifiquem seus atos e que tudo não passa de PERSEGUIÇÃO. Que está escrito! Que nos últimos dias seria assim! ESTÄ ESCRITO IRMÃOS. Agora preciso de “tantos” mil para pagar meu advogado e minha fiança, para poder voltar a “pregar” a vocês. E os irmãos contribuirão mais um pouco, sabe por que? Por que quem busca a salvação não é culpado. Estes estão abertos a graças, a bênçãos e nada tem haver com a corrupção daqueles que um dia disseram ser seus líderes espirituais. Mas francamente, né? A Bíblia está ai ao acesso de todos. Por que não leem? Ela diz que o povo de Deus tem sido destruído por falta de conhecimento e i povo se nega a conhecer. Isto também é pecado. Creio que Deus nos chamou para a responsabilidade. Ou comodismo surdo e cego? Será que Deus não fala mais no século XXI?
Ah! E claro, haverão aqueles que dirão: Quem são vocês para julgarem? Tire a trave do teu olho antes de acusar teu irmão. HIPÓCRITAS!
Aí volto a mais uma indagação:
- A cegueira está mesmo em que vê o óbvio?
-Ah lembrei, estes estão certos. Ele será liberado porque DEUS está com ele.
-Opa! Deus está com ele, ou a justiça é cega?
Definitivamente, séc. XVI não combina com séc. XXI. Não há mais espaço para venda de indulgências ou terrenos celestes. Costumo dizer que Lutero, sim, Martinho Lutero, se pudesse ver o futuro e soubesse a confusão que ia dar, teria pensando mais ao lançar suas idéias. A idéia aqui, não é que ele não devia ter dito e pensado da forma que pensou, ele tinha razão na época, mas de como tudo aquilo se transformou: Uma verdadeira Babel, onde todos protestam, mas ninguém fala a mesma língua. Cada um prega Deus conforme quer que Deus seja. Aqui, nesta realidade, o Homem cria Deus a sua imagem e semelhança, e prega a palavra para o seu desfrute e prazer (carros, viagens, mansões, fazendas, plásticas, etc)
Enfim, que Deus ajude a justiça terrena a punir este enganador e que Sua justiça não demore. Pq assim como ele há muitos líderes, seja de qual for a religião, inclusive a minha, precisando de punição.

“Aqui expresso minha opiniao como um cidadão, tanto que não escondo os erros cometidos pela Igreja que eu sigo. Nao adianta tapar o sol com a peneira, afinal quem sou eu. Quem não se lembra da maior demonstração de expiação pública da história do catolicismo no ano 2000: O Papa (João Paulo II) redigiu um documento de noventa páginas pedindo perdão por uma série de pecados cometidos pela Igreja em seus 2000 anos de existência. Se o Papa admite, quem sou eu para esconde-los.”

E eu,meu caro, estou achando é pouco!


Vinicius Costa, Católico e professor de Biologia da rede Estadual de Educação.

terça-feira, 20 de março de 2012

Num fôlego

Na tela vazia esvazia o vazio de meu peito colorido à branco e preto em desfigurado rabiscos de cores quentes que esfriam o gelo que tornou primavera a minha pele depenada do couro que desprotege os poros dos beijos que me dão os mosquitos que produzem doces em colméia construídas em hexágonos de retângulos uniformes como triângulos de cinco lados e seis ângulos retos entortados pelo esforço que fez a sua mão mole quando forte tocou em doçuras de carinho a minha face que sorria para gritar aos três ventos que muito te odiava com todo o amor que um dia o diabo poderia recriar em mim em calafrios de alegria em mistério de tristezas reveladas e veladas como defunto vivo mas sem velas e com fogo que queima a parafina solidificando as lágrimas que dançam sem música em meu rosto amargurado pelo teu infindo amor latente potente demente e inocente que a tudo sabe descobre e cobre de elogios estúpidos e mesquinho tentando ganhar as minhas belas palavras como pai que compra criança de dois anos com doces de um e noventa e nove em quase noventa minutos dos três tempos da partida que terminou zero a zero.

domingo, 18 de março de 2012

Air?

Então leve
releve
entrege
e pegue
o air
que teu prazer
me roubou
com mão leve
que não leva
uma leva de arrependimentos
nem se arrepia
do pio seco
que pia em minha pia
contando as gotas
que cantam secretas
a trilha
do suspense
que corre sem trilha
sobre mim
em ti
que em titulado
de prazer insano
me conhece educadamente
e mente a minha
mente mal educada
das malícias que teu fogo
afoga em meu air
eh, você é o clássico desejo
à flor da pele
e me repele o medo
de não temer e
não reter o
ter de me ter
e entregar a você o arcaico
de meu cantarolar agudos
descobrindo nas nuances
das notas nuas se
o air
que me fugiu
e suspirou
espasmos cheios
de air, air, air
eh, air

terça-feira, 13 de março de 2012

Please, close the door

Sit down here, please. And so I'm gonna start to tell you about my last dream I dreamed tonight.
No, no, no... Don't shut the window. Let the breeze come to us. I like the idea to have the same thing that touch my body touch your face. It make us feel together.
No. Don't say anything. I know we're not together. We broke up our relationship. I already understood it. You mustn't need to draw. I'm a clever woman.
Tonight I remembered you say you loved me. And I cried a lot. I felt a river shine in my face my pain. I stopped to cry. I'm a strong woman.
Don't go. Please, sit down. I didn't share my dream. May you listen to me? Just today. We were maried and we already shared the same bed, same beg, same bet. Why can we share a simple and foolish dream? Have you dreamed? No? People that do everything that want, never have a dream to dream. Just live a day, by day, in a day. But that's no your case. You are the greatest dreamer I know in my whole life. I know you guy, I know your skin. I know you eyes. Your body, spasms... Don't be shame. Don't be red. Come on, if you knew my intimate, my body, you can discover up my head, my dream.
I told you someday: Start to think in me. Stop to do these mistakes.You know how to do it. But you prefered to let me down.
Why are you so cold if my heart's so warm? Why don't you think in me? Just because am I at this...? I didn't stop to tell you what I want to... Come back to me. Listen up! Listen to me.
Please, close the door and come back. Sit down here, in front of me, please! Please!
I know you don't love me. I know I weird right now. But at my dream, my love was the same. And you were different. You were in loving and I loved you as the way I love. My legs cannot let us to the garden, to the good restaurant or parties, but just my heart can let far from your weakness and make you a real man.
You can have a lot of all women, but you'll never be a man for them, because you are... just a dream of man!
What a fucking feeling. What a fucking feeling!
Now, I already wake up! Good morning! And close the door when you go out, please! Thanks!

segunda-feira, 12 de março de 2012

The love I forgot

He just cannot to say the same things about his fault and doubts. Right way he doesn't know how to remember the simple way for say "love You". But he doesn't go far away from you. He's going to stay inside your heart. At your inner, ever.
Stop to try to turn down the light of your thoughts. You know, you have a lot of ideas shining blowing up on your head, let them fly. That's the real way to be free.
Listen to your heart and in this case shut your head off. Sometimes we must be insane. Tell me, who can explain the love? Who? Tell me! No one, nor Freud. So, do not try to understand yourself, but write down in your body your story.
Maybe you can feel some fear, it's common, at this moment look at the trees, they're moving their roots at you, just to support your love.
Okay, I know everything about it. I understand what is happening. But stop to complain! You're looking like a stupid buzzer. Sing to the world your love and suffocate your fears. Listen to me.
I know, he doesn't love you anymore. But, did he love you ever? No. He started to do it at a specific time. Go back to it. And take his heart back! You can do it.
Now, he cannot be the same man, so be a different woman, dear. Make everything you can different. Love him in a different way, it's doesn't matter, just love! Be lover! Be true! And forget the rules. You're annoying me with these complaints, fears, and "the biggest love if your life". Come on! Shame on you! How many time did be in love in your long life. So, you can find another one. But can be him. Be relax! Calm down! The love is like a life, is newer day by day. It's never old, and if be, you can make all of the things once again. Do you remember the feeling you felt in your first kiss? Neither me, by the way, who was? But I can kiss the person I think I'm in love like that was the first time and this kiss can be make the best kiss of my life. Unforgetable! Irreplacable! In my opinion, that's the way to love, remembering what is always forgot. Do you remember the story in your body I told you about? So let him touch you and open up the eyes of his heart. And love!

sábado, 10 de março de 2012

Desenhar um adeus

Hoje eu vi um pescador no canal jogando com fé sua rede ao mar em busca de peixes para sacramentar sua fome. Vi nas tramas de sua rede os nós que trançaram nossas histórias. Vi as linhas sensíveis que foram tramando nossa união, não sei se elas ressecaram pela força da ação do sol, ou eram apenas fraca o seu atar, mas se desprenderam de si e marcou um rasgo em nós.
Por vezes infindas e colossais o pescador foi lançando e relançando sua rede, mas peixe não viam ao seu encontro, exceto por duas ou três vezes, mas estes vazaram sabiamente por seu furo e voltaram à liberdade do mar. Era livre que eu te queria. Era nadando em seu mundo que eu gostava de te ver e observar. Não te esperava pra mim, te esperava pra nós. Sem nós de ataduras.
Me sinto triste em ver o não nos ver. Sinto-me triste em não reconhecer em nossos bate-papo's a mesma livre espontaneidade de outros tempos. Sinto-me doente em ver que nosso tempo já passou e eu nem tive tempo para ver a estação romper. O peixe morre pela boca e nossos nós morreram por cada palavras que não foram ditas.
A rede tocava na face das águas, mas estas bebiam o toque escondendo o constrangimento que o mesmo causava. Não havia mais intimidade e os dois sucumbiam em seus tristes desejos de fazer o tempo diferente e se unirem como num molhado beijo, mas o mar estava seco, assim como as linhas que costuravam a rede. Ela desenhava o seu adeus nas águas salgadas que agora tocava. As águas absorviam o adeus e sinalizava sua reciprocidade no vazio que colhia tímida a rede, já farta de tamanho esforço.
Hoje me vi como um pescador, reconheci nele a minha história, o meu pirão empelotado. E foi apenas você que em teu olhar eu quis pescar. E foi nosso nós desatados que a imensidão de teu rio desenhou. Num adeus com a profundidade do oceano e doçura que não tem o marque todos as nossas lembranças guardou no mais íntimo de seu ser.

Kamyli Araújo

Como se uma alegria imensa e inenarrável invadisse o meu peito sem pedir licença, ela chegou tímida, calada, pequena, menina e roubou para si todo o brilho de minhas pupilas, junto ao ar tímido que preenchia os meus pulmões. Eu sentia como se todo projeto de sonho de minha vida estivera sido completo em seu primeiro respirar.
Eu queria muito mais que tocar sua pele rosada, eu queria ouvir teu choro que pronunciava a sua voz doce e veludada. Queria ouvir os tons que inundaria rios de emoções em meu peito com "eu te amo", "obrigado" e ainda "papai". Queria poder chamá-la de filha, de amor, de carinho, de princesa e com minha beleza, mesmo medíocre diante sua sublime luz, pronunciar o meu amor singelo e verdadeiro.
Oh, meu Deus, se tu tivesses me dado assas eu voaria agora até o céu e o sangraria para que toda tua graça e soberania a inundasse de shekinah e delicadeza. Eu sei que você a esculpiu em graça e sensibilidade, mas como eu gostaria de co-criar contigo esta obra prima de amor.
Eu sei que não sou Deus, tampouco o mais santos dos mero mortais. Também sei que minha princesa assim não seria, mas ensina-me encontrar as fortes pedras e sustentáculos para que possa eu erguer o palácio em que repousará ela os seus sonhos e desejos. Que estejam em ti o coração puro de meu anjo que me protege da ilusão de não ser feliz.
Sinto que explodirei de alegria e felicidades, não sei muito bem como definir o que sinto, mas sei que se chama Kamyli de meu todo coração o que me torna hoje o um homem desconhecido de mim mesmo. Obrigado, Deus pelo dom de ser menino e ser pai.

quarta-feira, 7 de março de 2012

I ouvi Adele

Não pode ser "good bye" as únicas palavras que tens para me dizer. Pra onde foram os soletrar dos "eu's te amo"? Onde escondeu o teu gozo em mim? Onde se escondeu de você? I found you some day. Let me do it once again.
Não fale comigo como se eu fosse uma desconhecida tua. Não me retira de tuas retinas como um cisco que sobrevoa saliente o your air. Não me trates como a pain que cresce e afina em teu sino.
Look at my eyes e minta que não me amas. Olhe em meus olhos e encare you. E então fecharei meus olhos para que me beijes como da última vez, embora não me recordo de quando foi. Resgate em mim o my hometown em você. Tire-me desta guerra que fomenta revolução em meu peito. Resgate-me da destruição do meu coração que em sua mão eu depositei. Come on!
Não doe em tua garganta ingerir o meu choro por você? Eu vivo a chorar tuas saudades. Miss you and vivo a gemer de desespero e solidão. Já não tenho espasmos de prazer! Stand by me!
Tens até três para decidir o teu perfume. Tens até três para sair ao meu encontro. Ao encontro de meu corpo nu. Idiota. Stupid guy, I won't stay here telling about meu coração como se fosse o último homem da história dos planetas. Não és o último homem, foi apenas a minha última parada cardíaca. Minha última perda de ar. My last lover!
Sei que voltarás pra mim e então I'll say meu amor por você. Não importando à mim as palavras que usará. Sempre quis o teu kiss e este terá gosto de pra sempre. Quando nos beijarmos os céus abrirão as torneiras das reservas das chuvas de inverno e it will rain over us, rain que desenhará em seus pingos a tua face que não me recordo mais. Como em leitura de braile lerei tuas curvas, nuances e entenderei a tua distância. I'm gonna forgive you. Ever!
Não chores, meu bem. Está tudo okay. Nos amores é assim mesmo, só não me digas que retornará pra ela. Esqueça o calor dos braços dela que ainda te aquece. Fique aqui comigo e te darei as coisas que ela te deu melhor que eu, mas que eu baixei em download for us. Feel my heart, ele está crazy for you.
O que foi? O que eu disse que te amargurou. Não bem bem, não se vá. Confie no meu amor que é único e eterno. Eu me entrego por inteira por você. Please, don't go!
Como encontrarei outro como você se é você que tenho penetrado em minha pela seca e fria? Não encontraria eu someone like you anywhere. Please, don't se vá! I promiss love you, babe. Please! And don't let me say adeus!

terça-feira, 6 de março de 2012

Um ó

Ela me disse que nada me para
mas tudo me cala
e me faz sentir melhor
uma sandice, pensar em suas tralhas
nas palavras escapadas
num cisco no fiofó
santa burrice catar suas migalhas
costurar de saias
e tirar das areias o pó
meninice o mover destas pragas
demônios das salas
tira o pingo e deixa o nó
bebedice que conta as fadas
destrói as piadas
e põe diabo no trenó

segunda-feira, 5 de março de 2012

Flauta amarga

Tudo
o que tentei
foi
dar o ar
que eu não
tinha para
parar de teu
nome musicar
em la-ra-la-rás
mas o
que sentia era
a era de deixar você
vir ao
encontro nunca
tido e viver
o talvez
encontro antigo
que
amarelou na
estante de minha
sala
onde te sorri
e teus braços tímidos
me contaram que
eram em minhas
notas
que tua flauta amarga
assinou em
triângulos de
dimensões uniforme
meu nome
tudo o que
tentei
foi
crer nas
palavras
que lavram
teu sangue de
minha saliva
que envenena a guerra
de meu peito
nu

domingo, 4 de março de 2012

A blue special feeling

I don't need understand anything
I just need to live new something
I will be back if you call me
Don't be mad make me fell brand new

You don't know everything I want to
You just know what you see outside
I'm going to show a special feeling, blue
You will know who I am inside

Let's go fly away, my little bird
Anyone cannot stop our dream
Let's us make a beautiful story
without fairies and just you and me

Dez cobertas, um arame farpado e um coração nu

Você me violentava, agredia-me na direção que me forçava a me abrir para as sensações dais quais eu não queria. Embora querendo. Como que se alargasse as minhas cercas, removendo com a força sensível do peito os meus arames farpados. Era um príncipe que removia da prisão do encanto de meu castelo e em canto de desvirginar construía as minhas lágrimas.
Eu falava de meu mundo pra você que se perdia em seu próprio mundinho de investigação constante. Eu queria como um cego, em Braile, ler o teu corpo pra você e te descrever os códigos dos quais finges analfabeta não assimilar as conexões. Queria revelar pra você as mesmas descobertas que cobriam agora o meu céu negro como dez cobertas que aquecem o corpo no inverno, mas ainda era final de primavera.
Quando tudo aconteceu, não acontecendo, e a despedida despiu nossas intenções, vi o meu conto de fadas ruir e prestar contas das emoções que nem foram cantadas. Foi a primeira vez que assumi pra mim que o que eu vivia era paixão. E seria um dia amor? E seria amanhã mais nada?
Eu queria muito te encontrar em mim e em ti encontrar todas as melodias que você me contou e agora como tatuagem em meus neurônios te assinam em linguagens das quais já aprendi de cor e sem cor me colorem.

quinta-feira, 1 de março de 2012

História INsana: Um amor, umas mentiras, uma verdade

O que sinto é uma espécie de amor que me inspira as mais idiotas mentiras. Minto ao meu fígado a todo instante e desmancho minhas sentimentalidades como manteiga ao sol. Eu amo você em unilateralidade, em mão única, em egoísmo cênico, em Cassandra que ninguém ouve as verdades cantadas em cantos de melodia sem melodias.
Eu sei que fui eu quem criei pra nós este conto de romances que nada contam ao invés de nuances de paixão. Minha paixão.
Eu desenhei em mim o teu nome e te lembrei como ferida aberta que perfura a alma, mas dói numa dor saborosa e doce, fina, sufocante, mas querida e esperada. Te apaixonei em sado e masoquismos. Esperaria dez mil valsas da lua para me banhar de tua graça, pois não era de urgências que se alimentava o meu amor, ele é paciente e contemplativo, mas tua fúria sufoca e fere.
Não são de tuas traições que maldizem o meu paladar, mas das mentiras que contei pra mim, dos sentidos que nunca existiram, dos planos e sonhos que nunca costuraram nossos feixes de luzes cerebrais. Foi uma história que nunca foi contada, quanto mais vivida por nós.
O que sinto é uma espécie de amor que inspira as mais idiotas verdades. Quais? as que sempre houveram mentiras.
Agora não me venha com este teatro amador. Não queira me manter em tua platéia mesquinha com espectador de tuas dramaticidades vazias. Já conheço o teu teatro pobre. Já li as tuas pautas premeditadas. Dispenso o teu ápice, de despeço com aplausos uivantes para mim.
Não me vejo besta na estupidez de meu amor entregue a ti como colírios que a alma revelam as cores. Não me entendo indigna por teus beijos que experimentei. Te usei como papel descartável, a diferente que o dobrei com a um origami e construí um homem pra mim. Eis a verdade que sempre existiu e o meu choro borrou.