terça-feira, 20 de março de 2012
Num fôlego
Na tela vazia esvazia o vazio de meu peito colorido à branco e preto em desfigurado rabiscos de cores quentes que esfriam o gelo que tornou primavera a minha pele depenada do couro que desprotege os poros dos beijos que me dão os mosquitos que produzem doces em colméia construídas em hexágonos de retângulos uniformes como triângulos de cinco lados e seis ângulos retos entortados pelo esforço que fez a sua mão mole quando forte tocou em doçuras de carinho a minha face que sorria para gritar aos três ventos que muito te odiava com todo o amor que um dia o diabo poderia recriar em mim em calafrios de alegria em mistério de tristezas reveladas e veladas como defunto vivo mas sem velas e com fogo que queima a parafina solidificando as lágrimas que dançam sem música em meu rosto amargurado pelo teu infindo amor latente potente demente e inocente que a tudo sabe descobre e cobre de elogios estúpidos e mesquinho tentando ganhar as minhas belas palavras como pai que compra criança de dois anos com doces de um e noventa e nove em quase noventa minutos dos três tempos da partida que terminou zero a zero.
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