domingo, 17 de janeiro de 2016

Fuga

Os teus olhos se desviam de mim
Se desvencilham dos anseios teus
Os meus mastigam tua boca
Desvendam as fendas de teus lábios
Os meus olhos chamam a hidratação de tua frieza
E você se inunda
Os teus poros se dilatam e expelem teus espasmos
Vejo tua respiração trêmula
Vejo o teu membro firme e grande
Vejo a timidez colorindo de verdade tua face
Eu vejo você que não foge de mim
E a gente ri
A gente se desarma e atira gargalhadas pro medo
Quando a gente se encontra no olhar
Tudo é belo
Tudo é feito criança
E não existe pecado
Não há espaço pro certo nem errado
Quando a gente se encontra no olhar
Até de deus não me lembro
A gente é o próprio deus 
Só porque a gente só fala de amor
Mas a gente não fala
A gente é silêncio impetuoso
Totalmente preenchido de olhar
E quando duas almas se olham
E reconhecem o amor
Ah, quando duas almas se fundem num olhar
Não há fuga para condenar

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