domingo, 11 de agosto de 2013

Tudo que tem vida é sagrado. Até o pecado

Eu misturei alhos com bugalhos
Triturei as notas de cem sem guardar os zeros
Eu pequei por zerar minhas vidas
Sete ou nove
Resguardei-me das paixões
E rasquei os tons de mim
Pequei
Não por transar em divórcio
Condenei-me por não gozar de mim
Tudo o que move vida é sagrado
Pois em vida não há pecado
Profano é negar a vida que tange em si
Amor não o que criei pra que fosse
Amor é sagrado
Não cabe aos constrangimentos do homem
Queria sentir outra vez o sabor do mento na boca na mente
Todo amor é sagrado
Todo amor sangra
E de dor em dor se purifica
Na natureza
No vento que não toco e me leva
No gozo que não masturbo e sangra de madrugada
No pau que levanta em minhas naus
No pão que encanta os meus nãos
Todo amor é saudade
Todo amor é você que se distancia
Eu misturei quilômetros aos metros
Como misto rei de muitos reinos
E sem nenhum real
Apenas fantasias 
E ânsias em ser as penas pelo ar
Saudades de voar outra vez
Em laterais de triângulos somadas
Às dezenas de meia suja 
E cinco pés descalços que fogem pra longe de mim
Misturei mentiras às verdades
Em tiras de ver ciso
Mas não chorei do pecado que cometi

Um comentário: