sábado, 24 de agosto de 2013

Sabores das nectarinas

Leve na lembrança o leve gosto de mim
Não se esqueça de meus dedos sobre os picos de teus montes
Lembre-se de mim nas terras frias e distantes
Não se esqueça das palavras que nem sei dizer
Dos sons que desconheço
Ou dos verbetes que te ensinei
Perdoe os meus perdões
Desculpas as minhas desculpas esfarrapadas
Tenho sob o corpo as farpas dos antigos meus
Os convites pra amar
E eu nunca amei
Transei
Trepei
Tracei
Em tratos sem acordos
E acordes tropicais versus versos de Bonaparte
O teu corpo tem lembranças das colchas de vovó
Retalhos que retalham meus espermatozóides
Teu cheiro tem sabor de minhas fugas
Teu sorriso me lembra as nectarinas
Ou os pêssegos?
Teus dentes
Teus olhos, assim como o mar, me convidam
E eu vou
Não volto
Me deixo
Me jogo
Sem jogos nem playgrounds
Suave veneno teu odor e timidez
Me lembrarei dos roubos que cometi por ti
Me meti em meios aos esquecis
Me esquecerei das promessas sociais
Não serei quem ensina
Serei quem se deixa viver
Em bela melodia
Você me melou


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