sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Distância II

E então educadamente do despedimos. Usando palavras como querido, amigo, lindo, e beijinhos selamos o permanecer de nossa distância, nada mais que 300 quilômetros, mas aqui, bem próximo de mim, uma lágrima caiu, como um lago em sertão nordestino.
No meu intimo era clara a razão de que não eram estas milhas que nos roubavam a proximidade, era a própria intimidade que nos roubava as possibilidades. Enfim sós e nos tornamos amigos.
Isto não era ruim, era preciosa a nossa recíproca cumplicidade, torcíamos um pelo outro, ouvíamos um ao outro, brincávamos juntos e ate brigávamos, mas não nos queríamos da mesma forma e foi difícil entender que desta vez, assim em como outra, eu deveria ceder e me adaptar. E eu queria com toda a minha covardia motivar-me a buscar por teu olhar, mas então me convenci que o melhor de nós dois era sermos dois e não apenas um.
Então me distanciei de mim para encontrar com o brilho fraternal que teus olhos ofuscavam o meu real prazer.

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