terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Agridoce amor - parte I

Uma gota. Apenas uma gota de lágrima caiu de seus olhos. Apenas um esforço fizeram os músculos de sua visão para exprimir a dor visível que os transpassavam a compreensão. Um suor. Apenas um suor salgado escorreu pela cavidade das marcas de sua expressão, que como erosão em terra seca fora esculpida das mesmas emoções que hoje provocam dor.
Ela muitas vezes foi vista a chorar de alegria e satisfação, mas aquele último choro era choro de dor, era pranto, era desespero, era sem som, sem cor, cena gravada em câmera lenta, em close, sem closed caption para definir a ambientação.Silencioso gritava seu íntimo.
Aquela mesma lágrima agora temperava seus lábios com o salgado de seu suco. Assim como no encontro do rio com o mar, o seu choro de mesclou com o doce de suas palavras, mas o amargo do fel de seu pensamento tratou de cuidar de sua receita de paixão. Agridoce amor.
Era notória, sua dor apunhalava a multidão que a assistia. Todos sabiam que ela apenas ansiava respostas doces e delicadas em correspondência de amor, mas de fato, não foi como esperado. E ela sofreu amargurada e sozinha.
Por um momento parecia que a multidão não resistiria ao sentido de bom senso e em sucumbir à vontade de envolvimento algo faria, mas não, todos ficaram estatelados e nada aconteceu. Alguns choravam, outros gritavam, ainda outros riam, e ela vasculhava o coração, vomitava suas historias como um alimento azedo e estragado. Havia um abraço embrulhado em seu estômago. Refluxo de emoções.


CONTINUA...

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