quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Na ignorância da paixão

Eu quero você analfabeta, ignorante e estúpida ou abestada.
Eu te quero sem as alfabetizações que nos roubam as leituras imparciais de nossas emoções, intenções e noções.
Eu te quero mulher, moça, menina. Te quero frágil e te quero guerra. Eu te quero.
Eu pensei, sonhei em você chegando vestida de branco, simbolizando pureza, imácula, virgindade, mas com você vestida de bege que te encontro e tua beleza não se faz menos brilhante, menos verdadeira, menos bela. A pureza de teu coração me convida.
Quem sou eu para te esperar a minha espera?
Como toda menina deve ter ansiado a minha espera montado a cavalo branco, mas cheguei adiantado calçado a Havaianas em trilhos de meus tímidos passos.
Te quero pelo íntimo que desconheço. Te quero pela aparência que me confunde em me conhecer.
Te quero me querendo sempre no nosso hoje. Te quero atordoada na ignorância da paixão.

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