Nunca o vi gargalhar como daquela forma. Não sei se conseguiria me entender, mas era como se estivessem chacoalhando as ondas nas pedras do mirante. O seu riso era som de muitas águas e isto me contagiava. Eu sentia me encharcar pelas gotículas e suas maresias me corroíam os ossos desfazendo minhas estruturas emocionais. Enquanto ríamos, Marco chorava suas dores. Sentia suas flores florescerem em despedidas repentinas e afiadas. O coitado havia rido um corcovado semanas anteriores, estava sentido-se como rei. Valente menino na comemoração de um primeiro coração ter conquistado. Mas eram mais quisto o umbigos ao coração sincero, amigo, carinho. Duraram pouco seus risos e logo se estabeleceram os cisos no desapaixonar.
Eu não sabia se me banhava nos sais daqueles sorrisos ou contemplava o juízo que se construía menino em Marco. Eu poderia rir, festejar e fazer de conta que o sofrimento era apenas uma ponta de meu prezar, mas poderia escolher pesar a consciência e sentir que o meu mundo também não era assim tão jardim em risos de flores. Nesta hora eu senti um feixe de águas salgadas deslizarem em meu rosto e ele marcou minha emoção e sentir ser feliz.
Era um marco. Era um mar. Era um amor. Era um menino. Era um menino que voltaria a sorrir amanhã e isto me marcaria outra vez o amor.
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