terça-feira, 28 de junho de 2011

Menti ao meu cérebro

Não tenho como não escrever o poema indecifrável que em meu peito chora. E desta vez não falo como poeta, como artista, ou observador, falo como pessoa Valdemy, no desconforto tímido das emoções que já o observa eufórica e inconveniente.
Já são quase duas da madrugada e o meu miocárdio acelera e paralisa seu canto, desorquestrando toda cognição que por horas à fio ensaiei comigo mesmo na maestria de tudo ao meu respeito conhecer, deter e ponderar. Malhei em séries de doze cada tecido dos músculos de meu cérebro, na imaginação de como contraio minha face na negação de um sorriso o mesmo poderia à mim mesmo defraudar, mas tolo enrubeci diante de seus imperdoáveis neurônios, axônios que gargalharam de minha ignorante infantilidade.
Ao menos se eu tivesse o exercitado com os pensamentos que de mim fugi, ou das leituras que eram tão óbvias, mas encarando a realidade do impossível eu teimei em brincar de imaginar o que nem a minha pele fazia transpirar.
Eu não sei, não sei o que meu corpo sentiu, nem menos os que sentiram muito por mim, apenas sei que enganei-me em minhas intelectualidades e não vi mais os mesmos sons sorrirem pra mim.
Sinto frio que algo mudou, sinto aquecido o medo deste sentir. Sinto muito por não mais viver a sorrir.

(...)

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