Quando a porta bateu por treze minutos nem um ruído de manifez na sala. Nenhum gemido ou dor e nos treze minutos e trinta e cinco segundos uma veia de lágrima sonorizou os batimentos cardíacos que ritmava solidão e ódio no peito. Parecia uma escola de samba ardonada em luto. Ela chorou.
Brigitte aos quatorze minutos do estrondo da porta ao encontrando com o caixonete já não chorava mais, relembrava as palavras ditas minutos anterior.
- Não precisa se desculpar das mentiras. Não contarei pros teus amigos as tuas manias.
Ele precipitou interrompê-la, mas ela foi enfática e sincera.
- Raiva eu até tenho de você. Sei que qualquer outra mulher desejaria a tua morte, mas eu te amo demais para te desejar morto. Queria ver você se estrupiar no chão em sofrimento dentro de duas semanas, me implorando para voltar pra você. Queria te ver sofrendo amargurado ao me ver desfilar na sorveteria com o outro, que eu levaria aqui pra casa e daria pra ele sim. Em cada cômodo desta casa que construimos juntos e degustaria o meu primeiro gozo deitada na mesa de madeira que você construiu para arquitetar o teus projetos de trabalho...
Nestas últimas palavras ele avançou dois passos na direção dela e pegou-a pelo colarinho da blusa branca de renda inglesa que usava. E disse com tom de assaltantes que invadem nossas casas nas madrugadas.
- Ao contrário de você, eu te quero morta ao ver-te com outro homem. Eu te mato.
Brigitte sentia a fúria que antecipadamente ansiara. Era mais agradável ouvir essas ameaças ao não provocar em Conrad sentimento algum. Ela sentia uma alegria infinda no peito que inundado em dor se satisfaria de tão pouco mentir. Ela sentia a honra respeitada pela agressão dele, mas ele não parou com os vômitos de agressões. Então ela como um valente gigante tripudiou.
- Tire tuas mãos de meu corpo.
- Não fale comigo como se fosse um homem.
- Não fale comigo como se ainda eu fosse tua mulher.
- Se não for minha não será mais de nenhum outro homem.
- Te prometo que não. Serei apenas minha. O meu corpo será apenas meu, mas eu o servirei a qualquer um outro que me desejar. É meu.
Conrad sentindo o orgulho ferido não exitou e a mesma palma da mão que horas anteriores acariciou Brigitte ele lançou em seu belo rosto tão branco como as nuvens em dias de calor, mas que agora se rubrescia como tardes de trovoadas de inverno. Brigitte não chorou, não gritou, apenas gemeu ao ouvir as cavalgadas que o cavalo de seu prínpipe ameaçava ao encontro de suas maças. Patas com ferraduras de morte violentava o silêncio dos sonhos e então imperava a dor, não encantada, mas cortada a frio. Mas quando a porta bateu ela gritou muda - Boa sorte. A noite é uma criança e ela brincou de travessuras, mascarou de tinta guache rosa as palavras duras que ouvira, mas ela silenciou sua dor.
(CONTINUA...)
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