Ele desta vez não jurou que iria embora. Ele subiu para o quarto calado, calmo,na certeza de que seria a última afronta que os seus olhares impetuosos os atravessaria. Ela, porém calada encharcada por suor frio sabia que não era apenas um fim, mas um começo do que nunca imaginou viver, a perda.
A sua consciência também calada a sussurrava palavras de acusação e medo, mas ela permitiu dar voz as razões do coração e ao vê-lo descer o último degrau da escada vindo do com uma mochila, uma simples mochila de camping, olhando nos olhos pediu pra que ficasse junto à si e mais uma vez, porém com verdade disse a única palavra que não cabia naquele momento, ela disse o tal eu te amo. Ele francamente retrucou para que ela este amor guardasse consigo, pois seria a única companhia que teria como conforto na solidão. Ela gritou, gritou de amor em fúrias de ódio. Ela esperniou, esperniou com maturidade em engatinhares infantis. Ele, porém educamente pediu licença e deixando a chave de casa, partiu.
Assim que a porta delicadamente executou sua participação na cena, as lágrimas secaram em seu olhar, ela sofreu o tempo da despedida, mas ele não, nunca vi um homem adulto ser fazer criança sem parecer infantil, ele foi sincero, sou franco, foi honesto consigo mesmo, com suas emoções, suas razões, ele soube viver. Viveu o amor, viveu a dor, viveu a saída.
Naquela noite ele não dormiu, apenas fumou parte dos cigarros que comprou e em cada engasgo que tinha um atlântico fluia das janelas de sua alma. Naquela noite ela dormiu, e só nesta hora lembrou uma criança, seus Lexotan pusseram suas rebeldias e mal-criações de castigo, mas elas acordariam ao amanhecer ou ao tardar do entardecer. Assim foi, mas quando foi era a vida que havia ido, na certeza de perder o mais belo dos dois, a unidade no um mais um.
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