A impressão que eu tinha era que um intruso invadira o meu mundo, o meu porto, o meu seguro.
Um branco em meio ao meu universo negro se convidando à intimidade, mas nem amigo eu interessava ser, nem colega, conhecido, vizinho. Ele não era bem-vindo nem como fulano, cicrano ou beltrano em meu ciclo de relacionamentos, justo por que o destruía. Sim, sorrateiramente ele ocupava espaço, e eu silenciava minha voz tumultuada, mas eu meu íntimo eu jurava que faria de sua investida a mais difícil, no semblante de caráter impossível, seria como um diabo, demônio ou simplesmente uma pedra em seu sapato. Seria o seu calo e ele o meu tormento.
Escolhi não ser simpático, escolhi não sorrir, tampouco estender a mão. Escolhi escolher não escolher, mas sabia que o posicionamento me seria inevitável. Seria-me cobrado, julgado, mas só me senti novamente criança aos 26 anos de maturidade e esta não foi uma boa sensação e então eu quis o meu pai, porém ele não pode se fazer presente, e também não me preparou para esta ausência, afinal, a vida nunca nos prepara, nos tara e castra.
Pensei então em procurar por Deus, mas a sua justiça o impediria de me compreender, eu sei, no fundo tudo quando o assunto é divindade se acaba no resumo de amor, uma maneira criativa de se fazer pizza, mas a fome que eu tinha não se satisfaria em migalhas e então escolhi abster da situação, somente eu, sem Cláudia, sem Hugo, sem mim, sem o meu meu.
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