segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sobre prazer...rs!

Agora não fuja,
Olha nos meus olhos,
No fundo de meus olhos
E veja o que eles pedem de ti.
Olhe um pouco mais pra baixo,
Acalme-se.
Só mais um pouco à baixo, para a minha boca.
Veja como ela treme e saliva por teus lábios,
Que exalam-me um cheiro doce ao mesmo tempo amargo,
O teu bafo quente, ofegante,
Exalam-me cheiro de frutas frescas.
Volta de novo para os meus olhos,
Não tenha medo,
Não mordo,
À não ser quando sou tomado por um espírito vampiresco
Que domina-me a consciência,
Roubando-me a razão.
Deixe-me ver o que tens aí em teu olhar,
Deixe-me conhecer de teu gosto, teu calor, tua respiração.
Tempera-te de meu temperamento.
Norteie-te de meus pensamentos.
Alimenta-te de meus tormentos.
Sejas parte de mim,
Cruza-se aos meus pensamentos malvados, secretos,
Deslize pelo meu corpo e encontre meu prazer.
Desvenda o caminho de minha felicidade, meu fogo, meu gozo.
Encontre-se em mim, em cada curvas e voltas de meu corpo,
Em minhas esquinas e ruelas que planejam minha cidade.
Descubra quais as linhas que marcam minha expressão prescrevendo meu riso.
Descubra o assunto que me acanha,
O olhar que me constrange,
O toque que me traz calafrios congelantes,
Mas que me esquentam por inteiro.
Devora-me por inteiro,
Como um livro de romance,
Página por página,
Letra por letra,
Vírgula por vírgula.
Degusta-me como uma sobremesa,
Pedaço por pedaço,
Sabores por sabores,
Saliva por saliva.
Deixe-se produzir água na boca,
Deixe-se suar, transpirar,
Deixe suas águas saírem de você
E te encharcar por completo,
Deixe rios correrem, fluírem de ti
E me inundar como uma avalanche de prazer
Que me congela, paralisa,
Deixa-me sem saber o que fazer,
O que falar,
Qual primeiro sentimento sentir,
Transmitir, expressar.
Cala-me.
Toma-me e possua.
Desperdice tempo
E dispída-se do pudor,
Despédi-se com o sabor de tua saliva,
Despedi-se com o sabor de quero mais.
Deixe-me na vontade,
Na saudade,
Na espera.
Deixe-me cansado de prazer.

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