segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fim de estação

Hoje o sol desmaiou diante do meu desamor.
A tardinha nublada caiu ao meio-dia,
Veio as estrelas, poucas estrelas
Que a escuridão não dissipou.
Hoje experimento o gosto do fim.
O fim da primavera, das flores no jardim,
O fim da brisa fresca com “cheirim” de alecrim,
O fim das poucas roupas ao corpo,
Intimidades diante do calor do verão.
O fim daqueles banhos frios.
Da água se aquecer e evaporar ao tocar nosso corpo.
O inverno se aproximou rigoroso
Com um frio me corta a minha alma.
A solidão me estendeu o ombro.
E de repente choveu, com impetuosa água,
Mas mesmo assim não lavou minha imunda alma,
Nem tampouco trouxe vida à minha sequidão.
Mas umas poças de águas turvas se fizeram
Nos buracos de meu coração causados por você,
Nos buracos de meu coração do tamanho de você.
No tamanho de você que conheço.
Pensavas que te conhecias.
Por que me tomas se nem te vejo?
Por que te vejo se não me tomas.
Só, te vejo em meus sonhos.
Te vejo nos meus sonhos todos os dias.
Não nos dias segunda, terça ou quarta-feira,
Mas durante o dia, dia todo,
Pois mesmo acordado te vejo dormindo.
Vejo-te dormindo sonhando comigo
Vejo!
E acordado me vejo sozinho
Sozinho, sempre sozinho.
Todos os dias sozinho,
Sozinho o dia todo.
Agora sim todos os dias.
Segunda, terça e quarta-feira,
Pois a semana não passa.
Nestes sonhos você levou meu riso,
Nestes sonhos você levou meu siso
Juízo, sentido, minha razão
Levou minha vida
E pra rimar
Levou o meu coração!

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