segunda-feira, 19 de julho de 2010

Muito pouco de mim²

Se você com sutileza de espírito pudesse olhar por meio as pupilas de meus olhos, ultrapassando as córneas encontraria a porção de palavras que à minha boca cala e meu coração tormenta, condena e amedronta.
Se você pudesse com delicadeza de espírito ler por entre os tremores de meus lábios, ouviria de mim muito mais que calafrios ou sentimentos de hipotermia, mas as batidas da melodia do samba-enredo que aquece meu coração.
Tem amores e desejos que nem impuros são, mas suspiram perda e distância. Há sentimentos que nem sujos são, mas suspeitam dor e acusação à quem os peitam no coração.
Meu coração tem partes, tem cômodos, caminhos estreitos e escuros que armazenam guardados antigos e novos de paixões ou ilusões presentes ou até mesmo vindouras. Meu coração em parte é como um músculo descompassado outrora núvem ritmado à caminhar em direção por onde corre, caminha ou dorme o vento, a brisa ou tempestades impetuosas que abruptam destruição.
Os pensamentos que me assaltam tem força e garra persistente que me roubam o que de mais nobre um homem poderia conservar da vida, a honra, a coragem e o pudor. De pensamentos e intenções boas a minha mente é que está cheia.
Meus toques, abraços são santos, puros e ingênuos, mas fracos e refugiados de guerra entre consciência e amor.
Se você pudesse olhar por entre as linhas e palavras destas muitas palavras encontraria o que por muito tempo procuro e ainda não encontrei, as verdades de minha vida, ou a vida das verdades que sempre gritei não ser em vão.

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