segunda-feira, 19 de julho de 2010

Esperanças

De todas as dores que sofri, a maior de todas foi não poder compartilhá-las, não poder chorar em um ombro, não ter uma mão à recolher minhas lágrimas, não ter por muitas delas, lágrimas pra rolar.
Parto feliz deste mundo pequeno, mas às vezes gigante, na alegria de ter sido em o meu eu, o meu réu, juiz, meu álibi, eu fui minha própria vida, embora vivida por muitas vezes sem cor, calor, sem vida.
Deixei de ter vida mesmo ainda vivendo, deixei de ter vida no momento em que escolhi não ser quem deveria por algum motivo nobre, ter sido.
Se existe uma outra vida, espero nessa, a oportunidade de ser um alguém melhor!
Ser grato pelo o que tenho e ambicionar saudavelmente o que nunca toquei.
Olhar o meio copo d’água e vê-lo meio cheio, quase cheio e não vazio.
Olhar os riscos na parede da sala como um pequeno risco e não desconsiderar toda bela pintura da parede.
Espero ser amigo, mesmo não tendo colo ou ombro.
Espero ser amor, mesmo ainda não sabendo amar.
Espero ser perdão, mesmo tendo a razão ou sendo a vítima.
Ser escada, mesmo quando considerado pedra de tropeço.
Ser abraço, mesmo quando era eu quem queria um.
Espero te esperar, mesmo que você não venha, mesmo que não volte.
Não espero ser entendido, respeitado ou amado,
Mas espero entender, respeitar, amar, ser amor e viver.
Quem sabe assim ser poeta, professor, inspiração.
Espero saber esperar e crer que amanhã,
O dia pode ser bem melhor!

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