segunda-feira, 19 de julho de 2010

Pequena conquista

Olá, boa noite!
Poderia lhe pedir um pequeno favor?
Sim?
Por favor!
Por obséquio!
Por gentileza!
Preciso de uma autorização tua.
Que autorização?
Se não for um incômodo, é claro,
Permitiria-me gostar de você?
Como assim gostar de você?
É, pensar em você, sonhar com você, viver por você.
Por eu quero isto?
Por que você é simplesmente você
E não há uma outra no universo.
Eu não te conheço?
Você é que pensa,
Eu sei tudo sobre você.
Sei de teus gostos, desgostos, preferências.
Duvidas?
Olha só.
Tua cor preferida é vermelha.
A minha é azul.
Teu prato preferido é macarronada, com muito queijo.
E teu doce, torta de limão.
Você não gosta de saias, prefere as bermudas
E também não usa sapatos altos, apenas rasteirinha.
Está surpreendida?
Eu até sei a data de teu nascimento.
Cinco de abril de oitenta e sete.
Sei até a hora.
Sei tudo de você.
Só não sei te ter como um nada.
Por isso preciso de que me permitas te gostar.
Que me concedas a patente de te reproduzir nos meus versos.
Tu és minha maior poesia.
És minha maior inspiração.
Não és não minha, eu sei.
Também não vou lhe pedir que sejas,
Conformo em te ter passeando em preto e branco nos meus sonhos.
Se não posso te ter à cores como companhia.
Achas que me conformo com pouco?
Aprendi com o meu pai que de grão em grão a galinha enche o papo...
Se me permitires hoje pensar em você,
Amanhã se convences que deverias gostar de mim!

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