quarta-feira, 28 de julho de 2010

Planta desplantada

Que dor
Que dor
Que dor entrelaça meu corpo
Me prendendo num maço de galhos verdes
Amarelando rumo ao fogo
Que arde me queimando
E distribuindo meu cheiro como incenso
Tornando-se intenso
Minha a atmosfera de dor
De dor
De dor
De dor de meus braços que se quebram
De minhas flores que sepultam vida
De minhas raízes que sustentam erosão
Eu sem cor,
Sem sombra de dúvidas
Sem fome
O homem
O homem
O homem me come e vomita meu corpo
Por deslizes de prazer
Por crendices de poder
Por demônios de coração
Os meus sons vieram ouvir?
Ouçam minha dor
Não vejam minha cor
Nublado meus céus estão
O meu suor são lágrimas
Em maremotos de destruição
O meu rancor são fogos
Num calor que não é verão
Minhas pedras estão caladas
O sabiá a voz atada
Pra esta terra não tem perdão

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