terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pensamento sobre humanidades

Por que é tão difícil pensar em Deus como um amigo fiel e sincero que sempre tenho e que é atraído por minhas simplicidades?
Por que é difícil, pessoalmente, falar da pessoalidade da pessoa de Deus?
As pessoas me afastam de Deus com suas convicções de santidade e pureza que, às vezes, sinceramente me fazem sentir como um dos piores mortais. Mas não deveria ser isto o que atrai Deus pra mim? Minha humanidade?
As tais pessoas teimam em vê-lo como um senhor-carrasco e cruel que simplesmente dita ordens e comandos para que então os servos abestados cumpram com vigor e excelência. Isto é relacionamento?
Hoje eu tenho inspirações para escrever um livro, mas o que quero são palavras para vivenciar uma única experiência, a de ser mortal.
Queria poder falar de Deus ao falar dos mesmos deuses, que talvez em escala menor de divindade, povoam os reinos deste tão cobiçado coração. Queria poder falar das flores, mas também das pedras. Desenhar os montes, mas também as pernas que calçam sua escalada. Queria poder falar da vida, porra!
Bem, se eu estivesse só falando em belezas, poesias e esculturas, sei que me entenderias, mas falo de minha inspiração. Falo de você, falo de mim. Falo do que encontro e me desencontra, do olhar que me cega, do cantar que desafina minha voz, falo de vida e imperfeições, ao mesmo tempo em que falo do que há de mais perfeito, o viver.
Tem dias que paro e fico a imaginar como seria a vida sem estes pudores, paradigmas e sigo a conclusão que seria um caos. Mas me implico em retrucar em como seriam meus dias e suas posteridades sem um, talvez, padrão de cobranças por negar-me à mim mesmo como religiosamente conceitua o social.
Não anseio por libertinagens e mesquinharias, mas por vida, vida de homem pra homem, não é justo vivê-la de homem para Deus.
Ainda bem que ele se fez homem entre nós, mas nem ainda assim foi compreendido e respeitado. O ser humano e sua complexidades!
Tem noites que fico a me intrigar no pensamento de como deve ser a mente de Deus, que tudo sabe e vê, mas por muitas vezes se cala, mas não consente por nossos tão pecaminosos pensamentos e desejos.
Eu falo por mim, pois eu bem sei o que povoa meus céus e se eu tivesse asas, juro que caçaria cada uma destas aves-peçonhas, e não desperdiçaria uma pena, porém com estas faria um bom colar, cocar, sei lá, algum adereço.
Ele sabe de meus desejos e suas intensidades e ainda assim escolhe se relacionar.
Ah, ser humano, juro que dá até uma santa vontade de “o botão do foda-se” apertar.

(Continua)

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