Eu não te escolhi pela beleza, ou pelas flores, por inspiração pelas cores, perfumes, pelo sol, pelo raio, calor, brilho... Afinal o que tem à ver você com as flores, com o sol, com as estrelas?
Eles não precisam de você pra que suas belezas plurais se intriguem e encantem, não precisam de você como os meus olhos, para que tenham um especial brilho, como minhas maçãs, para que corem um tímido vermelho ou minhas palavras, para que agucem doçura sem igual. O sol, a lua ou o mar, não ficam à tua espera para desfilar encantos, mas desfila antes, abrindo pra ti o caminho para um show da beleza ímpar.
Não haveria em minhas palavras coerência lógica, comparar-te com as diversidades da natureza, pois bem sei que por muitas vezes para deslumbrar-nos com seu espetáculo da vida, é ela quem de ti empresta o castanho de teus olhos, o mel de teus cabelos, as silhuetas de tuas curvas, o balançar de teu requebrado... Como deusa imponente e simples, é você quem a desafia.
Mas eu não te escolhi pela beleza, mas pelo conjunto de toda ela, te escolhi por teu encanto, teu canto, tua dança, teu riso, teu grito, tua doçura, te escolhi pela luz à que ninguém viu, pela luz que iluminou as feiúras do meu coração... Você fez natureza florescer em meu interior. Como podes?
Fez flores, rosas, jasmim, margaridas, invadirem-me e me perfumar. Criativa e surpreendente!
Embora não houvera te escolhido pela beleza, ela me escolheu e decorou como nunca antes havia sido. Tanta cor, perfume, que à todos deixavam mais lindos e atraentes.
Mas eu não te escolhi pela beleza, te escolhi pelas costas do amor e fui te vendo de costas indo em direção ao anoitecer que à todas flores murcham, secam, matam e com o seu véu mágico que as imperfeições escondem nos rouba a beleza que ao dia encantou, cantou, atraiu... Como não te escolhi pela beleza, quando se cansar das escuridões, das fugas, do pernoitar à procura de você, vem pra luz e ilumine meu amor.
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