terça-feira, 7 de setembro de 2010

Independência e morte

De repente percebo que entreguei o meu melhor, os meus tesouros mais finos pra este conquistador de terras longínquas, percebo que revelei espontaneamente o meu segredo.
Caminho hoje no sigilo de seu domínio, defraudação e indiferença. Qualquer transação comercial perde o valor quando técnicas outrora desconhecidas se tornam dominadas. Perdi o meu valor!
Perdi o meu vaor assim como um produto que se desvaloriza no mercado, ou se reproduz com velocidade astronômica. Tornei um produto comum, não-sofisticado, produto acahado em qualquer uma destas vendinhas nas esquinas e ruelas dos subúrbios.
Sou hoje um produto muito distante do que sonhou o meu projetista. Infeliz!
Sou produtos de todos, mas não sou produto de alguém. Sou produto internacional, multinacional, sem nacionalidade. Sou de globalizações.
De repente percebo que entreguei também o meu pior, os meus mais singelo desvalor. Nem população de classe baixa, almeja me consumir. Ou dividir-me em parcelas exorbitantes em carnês.
Revelei meus medos, minha pureza e sinceridade. Me permitir vulnerabilizar e perdi-me em paixões. Seria diferente se eu me desapaixonasse? Qual valor teria depois da pós-paixão?
Independência. Independência ou morte! Se é que morto já não estou.
Independência e morte, do tão fascinante tesouro que colonizadores estrangeiros atraiu à mim e sucumbiu-me à fantasia de ser relíquia.
Independência de você que ainda me domina com sentimentos de exploração. me tornas seco e desnutrido depois de seus olhares frios de cobiça e avareza. Egoísta!
Independência e morte!
Morte de tudo de belo e feio que há em mim, morte de meu próprio eu e seus pronomes mais ilustres de tratamento. Libertação em sepulcro!
Uma de meus mais nobres predicativos era o amor à vida, mas que me perdoe Deus, prefiro a morte à me re-apaixonar novamente.
Mate-me e beba meu sangue. Coma minha carne. E liberte meu espírito.
Independentemente da vida, escolho a morte!

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