terça-feira, 7 de setembro de 2010

Fim de vida

Não tenho em que ou em quem acreditar, não tenho mais tempo, não tenho mais gana, desacreditei de mim, não me importa quem acredita ou crer.
Hoje é o meu hoje sem amanhã, me sepultarei como um passageiro que andou por estas bandas com a missão de não influenciar ou mudar o rumo do mundo, vou passar por aqui como um Zé Ninguém, João Ninguém, vou partindo cantando estes versos:
Hoje como o último dia de minha vida,
Eu quero acordar com o perfume de rosa no meu travesseiro,
Quero vesti-me com a roupa mais simples
E não pentear os cabelos
Quero ler meus poemas para os meus amigos
E escrever poesias para os meus amantes
Hoje eu quero gritar o que eu mais quero
Quero andar no meio da rua, em meio aos carros
Quero que a cidade pare para festejar a vida
Quero que alguém pare pra ouvir minhas palavras
Quero que pare pra me ouvir falar de alguém
Quero que olhe nos meus olhos
Quero falar tudo o que não tive coragem de dizer
Quero um amigo que me conheça de cima à baixo
Quero uma pessoa que me tenha como herói
Também quero ter uma alguém como um.
Quero uma pessoa que só vá se eu for.
Hoje eu quero ter um dia de criança
Quero que a cachoeira corra pela avenida
Quero brincar com alguém em suas águas
Quero fazer tudo o que nunca tive vontade de fazer
Quero tocar todas as minhas cicatrizes do corpo
E contar vantagens na roda entre amigos
Hoje eu quero que alguém seja todo mundo
Hoje eu quero que o mundo todo seja alguém
Hoje quero que alguém seja uma flor, um amigo, um passeio
E hoje eu quero regar minha flor
Hoje quero abraçar um amigo
Hoje quero convidá-lo à um passeio
Hoje quero tirar o dia para passear
Hoje eu quero que o dia dure o dia todo.
Hoje reservei o dia todo só pra você!

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