sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Alice Lugão

Eu queria ter o dom de escrever sobre belezas, assim sendo eu saberia descrever esta que é a mais linda bela sublime de todas mulheres de minha vida. Deus deve ser realmente muito apaixonado por mim, pois os presentes que ganho são os mais preciosos. Obrigado, Pai, por mais um ano de vida de minha diva-amiga Alice Lugão. E eu não agradeço apenas por tua beleza, esta que vemos esculpida em seus olhos e face, mas ela é além disto, é delicada, sincera, amiga, companheira e diva.  Sim, esta sabe ser diva e dengosa. Mas que fique claro, estou escrevendo este post apenas por educação, rs! Brincadeira. Escrevo por que amo e diferente não poderia ser. Beijos e feliz aniversário!!!


ALICE LUGÃO 

Ali se encontraria o amor
Ali se encantaria o sol
Ali se abriria a flor
Alice e só

Beleza assalta o olhar
Carinho dedilha a voz
A paz guerreia no ar
Alice e só

Ali se esconderia o som
Ali se gritaria o nós
Ali se falaria do dom
Alice e só

Somente você e tua graça
Que assaltam o ser e disfarça
Somente você que abraça meu coração

Somente você e tua graça
Que ilustram meu ser e o realça
Sorrio menino e sem graça, que emoção

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal sano

Nata
Natal
Nada o presente
E ausente afunda
Em raros sentidos não sentidos 
Ou pensados
Pesados leves fardos de parabéns
E de quem é a festa?
Nata a ceia
E mata a teia destes envelhecidos jingles
Afogue-os neste álcool de teus vinhos
Ou na gula de teus banquetes
Nata 
Natal
Em fatal comemoração
Que não com memora
Esquece
Deixa pra lá
Sem ata
Bata o ponto na lata
E finge amar
Afinal é início de Natal

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A pequena morte da borboleta negra

A borboleta que veio trazer as boas novas pra mim já alçou o seu voo
Com tempo tudo naturalmente torna a sua fórmula
E os desencontros formulam as preces
A borboleta que veio espanar as minhas poeiras se perpetuou de despedidas
Borboleta negra
Inseto incestuoso
Sensações de derrota
Você pode beijar cem bocas num amanhecer
Pode transar dez corpos numa tarde
E sequer ter o coração fragilizado
O teu coração pode nunca beijar as mesmas mãos que o prende
A borboleta vem e vai quebrando o silêncio deste quarto
Onde apenas a melodia dos roncos dos carros na avenida comparece
A borboleta faz aparecer as minhas folhas secas
Tão necessitadas de água como a minha saliva amarga
Minhas hortelãs não disfarçam meu hálito
E eu transo com o mundo para preenche a minha multidão
Assim como a sávia, lichia ou manjericão também me equilibro em busca do sol
Mas eu caio, vacilo e não me vacinaram meus pais
A borboleta se fantasia de lagarta num carnaval que dura o ano inteiro
Mas minha fantasia está dura demais para mim
E de repente a borboleta cai
O pó se espalha sobre meu ombro
E eu saboreio o gosto de gozar sem querer
Nem sempre o sexo é à dois ou à três

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Vazio capital

O vazio preenche-me
Silencioso, grita as minhas vozes roucas, trêmulas sufocadas
O estranho revela a minha face conhecida
Os meus trejeitos arquitetados em niemeyeres conjunções
O que minha boca produz são apenas cacos de hipocrisia
Quem mente em meu corpo é o coração
Na malícia de enganar a mente e defraudar o teu
Que ainda não saiu das fraudas
O meu jeito de ser te encanta, atrai e trai
O meu jeito de ver te constrói capitais, mas não pecados
E o que é a vida sem pecados?
O que é a marca sem história?
Não me convences com esta pureza provinciana
Tampouco com estes arrepios contidos
Esqueceu que já toquei tuas partes
E nelas apartei de ti o parto interrompido?
E te continuei o coito
Coitado de você
Ainda não se esvaziou de si
Há um rio espumoso e esbranquiçado em teus sustentáculos
Ande, deixe tuas pernas tremerem
O desestruturado constrói eixos de brasis
E do nada se faz desordem com progresso e retrocesso
E outros vai e vem até que de teu útero se ouça as margens plácidas de seu gozo 

domingo, 9 de dezembro de 2012

E feito maconha

Não dita tua regra no certeza que regarei teus caprichos
Tampouco fale comigo como se estivéssemos trocando as cuecas
Eu não gosto de cuecas
Eu não admiro castrações, nem suportes
Eu deixo as minhas partes à parte 
Eu não negocio o meu prazer
Mas quanto você pagaria pelo meu peito?
Se é sofrer o amar, me proporcione risos
Me instigue segurar a barriga com minha respiração
Faça cócegas no lugar de onde deus te arrancou violentamente de mim
Excita o meu peito em movimentos circulares, apenas o bico
E feche o bico de tua arrogância
Cale-te
Não diga mais nada ou estragará o silêncio
Ele em instantes gritará as intenções que te negam
Eu sei
Não conheço tua mente, mas leio as rubricas que elas indicam em braile em tua pele
Pele branca, pele fina, pele doce, pele loira
Que em segundos não seguidos pela multidão atraca o meu couro negro
E eu gosto, eu sucumbo
Permito o teu corpo fundir ao meu
Admito teu cheiro entorpecer minha boca feito maconha
Intensa, meiga, delicada
Em belezas que se tangem e separam
Em esculturas que se desmoronam em fumaça liquefeitas de nós dois
Em uma única tragada de naturalidade seca




Suicídios noturnos diários

O encontro é com o que me perco
O que me interessa
É o que não tenho pressa
Deixo ser, fluir sem fruir dos arrependimentos
Tenho as visões que me mostram o que não quero ver
Assim como tua voz que me explicam as perguntas que não fiz
Teus te amos amortecem o impacto de meus suicídios diários
E escrevem com líquido estranho que rola de meus olhos meus diários noturnos
Eu morto e vivo, vivo e morro nos morros que escala pra longe de mim
No árido deserto que festejam nossos entes
Entrego a paz que nunca assassinei
Ali me alimentos de areias e sucos de meu corpo
Meu suor tão doce quanto as lembranças que perdi
No hálito que deserdo os nossos bens 
Calei minha respiração
Perdi a minha voz
E ainda levei você sobre meu corpo, donzela solidão

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Flores secas

Eu entrei pela porta
de entrada
principal
mas foi pelos fundos que você se acomodou em meu
coração
o teu corpo
tão quente como o sol nas noites de verão no Rio de Janeiro
cai como patinho feio em tuas águas traiçoeiras
a tua rede está aqui 
pendurada na parede como enfeite de natal
cheia de flores estampadas
celebrando meu descanso fúnebre
flores
eu poderia ser tua e festejar como tua
primavera
e amanhã secar e cair sobre o solo frio
todavia o meu perfume
te faria contemplar a mim em lembranças
como é triste se sentir
vazia
do corpo de você

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ar-ma de fogo

Não sou apenas uma bu-
ceta
so-ou muitos outras entradas
sou boca, ou-
vidos
narinas, olhos e mil po-ro-si-da-des
você poderia ter explorado este uni-
verso
de po-e-sias que con-fundem
e se-pa-ram sílabas de meu dis-
curso
eu cai e não der-rubei
roubei os meus passos
e continuou a canção
descanse esta ar-ma de fogo
arma o peito e ateie o teu in-cêndio
em minhas pupilas
me me-tra-tra-tra-tra-tra-lha com palavras
mas elas são amantes do ventoooooooo
este ladrão que me rouba a embriaguez
o vento é veloz
não separa sílabas
ca-val-ga sem espaços
e o meu peito é l-e-e-e-e-e-e-e-ento
quase
sempre
nunca
talvez
se 
pa-ran-do

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A pessoa errada certa

Cansei de esperar que teu coração expresse falas em rugas
Estou colocando o meu pra dormir e ele acordará esquecido das birras de hoje
Eu poderia esperar que a queda te abatesse o nariz arrebitado
Mas não tenho mais a vocação para maternidade
Sua infantilidade secou em mim a graça por babies
Ela não é a pessoa certa pra você
E não serei eu que te engatinharei isto
Não vou jogar "mamãe da-dá" com cueca plástica
Você já deveria ter levantado para golfar
Ah, ela é a pessoa certa pra você
E o amor é feito de soma de matemática perfeita
Papai Noel também existe e logo chega o Natal, ho ho ho
Você dá vozes às pessoas que não falam no idioma de teu pulso
E elas só falam do que sempre falam
Já decoraram as ladainhas e nem dão ouvidos às vozes
E tua atitude fria comigo dá eco às suas estupidez
Você está certo que quer ela?
Ela nem chega aos joelhos de meus saltos
Essa eu quero ver
Você correndo atrás de mim
Mas não sou hospital de bonecas

Poderia o céu stop de respirar? Hoje até o vento bothers me

Cale de atacar os my ears with your feminina voice
Minhas conchas acústicas are already calejadas de educações
You've got away from me e agora eu já can believe
That's not meu ending, sem happy end
Você and I
I de mim que esperei por tua hope
Você ensinou meu coração corar a pele de constrangimentos
You e eu
Teus kisses are like the vento que toca minha pele
Ele apenas toca, num exercício de sem why
É verdade que primavera é fim de solidão?
Where is Clarice Lispector right now?
Por mim hoje já poderia o vento calar sua voz
E você já decorou minha reação
E me sou como old novidades
Poderia o céu stop de respirar?
Hoje até o vento bothers me

domingo, 2 de dezembro de 2012

Simples assim

Eu espero que com paciência você me ensine não ver a hora passar
Quero ficar amarrotada com minhas experiências de simplicidades
E não me importar com as roupas que deixei de lavar e seguem sujas
As marcas que as tatuam escrevem as doses de vida que levei no corpo
E o meu corpo fala de minha alma menina e intrepidez
Grita de meu desespero e fome por vida
Não tenho o dom de ser esquelética, franzina, ser meio
Tenho a sina de ser intensa e insaciável de dia pós dias
Eu sou simples
Não complique os meus sons
Falo em sinfonias de gente, de carne, coração
Sou como terra seca e preciso de chuva
Mas as chuvas que me encharcam são chuvas tempestuosas
Eu gosto de tudo com intensidade
Gosto de vida que tenha vida e amo viver
Amo colorir os risos com gargalhadas
E os silêncios com rompimentos de euforia
Eu quero morrer cheia de tudo aquilo
De todos os sins e nãos reservados para minhas perguntas
Até as que eu não fiz e respondo
Sabe aquela pessoa que tem a constância de amar?
Esta sou eu, que corre louca pelas areias das praias
Sabe aquela pessoa que tem o tudo no sincero do nada?
Esta sou eu, que gargalha do simples pão dormido com margarina
E nem gosto de margarina
Apenas gosto do gosto de ser
Gosto de enlaço o tempo com as unhas
Sem administrá-lo controles
Espero que você tenha a urgência de me ensinar ver a hora passar
Por que senão, que me desculpe o tempo
Mas ele se cansará de minha infância que grita por mais tempo de ser feliz
Sou assim, simples assim

Coisas de dezembro

Dezembro finalmente chegou
Sorrateiro e malandro subscreve o fim
As hortelãs secaram hoje ao sol
E na outra janela a flor laranja apareceu
O boldo está amargo, assim como deve ser
E o meu peito?
As chuvas de verão já ensaiam os alagamentos
O calor do mar esquece o planos de disciplina
As coisas se despedem e introduzem
Tiro férias das normas que criei pra mim
E o meu peito?
Não me prenda em teu laços
Não amarre tuas intenções em mim
Desgostos destas sinas de amanha e depois
Eu atraso e me desencanto outra vez
Assim como vem dezembro depois de novembro
Outra vez
Psiu, não descreva os batimentos
Sou daquelas que deixam o som que há de ser, ser ouvido
Mas às vezes ele é boca
E sorri pra ti,
Mas quem vê sorrisos não tange coração

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Café forte e sem açucar

O amor não se acha assim
Distante ou distraído
O amor sem começo e fim
É o instante sempre traído
Contrariado pelo humor

Gargalhadas é o tens pra mim
Não me importo, amo sozinho
De migalhas não se faz o fim
Nem filhotes voam do ninho
Arremessados pelo pavor

Entra em minha casa com os pés calçados
Escreva no tapete as poeiras de tuas estradas
Desarrume os meus livros mal educados
Bem-vindo ao mundo que te espera deitado

Perturbe os meus vizinhos com tuas canções
Aprisione em teu quarto este coração bandido
Subversa o meu estômago com poucos padrões
E então te coo um café forte neste peito fudido

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A la Julianna Assumpção



A la Julianna Assumpção

Eu sei que seria pra beleza dela que você olharia 
Eu sei que seria para o oblíquo destes olhos de índia que sorririam tuas maças, 
Sei que esta beleza brasileira te desconcentraria a razão
Não poderia ser diferente
Ela tem o dom de ser bela,
Tem o presente de ser colecionadora de olhares
E é meiga, e é simples, é serena
Quando fala transmite outras tais belezas
Tão quanto significativas
Se a boca fala do que está cheio ao coração
O ar que preenche os seus pulmões está cheio de borboletas
Essas voam das formas mais variadas
Se vestem das cores mais inusitadas.
São ousadas
Ele não seria de outra natureza
Natureza de menina que impõe respeito
Assim como toalha de renda que cai delicada sobre a mesa
Ela nos serve de ternura, de carinho, de aconchego
É aquele abraço que esconde os apertos
Ela afrouxa o coração e faz o peito sorrir
À mim ela faz gargalhar
E no eco deste som o que ressoa é: eu te amo

Ju, obrigado por ser simples pra mim! Obrigado por sempre acolher e compartilhar o teu melhor. Ter você por perto tem sido um nobre presente e eu sou grato. FELIZ NIVER!!! Estou gargalhando de alegria por hoje ser o teu dia. Ouviu o "te amo"? 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Eternidades

Uma especial amiga me liga altas horas da madruga, simplesmente com a bela notícia: Val, você será titio... Eu que sempre disse que a próxima amiga que me ligasse pra dizer que estava grávida ou me convidar para ser padrinho do casamento eu mandaria ^&BI(*^(&^%$, a única coisa que soube fazer foi escrever, pois assim expresso o meu amor... Seja bem-vindo, meu bebê! 


Eternidades

Oh, venha filhinho, filhinha, menino, ou menina
Venha sorrindo, esbanjando alegria
Vem pro colo. Vem pro coração
Venha vida e fantasias de contos de fadas
Venha Júnior, venha Antônio, ou José
Venha Rita, Venha Maria, como quiser
Venha em paz e fique à vontade
Pois já estou sorrindo com teus olhos que nem vi
Já sinto o cheiro de teus choros e nem toquei
Já bebo o doce de tuas palavras e nem ouvi Gabriel
Meus braços estão estendidos para teus sorrisos
E os meus cansaços esperando o teu abraçar
Pegue na minha mão e veja nossa história
Me guia, filho meu, às novas memórias
Regue o meu coração com teu ensinar
E colore nosso preto e branco de gargalhadas
É cria criando laços de amanhã inteiro
É vida caçoando dos planos feitos
É chuva em dia lindo de luar da tarde
São sentidos de crianças 
Sentimentos de infância, simplicidades
São traços que escrevem continuidades
São laços que me descrevem infinitudes
É criança e vida que vêm chegando
É amanhecer grávida, grávidos
É esperar por eternidades
São tons de poesias de bem-vindo 

domingo, 18 de novembro de 2012

Feriado, recesso e domingos


As bandeirinhas juninas ainda continuam a balançar,
Mas não se esqueça que agora já é verão
O lustre e as plantas da sacada também dançam suas coreografias
Mas não são estas elaboradas por suas emoções primárias
É o vento que vem, move, invade o ar e o tempo
O vento estupra a calmaria
O vento que não sopra em mim


"I've got a crush on you, sweetie pie
All the day and night-time
Hear me sigh
I never had the least notion
That I could fall with so much emotion"
Mas o que significa isto para o vento que mil paixões traz e leva?
Por que não acelera o vento também o tempo?
Se as bandeirinhas balançam por que elas não simbolizam paz?
"You had such persistence,
You wore down my resistence
I fell, and it's was swell"
And now é só um vento que passou e calor Sandy
E quem restruturará Júnior?
Borboletas, maritacas e outros voantes que não sei quem cantam
Eles zombam de meu silêncio
Pa de deuxam na companhia do vento
E eu solitário fall in love
Caio de ódio de mim e do mundo
Do descanso do feriado, recesso e muitos domingos

domingo, 11 de novembro de 2012

Amor num copo de requeijão

Dispenso as entradas
Eu fico à vontade sem cerimônias e pompas
Me faço de casa e caso com suas almofadas coloridas
Eu coo um café fraco e doce para nós
Repenso o cardápio, gosto de improvisos e desastres
Invento um prato novo
E sirvo de bandeja as insinuações
Não acanhe os teus paladares
Redesenhe os traços de batom de meus lábios em meu queixo
Desfigure o meu modelito
E Aprecie o meu couro
Esquente a frigideira, precisamos refogar a paz
E temperar as estribeiras sem perder o sal
Deixe o gosto apurar no céu
Da boca jorra água e desejos
Misturemos as ervas nas manteigas
Trituremos os odores aos paladares
Cozinhemos o tempo
E sirvamos o amor
Em doses extravagantes
Sem luzes de velas, sem guardanapos ou jogos americanos
Comamos com as mãos
Com fome, vontade
Em copos de requeijão

sábado, 10 de novembro de 2012

Dias chuvosos me inspiram

DJ Allan Mesquita
Hoje o meu-nosso blog tem uma ilustre participação... Amigo, irmão, Dj e agora apaixonado por poesias, Allan Mesquita. Diretamente de Macaé para o nosso INsano Mundo.
A participação do Allan no blog se deu à partir do que chamo de Roubo INsano, onde capturo frases e trechos originais de amigos em redes sociais e então esboço um continuidade no mesmo esquema INsano que caracteriza o nosso mundo aqui. Vale muito à pena conferir. Uma mistura de meus pensamentos em fluxo livre com a mente criativa e sensível deste meu grande irmão. 
Outra contribuição neste post é da bela e polêmica Tay Barcelos, que já passeou por aqui em outras postagens e agora me inspira em alguns pensamentos e do mestre que dita a trilha sonora desta tarde de sábado chuvosa, diretamente de São Fidélis, o Toninho Brandão. Super bom gosto, né GaGatona, Laisa Muniz? >>> Hacker!
Sem mais demora, vamos direto ao papo, ou melhor, ao texto... Se joguem, INsanos e INsanas!!!


Dias chuvosos me inspiram

Não vejo mais aquela beleza em teu olhar. As sombras dos cílios cerrados de São Pedro, escondem de mim o brilho e o calor dos sóis de tua pele. Corpo outrora coberto por minhas mãos famintas e intrometidas. A cada dia que passa, passam as nuances das lembranças de teu cheiro em meu cavanhaque. Sinto você mais longe e mais distante. Na verdade, não te sinto. E ressentir o não sentir do sentimento que em mim pressente abandono me aniquila curvaturas das maças do rosto. Hoje vai chover, e o meu jardim, o mesmo que foi o nosso, não deixará de ficar seco em caatingas.
Não vejo mais você salpicar estrelas em meu céu. Tua despedida, que nem aconteceu oficialmente, estabelece constante inverno em meus dias. Do Rio à São Fidélis.
Não era para comemorarmos primaveras? 
Chego à conclusão de que você está saindo gradativamente de mim, diferente de partos que sentenciam vida. Mesmo seguido de dores e choros. Foges de mim feito menino em embriaguez por vinho, vodcas e tequilas. E o meu corpo racionalmente te vomita. Rejeita. Mas o meu coração ainda te prende em vísceras. Quem ficará em teu lugar? O meu câncer afetivo? Ou minha cólera emocional? Onde estará o meu amor?
Oh, chuva que cai, não silencia o seu grito! Molhe-a e com tuas lágrimas esculpes a silhueta de seu corpo para que possamos dançar em tuas águas. Deixe o rio fluir outra vez e outra vez mais eu fruir de sensações de pequenas mortes. Desenha novamente a face dela pra mim. Irriga-me outra vez e então chorarei para que tuas reservas possam ser reabastecidas, simplesmente para que possa voltar a chover e tocar o corpo de teu amor. Eu sei que também ama, chuva.
E a chuva silenciou. Deixou de me ouvir e desaprendeu a produzir som. Em dias de chuva costumo de inspirar de solidão. O restos são apenas lembranças de dias de felicidades, fogo que se apagou na chuva. Lembranças boas de um dia qualquer. Lembranças de quando o sol veio e o frio da solidão se foi.
Por que hoje só chove? Chove e as muitas lágrimas que correm do céu encharcam e intimidam nas laringes de deus os algodões doce que ele costumava soprar nos dias em que você vinha... pra mim.
Chove e minha mente se perde dentro de tudo aquilo que o meu corpo desmente.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Rio zero graus

"O Rio de Janeiro continua lindo..." e o azul das águas do Leblon ainda refrescam o vermelho sangue de meus olhos. Ou não, rs! 

Nestas sextas de novembro o meu-nosso blog INsanidades de Valdemy, resolveu fazer algo de diferente: se jogar na poética da fotografia!
Creio que as imagens fotográficas libertam e como sugere o também poeta e fotógrafo do estúdio Sam Imagens, Jonathan Bongestab, as fotografias escrevem saudades!!! 

Neste pequeno ensaio fotográfico, eu e Alberta Barros dialogamos sobre o "capturar da alma" do artista e fotógrafo brasileiro, Sebastião Salgado, conhecido como autor de crônicas sobre a vida dos excluídos. Esta brincadeira surgiu nas leituras de teóricos da fotografia Roland Barthes e Susan Sontag para o preparo de um seminário do curso Teoria da Imagem, na PUC-Rio. E então com as escolhas de captura das lentes da também aluna do curso, a Christine Valença, surgiu: 


RIO ZERO GRAUS






FICHA TÉCNICA:
Idealização: INsanidades de Valdemy
Pesquisa: Alberta Barros e Valdemy Braga
Foto e Manipulação de imagens: Christine Valença
Modelo: Valdemy Braga
Produção: Alberta Barros

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A saudade tem saudades também, Laisa


Vc tem vontade de conversar o dia todo, pq não pode estar com a pessoa! Mas se pudesse escolher...
 estando ou nao estando com a pessoa sinto-a pessoalmente aqui........... =/

Três, dois, um
Avanço os ponteiros do relógio ao contrário
Só pra contrariar a deselegância do tempo
Rio dos oceanos que ele enxarca em nossas despedidas
E despeço de minha paz
Que me despedaça como porcelana que beija o chão
E multiplica os traços da memória
Em cacos que aos dedos ferem e sangram 
Conto de trás pra frente outra vez
E acelero os batimentos desta máquina que em meu pulso pulsa você
Mas o tempo me distrai e ganha tempo para tua malícia produzir
O que se tem é a vontade de um dia todo paralisado
De conversas soltas e olhares presos no paradoxo da liberdade
Se pudesse escolher conversaria com a saudade
E educadamente a convidaria ao amor
A libertaria de nós dois
Mas a saudades tem saudades também
E o tempo não tem tempo para a ensinar o depois

domingo, 4 de novembro de 2012

Parei de beber

Seria mais uma enganosa promessa se não fossem estes reais traços de sobriedade que me colorem em preto e branco as sinapses mentais. Seria mais uma enganosa promessa se não fossem as horas já corridas de meu relógio que desenhavam o meu real.
Sou daquele tipo de criança que não gosta de comemorar o aniversário, pois teme não ter o risco de ter sua atenção roubada. Sou do tipo adulto que fantasia amigos em rodadas de cervejas.
É doloroso admitir minha inclinação ao sufocar das lágrimas que afrontam os meus olhos e teimam em querer desenhar em minha pele negra a saudade de um aperto de mão ou caloroso abraço. Nasci para viver sozinho ou ainda não aprendi sobre amor e liberdade? Não sei.
Vejo diante deste retângulo luminoso, as suas conversas que em mim também partilham intimidade, mas não me convidam para o convite. 
Construo ódio dentro de meu peito e vomito juras de vingança. E amo odiar. Com gosto de fel e amargura. Gosto de sentir o veneno que o seu desprezo e esquecimento dilui em minha corrente sanguínea. Amo me proteger no desamor do ódio.
Estúpidos e traiçoeiros são os meus sentimentos que me fazem rir nos dias que voltas depositando sobre o meu lombo fraco todo o peso de sua pessoal covardia. E eu partilho de ti e teus pesares. Hoje quem está aqui para aliviar o cisco do meu?
Parei com a orgia afetiva, com o prostituir de meu pobre violentado coração amigo. Parei de me alimentar de minhas defraudadoras fantasias. Parei de beber de sonhos, risos, e alegrias. Parei de me sustentar do que nem eu acredito, embora conte pra mim. E isto me custa mais que dois contos. 
Quanto mais conheço o ser humano, mais eu amo o meu smartphone que estragou. Ele também secou os ruídos agradáveis por beber de tuas cervejas geladas, tequilas ou vodcas. Parei de parar, agora eu parei mesmo. Parei de beber e me vi sozinho. E o filme nem acabou.

sábado, 3 de novembro de 2012

Pecado prato principal

Boca carnuda, rosada, penso que macia
Pele que tonaliza cafajestices 
Olhos que incendeiam tentações
Cheiro que sinalizam pecado
A tua presença é fogo em mim
Tua brincadeira é jogo sério e perigoso
E o teu toque calafrios que derretem gelo no fogo
Olho o teu corpo e vejo o suor percorrer minha nuca
Sinto gigantes se guerrearem em mim
Sinto o teu desejo de não ser
Minto uns risos maduros
Pinto um quadro de entendimentos
E dispenso paixão
Escolho como prato principal a carne
Que sangra cevada pura
E alimento o meu platônico prazer

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Em puberdades afetivas

O silêncio silencia o processador de meu pensamento
O que rolam são as turbinas de meu computador
Ando estaticamente grilado
Disfarçando o som dos grilos e poucos carros
Fantasiando minha confusão
Eu não gosto de romances com espinhas
Já despedir das puberdades afetivas
Porém quanto mais rezo, mais paixão me aparece
E o seu sorriso sussurra-me tranquilidades
Sigo minha madrugada à dentro
Subindo para baixo tuas digitais em minha retina
Eu, vou e sigo o trânsito descongestionado de meu peito
Invariavelmente só de mim
Me confundo neste jogo que se inicia
E lanço o dado sem perceber que os dados já foram dados
E estabelecidas as regras do transgredir
Se até as folhas de minhas plantas amarelam
Por que não amarelaria o meu riso?
Estranho eu gostar tanto de você
Sem ao menos vocear o você
Sem ao menos conjugar o verbo nós


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Não aguento mais

Eu não aguento mais respirar o teu nome
Não suporto paz, quero porto em chamas vermelhas
Não aguento mais o unguento que desce sobre o meu peito
Eu não espero cura, eu deixo a alma deste jeito estreito
Não fui eu que cravei os joelhos no chão e clamou por toques
Posso morrer seca, mas não bela em fingidos retoques
Cale a boca e engula as palavras de ofensa
Não penses que mais uma vez esculpirá as mãos sobre mim
Feito acampamentos de famigerados abortos
Não pintes pra mim cenários de melancolia
Eu já bebi de tuas defraudáveis manipulações diariamente
Ao ponto que o meu corpo já produzira anticorpos contra tua transpiração
Estou vacinada contra você
Estou decepada deste câncer que é tua voz
Hoje me alimento dos refluxos de tua carícia
Eu rio rios das lembranças de minha estupidez
E não canso de mim
Me enxergo e vejo
Colorida e viva
Diante tua morte lenta e real
Num funeral de rei de pouca realeza
Eu não aguento mais respirar o teu nome
Não suporto o gosto de morte deste cemitério que sepulto em mim
Vá com deus e se aqueça no inferno


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ainda há amores que morrem em si

Teu ofegar mudou
Não escreve mais pra mim um texto
Monossilaborizou
Soletra sons de um pequeno brinquedo
Suas rugas não sorriem mais
Tua caixa torácica não dilata o esqueleto,
Invertebrado amor
As folhas de nossas árvores acenam para mim
Ensaiam intimidade com o particular conhecido
E eu me desconheço em quarto fechado e coração aberto
Ferido
Atravessado quebranto
As pilhas de teus livros inclinam pra direita
Não caem
Nem pilham as lembranças de nossas sentimentalidades
Que fogem do mundo que capturei em fotografias
Envelhecidas e amareladas na estante
Um instante apenas para me despedir
E despir minha alma da esperança de colorir as lacunas dos cômodos de casa
Casa que casou com a solidão e me dispensou
A tua manteiga com sal embolorou
Segundo a canção que fazia seus passos pelo assoalho
Acorde o teu pão que descansa em coma
E coma de mim um alimento que nos retorne vida em cor
À cor de acordo de acordar pro amor

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Me transa em tranças destrancadas

O teu mar afoga o que em meu ser inunda
Encharca as salivas que se produzem em minha boca
O teu mar me abraça como eu oferenda pura
Ao mesmo tempo que me rejeita em ondas frias
Eu te devoto como santo desprotegido
Eu te inscrevo em meus alimentos santificados
E o devoro faminta e sedenta
E não me satisfaço de minhas intrigas
Brigo comigo para justificar os teus erros
E os lanço de volta ao mar
Nas profundezas dos espaços que rasam o teu amor
Submerjo os meus caracteres de emoção
Sufoco o meu rio que procura teu mar
Se desenho terra seca em minha pele
Ao ponto que meus hormônios dançam a chuva
E ela cai seca
E seca o meu riso caído
Destroça os guarda-chuvas que me irrigam
Desprotege o meu cais
Será que choverá esta noite?
Me destrança os cabelos que roubei do mar
Tirei de suas virtuosidades a segurança
E rendi a minha vida
Consagrei
Me destranca as comportas do céu 
Que se esconde acima do céu
Me transa
E então fluirão os meus rios ao encontro de ti

domingo, 21 de outubro de 2012

Amor num buquê de flores

Sim, eu amo por amor
Eu amo por pavor
Eu amo por querer amar

Enfim, eu canto desamor
Espanto o por favor
Meu pranto é te ver me amar

Não sei quantas flores te darei
Talvez as rosas roubarei
Não desenho em pétalas coração

Não sei se tua graça viverei
Talvez a desgraça eu terei
Não desenho em corpos emoção

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Deus me fez anjo, mas a vida me possibilitou também demônio

Ao me ver passar não olhe os meus rastros
Meus caminhos não são seguimentos para covardia
Quando virar minhas costas não pronuncie o meu nome
Minha presença não é lixo para alimentar tuas iras
Não cole em mim
Por que dentro de meu estômago há um mundo de trabalhos mal feitos
Que me alimentam, sustentam, tornam homem de carne e osso
Que costuram em torno aos corpos os pecados maestrais
Não sou santo de pau oco
Tenho vida escondida por detrás desta santidade
Não sou sepulcro caiado
Sou sujeira que se banha para viver
Não sou puro, nem imundo
Sou eventualidades
Sou processo que processa sentimentos
Gases que implodem estúpidas convenções
E espalham no ar o colorido do medo da vida
Sou nobre e franca honestidade
Sem cera, sincero, negro
Sou filho de deus e nele encontro minhas tristezas
E são delas que se animam minhas pernas
E percorrem o mundo virgem
Que sangram com a penetração de meu pé
Sou aquele que destrói
Sou aquele que modifica
Sou daquele que não tem dono
Mais livre que o ar que falta em meu pulmão
Eu sou gente, sou humano
Sou aquele acerto que deu errado
Sou estes olhos que me lêem torto
Por cima dos ombros caídos
Estas bocas que me pronuncia cheia de salivas de condenação
Sou estes ouvidos que se constrangem ao reconhecer a própria voz
Anjo esculpido por deus e habitado em terras demoníacas
Prazer em se reconhecer?

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Sobre estas paradas de amor e paixão

Quero um amor que não me dê rosas
Que conte mentiras e fale em prosas
Quero um amor desnaturado em si

Quero uma paixão que invada o peito
Que aguce o medo e confunda o leito
Quero um amor enraizado em si

Espero a paixão, humanidade, entrega
Espero o desejo, o finalmente e calafrio
Quero o amor, insanidade, espera
Espero o insejo, o advérbio e o cio

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Eu não preciso de tuas mentiras

Eu não preciso de tuas mentiras
O teu amor inscrito em minhas córneas
Já me cantam o teu te amo
E estas sonorizações perturbam o meu auto-amor
Auto-zelo
Auto-credo
Credo e cruzes, sigo-te como um piloto automático
Farejo o teu cheiro como cão sarnento e faminto
E satisfaço-me das migalhas
Que caem de teu pão sofrido por insônias
E refaço o meu humor
Acreditando que me queres 
E apenas se cala
Diante o medo do amor
Eu pinto pra mim a cena perfeita pra nós dois
Eu assovio a nossa trilha enquanto grito o teu nome
E despedaço minha pele correndo ao encontro de ti
Eu iludo minhas ilusões cansadas de arquitetar castelos de areia
Eu teatralizo Shakespeare, o inspiro
Eu sei que não gosta destes gêneros
Mas por eles hoje deixei de me matar seis vezes
Não teria coragem de morrer sem você
Eu sei que não vives por mim
Nem bebes de minha água
Eu sei
Eu sempre sei
Quem é que não sabe quando se sabe?

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

É que as pessoas têm andado muito arrogantes

As palavras não estão  mais doces
Os sorrisos não mais abraços
Nem olhos ventilam a alma
O que vejá é muito eus
Os narizes nunca tão empinados
Perfuram o céu e sangra a vista de Cristo
Valha-me Deus, perdão
Os julgamentos se inscreveram moda
O umbigo masturbou o mundo
Vergonha alheia de meus semelhantes
Às vezes, até nojo
De mim
E os dedos?
O que falar do dedos
Que não mais esculpe coração na pele?
O que dizer do que aponta contando tudo?
Mas nem sempre é verdade
Tem vez que apenas uma ótica
De não enxergar
Se enxerguem
Antes mesmo que o telhado se quebre
Cuidado
Cacos de vidro no teu chão
Desculpe-me
É que as pessoas têm andado muito ocupadas
Consigo mesmo
E a tão solene arrogância
Ao ponto que nem se lembram dos olhos
E não olham mais a si no espelho
Quebrado

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Sabe aquele beijo que não encaixa? Pois então...

Teu corpo grudado no meu
Colado feito tatuagem maori
Apenas uma cor em traços tribais
Sobre mim
Sob mim
Menções de muitas paixões
Desejos
Insaciabilidades masculinas
Ansiedades por domínios
Subversões de poder
Versos de bela poesia
Versões contraditórias de nossos seus
Calor
Ternura
Cervejas
Frio
Calafrio
E o tua boca despedaçando bala Halls em minha língua
E então outras línguas falo
Falo e calo
Falo, desfalo, falador, fálico
Teus pelos
Teus seios
Cigarros
Sempre o fumo queimando insinuações
E temperando aquele beijo que se encaixa ao meu
Acontece

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Desaprendi a ficar sozinho

A porta bateu
Meu coração parou
Estátua
Morto
Vivo
O teu rosto não sorriu
Uma lágrima rolou
Amarga
Vivo
Morto
Vivo
A pele secou
O fígado desmaiou
Álcool
Vivo
Vivo
A cama engordou
A concha divorciou
Ecos
Morto
Morto
O silêncio pairou
A tevê conversou
Monólogo
Perdi


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Nu amor nu e sem poesias

Um amor que
cabe
nu
coração
vale muito mais que
o pão
de cada dia
sim
Um amor
maior
que o meu peito
peita
os meus trejeitos
E cala a fantasia
que
Um amor
descrito em palavras
cagueja
as estradas confundem
os pés das bíblias
e
realiza
o nu do amor que
não
amou poesias


domingo, 30 de setembro de 2012

Domingo, dia que tudo morre

Adeus
Bye bye
Até logo
Talvez

A paz
Distrai
O relógio
Talvez

O domingo se foi dormindo
Segunda a primeira a chegar
Nem lembro o coração atino
Amor que ficou pra trás

À Deus
Que faz
O aborto
Nascer

Apraz
Destrai
O remorso
Morrer

O domingo se vai fugindo
Sete dias pra retornar
Nem vejo o tua cor tingindo
O coraçao que logo vai parar

Aos que me perguntam sobre amor

Perguntam-me sobre amor
E as poesias
Me relembram as cicatrizes
Não choro
Não grito
Não desestabilizo
Apenas me
Não sei
Ninguém sabe
Nas incertezas ele cabe
Invade
Engana
Quem ama
Encanta
E gosta de assim ser
Mesmo às vezes nem sendo
Crendo vai
O amor que se plantou em mim
Se ao menos a delicadeza de pedir
À deus
Licença pra meio amar

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

As plantas de minha casa morreram de saudades de ti

Meu mal-me-quer,
Ela secou
Suas pétalas não reabriram hoje
Estavam em greve
Em greve de tom de laranja
Talvez em breve morrerá
Mas não sofra
Ela sempre foi sensível demais
Então desbotou
Suas cores se distraíram o rouge
Estavam em seca
Em seca de umidade de teu bafo
Talvez sem beca morrerá
Mas não sofra
Ela sempre foi aprazível demais
E sentiu tua falta
Esperou tuas falas que não ouviu
Minguou-se pelos talos e não sorriu
Se envergou e não foi pro sol
O sol não veio a alimentar
Tampouco beija-flor selou tuas fontes
Morreu de fome
Morreu de sede
Morreu de ti
As plantas de minhas casa morreram de saudades de ti
E suas mortes me plantam saudades de minha casa
Era casa e só restou a planta vazia e seca
Eram plantas e então sobrou saudades
São saudades e então plantou-me ao chão

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Vou narrar exatamente o que quero que faças

Perguntei:
- O que queres eu faça?
Respondeu, ele, trêmulo, indireto, seguro:
- O que bem quiseres.
- Não quero bem. Quero mal. Tu sabes. Não finjas que não me conhece. Recomecemos. O que queres?
Estabeleceu-se um silêncio e ouvi as últimas lembranças de lágrimas que existiam no final de tua língua, bem perto à campainha deslizar seca entre os atritos de suas cordas vocais e as umidificarem. Ele então com as mesmas palavras agora molhadas soluçou:
- O que bem quiseres.
E eu não exitei.
- Quero que aproxime-se de meu corpo físico. Venha mais. Mais um pouco. Bem próximo, deixe-me sentir o calor de tua respiração. Agora sinta o meu cheiro. Não na nuca, mas o que exala de minha boca. Isto achegue-se bem perto dela. E agora a beija. A beija como se degustasse a tua fruta predileta. Devore-a como que se devorasse a vida. Acalme-se. Respire fundo. Olhe em meus olhos e torne à me beijar, porém desta vez lentamente, suave, doce. Costure tua língua à minha. Não a segure, não gosto desta sensação de prisão. Deixe-as bailarem, dançarem por si só suas coreografias espontânea. Deixe nossas línguas falarem de suas performance. Aperte-me contra o teu corpo. Me funde. Me abandone. Não. Não pra me deixar desta forma. Atitude e Segurança. Firmeza. Isto. Isto. Ótimo! Ahm! Ahm! Espera, perdi o fôlego. Onde estávamos? Apague as luzes. Deixe apenas o abajur ligado. Coloque o ponto. Sim, o ponto final nesta história que escreves. Daqui pra frente pertence só à nós dois. Beijos.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Paixão à ausência da vista

Hoje me lembrei de você
E o meu coração saltou como um trapezista de um circo qualquer
Por alguns poucos instantes o meu coração voou 
E aterrizou inseguro em meu peito
Foi buscar tua presença que ele se inspirou
Estou apaixonado pelas lembranças que tenho de você
Embora não te tenha
Tenho seus sabor escondidos em meus lábios
Feito lenha sobre o fogo
Que se queima e vive em cinzas
E num vento seco em emoções qualquer volta a sorri
E queimar
E incendiar
Percebi você
Resiste o amor à suas lembranças?
Existe o amor na ausência do amado?
Só o que sei
Me apaixonei à ausência da vista
Sim
Às vezes é mais saudável chegar ao fim
Sem
Fim