quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ainda há amores que morrem em si

Teu ofegar mudou
Não escreve mais pra mim um texto
Monossilaborizou
Soletra sons de um pequeno brinquedo
Suas rugas não sorriem mais
Tua caixa torácica não dilata o esqueleto,
Invertebrado amor
As folhas de nossas árvores acenam para mim
Ensaiam intimidade com o particular conhecido
E eu me desconheço em quarto fechado e coração aberto
Ferido
Atravessado quebranto
As pilhas de teus livros inclinam pra direita
Não caem
Nem pilham as lembranças de nossas sentimentalidades
Que fogem do mundo que capturei em fotografias
Envelhecidas e amareladas na estante
Um instante apenas para me despedir
E despir minha alma da esperança de colorir as lacunas dos cômodos de casa
Casa que casou com a solidão e me dispensou
A tua manteiga com sal embolorou
Segundo a canção que fazia seus passos pelo assoalho
Acorde o teu pão que descansa em coma
E coma de mim um alimento que nos retorne vida em cor
À cor de acordo de acordar pro amor

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