segunda-feira, 8 de outubro de 2012

É que as pessoas têm andado muito arrogantes

As palavras não estão  mais doces
Os sorrisos não mais abraços
Nem olhos ventilam a alma
O que vejá é muito eus
Os narizes nunca tão empinados
Perfuram o céu e sangra a vista de Cristo
Valha-me Deus, perdão
Os julgamentos se inscreveram moda
O umbigo masturbou o mundo
Vergonha alheia de meus semelhantes
Às vezes, até nojo
De mim
E os dedos?
O que falar do dedos
Que não mais esculpe coração na pele?
O que dizer do que aponta contando tudo?
Mas nem sempre é verdade
Tem vez que apenas uma ótica
De não enxergar
Se enxerguem
Antes mesmo que o telhado se quebre
Cuidado
Cacos de vidro no teu chão
Desculpe-me
É que as pessoas têm andado muito ocupadas
Consigo mesmo
E a tão solene arrogância
Ao ponto que nem se lembram dos olhos
E não olham mais a si no espelho
Quebrado

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