terça-feira, 9 de outubro de 2012

Eu não preciso de tuas mentiras

Eu não preciso de tuas mentiras
O teu amor inscrito em minhas córneas
Já me cantam o teu te amo
E estas sonorizações perturbam o meu auto-amor
Auto-zelo
Auto-credo
Credo e cruzes, sigo-te como um piloto automático
Farejo o teu cheiro como cão sarnento e faminto
E satisfaço-me das migalhas
Que caem de teu pão sofrido por insônias
E refaço o meu humor
Acreditando que me queres 
E apenas se cala
Diante o medo do amor
Eu pinto pra mim a cena perfeita pra nós dois
Eu assovio a nossa trilha enquanto grito o teu nome
E despedaço minha pele correndo ao encontro de ti
Eu iludo minhas ilusões cansadas de arquitetar castelos de areia
Eu teatralizo Shakespeare, o inspiro
Eu sei que não gosta destes gêneros
Mas por eles hoje deixei de me matar seis vezes
Não teria coragem de morrer sem você
Eu sei que não vives por mim
Nem bebes de minha água
Eu sei
Eu sempre sei
Quem é que não sabe quando se sabe?

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