terça-feira, 23 de outubro de 2012

Me transa em tranças destrancadas

O teu mar afoga o que em meu ser inunda
Encharca as salivas que se produzem em minha boca
O teu mar me abraça como eu oferenda pura
Ao mesmo tempo que me rejeita em ondas frias
Eu te devoto como santo desprotegido
Eu te inscrevo em meus alimentos santificados
E o devoro faminta e sedenta
E não me satisfaço de minhas intrigas
Brigo comigo para justificar os teus erros
E os lanço de volta ao mar
Nas profundezas dos espaços que rasam o teu amor
Submerjo os meus caracteres de emoção
Sufoco o meu rio que procura teu mar
Se desenho terra seca em minha pele
Ao ponto que meus hormônios dançam a chuva
E ela cai seca
E seca o meu riso caído
Destroça os guarda-chuvas que me irrigam
Desprotege o meu cais
Será que choverá esta noite?
Me destrança os cabelos que roubei do mar
Tirei de suas virtuosidades a segurança
E rendi a minha vida
Consagrei
Me destranca as comportas do céu 
Que se esconde acima do céu
Me transa
E então fluirão os meus rios ao encontro de ti

Nenhum comentário:

Postar um comentário