terça-feira, 2 de novembro de 2010

Desapaixonar-se à luz do novo sol

Lá está. Lá está o meu humano de desejo, de insaciabilidades, de paixões. Lá está alguém, outr’ém, lá está todo mundo e aqui estou eu, no encontro de minhas totalidades.
Meses se passaram e sonhos me percorreram. Prazeres me denunciaram. Saudades me acompanharam. Fiquei nos desejos de não desejar.
Se amar é dar o direito de não ser amado, o que me inspiraria te amar?
Incondicionalidades me roubam o fluxo de respostas que anseio de você.
Como eu menti! Como te enganei! Como te desenhei! Rabisquei-te aos contornos de minhas expectativas, você foi o exato do que eu queria ter tido e tive em minhas construções contemporâneas. Não busque entendimentos. É arte!
Tudo o que se repete. Tudo que se escapa e não retorna, os olhares acidentais, os atropelamentos, as atrocidades que violentaram. Tudo nostalgio.
Agora de meus olhos saem às águas que me lavam de você. E elas lavam, refrescam e cicatrizam os anseios, os sufocos, os socos, os roubos.
Desapaixonar-se é estar disposto à se mentir, enganar no professar não mais intenções haver.
E eu não respondo à tudo, pois me isolo em minha cruel surdez. Meus ouvidos só ouviam você, hoje descobrem as sonoridades de minha voz e as provocações de meu silêncio.
Agora o meu coração bateu junto comigo! Talvez amanhã olhe para outro alguém, em busca de uma primeira impressão! E a história se repita e vive.
O amor secou, a paixão cessou, o desejo morreu. Mas pra quem acredita em ressurreições, amanhã é apenas um novo dia. Deixemos os sol se pôr sobre nossos feixes de luz, deixemos a lua se alimentar destas mesmas iluminações, deixemos nos esvaziar e renovar à luz do novo sol.

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