segunda-feira, 7 de maio de 2012

Quem tem fé remove maquiagem da face

Nesta noite eu conversei com Deus e confesso, ouvir a tua maciez em voz por alguns instantes acalmou o meu turbulento coração. Eu quase sorri pra Deus.
Nesta noite quase fui eu quem dei colo à Deus, que se emocionara ao ver minha face olhar em seus olhos. Ele chorou. Na terra isto se revelou em chuva. Enchente. Vendaval. Ele sempre exagerado e desajeitado em dizer "eu te amo". E este "eu te amo" não tinha os comuns sons de "bom dia". Mas o meu coração estava ocupado demais com o movimento de seus batimentos para dar ouvidos ao coração de Deus.
Fotos, fatos, feixes de luz entre escuridão submergia a minha mente nas lembranças das escolhas e construções que se desmoronavam em si. Eu culpava Deus. Ele tem o dom e é dono da vida, a mesma que sentia fugir de meus dedos como areias, e eu não sabia contá-las os grãos. Analfabeto! Na vida a gente também destrói para construir. Naturalidades! Era necessário retornar, recomeçar os primeiros vigésimos quartos passos para se rir outra vez. Mas as musculaturas de meu rosto estavam cerradas para o bom viver.
Nesta noite eu desconfiava do amor e fingia não crer ser ele possível à mim. Seria mais fácil? Nesta noite eu me deparava com o sepulcro caiado que me tornei e via o perfume das próprias mortes que em viviam me contornar a aura. Era preciso deixar o cadáver e sepultar não somente na mente e coração as mentiras que me projetei defraudador. E então corri pra janela dos fundos do apartamento que dá para o Corcovado e ordenei que o mesmo se movesse, mas a montanha não respondeu a pergunta que não fiz. O Cristo não se aproximou para que eu me entregasse em teus braços. 
Esta noite demorou amanhecer. E quando se fez manhã o sol tardou a chegar. Dia nublado e frio, mas não retornou a chover.

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