domingo, 20 de maio de 2012

Estranho conhecido amor

Milimetricamente eu conhecia em cor e salteado as nuances tímidas de teu corpo
Eu me sentia um deus demoníaco de braços cerrados em teu corcovado
Eu tinha e ainda me lembro vago, a temperatura que expelia o teu hálito matutino
Eu conhecia as dobras de tuas vísceras e as porosidades de teu útero frio
As minhas mãos germinavam o teu calor
Eu te dei o meu melhor
Entreguei o meu puro
E o que ganhei foi um coração duro, tão distante quanto o a do z
É estranho desconhecer quem antes conhecia e hoje é estranho
Isto sim me entristece, empalidece
Se eu pudesse
Se eu pudesse te roubar o medo e trazer pra mim
Seria mais fácil sete de setembro se tornar vinte e quatro de abril
As minhas insinuações e expectativas remotas se morrem em seu desprezo
Mas eu prezo pra que te marquem a memória
E te refaz prum outro qualquer amor
Não tenhas pena de mim
Dó e piedade despenam a minha honra de sentimentalidades
Quando sentir o teu coração tão pequeno como uma azeitona
Ao se lembrar de mim
Relaxe e mergulhe-o num Dry Martini
Embriague-se e se lembrará de nós
Mas não suscite em ti as promessas que te fiz
O meu amor é nobre e não ressuscita lembranças
Ele se esquece para sobreviver
Carente, só ou num outro grande maior amor de minha vida

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