terça-feira, 1 de julho de 2025

GIZ

o peito não aprende a lição
que o silêncio 
rabiscou na lousa da carne

o riso 
esse risco falso no rosto 
desenha esperança com mão trêmula
como se a alegria
fosse só dever de casa mal feito

o giz,
esfarelado de tanto tentar ser palavra
vira poeira nos poros
coceira na alma

sede 
olhar
um só
que varre a superfície
e encontra o fundo
um abismo pequeno
do tamanho exato
do que ainda nos falta

e gargalhadas transbordam

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