quatro travesseiros ocupam teu lugar na cama
e ainda sobra espaço na alma
aquele riso que acalma
tua presença boba
tuas palavras: erosão do peito
nos meus olhos mora um Paraíba inteiro
sem a beleza ímpar
que distrai a natureza
conversas tolas, vida boa
você navega no rio de minha lágrima
atravessa a rua, me ignora
você é a ausência presente na varanda
e a samambaia amarela já está
tantos silêncios folheado de saudades
tantos Djavans calados em frias noites
encontros em confrontos de culpabilidade
hoje te vi e no coração o sorriso foi açoite
na perna uma orquestra afinou os sopros
eu perdi o ar, o tom, o tempo
no olhar o disfarce se desfez
uma solidão em calçada cheia
um perdão para cada negar
um perdão para cada negar
não sei, mas talvez amor não seja pra amar
uma tapeçaria de saudades
fiada por fios de inverdades
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