quinta-feira, 3 de julho de 2025

QUE DOR

A dor é ser que não se qualifica, quantifica, educa.
Nunca pede licença, diz “obrigado”, “muito prazer” ou “por favor”.
A dor invade, rompe, transborda.
A dor se sente e se faz perceber e sentir.
Não a pode esconder, sufocar, blasfemar. A dor é santa, é casta, é vasta. Última pureza.
A dor é virgem que se deita com todos e não goza ninguém.
A dor é partido. Eu sou resto em vão.
A dor é CEP, endereço, sem retorno ou devolução.
A dor é ser que sangra em silêncio e pão.
A dor é o que minto agora.

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