sexta-feira, 18 de julho de 2025

QUARTA, QUINTA, SEXTA E SÁBADO

cheguei como quem não chega,
mas se encontra
e sendo contra ou favor da maré 
se lança no mar
feito e refeito lança que não volta
sem um peito sangrar 

o dia cheio
de ausências
mas ali, o vazio me cabia
a presença daquelas vozes me acalmava 

nenhuma fala finalizada
nenhum planejamento cumprido
sem culpas nem desculpas
o gesto era verbo,
o toque, texto
e a cena visceral 

as mãos cansadas
de somente serem mãos 
foram lidas sem pressa ou pressão 

um abraço caiu em mim.
e eu, sem querer
caí junto 
para nos levantar

na tevê, a ficção era grito
mas o real era manso

há dias em que existir é só isso:
não temer deixar de ser
ou deixar seu ser partir um pouco
com a noite ao encontro da paz 

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