quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Uma tristeza oval

Quando eu fico triste
Não rolam lágrimas de meus olhos
A alegria egoísta insiste
Em roubar da tristeza a alegria
O meu corpo reclama os dias de alvoroço
Quando eu fico triste são os meus risos que gargalham
Quando fico triste eu engano o meu mundo
Sou eu aquele que tem o dom de disfarçar a tristeza sorrindo
Que se calem os que dizem que relinchando os males espantam
Sou como cavalo cego e desfalecido que carrega sobre o lombo o peso de muitas novelas
 Quando fico triste eu canto para a distração te trair
E como sirenes  este canto me atrai pra profundos mares
Tão doces quanto o sabor deste rio que manancia em meus olhos
Quando fico triste apenas os meus olhos falam de mim
E da alegria escondo o soluçar
E ela responde:
Oh Val quadrilatere teus pesares 
E deste esforço construa teu descansar
Dispenso
Tristeza, por favor, não vá embora
Embora não te queira aqui
Ou quero?
Respiro
E logo expirro a alergia destes guardados prazeres
Tomo fôlego sem ar e prossigo
Respiro fundo
Permito o ar adentrar frio e cortante em minhas narinas
E aliviado libero palavrões pela boca
Nos dias que fico triste eu sorrio como eu
Simples e sem maquiagem
Reto
Direto
Sem oval 
Val, polipolar


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